Mais um verão escrita por Mark


Capítulo 23
Conhecendo os novos semideuses




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PERCY (Point of View)

Assim que saímos da casa da família de Annabeth, eu e ela fomos direto à praia. Não para nos divertir, isso seria ótimo. Mas sim, estamos indo para praia, pois Annabeth viu nossos dois mais novos semideuses fugindo de lestrigões lá, em um sonho. Sei que vocês acompanham essa história, então sabem do que estou falando.

– Será que eles estão mesmo lá? – perguntei.

– Vamos torcer que sim. Além do mais, onde poderiam estar? O sonho foi bem claro. – Annabeth falou, eu assenti.

Continuamos andando, e não demorou muito para nós chegarmos. Tive vontade de me jogar na água do mar, recuperar as energias, mas Annabeth disse que temos que encontrar os novos semideuses primeiro. Fiz biquinho, e ela sorriu.

– Não seja criança, Percy.

Andando pela calçada, e olhando para Annabeth, não pude deixar de notar: como minha namorada é linda! Fiquei irritado de estar na praia, e não puder me divertir com ela.

Tudo estava tranquilo, até andarmos por mais alguns metros. Uma fila de carros parados na estrada, todos abandonados, e pior: uma multidão corria em nossa direção.

– Eu sei que sou lindo, mas não precisa correr para me ver! – falei, e Annabeth deu uma tapinha no meu ombro.

– É isso! – falou Annabeth, depois de alguns instantes pensando. - Os dois semideuses devem estar logo atrás dessa multidão, fugindo dos monstros!

– É, pode até ser. Mas acho que atropelados não conseguiremos levá-los até o Acampamento! – falei, puxando Annabeth para o outro lado da rua.

Entramos num beco sem saída, e esperamos a multidão se dissipar. Depois de alguns instantes, já estavam a metros de distância. Saímos do beco sem saída (você entendeu) e pudemos ver dois jovens, um garoto e uma garota, correndo. Logo atrás, um daqueles monstros de lançam fogo, liderando um grupo de lestrigões.

– São eles! – Annabeth gritou.

– Como você sabe? – perguntei, e me arrependi na mesma hora. Annabeth fez uma cara de“Você não perguntou isso, perguntou Percy Jackson?”.

– No meu sonho, vi um garoto e uma garota, correndo, sendo perseguidos por monstros. Aqui temos um garoto e uma garota, sendo perseguidos por monstros. Será que é coincidência? – Annabeth falou, fazendo a pergunta em tom de sarcasmo.

– Talvez. – disse, e Annabeth balançou a cabeça, negativamente, e voltou a olhar para frente.

– CUIDADO! – gritou o garoto, e em seguida fez uma cara de espanto. – S-são eles!

– Garoto com cabelos negros e olhos verdes. – gritou a garota.

– Confere! E garota de cabelos loiros e olhos cinza. – gritou o garoto.

– Confere! São eles mesmos! Percy e Annabeth! – gritou a garota.

Tá legal, eu sei que eles são os semideuses que estamos procurando. Mas como eles nos conhecem, isso eu não sei.

– Somos nós mesmos, mas quem são vocês, como sabem nossos nomes? – perguntei.

– Eu tive um sonho, vocês dois estavam montados em um pégaso, e foram atacados, e... – dizia o garoto, mas a garota o interrompeu.

– Eu sei que a conversa está muito boa, mas nós podemos primeiro ACABAR COM ESSAS COISAS QUE ESTÃO NOS SEGUINDO? – a garota gritou a frase toda, mas pôs ênfase nessa última parte. Eu assenti.

– É claro! – falei, tirando Contracorrente do bolso e ativando-a. A garota arregalou os olhos, acho que ela nunca viu uma espada de bronze celestial com noventa centímetros de comprimento antes. – Saiam da frente!

Eles obedeceram. O monstro lançou mais algumas bolas de fogo, explodindo mais alguns carros na estrada.

– Você não vai estragar nossos planos, Percy Jackson! Não vai conseguir destruir nosso mestre, como fez com os titãs! – rosnou a criatura.

Eu fiquei pensativo agora. Já havia batalhado contra titãs antes, e essa coisa agora diz que eu não conseguirei destruir o mestre dela, então há outro?

Annabeth pigarreou.

– Percy? Eu nunca pensei que pediria isso mas... Você pode deixar para pensar depois? Precisamos da sua ajuda aqui. – ela falou, calmamente. Eu assenti.

– É o que veremos! Vou destruí-los como fiz com os outros. – falei, erguendo Contracorrente e levando em direção ao monstro. A criatura lançou mais bolas de fogo, mas (não sei como) consegui desviar todas com a lâmina de Contracorrente, e acertei bem no coração daquela coisa, se é que aquilo tem coração. Mas se tem ou não coração, isso não importa. O que importa é que virou pó.

– Você tem alguma arma, garoto? – perguntei, enquanto ia em direção à um dos lestrigões.

– Bom... Eu tenho uma moeda. – ele falou.

– Isso não ajuda muito. – disse, cortando a cabeça de um dos lestrigões.

O garoto pegou uma moeda do bolso, e na hora notei que não era uma moeda normal. Quando ele a transformou em lança, concluí que aquilo deveria ser feito de bronze celestial.

– Ótimo. Uma moeda que vira lança, feita de bronze celestial. Você pode usá-la para me ajudar a destruir essas coisas, sabe? – falei, indo em direção ao segundo lestrigão. Ele assentiu, e jogou a lança na direção de um dos monstros. Eles não eram muito inteligentes. Cheguei a essa conclusão quando vi três correndo para todos os lados, com medo da lança talvez, mas no fim a lança atingiu os quatro, os três que corriam para todos os lados, e o outro, na direção na qual a lança foi lançada.

Annabeth também ajudou. Ela pegou a sua adaga, e esfaqueou os outros dois monstros que restaram. Agora, os únicos vestígios de monstros que restavam ali era pó, que se misturou com a areia da praia, que estava praticamente a alguns centímetros de nós.

A área estava completamente destruída. Carros virados e queimados, coqueiros derrubados... Alarmes apitando... Um verdadeiro caos.

– Isso foi extremamente fácil. – falei. – E você tem uma lança, hein.

O garoto assentiu. Ambos os semideuses que encontramos fugindo dos monstros estavam boquiabertos. A garota um pouco mais.

– Prazer, meu nome é Percy Jackson. – disse. – E ela é Annabeth Chase.

– Prazer. – os dois falaram novamente em uníssono.

– Bem... Eu sou Andrew, Andrew Erkert. – disse o garoto.

– E eu sou Sophia... Sophia Delary. – falou a garota com desgosto, como se não gostasse do sobrenome da sua família.

– Desde quando vocês estão correndo desses monstros? – perguntei.

– Bom... Eu morava com a minha avó, então essas coisas começaram a aparecer. Então fugi de casa, para não atraí-los para casa da minha avó. – falou o garoto, Andrew.

– Eu morava com a minha avó, mas ela faleceu... – disse a garota, seus olhos marejados – Então fiquei com familiares, e pulei de casa em casa, até resolver fugir...

Então o garoto, Andrew, a abraçou.

– Vai ficar tudo bem... – ele falou para ela. Ela assentiu.

– Me desculpem... – ela disse.

– Tudo bem. Sabemos o quanto é difícil, especialmente para nós, semideuses. – Annabeth falou.

– Vocês são namorados? – perguntei, e então, os dois abraçados, coraram, e rapidamente se separaram.

– N-não. – os dois falaram em uníssono, eu assenti.

– Então vocês se conheceram na rua... – disse Annabeth, e ambos, Andrew e Sophia, assentiram.

– Pois bem. Somos sua nova família. Nós dois, – falei apontando para Annabeth. – e mais centenas de semideuses.

– Espera... Semideus? – a garota, Sophia, perguntou.

– Sim. É o resultado da junção de um deus ou deusa, com um ou uma mortal. – explicou Annabeth.

– Então você quer dizer que meu pai é um deus? – o garoto perguntou surpreso, eu assenti.

– O meu também é, cara. Sou filho de Poseidon, deus dos mares e senhor dos terremotos. – falei.

– Então você pode... – a garota dizia, mas assenti antes dela concluir o pensamento. Eu já sabia o que ela ia dizer.

– Isso mesmo, eu posso controlar a água e causar terremotos... Mas nunca tentei causar terremotos, não por vontade própria. – falei, Sophia assentiu.

– Mas então... Como nós sabemos quem são nossos pais? Eu nunca conheci a minha mãe. Meu pai morreu, e eu tive de morar com a minha avó, antes dela também morrer. – disse a garota.

– Nós sabemos o quanto difícil é entender isso. Passar a vida inteira sem ver ou conhecer os pais, do lado divino. – falou Annabeth, passando a mão pelo cabelo de Sophia. A garota parecia um pouco mais nova que Annabeth, mas não tanto para Annabeth querer ser a mãe dela. – Agora vocês terão uma família nova, e conhecerão seus pais divinos.

– Mas por que eles não apareceram antes? Deixaram nós sermos criados por nossos avós, e nem se importaram conosco! – o garoto protestou.

– Eu sei que é difícil cara. Mas é assim. Nós não podemos mudar o que aconteceu. Nós vamos levá-los para o Acampamento, e lá vocês vão passar a treinar para poder se proteger dos monstros, e terão uma família nova... – falei, tentando ajudar Andrew. Eu mesmo senti o que ela está sentindo agora. Fiquei bastante irritado pelo fato de meu pai me conhecer, ou se mostrar para mim, apenas aos meus doze anos, mas depois consegui perdoá-lo, e hoje somos amigos, à medida do possível.

Andrew balançou a cabeça negativamente, e o quão forte emocionalmente ele fosse, deixou escapar algumas lágrimas. Saiu correndo em direção ao mar, a garota, Sophia, tentou segui-lo, mas eu não deixei.

– Andrew! Espera! – ela disse. – Me solta! Deixe-me ir...

Eu não queria deixar ela segui-lo, queria que ele pensasse um pouco... Mas... Eu senti algo estranho. Algo que eu também sentia quando Samara, no Acampamento Meio-Sangue, pedia algo, e eu deixei Sophia escapar das minhas mãos.

– Percy, por quê? – Annabeth perguntou.

– Eu... Eu não sei! A voz dela... Eu deixei... – tentei explicar o que havia acontecido.

Annabeth a estudou enquanto corria, mas não me falou nada. Eu sabia o que Annabeth estava pensando, mas nem eu nem ela dissemos nada.

Sentamos sobre a areia, e ficamos observando Sophia e Andrew, eu sabia que uma hora ela ia conseguir convencê-lo, como ela me convenceu a soltá-la.

Ficamos ali o resto da tarde inteira, e já estava escurecendo, quando Andrew e Sophia voltaram.


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