Vidas Em Guerra - O Falcão e o Lobo escrita por A Granger


Capítulo 8
Lugar seguro


Notas iniciais do capítulo

1 comentário; tive só 1 comentário no cap passado :(
Isso me deixou mt, mas mt triste msm :'( magoei de verdade
Mas msm assim aki está o cap na data prevista.
Espero q gostem



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–-Quanto..Quanto falta Aria? – perguntou o garoto com a voz fraca.

Havia horas os dois cavalgavam a toda velocidade por entre as arvores da floresta. Aria o havia mandado se deitar sobre o pescoço de Milly e ficar ali até ela dizer que podia se mexer; o que foi uma ordem muito boa já que, se tentasse se manter sentado acabaria acertando algum galho enquanto que, deitado, nada o acertaria.

–-Não muito – respondeu a menina permitindo que a marcha dos animais se tornasse gradativamente mais lenta.

Durante as horas em que estiveram cavalgando Rendon usou todas as suas poucas forças para se manter sobre a cela enquanto Aria os guiava por dentro da mata fechada. Ele pouco viu do caminho, mas isso não faria muita diferença. Naquele momento estavam já muito longe do local em que os bandidos interceptaram novamente a comitiva real. O menino estava preocupado com a mãe, mas pensava que, se Aria não estava a se preocupar com a sua, ele também não deveria temer pela segurança de Elizabeth.

Vários minutos depois os cavalos estavam a um passo lento e Aria fez ambos estarem lado a lado. Rendon ainda estava deitado sobre o pescoço da égua, mas agora por falta de forças para se manter ereto.

–-Como você esta? – perguntou a garota olhando para o pequeno rapaz deitado sobre a cela e usando roupas largas e gastas.

–-Vivo – respondeu ele soltando um riso fraco e virando o rosto na direção dela.

–-É sério, se estiver muito cansado podemos parar um pouco e.....

–-Não Aria – ele a interrompeu, mas seu tom de voz estava baixo mesmo que soasse sério – Não vamos parar por minha causa. Eu ouvi sua mãe, seja lá pra onde você esteja me levando temos que chegar lá antes de tudo, antes mesmo de eu poder ter algum descanso.

–-Ela também me disse para te manter a salvo – ralhou a menor com uma cara irritada – Não posso fazer isso se você estiver caindo de cima de Milly porque esta cansado demais para se segurar.

–-Não vou cair – ele falou calmamente, até porque não tinha energia para discutir com ela – Prometo-lhe. Não vou cair. Continue nos guiando.

–-Certo – ela falou contrariada – Se insiste, mas depois não diga que não avisei.

–-Não direi – ele brincou deixando escapar um leve sorriso.

–-Não vamos parar nem pra comer enquanto não chegarmos ao rio – ela insistiu com o mesmo tom irritado.

–-Não vou pedir que pare – ele respondeu da mesma forma que antes, a voz fraca, mas divertida.

–-Você é um chato, sabia? – ela o encarou desistindo de ficar irritada, mas mantendo-se com uma expressão emburrada.

–-Já me disseram muito isso – ele murmurou suspirando.

Depois dessa conversa os dois se calaram. Ele por estar cansado e não ter um assunto para falar. Ela por notar o esforço dele em se manter firme sobre a cela. Por mais varias horas eles continuaram seguindo naquele passo lento. Os cavalos estavam se recuperando da longa corrida e exigir demais deles não seria bom. Aria vez ou outra fazia algum comentário sobre a floresta apenas para confirmar que Rendon ainda se mantinha consciente. Em todas as vezes ele respondia e voltava para ela os olhos verdes cansados, mas ainda brilhantemente inteligentes.

Era quase metade da tarde quando Gold começou a ficar inquieto. O cavalo avançava e recuava indicando uma direção.

–-O que ele tem? – perguntou Rendon curioso; Milly também começava a tentar indicar algo com a cabeça.

–-Acho que estamos perto – disse Aria apertando os olhos tentando enxergar mais a frente na direção em que Gold apontava – Acho que eles podem ter ouvido o barulho da água do rio. Pelo tempo que estamos caminhando já devemos mesmo estar bem perto. Vamos – ela disse pegando as rédeas de Milly e aumentando o ritmo da marcha dos dois.

A garota estava certa, alguns instantes depois os dois também puderam ouvir o som da água. Rendon suspirou cansado e aliviado, aquilo era o sinal de que estavam quase lá. Ele estava exausto e faminto, mas, como havia dito, não pediu nem pediria uma parada. Sabia que o único lugar realmente seguro para pararem seria pra onde Aria tinha que levá-lo; parar antes geraria riscos desnecessários, mesmo que sua barriga discordasse disso. Aria também estava faminta, mas, assim como ele, tinha a clara noção de que parar agora seria arriscado demais e sem propósito.

Minutos depois de ouvirem o som puderam ver as corredeiras. Naquele trecho ainda eram um tanto calmas. Seguiram pela beirada do rio até que as corredeiras começaram a ficar mais violentas, nessa altura Aria os afastou um pouco do rio, pois os barrancos estavam um tanto instáveis por causa da força da água. Quase uma hora depois a correnteza diminuiu e a água acalmou. Nessa hora Aria guiou as montarias para dentro do rio, os cavalos andaram um longo trecho com água até os joelhos.

Durante isso vários foram os lugares em que eles puderam atravessar, mas Aria os evitou. Seguiram bem mais adiante e então Gold achou um trecho de água mais rasa que, apesar de ter uma correnteza um pouco mais forte, era raso o bastante para não atrapalhar os cavalos. Foi ali que eles atravessaram e começaram a fazer o percurso contrario ainda com os animais com água até os joelhos.

–-Hey! – chamou Aria fazendo Rendo voltar os olhos para ela; a garota estendeu a ele um pedaço de pão – Aqui, não precisa esperar até chegarmos – disse ela colocando na mão dele o pão e dando uma mordida em outro pedaço.

–-Obrigado – disse ele se apoiando na cela para se sentar e levando o pão à boca.

Por mais um par de horas eles continuaram a seguir dentro da água. O sol estava se pondo quando chagaram de novo as corredeiras e eles saíram de dentro do rio.

–-Temos que ir mais rápido – anunciou a garota com um tom sério e preocupado.

–-Por quê? – perguntou ele com voz cansada, tinha voltado a se deitar sobre o pescoço da égua.

–-Temos que aproveitar o resto da luz do dia para nos aproximarmos o máximo possível do lugar ao qual temos que chegar. Quando realmente escurecer teremos que andar mais lentamente do que estávamos no rio na pior das hipóteses. Na melhor iremos na mesma velocidade, mas mesmo assim ainda estamos longe, temos que aproveitar para chegar o mais perto possível antes do sol se pôr por completo.

–-Aria, não sei se aguento outra corrida – admitiu ele com um suspiro.

–-Esse é o problema – ela murmurou também suspirando.

Aria franziu o cenho enquanto pensava; os lábios numa linha fina e as sobrancelhas franzidas até quase o inicio do nariz. Era uma expressão até engraçada, mas Rendon se impediu de rir porque tinha certeza que isso a irritaria. De repente ela parece ter uma ideia, mas não pareceu contente com ela.

–-O que vai fazer? – ele pergunta apreensivo.

–-Algo muito incômodo – responde ela.

Aria parou os animais e os fez ficar um ao lado do outro. Então passou toda a bagagem deles para Gold prendendo os poucos sacos que tinham estado em Milly à cela de seu cavalo. Rendon penas assistiu-a mover as coisas de uma cela a outra. Assim que terminou isso ela encarou o príncipe.

–-Sente-se direito e deslize mais para trás – mandou ela e o garoto a encarou confuso – Só faça logo o que eu mandei – ela se irritou e ele deu de ombros resolvendo obedecer.

Gold chegou ainda mais perto de Milly e Aria pulou de uma cela para a outra e montou em frente a Rendon que passou a encarar a parte de trás da cabeça da garota que era pelo menos 15cm menor que ele. A pequena então puxou uma tira de tecido com meio palmo de espessura de um alforjes que estavam na cela de Gold.

–-O que vai fazer? – perguntou Rendon completamente confuso.

–-Vou prender você – falou ela se virando um pouco e estendendo uma ponta do tecido para ele – Tome, passe isso por suas costas e me de a ponta pelo outro lado.

–-Pra que vai me prender a você???

–-Assim não vai ter que se segurar na cela, idiota – ela fala como se fosse óbvio, o que na verdade era – Poderemos ir muito mais rápido assim. E vou poder guiar Milly para desviar dos galhos que possam nos acertar. Vai ser incomodo, mas será pratico.

Ele suspirou cansado e sem alternativas alem da apresentada por ela acabo passando o tecido em volta da base das costas e entregando a ponta a ela. Aria amarrou os dois com um nó bem apertado e pegou as rédeas de Milly logo depois prendendo as de Gold a cela do mesmo. Ele não precisaria ser guiado para segui-la.

–-Só tente não dormir em cima de mim, sim? – ela falou fazendo uma cara emburrada virando o rosto para trás.

–-Essa situação também não me agrada em nada se quer saber; por isso não me olhe com essa cara – retrucou o garoto corando um pouco – Não me agrada em nada ser um peso morto pra alguém, ainda mais pra uma garotinha menor do que eu.

Uma cotovelada acertou as cosas de Rendon fazendo-o gemer de dor.

–-Por que vez isso?? – ele perguntou colocando a mão sobre o lugar em que ela havia lhe acertado.

–-Não sou uma garotinha.

–-É claro que é – outra cotovelada, agora do outro lado – AAIII. Certo!! Entendi!! Vamos logo com isso – o príncipe disse fazendo também uma cara emburrada e desviando o olhar para as arvores.

Com uma ordem simples para Gold segui-os Aria fez Milly começar um passo lento antes de passar para um galope. A velocidade deles ficou grande e Rendon pode ver que, apesar de ser menor e mais nova Aria era mesmo uma amazona muito melhor do que ele. Mesmo na pouca luz de fim de tarde ela guiava a égua por dentro da floresta desviando de troncos caídos, arbustos e galhos com facilidade sem nunca perder o rio de vista. Até quando não podia vê-lo Rendon sabia que ela estava no caminho certo, pois o som das corredeiras era bem audível.

Logo antes do sol se pôr por completo ela fez o galope diminuir. Gold, que tinha estado sempre por perto, também diminuiu a velocidade sem a necessidade de nenhum comando. Aria olhou para os lados parecendo procurar algo.

–-O que aconteceu? – perguntou Rendon se esforçando para se manter acordado.

–-Acho que reconheço esse lugar. Acredito que estamos bem perto – disse ela olhando então para cima e vendo que a lua cheia começava a aparecer por entre as arvores e as nuvens – Temos que sair da beira do rio. Se, por algum acaso, alguém tenha nos seguido poderiam nos ver.

–-Vamos nos perder no meio da floresta sem o rio por perto e a luz da lua – falou o príncipe sério.

–-Não vamos nos perder, senhor príncipe – diz ela num tom de zombaria que Rendon fez questão de ignorar – Por aqui em algum lugar devem estar as marcações que eu e Tommy deixamos quando estivemos por aqui. Assim que eu as encontrar podemos seguir pela mata sem nenhum problema, mesmo que numa velocidade mais lenta.

Rendon preferiu não dizer nada. Aria chamou Gold e se soltou dele pulando para a cela de seu cavalo enquanto continuava a olhar para a floresta procurando as tais marcações. Alguns minutos depois ela as encontra e guia os dois pela floresta. Rendon já não aguentava mais e acabou dormindo sobre o pescoço de Milly mesmo a posição sendo incrivelmente desconfortável.

Aria também estava com sono e cansada, não tanto quanto Rendon, mas ainda assim muito casada. Mas ela não se permitiu dormir, por horas ela guiou os dois cavalos pela floresta com a pouca luz da lua que passava por entre as folhas. A lua cheia estava alta no céu quando ela desviou o caminho para mais perto do rio outra vez. Naquele trecho as águas eram calmas e um tanto conhecidas para ela. Achar um lugar de fácil travessia não foi problema. Quase toda a margem oposta a qual eles vinham seguindo era limitada por altas depressões no relevo da floresta. Mais a frente, no entanto, a estreita faixa de margem no mesmo nível do rio se abria numa clareira cercada em suas extremidades próximas ao rio pela parede de arenito e, ao fundo, grandes e imponentes arvores.

A clareira em si não era grande, apenas uma dúzia de metros de diâmetro na parte mais larga, mas a margem do rio daquele lado sumia completamente dando lugar ao paredão de arenito no na direção contraria a das águas. Foi ali, perto da parede oposta ao lado em que entraram na clareira, que Aria parou os animais. A garota desceu e, com um pouco de desforço conseguiu retirar toda a pouca bagagem deles e a cela de Gold. Depois disso ela trouxe Milly para mais perto e acordou Rendon com algumas sacudidas.

O príncipe desceu com a ajuda dela. Suas pernas estavam fracas, assim como todo o resto de seu corpo, mas passar o dia todo e parte da noite montado as fizeram ficar moles e dormentes. Aria o colocou com as costas contra a cela de Gold apoiada n parede rochosa e deu a ele água e o remédio que a mãe havia mandado a ele. Depois de ajeitar o garoto sobre as peles usadas sob a cela de Gold ela o deixou voltar a dormir.

Quando finalmente retirou todos os arreios e a cela da égua Aria passou um laço pelos pescoços dos dois animais. Mandou-os ficarem juntos e por perto, mas se esconderem de qualquer pessoa que se aproximasse. Depois os soltou. Ambos ficariam na clareira até o sol nascer, mas ela sabia que assim que os primeiros raios iluminassem o céu eles sairiam para pastar. Finalmente, quando a madrugada já ia longe a pequena Hawkey se ajeitou entre as peles dos arreios e a cela de Milly e também dormiu, deixando, finalmente, se entregar ao cansaço. Ao menos agora ela sabia que estavam num lugar seguro.


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Notas finais do capítulo

É sério gente; fiquei realmente magoada com o numero de comentários. Poxa, ñ to pedindo textos; só um "tá bom" já eh o bastante =/ ñ custa nada

Próximo cap 20/02

Espero que comentem nesse; pfv