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POV MARIANA

Tínhamos ido para casa, somente para buscar o carro e ir até o berçário onde eu e Camila crescemos. Quando chegamos, o local estava totalmente escuro e silencioso, até ouvirmos um grito, aparentemente da Camila. Isso me deixou apreensiva. O que podia ter acontecido com ela?!

– Quanto tempo o sangue de vampiro fica no organismo?

– Um dia, mais ou menos, por quê? – Ele me perguntou.

– Ela tem o meu sangue no seu organismo, ela volta...

– Se ela morrer voltará como vampira... – Damon me observou. – Vai deixar sua amiga morrer?!

– Não, mas... Se não conseguir protegê-la, se não houver outra maneira de salvá-la... Ao menos ela volta! – Eu disse angustiada, crispando os lábios.

Eu o segui e no instante em que entramos, as luzes acenderam-se, e com elas um homem também apareceu.

POV Damon

– Uhmmm, suponho que seja Mariana?! - Apontou o dedo para ela, e depois de estudá-la por breves momentos, cravara os olhos em mim. - E quem é esse?! Não disse pra você vir sozinha?!

– Disse, mas eu não escutei. – Mariana retrucou áspera.

– Ok ok, onde está a Camila? - Disse, já ficando cansado daquela conversa entediante.

– Ali dentro. - Apontou para uma porta que estava meio aberta, e dentro dava para ver Camila, inconsciente e amarrada, usando apenas suas peças íntimas e toda machucada, com mordidas em todo o seu corpo. – Me desculpem, mas enquanto não chegava eu tinha que passar o meu tempo... Porque não a soltam? - O homem misterioso sugeriu com um sorriso discreto.

Eu fiquei desconfiado, mas Mariana e sua ingenuidade fora em direção à porta, mas antes de entrar foi puxada pelo homem, que a agarrou pelo braço. -O que é que você quer? Disse que eu podia soltá-la!

– Mariana, para de acreditar em vampiros. - O homem revirou os olhos em claro sinal de tédio.

– Mas eu sou uma!

–Bem, isso faz parte do recado...

– Por que não diz logo o bendito recado?- Perguntei impaciente.

O homem olhou para mim com um olhar de superioridade- Ainda não me disseste quem é!

Desta vez foi a minha vez de revirar os olhos e fui em direção ao moleque com a minha velocidade vampírica e o prensei contra a parede com a minha mão apertando o seu pescoço.

–Damon Salvatore, me conhece? - Indaguei com um sorrisinho cínico. Não sei por que, mas quando disse o meu nome, o garoto arregalou os olhos. - Agora, está na hora de eu fazer as perguntas, quem é você?

– Eu sou o He-Henry... - Murmurou com dificuldade- Me conhece? - Questionou com as sobrancelhas erguidas. O moleque era magro, porém esguio com cabelos escuros e olhos esverdeados e me surpreendeu com um chute na barriga, fazendo-me voar alguns metros longe dele.

Me levantei no mesmo instante, partindo para cima dele enquanto Mariana soltava habilmente sua amiga das cordas.

POV CAMILA

Acordei com alguém me chamando e era... A Mari?!

– Camila, Camila consegue andar? - Eu estreitei os olhos e assenti sem muita certeza.

Só depois de ela colocar o meu braço em volta dos seus ombros é que eu o que tinha acontecido começara a voltar a minha memória.

*Flashback on*

Estava voltando para casa, e ria a ouvir música no meu Ipod e às vezes cantarolava baixinho, quando ouvi um estalar de folhas, e aí está um prejuízo de viver no meio da floresta, é que se está sempre a ouvir barulhos e nunca se sabe quem é, tanto pode ser um bambi como um serial killer!... Continuei a caminhar, com a leve impressão de estar sendo seguida até o momento em que me virei, dando de cara com um homem alto e magro de cabelos escuros que sorrira de leve para mim, antes de desaparecer por um momento para meu total espanto.

Antes que pudesse me virar, senti braços me prendendo, seguidos por um pano que cobrira meu nariz e a boca. O gosto era... Doce. Eu me lembrava de ter assistido uma aula sobre isso, mas...

Mas tudo se tornou escuro.

Acordei numa sala com vários placares preenchidos por desenhos e brinquedos espalhados pelos móveis existentes. Na porta estava encostado o homem que me raptou, e só aí é que apercebi que estava amarrada a uma cadeira. Ele veio até mim e começou por perguntar:

– Conhece a Mariana Gilbert?

– Sim.- Respondi desconfiada.

– O que você é dela?

– Melhor amiga.

O homem levantou as sobrancelhas e murmurou. – Tudo bem... Bom enquanto ela não vier... –ele me olhou de cima à baixo. -Vamos aproveitar.

Ok, não sei o porquê de ele se querer encontrar com a Mariana, mas eu espero que ela não se demore, estou a começar ficar assustada e tenho um mau pressentimento. Ele aproximou-se de mim, tanto que eu até pensei que ele me fosse beijar, o que nem estava de todo errado. Quando os nossos lábios se roçaram ele direcionou-se ao meu pescoço, foi quando eu vi seus olhos escurecidos e os caninos um pouco maiores que o normal. Nesse exato instante, eu tenho vontade de gritar, mas nenhum som escapara de meus lábios, apenas a respiração pesada e o grunhido de dor quando ele me mordera.

Depois tudo o que passei resume-se a dor, proveniente das mordidas.

*Flashback off*

À mediada que caminhávamos para a porta eu começava a ouvir sons de murros e urros de dor disfarçados por gemido, e quando chegamos à porta eu vi o Damon e o homem que me sequestrou lutando, mas pararam logo que me viram.

– Podes dizer o recado.- Disse a Mariana firmemente, pelo menos foi o que deu a entender, e se não fosse isso que ela estivesse a sentir naquele momento ela atuava muito bem...

– O recado é... - O homem caminhou em nossa direção- Não se envolva com o mundo sobrenatural, porque se você se envolver, não vai conseguir sair!- Mari deu uma risadinha abafada, mas logo se recompôs.

– E de quem veio a mensagem?

– Do Kelvin.