Perdido no labirinto da minha alma, encarando de frente os meus demônios.

Trancafiado nos muros do meu eu.

Diante de mim apenas um fresta, me ligando ao mundo exterior.

Sofro isolado em meu casulo, na escuridão da minha mente.

E esse escuro, me transporta para o surreal dos meus medos.

Fico antagônico ao acaso, mergulhado em um caos particular.

A imagem que o meu espelho reflete me assusta.

Ele me aborda, e me põe réu dos meus sentimentos;

Sou lacaio da minha ira, algoz por esse jeito temperamental.

Atrás do meu sorriso, muitas vezes se esconde uma lágrima amarga.

Uma lágrima que escorre em meu rosto;

Rasgando a minha máscara e escancarando o que se esconde por trás.

Penso coisas que não devia, faço coisas contrarias do que penso.

Tornei-me um fardo pra mim mesmo;

O vilão da minha própria história.

Guardado em minha zona de conforto, e desligado de tudo ao meu redor.

Sou fera enjaulada, por fora um homem forte e maduro;

Por dentro ainda sou aquele garotinho assustado.

Que se esconde em meio à floresta, na tentativa de fugir do mundo.

Hoje percebo que não há fuga. Pois o meu maior pesadelo está dentro de mim.

Confundo-me, em meio ao antropocêntrico e teocêntrico.

Sou o autor da minha história, mas não da minha vida.

Um pobre humano curvado ao Divino.

Na esperança do resgate desse mundo sombrio que eu criei.