Mais um verão escrita por Mark


Capítulo 33
Um motivo desconhecido




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ANDREW (Point of View)

Eu não tenho a menor ideia do que aconteceu. Só sei dizer que uns símbolos estranhos surgiram sobre a cabeça de Sophia e a minha. Primeiramente, quando aquela espécie de holograma surgiu sobre a cabeça de Sophia, Quíron falou que ela era filha de Afrodite, e quando um outro holograma surgiu sobre minha cabeça, ele ficou muito espantado, e gritou o nome de Hypnos. Será que Hypnos é o meu pai? E se for, por que tanto espanto?

– Andrew Erkert, você é filho de Hypnos, o senhor do sono. – disse Quíron – E você, Sophia Delary, é filha de Afrodite, a deusa do amor.

Eu e Sophia ainda estávamos muito confusos. Principalmente eu, pois os semideuses não estavam estranhando o fato de Sophia ser filha de Afrodite, mas sim estranhando o fato de meu pai ser Hypnos.

– Cara, isso é muito raro. – disse Grover, que antes estava nas arquibancadas, agora aproximando-se de mim.

– Raro? – perguntei.

– Sim. Geralmente, os filhos de Hypnos não são nem reclamados. Eles ficam como indeterminados no chalé de Hermes. – explicou Annabeth, também aproximando-se junto com Percy.

– Então... Vocês não têm outro filho de Hypnos no Acampamento? – perguntou Sophia.

– Bem... Podemos até ter, no chalé de Hermes... – dizia Quíron – Mas Hypnos nunca o reclamou.

Eu estava pensativo. Se existiam outros filhos de Hypnos no Acampamento, por que ele reclamou só a mim, e não os outros?

– Percy, Annabeth, levem Andrew para a Casa Grande. – disse Quíron – Grover, por favor, leve Sophia para o chalé de Afrodite, e apresente-a aos seus meios-irmãos. – o sátiro assentiu, e levou Sophia em direção aos chalés.

Antes de partir, ela olhou nos meus olhos, e deu um sorriso bastante confiante, o que me fez sentir melhor instantaneamente.

– Você também vem, Quíron? – perguntou Annabeth.

– Ah, sim. – Quíron falou – Quando todos já estiverem em seus chalés, irei conversar com vocês. – nós assentimos, e partimos em direção à Casa Grande.

Quando chegamos naquela grande casa de paredes azuis, entramos e sentamos no sofá da sala de estar. Eu não havia dito nada durante o percurso, mas então resolvi perguntar algo.

– Vocês não tem um chalé para filhos de Hypnos no Acampamento, não é? – assim que eu perguntei, Annabeth balançou a cabeça, negativamente. Olhei para baixo.

– Entenda, Andrew. Até hoje, Hypnos nunca havia reclamado nenhum semideus aqui no Acampamento. Então não há motivo de termos um chalé que nunca será ocupado... – dizia Annabeth.

– Vocês tem o chalé de Ártemis, que não tem filhas, e não é ocupado! – falei, sem pensar.

– O chalé de Ártemis é usado pelas caçadoras, cara. – falou Percy.

– Caçadoras? – perguntei.

– Sim, as caçadoras de Ártemis. Jovens donzelas imortais, e puras. – explicou Annabeth.

– D-desculpem... E-eu... – tentei me desculpar, mas Percy me interrompeu, levantando do sofá.

– Sem problema. Eu te entendo. – ele disse.

– Entende?

– Sim... Eu também sou o único semideus, no caso, filho de Poseidon. – Percy disse – É como se fosse a mesma coisa, mas você pode ter irmãos aqui dentro do Acampamento e não sabe. Já eu não. – eu assenti.

– É isso que me preocupa. Por que logo eu? Por que ele não reclamou outro semideus? – perguntei, olhando para Percy. Ele balançou a cabeça.

– Talvez por que ele tenha alguma tarefa especial para você. – disse uma voz conhecida por nós, a voz de Quíron, que neste momento entrava na Casa Grande. – Com certeza você será de extrema importância em alguma missão ou batalha futura.

– Missão? Batalha? – perguntei, mais confuso ainda.

– Você vai entender tudo com o passar do tempo. – disse Annabeth.

– Mas então... O que eu tenho que fazer?!

– Você tem que treinar. – disse Quíron, sentando-se em sua poltrona, à frente do sofá onde eu estava sentado, e ao lado do sofá onde Annabeth estava sentada. Neste momento, Percy estava em pé, próximo da porta. – Você deve treinar arduamente, até o dia em que seja necessário, para que seja aproveitado.

– Então Hypnos quer me usar como uma arma, e quando eu não servir mais, ele me largará?! – perguntei, irritado.

– Não é assim, Andrew. – disse Quíron.

– Como não!? – falei agressivo, levantando do sofá – Como você mesmo falou, ele só me reclamou por que tem algo para eu fazer!

– Mas Andrew... – tentou falar Annabeth, levantando do sofá.

– Não tem ‘mas’, Annabeth! – falei em tom elevado.

– Ei garoto, olha como fala com minha namorada! – disse Percy, e então percebi que havia sido grosseiro.

– D-desculpa! E-eu... – tentava dizer, quando fui interrompido.

– Não há problema. Ele está muito confuso Percy, chegou hoje ao Acampamento e soube que é filho de Hypnos, por algum motivo desconhecido. – falou Annabeth. Eu assenti, com a cabeça baixa. Passaram-se alguns minutos em silêncio, quando finalmente Quíron falou.

– Bom... O que nos resta é esperar. Percy, você se importaria se Andrew passasse alguns dias no chalé de Poseidon, até organizarmos um lugar para os filhos de Hypnos? – perguntou o meio homem, meio cavalo.

– Sem problema. – Percy falou, olhando para mim. Eu estava mesmo arrependido de ter falado com Annabeth daquela maneira, havia até recebido uma advertência de Percy Jackson, o líder do Acampamento Meio-Sangue junto com Annabeth!

– Muito bem. Vou mandar alguém para montar mais uma cama no chalé de Poseidon, Percy. Vocês já podem ir para lá. – falou Quíron. Nós assentimos.

Depois que deixamos a Casa Grande, caminhamos até o chalé de Poseidon calmamente, e em silêncio, quando eu decidi me desculpar novamente pelo ocorrido sobre a minha grosseria com Annabeth.

– P-percy, A-annabeth... Por f-favor, me desculpem... E-eu não queria...

– Esquenta não cara. – disse Percy – Só não faz de novo! – assenti, e continuamos a andar em direção ao chalé de Poseidon.

Quando chegamos, Percy e Annabeth me olharam.

– Tudo bem, eu espero lá dentro. – falei sorrindo. Annabeth e Percy também sorriram.

E então, entrei no chalé, deixando os dois pombinhos a sós por alguns instantes.

*****

PERCY (Point of View)

Depois que Andrew entrou no chalé, finalmente eu e Annabeth teríamos algum momento a sós, mesmo não sendo tão extenso.

– Percy, ele está muito confuso. – disse Annabeth – Ele não quis falar daquele jeito naquela hora.

– É, você tem razão. – falei – O cara tá passando por um momento difícil mesmo. – ela assentiu. – Mas não é sobre isso que eu quero falar.

– E sobre o que é, Perseu Jackson? – ela disse baixinho, aproximando-se de mim.

– Na verdade, eu não quero falar. Eu quero praticar. – depois que falei, puxei Annabeth mais pra perto e dei um longo beijo nela. Só nos separamos para tomar fôlego. – Eu te amo, Sabidinha.

– Eu também te amo, Cabeça de Alga. – ela respondeu, ao se separar do beijo.

Então ouvimos um pigarreio, e quando olhamos para trás, lá estava Argos com tábuas em uma mão e um martelo em outra. Eu e Annabeth coramos e nos distanciamos.

– Eu te vejo amanhã. – ela disse, e saiu em direção ao chalé de Atena.

– Antes... – falei, puxando Annabeth de volta para perto de mim. – Eu não ganho um beijo de boa noite? – Annabeth sorriu, e me deu um selinho.

– Boa noite, Cabeça de Alga.

– Boa noite, Sabidinha.

E então, ela foi em definitivo ao chalé de Atena.

– Pode entrar cara. – falei a Argos e ele assentiu.

Era ele quem iria montar a cama de Andrew, e eu aposto que se ele tivesse a quantidade de braços igual a quantidade de olhos que ele tem, ele teria montado ela em dois minutos. Mas como ele não tinha muitos braços, demorou um pouco mais para montar. Falando a verdade, demoroubastante para montar. E quando montou, Andrew caiu encima do colchão de tão cansado que estava.

– Boa noite Percy... – ele falou – E me desculpa de novo.

– Sem problema cara. – falei – Boa noite Andrew, boa noite Argos.

Argos deixou o chalé de Poseidon, e fechou a porta. Eu cai em cima da minha cama, e rapidamente adormeci, pois estava muito cansado.

*****

–Narrator-

Sophia havia chegado ao chalé de Afrodite, e estava sentada em uma cama conversando com Samara sobre maquiagem. Já eram 21h, e as garotas de Afrodite também estavam exaustas de terem ficado aplicando maquiagem o dia inteiro. Os filhos de Afrodite já haviam ido dormir há muito tempo. Poucos minutos depois, as garotas também foram. Após se deitar na cama, Sophia não conseguiu dormir. Ela pensou na cena de mais cedo, aquele símbolo sobre sua cabeça, o fato de sua mãe ser a deusa do amor, e também pensou em Andrew. Ele com certeza ainda estava muito confuso, e Sophia sabia que nem uma noite de sono poderia resolver. Ele havia sido reclamado por Hypnos, o deus do sono, por algum motivo que eles não conheciam.

– Vamos descobrir, Andrew. Eu prometo.


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