Mais um verão escrita por Mark


Capítulo 34
O verdadeiro pedido




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PERCY (Point of View)

Acordei cedo naquele dia. Acho que eram umas seis da manhã, quando abri meus olhos pela primeira vez naquele dia. Lembrei-me do dia anterior, finalmente eu havia retornado junto de Annabeth ao Acampamento Meio-Sangue. Não só junto de Annabeth, mas também de Andrew e Sophia. Eu estava feliz, pois nós havíamos conseguido trazê-los em segurança até aqui, e acho que Annabeth também estava. E o fato de eu não ter tido nenhum sonho ou pesadelo na noite anterior com certeza também ajudou para a formação do meu bom humor de hoje... Sentei-me na cama, esfregando os olhos. Levantei-me e caminhei em direção ao banheiro, quando escuto alguém falar:

– Bom dia!

Virei-me na direção daquela voz, e vejo Andrew já de pé, com uma camisa laranja do Acampamento e calças jeans. Então já entregaram uma camisa para ele, pensei.

– Ah, oi cara. Bom dia. – falei, ainda sonolento – Você já está acordado?

– Sim, minha família tem o hábito de acordar cedo todos os dias, e depois das cinco e quinze da manhã eu simplesmente não consigo mais dormir. – ele explicou e eu assenti.

Admito que achei estranho o fato de um filho de Hypnos conseguir ficar de pé antes das cinco e quinze da manhã, mas não falei nada. Exceções existem, não é?

– Bom, eu vou tomar banho e quando voltar nós vamos ao pavilhão, tudo bem? – perguntei.

– É... – ele pigarreou – Você se importa se eu for na frente? Digo, não to afim de esperar você sair de seu demorado banho.

– Uh, claro. Sem problema. Eu te vejo no pavilhão então. – eu falei, e ele assentiu.

Me virei, e voltei à caminhar em direção ao banheiro. Tomei meu banho e escovei meus dentes rapidamente, dentro de quinze minutos. O café da manhã só ia começar às seis e meia, então eu ainda estava tranquilo. Sai do banheiro com uma toalha enrolada na altura da cintura, e fui até meu guarda-roupa, armário, ou qualquer outro nome que você dê àquele móvel onde guardamos nossas roupas. Peguei uma box, como sempre, uma calça jeans e uma camisa azul do Acampamento Meio-Sangue.

Você deve estar se perguntando, camisa azul do Acampamento Meio-Sangue? Isso existe? É claro que existe, quando você se chama Percy Jackson. Bom, na verdade eu ganhei quando me tornei líder do Acampamento ao lado de Annabeth, mas mesmo assim é uma coisa fora do comum. Quíron me entregou dizendo que Annabeth havia falado que a minha cor preferida era o azul, eu me lembro de ter perguntado se tem problema, e ele disse que não, pois Annabeth teria uma igual à minha. Vesti-me rapidamente. Eu levo à sério a palavra rapidamente, tanto que consegui me vestir dentro de cinco minutos. Já eram seis e vinte. Chequei o bolso da minha calça, e Contracorrente já estava lá. Rápido, não? Antes de deixar o chalé, eu fui até a cabeceira da minha cama e peguei um objeto importante, do qual eu não poderia esquecer.

Andei em direção à porta para deixar o meu chalé, e quando abro, dou de cara com uma belíssima Annabeth na frente da minha porta. Ela realmente estava linda. Vestia calças jeans pretas, junto de sua camisa azul do Acampamento Meio-Sangue. Sua pele refletia o brilho dos primeiros raios de sol daquele dia. Seus cabelos loiros soltos caiam sobre seus ombros, e seus olhos cinzentos me encaravam. Não tinha como deixar essa manhã melhor, pois só em ver Annabeth, eu já havia ganhado o dia.

– Bom dia, Cabeça de Alga! – ela finalmente falou sorrindo, e eu ainda estava em transe encarando-a. Ela percebeu e corou um polco. Depois de silenciosos vinte segundos, eu consegui dizer uma coisa muito inteligente.

– Uh-oh. – ela sorriu – B-bom dia. Você está linda. – falei. Nossa, seu sorriso era perfeito... Eu estava completamente apaixonado pela Annabeth, sinto isso todos os dias quando a vejo, é como se eu jamais me cansasse dela. E eu realmente jamais me cansaria dela. - Vamos? – eu perguntei. Ela olhou para mim como se esperasse que eu falasse algo, mas não sei o que isso significava.

Depois de dois minutos, eu e Annabeth já estávamos andando em direção ao pavilhão. No caminho, vimos vários semideuses caminhando e conversando, como Andrew e Sophia. Decidimos ir até eles.

– Bom dia, pombinhos. – falei.

Os dois coraram tanto que poderiam ser facilmente comparados à tomates.

– N-nós não... – Sophia tentou falar, quando Grover se aproximou de nós.

– Percy, Annabeth, Andrew, Sophia! – disse Grover, cumprimentando-nos.

– Bom dia, amigão. – falei.

– Oi. – falaram Andrew e Sophia em uníssono.

– Olá Grover, como vai a Juniper? – perguntou Annabeth, virando de lado para poder vê-lo. Ela não estava tão feliz como eu imaginei que estivesse por ter trazido Andrew e Sophia para o Acampamento.

– Ah, ela está ótima, Annabeth. Obrigado. – disse Grover, e acho que posso dizer que ele corou um pouco.

– Juniper? – perguntou Andrew.

– Sim, a namorada do Grover. – respondi.

– Ah. – disseram juntos Andrew e Sophia.

– Mas, ela também é... Metade bode? Digo, cabra? – perguntou Sophia, com uma expressão intrigada.

Agora eu tenho certeza que posso falar que Grover estava igual à um tomate, ou mais vermelho, se isso fosse possível.

– Não... Ela é uma ninfa dos bosques. – disse Grover, com seriedade.

– Ah. – disseram Andrew e Sophia mais uma vez.

– Percy, Annabeth! – ouvi aquela familiar voz gritar, era Samara. Virei-me para vê-la, e ela estava linda como sempre. Annabeth não gostou muito da minha cara quando eu a vi, acho que fiquei meio bobo, tanto que me deu um soco no braço.

– Ai! – reclamei baixinho.

– Vai ter mais disso se não se comportar. – ela disse baixinho no meu ouvido.

– Samara! – falou Sophia, segurando as mãos da sua meia-irmã, quando ela se aproximou – Eu tenho que falar com você! Fiquei sabendo que lançaram uma nova cor para esmalte, é uma derivação de laranja e...

Depois disso, eu não quis mais ouvir. Desculpe.

– Bom, vamos indo para o pavilhão enquanto essas duas conversam. – falei, e olhei para Annabeth, que ainda não parecia muito feliz.

Quando finalmente chegamos ao pavilhão, quase todas mesas já estavam ocupadas. Quase, pois sempre tinha que ter uma mesa vazia para Percy Jackson e seus amigos. Eu acho que fiquei um pouco convencido depois que me tornei líder do Acampamento, só um pouquinho... Mas bem, como eu havia falado, sempre teria uma mesa vazia nos esperando. Tanto que não precisamos andar muito para encontrar uma, e logo sentamos nas cadeiras. Samara e Sophia ainda falavam sobre esmaltes e maquiagem, Grover agora conversava com Andrew sobre algo que eu não me interessava, e eu estava olhando nos olhos cinzentos de Annabeth. Ela ainda parecia um pouco... Bem, enciumada?

– O que você tem? Não fica assim não. – falei, olhando para ela.

– Não é nada, Perseu. – ela disse.

“Ela não disse Perseu! Ela não disse Perseu!”, uma parte de mim tentava se enganar. Mas ela disse mesmo Perseu... E como eu já mencionei isso em outros momentos, coisa boa não vinha por aí...

– O que eu fiz de errado dessa vez? – falei, olhando para baixo.

– Eu acho que o fato é o que você não fez. – ela disse, sem olhar nos meus olhos. Ela estava mesmo um pouco irritada.

– Mas... – eu tentei argumentar, mas fui interrompido por Grover.

– O que vocês vão pedir? – ele perguntou, e todos nós paramos de conversar.

– Suco de blue berry. – falei.

Todos sorriram, menos Annabeth.

O que será que ela tem? Eu não fiz nada de errado dessa vez! – eu me perguntava. Agora eu entendi o que Paul, meu padrasto, quis dizer com “É difícil entender a cabeça das mulheres, Percy”. Claro que ele disse isso quando minha mãe não estava por perto. Tentei lembrar de algo que talvez eu tenha feito e ela não tenha gostado. Lembrei de ontem à noite, nos beijamos antes dela ir para o chalé de Atena, e ela estava feliz... Então, o que eu poderia ter feito se eu não a vi mais ontem à noite? Mas ela falou algo sobre eu não ter feito, e...

– Percy? Tem algum problema? – me perguntou Samara.

Eu acho que fiquei afogado nos meus pensamentos, que nem notei o que acontecia ao meu redor.

– Ah, desculpem. Não há nada errado. – falei.

– Tem certeza? – Grover reforçou, com uma expressão preocupada – Eu acho que consigo sentir algo nas suas emoções e...

– Não há nada errado, Grover. – falei – O que vocês vão querer comer?

– Ah, um cheseeburger. – disse Andrew.

– É, eu também quero um. – disse Grover.

– Salada, com certeza. – disseram Sophia e Samara juntas, e sorriram.

Annabeth não falou nada.

– Hm, tem algo errado, Annabeth? – Grover perguntou.

Ela pareceu não escutar. No que será que estava pensando?

– Annabeth? – falou ele, novamente.

– Ah, desculpe. – ela falou – O que quer?

– Tem algo errado? – perguntou Samara.

– Não. Claro que não. Está tudo certo. – ela disse, sem olhar para mim.

Pedimos nossos cafés, eu escolhi pizza com suco de blue berry. Estava meio que repetitivo, mas continuava ótimo. Os outros também escolheram o que queriam. Levantamos e fomos até a fogueira, fazer nossa oferenda aos deuses.

– Afrodite... Acho que preciso de sua ajuda agora. – falei, e joguei uma fatia de pizza na fogueira.

– Eu tenho tudo sobre controle, Percy. Não se preocupe. – ouvi algo na minha mente. Será que ela já havia mesmo recebido a oferenda? Fiquei um pouco assustado, mas não demonstrei. Os outros também fizeram suas oferendas, e voltamos à nossa mesa para finalmente tomar nosso café, que pra mim não tinha café, mas sim suco de blue berry.

Comemos conversando. Annabeth não falou nada durante toda a nossa conversa. Então, quando terminamos de comer, assim como todas as outras mesas onde os semideuses já estavam começando a se preparar para mais um dia de treinos, eu levantei da minha cadeira primeiro e falei em tom elevado.

– Atenção, por favor. – disse, e todos olharam para mim.

Um silêncio se propagou por todo o pavilhão. Até Quíron e Sr. D pararam de conversar entre si, e viraram-se para mim.

– Bom... – comecei – Eu tenho que falar algo à todos vocês, especialmente à você, Annabeth. – ela olhou surpresa para mim, eu lhe ofereci a mão e ela também levantou.

– O que quer, Perseu? – ela perguntou indiferente. Todos os outros também prestavam atenção em mim.

– Como alguns de vocês devem saber, eu e Annabeth estamos juntos há alguns dias. Dez, para ser mais exato. – falei, e os olhos de Annabeth brilharam. Sua expressão facial passou de aborrecida para esperançosa – E eu ainda não havia tido uma oportunidade como essa para lhe fazer uma proposta, Annabeth.

Pude perceber que as filhas de Afrodite começaram à comemorar e dar gritinhos como “É agora!” ou “Até que enfim!”. Mesmo assim, continuei.

– Eu te peço desculpas se alguma vez eu te magoei, e se eu realmente fiz isso, entenda que não foi minha vontade. Mesmo já sendo namorado seu... – falei, tirando uma caixinha de veludo azul do bolso – Eu te pergunto, agora, na frente de todo o Acampamento... – pude perceber que os olhos dela agora brilhavam realmente. Ajoelhei-me em sua frente, ela levou uma das mãos ao rosto, enxugando algumas lágrimas, e logo depois a outra mão, tapando a boca. Abri a caixa de veludo, que revelou dois anéis, um com um tridente azul, e outro com uma coruja marrom – Annabeth Chase, você quer namorar comigo?

Um longo silêncio propagou-se pelo pavilhão, como antes. Eu estava ansioso pela resposta dela, mesmo sabendo que já erámos namorados. Todos estavam apreensivos, percebi até o Sr. D com uma certa impaciência. Se Annabeth ainda estivesse irritada comigo, talvez deixássemos de ser namorados nesse momento. As filhas de Afrodite estavam inquietas em sua mesa, e até Sophia e Samara que estavam na nossa mesa, comemoravam. Os outros estavam surpresos.

– Eu... Eu aceito, Percy Jackson! – ela disse, e todo o Acampamento bateu palmas e comemorou. Quíron também expressou felicidade. Eu abri um grande sorriso, assim como Annabeth. Rapidamente peguei o anel com o tridente azul de dentro da caixa de veludo azul, e nele estava escrito: Percy Jackson e Annabeth Chase, quatro de Julho. Não me pergunte como, mas estava. Peguei delicadamente a mão direita da minha amada, e coloquei o anel em seu dedo anelar. Ela sorriu pra mim, e eu retribuí o sorriso. Ela pegou o anel que restou, o que tinha uma coruja marrom e nele estava escrito: Annabeth Chase e Percy Jackson, quatro de Julho. Colocou em meu dedo, e então levantei-me. Aproximei-me de seu ouvido e falei.

– Te amo.

– Eu pensei que você tinha esquecido! – ela disse, me abraçando – Eu também te amo, Percy!

E então, tivemos um longo beijo.


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