Deathbed escrita por Grani008


Capítulo 12
I Know what You gonna Do


Notas iniciais do capítulo

hey BABIES, I'M BACK! hehehehhehehehehhehe comentem pf. pf. e, eu quero pedir uma coisinha... vcs que tão ae SEM FAZER NADA podiam dar uma olhadinha nessa fic pra mim? aproveitem e comentem!: http://fanfiction.com.br/historia/448119/You_Know_Where_To_Find_Me/ a autora agradece ;) e eu tbm! mil beijos seus fofos!



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Cap. 12? -------------------------------------- Nico Di Angelo

1º Dia.

– Fique longe de mim!

– Mas o que você quer dizer com-

Não ouvi mais nada. Bati a porta na cara dele.

Esse foi o primeiro dia.

2º Dia.

– Você não pode fazer isso pra sempre!

– Claro que posso, e vou – eu disse irritado – não posso nem sair pra comprar algo pra comer e olha o que acontece!

Uma porta se abriu no corredor onde eu tinha alugado meu novo apartamento. De lá saiu uma garotinha - de uns 13 anos? - Ela usava jeans e camiseta e parecia acordada há algumas horas, e bem disposta, apesar de ser três da manhã.

– Tudo bem por aqui?

– Não – Percy exclamou me encarando.

– Claro – eu dei um sorriso tímido para minha vizinha – pode voltar a dormir, não vamos mais incomodá-la, ele já está indo embora.

– Não estou não. – Ele rebateu colocando a mão segurando a porta, para que eu não a fechasse.

– Percy larga isso – abaixei mais o tom de voz – ou vou ter que explicar pra garotinha ali como se liga pra polícia toda vez que você aparecer aqui?

Ele me olhou confuso. Segundos depois tirou a mão da abertura da porta e se afastou. Fechei a porta e me deixei escorregar de costas pra porta.

– Eu sinto muito – falei depois de um longo suspiro.

3º Dia.

Cheguei a frente ao meu apartamento. Ele estava sentado do lado da porta no chão, e me encarou logo que me viu. Só suspirei e continuei a andar, tentando equilibrar as duas sacolas de compras nas mãos. Era o terceiro dia que eu chegava das compras (que estranhamente eu fazia às 3 da manhã) e ele estava ali.

Tentei pegar a chave no meu bolso, mas fui obrigado a deixar uma das sacolas no chão. Equilibrando a outra enquanto tentava colocar a chave adequadamente na fechadura. Desajeitadamente consegui abrir, peguei a outra sacola, equilibrando tudo e empurrando a porta com os pés. Entrei e fui direto pra cozinha, deixando as compras no balcão e logo voltando pra trancar a porta, torcendo pra ele não ter aproveitado para entrar – eu sabia, muito bem, que se ele tentasse algo eu não saberia se conseguiria resistir – Mas ele não o fez. Continuou lá, sentado, e eu pude notar que estava com o mesmo moletom da noite anterior por cima da blusa branca, mas aquela não era a mesma roupa do primeiro dia, o que me deixou pensando, preocupado, se ele estava bem... Tirei isso da minha mente. Já não era mais problema meu.

Ele olhou pra frente e suspirou. Ele parecia cansado. Quantas horas teria ficado ali? Fingi que não me importava e já ia fechando a porta, quando, faltando apenas uma pequena fresta pra ser fechada, eu parei, e o ouvi suspirar, logo depois ele colocou a cabeça entre os joelhos e abraçou os mesmos, em posição fetal.

Você faz falta – ele sussurrou, provavelmente pensando que eu não podia ouvir – Eu sinto sua falta.

Fechei a porta. Ele não sabia a falta que eu sentia dele.

4º Dia

Resolvi parecer alguém normal, e acabei dormindo até às dez da manhã e realmente aproveitando a minha tarde, ao invés de dormir no ‘horário de sair de casa’ e ficar acordado no ‘horário de dormir’ (como vinha fazendo frequentemente).

Saí de casa, e me surpreendi quando não o avistei. Ao mesmo tempo me senti mal, mas aliviado. Eu tinha mandado o verdadeiro Percy de volta pra casa. Aquele tinha 99,9% de chance de ser coisa da minha mente. Coloquei toda a minha fé nisso. Nunca tive um bom histórico com 0,1%’s. Não ia me deixar enganar novamente, e, por isso fiquei um pouco mais leve naquela manhã quando não o vi por perto.

Provavelmente, meus dias naquele mundo quase ‘igual’ que eu havia criado depois de destruir o outro, estavam contados, se Leo cumprisse o que me prometeu. E era o que eu realmente esperava que acontecesse, apesar de achar estranho estar demorando tanto. Eu não tinha mais medo da morte, acho até, que, eu queria morrer. O que me fez pensar: Eu já estava morto?

Eu planejava morrer e saber disso. Mas parece que nem sempre o mundo faz as minhas vontades. Tudo bem. Posso conviver com isso.

Ou talvez eu não pudesse.

Nunca iria saber.

A manhã passou tranquila, e tomei café da manhã no lugar do almoço, em um café em uma ruazinha tranquila perto do meu apartamento. Passei a tarde me aproveitando do wiifi e pedindo um café uma vez ou outra.

No final da tarde, eu já havia encomendado alguns livros pela internet, e uma pizza para o jantar, então resolvi voltar pra casa. Apesar de eu não saber mais qual o conceito de ‘casa’.

Não pude evitar pensar, enquanto voltava a pé, que um dia eu morreria, caso ainda estivesse respirando no mundo real. Era questão de tempo, ninguém vive pra sempre. Reconfortei-me com isso, fiquei até feliz, e comecei a pensar se não era melhor locar algum filme pra assistir enquanto comia a pizza que já devia estar chegando.

Peguei o elevador por pura preguiça de subir as escadas com a mochila pesada que continha o computador. Entrei sem perceber a garotinha que já estava no elevador. Levei um susto quando ela me cutucou, e percebi que era minha vizinha mirim.

– Hey, você é o cara do número 33?

– Yeah.

Falei desanimado enquanto apertava o botão para o terceiro andar, antes perguntei se ela iria a algum lugar, mas ela só confirmou o que eu suspeitava, estávamos indo para o mesmo andar.

Continuamos calados por um tempo, até que o elevador rangeu um pouco. Parou. Andou mais um pouco. E depois parou de vez.

– Droga – murmurei, já apertando o botão de emergência.

A garotinha se sentou no canto do elevador. Consegui falar com alguém, que disse que ia tentar arrumar o problema, mas que demoraria no mínimo uma hora.

– Mas e minha pizza?! Arght!

Olhei irritado pra cima e me sentei na extremidade oposta do elevador.

– Aquele cara – a menina puxou assunto - do lado de fora do seu apartamento. Quem é ele? Slenderman?

Olhei incrédulo para ela.

– Eu mal te conheço, não vou te contar a minha vida.

Ela me fuzilou com o olhar, como se, naquele momento fosse colocar fogo em mim, mas, ela só suspirou e respondeu:

– Deve ser importante, pra ser considerado parte da sua ‘vida’ – ela me olhou com aquele olhar que as garotas costumam fazer quando percebem que tocaram no seu ponto fraco – ou eu devo dizer... – ela continuou – pra ser considerado sua vida.

Virei o rosto pra não encará-la.

– Não se meta onde não foi chamada – retruquei.

– Não é como se eu não tivesse sido chamada – ela deu de ombros – eu costumo estar onde as pessoas precisam de mim.

Ela falou com um tom de superioridade quase como uma deusa arrogante, mas sua voz era agradável e confortante como veludo.

– Nesse caso não fui eu que te chamei.

– Mas, voltando ao que interessa. Aquele garoto é seu namorado?

Engasguei quando ela disse isso. Em meio à minha crise de tosses ela começou a rir dizendo “acertei” e começando a rir novamente.

– Ele não é meu namorado! Ele nem ao menos existe!

Gritei, me matando mentalmente por ter dito aquilo.

– Eu não te entendo – ela franziu a testa, como se tivesse voltado a ter o espírito de uma criança – mas, tudo bem – ela sorriu calorosamente, se levantando em seguida – em todo caso, se ele não “desapareceu” – ela seguiu a palavra com um sinal de aspas com as mãos – é por que ainda tem coisas a serem ditas. Converse com ele e esclareça tudo.

Como se por ela ter se levantado o elevador voltou a subir. Eu ainda estava me preparando pra levantar quando ela saiu e me olhou do corredor.

– Há! Mais uma coisa, não sei o seu nome!

Levantei-me e fui até ela, estendendo a mão como se tivéssemos acabado de nos conhecer:

– Meu nome é Nico Di Angelo.

Ela sorriu.

– Então eu estava certa – sussurrou olhando para baixo, mas logo voltou ao normal, abriu o maior sorriso e apertou a minha mão – Eu sou sua vizinha da direita, meu nome é Héstia.

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Por sorte e coincidência o entregador de pizza tinha se atrasado, então eu consegui chegar em casa a tempo. Resolvi ver um filme online ou qualquer coisa que estivesse passando na TV.

Enquanto em decidia, deitando no sofá com o computador no colo, e a TV ligada. Mas não podia parar de pensar no que a garotinha havia dito.

“[...] Em todo caso, se ele não “desapareceu”, é por que ainda tem coisas a serem ditas [...]”, Deixei o computador de lado, e fui até a porta, abri e olhei para o corredor vazio, deixando minhas esperanças se esgotarem.

Voltei pra dentro e me joguei no sofá, lamentando. Talvez, eu nunca mais poderia ‘dizer o que ainda precisava ser dito’.

5º Dia

Acordei tarde por ter dormido tarde. É. A pizza tinha acabado cedo, e não tinha nada na geladeira. E agora estou morrendo de fome.

Saí pra comprar alguns Donuts, que me fizeram lembrar Tyson. Será que ele ainda estava vivo? Teria ele gostado da volta do irmão mais velho?

Perguntas que nunca seriam respondidas.

Voltei pra casa, nenhum sinal dele, coloquei os Donuts na cozinha e levei um comigo até o meu quarto desajeitado e bem claro. Eu tinha começado a apreciar um pouco de luz do sol.

Eu só comecei a pensar como seria depois que morresse. Se aquela garotinha estava certa. E quanto tempo eu ainda tinha. Será que eu deveria viajar? Conhecer algum lugar que eu nem sabia que conhecia? Me senti desanimado no mesmo instante.

Acabei deitando na cama e listando as possíveis coisas que eu talvez diria a ele se ele realmente fosse real e não uma coisa da minha cabeça.

1- Eu estou bem sem você.

2- Estou feliz por você poder viver em um lugar melhor que aqui.

3- Diga um oi pra todos.

4- Comunique ao meu pai que está tudo bem. Mesmo que ele diga que não se importa.

5- Sendo o caso, pode voltar para o mundo real. Não sendo o caso, já pode desaparecer agora.

E agora, a lista de coisas que eu realmente queria dizer pra ele:

1- Eu te amo.

2- Eu te amo.

3- Eu te amo.

4- Eu te amo tanto que tenho que te deixar ir.

5- Esqueça-se de mim.

‘Cara! Como você é estúpido!’ briguei comigo mesmo na minha mente. Fechei os olhos, como se isso fosse melhorar algo.

Foi quando alguém bateu à porta.

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– Eu só quero que você me ouça antes de bater a porta na minha cara! – ele exclamou e eu mal podia conter o choque de vê-lo ali – Eu não sou coisa da sua cabeça! Eu sou real! Uma pessoa real, com sentimentos, que quer conversar com você.

– Você não é real.

– Então – ele colocou o pé entre a porta me impedindo de fechá-la – me diga pra ir embora! Se eu desaparecer, você estava certo! Mas diga com vontade!

Ele fechou os olhos, como se com medo do que aconteceria a seguir. E não era o único.

– Vá embora! – Disse finalmente.

Mas ele não sumiu. Apenas abriu os olhos e olhou pra si mesmo, como se estivesse com medo de realmente desaparecer.

Fiquei pasmo. E as palavras da garotinha invadiram a minha mente sem pedir permissão. Abri mais a porta, dando espaço para ele entrar.

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Sentei-me na poltrona em frente ao sofá, onde ele estava. Não dissemos nada por alguns segundos.

– Eu não vou te agarrar nem nada assim, Okay?- ele quebrou o silêncio.

Mexi-me desconfortável na poltrona e assenti. Comecei com as perguntas:

– Supondo, que você seja real – ele levantou uma sobrancelha e me encarou, mas não disse nada – por que não aproveitou a chance e voltou para o mundo real?

Ele não respondeu. Mas me encarou daquele jeito provocante.

– Pergunta número dois: você pretende voltar pra casa?

Ele negou com a cabeça e continuou me encarando.

– Okay. Última pergunta: se você pudesse, anh, escolher entre fazer tudo de novo e voltar pra casa... – engoli em seco – qual escolheria?

Ele deixou de me encarar um pouco, mas depois voltou a fixar o olhar no meu.

– Só mudaria uma coisa.

Não perguntei nada, ele continuou mesmo assim:

– Teria te puxado junto comigo quando me empurrou por aquela porta.

Silêncio total.

Ignorei o que ele falou, e já ia começando a dizer minha lista de coisas que eu ‘deveria’ dizer para o Percy, quando ele se levantou e estendeu a mão pra mim. Olhei pra ele, o que era aquilo?

– Eu só te peço pra ser meu amigo. Só isso.

Olhei relutante para ele. Os olhos verdes me fazendo acreditar que era verdade e me transmitindo confiança. Um aperto de mãos se seguiu.

E nós voltamos a ser o que nunca deveríamos ter deixado de ser.

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Nos meses que se seguiram, foi como se realmente nunca houvesse rolado nada entre nós.

No começo, quase não nos vimos mais e eu cheguei a pensar que quando ele saiu pela porta do meu apartamento aquele dia, eu nunca mais o veria. Mas não foi bem assim.

Depois de um tempo, ele começou a frequentar meu apartamento quase todos os dias. Terminamos o ensino médio ao final do ano, eu tinha dezessete e ele dezoito. Entrei na faculdade de medicina, e ele na de História. Confesso que fiquei surpreso com a escolha dele, pelo que eu sabia ele tinha aquela ideia estupidamente fixa de que ia fazer ‘faculdade de surf’. É as coisas mudam.

Enquanto Héstia ainda era minha vizinha, ele se mudou pro mesmo prédio que eu, só que no segundo andar. Nós três juntos viramos mais de vinte joguinhos de videogame e ela sempre ia embora primeiro como se esperasse que algo mais acontecesse. Que ilusão. Ele acabava indo embora logo depois.

Ele se formou na faculdade quando ainda faltava um ano pra minha acabar. Ele já tinha vinte e dois. E eu vinte e um. Comemoramos isso eu, ele e Héstia – que agora já tinha dezessete anos – e planejamos uma festinha surpresa no meu apartamento para ele.
Mas o problema era, tinha mais gente do que tínhamos convidado, ele parecia à vontade e eu parecia que não dormia há dias. O cabelo bagunçado e olheiras abaixo dos olhos me faziam parecer um morto, era como se a faculdade de medicina realmente estivesse me matando. Mesmo assim tentei parecer otimista, afinal ele tinha se formado! E parecia muito feliz! Eu tinha todos os motivos pra ser feliz também, mas não entedia porque não me sentia completo.

Virei o copo de tequila enquanto observava ele se divertir na pista de dança improvisada na sala de estar. Nem percebi Héstia chegando. Eu tinha me acostumado com ela. Continua intrometida, é claro, mas não era mais a mesma pirralhinha. Havia terminando o ensino médio, louca pra fazer psicologia. Ela usava um vestido preto um tanto curto, os cabelos castanhos de lado. Ela usava all star, nunca a tinha visto com outro estilo de sapato.

– Percebeu o que perdeu?

Virei-me assustado e a encarei, ela olhava para mim com divertimento.

– Não sei do que está falando.

– Tudo bem. A ignorância é uma bênção.

– Diga-me Nick – esse foi o apelido que ela me deu como se meu nome já não fosse curto o suficiente... – com quantas pessoas você se envolveu desde que acabou tudo com ele?

Pensei bem. Tentei me lembrar de algum nome de alguém que ela não conhecia pra jogar na cara dela, mas desisti quando ela me cutucou impaciente.

– Nenhuma – murmurei baixo.

– Percy também – ela deu um gole na Coca que tinha em mãos – nenhuma. Sabe Nick, quantos namorados eu tive desde os meus treze anos?

Não respondi. Eu não tinha ideia.

– Seis, Nick, – ela respondeu impaciente – entendeu? É como se ele estivesse esperando você pra sempre.

– Não é nada disso, nós somos só-

– Amigos? – ela me interrompeu – É esse papinho não cola comigo. Ele praticamente não sai da sua casa e isso por que vocês moram no mesmo prédio! Ele nunca brigou com você e etc... E blá, blá, blá. Idiota. Mas não foi por isso que vim falar com você.

Olhei-a de soslaio esperando que dissesse logo.

– Vou fazer faculdade na Inglaterra – meu queixo caiu – daqui pra frente serão só vocês dois.

Eu não podia acreditar. Mas ela não me deixou entrar em pânico e me cortou:

– E quando eu voltar quero ver pelo menos um de vocês casado. Ou quem sabe os dois?! – ela me deu uma piscadela de lado e saiu de fininho.

Não sei até quando a festa durou, deixei que a minha mente descansasse pra pensar no que faria a seguir, acordei só na manhã seguinte.

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Algumas semanas depois ela embarcou em um voo para a Inglaterra. Os dias da faculdade tinham se arrastado antes disso, mas o ano já estava quase acabando. Contentei-me com esse pensamento e estava quase dormindo quando Percy me acordou. Ele tinha conseguido a carteira de motorista pouco depois de entrar na faculdade e estava me dando uma carona do aeroporto até o nosso prédio.

– Oh, cara. Foi mal, eu não quis te acordar – ele me olhou, meio desconcertado e depois voltou o olhar para frente.

– Não foi nada – me ajeitei no banco do passageiro, enquanto ele fazia uma curva – o que você dizia?

– Que vai ter uma festa daqui a algumas horas, fiquei pensando se você não curtiria?

– Não, hoje não. – Respondi. Ele pareceu decepcionado. – Você trocaria essa grande festa por virar a noite jogando vídeo game com seu velho amigo aqui?

Ele deu um sorrisinho torto.

– Tudo bem.

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Já tínhamos passado da fase cinco do joguinho novo que eu tinha pedido da internet semana passada. Ele era realmente bom! Ainda bem, por que eu tinha pagado uma fortuna naquilo tudo! Tínhamos pizza à disposição, refrigerante, bebida, doce... Mas tinha uma coisa, mais especificamente uma pessoa que faltava ali e era insubstituível.

Percy pausou o jogo na metade, justo quando eu estava com a mira da arma na cabeça do inimigo.

– Ah! Porque você fez isso?

– Não dá pra jogar.

– Como assim? – Eu sabia exatamente do que ele estava falando – Ah. Eu também sinto falta dela.

Ele desligou o videogame e pegou o notebook, colocando-o na mesinha de centro para que pudéssemos ver junto. Ele ligou o Skype, mas ela não estava online. Suspiramos na mesma hora.

– Obviamente ela não chegou lá ainda.

– É. – concordei desanimado, e morrendo de sono.

– Você não quer continuar a partida? – Ele perguntou, mas eu já estava me aconchegando com uma almofada do sofá.

– Amanhã a gente termina.

– Claro.

Fiquei acordado só o tempo suficiente pra ele voltar ao menu e começar a jogar sozinho. Depois tudo ficou meio embaçado.

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– Hey Nico? Ainda tá acordado?

Murmurei algo interpretável e pisquei mais algumas vezes, até que peguei no sono.

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Abri os olhos lentamente e demorei alguns minutos para me acostumar com a luz vibrante da TV. O videogame estava pausado. O computador agora estava ‘hibernando’ na mesinha de centro. O liguei e entrei no Skype, depois de alguns minutos apareceu no canto da tela brilhando em laranja um ‘Héstia agora está online’, liguei depressa a webcam.

– Hey!

– Hey! – ela respondeu animada – Mas-oque-eu-perdi-que-o-Percy-está-aí-do-seu-lado-tão-cedo?

– Acabamos dormindo no meio de uma partida de videogame.

Ela ficou calada indecisa, alternando o olhar entre eu e o Percy adormecido.

– Uhum sei – ela levantou uma das sobrancelhas – Me conte mais sobre essa “partida de vídeo game”.

Eu ri, mas expliquei que não tinha acontecido nada. Ela me olhou desapontada e me chamou dos piores nomes possíveis.

– Cara, - ela falou me olhando impaciente – você é gay. Ele é gay. Mas por que porra vocês não ficam juntos de uma vez?!

Olhei para ela assustado, talvez aquela pergunta tivesse me perturbado um pouco.

– Arght! Eu preciso sair um pouco. Vou desligar a webcam, mas não vou desligar a chamada. Quando voltar, te aviso pela web.

Só concordei com a cabeça antes que ela saísse. Minha webcam ainda ligada.

Olhei para o lado, e resisti, apenas por um momento, ao impulso de acordá-lo, mas logo comecei a balançar seus ombros para que acordasse.

– Anh? Oquê?

Ele olhou alarmado para todos os lados, depois olhou para mim e entendeu a situação.

– Oh, eu dormi jogando videogame.

– Yeah. Eu estava falando com Héstia. – ele me olhou em expectativa – ela vai reconectar agorinha.

– E o que ela disse?

– Nas palavras dela?

– É – ele concordou.

– Foi mais ou menos assim: “Vocês são gays. Casem-se”.

Ele engasgou com o próprio ar e eu dei de ombros, indiferente.

Um silêncio mútuo se seguiu.

– Então, agorinha ela reconecta.

– Okay – ele encostou-se ao canto do sofá, como se ainda estivesse acordando e bocejou – vamos esperar.

Olhei além dele, pro meu celular na mesinha, atrás do braço do sofá.

– Percy me dá meu celular? Está bem atrás de você.

– Ummm... – Ele já estava cochilando de novo.

Inclinei-me por cima dele, minha mão tateando a mesa em busca do celular, que estava um pouco longe demais, só mais um pouquinho e, pronto, eu já o tinha em mãos. Tentei voltar para o meu lugar, mas não vi em que me apoiar, tentei pegar um impulso na mesinha, mas em segundos já estava caindo, fechei os olhos esperando cair de costas no chão.

Mas não aconteceu. Pelo menos eu não senti. Abri os olhos depois de um tempo. Ele tinha segurado meu braço e agora eu estava bem em cima dele. Havíamos caído no chão. ‘Perto demais’, pensei. Ele me olhou assustado e murmurou um ‘ufbaixo. Senti meu rosto corar com a proximidade em que nos encontrávamos. Eu podia sentir a respiração calma dele contra a minha ofegante. Nossos olhares fixos um no do outro, não era como se realmente quiséssemos parar com aquilo... Eu podia sentir os músculos dele, meus braços apoiados no tecido fino da camisa azul.

Desviei o olhar dos olhos verdes para a boca que não me parecia uma má opção agora e ele não parecia ser nada contra. Na verdade, parecia totalmente a favor. ‘Então, por que não?’ me peguei pensando. Ele passou a mão direita pelas minhas costas, por baixo da blusa e eu senti um arrepio estático percorrer cada parte do meu corpo. Estávamos realmente a uma distância consideravelmente perigosa. Eu já não me importava mais. Ele parecia ter um ímã que me controlava, me puxando cada vez mais perto. Meus lábios roçaram os dele com a mesma intensidade. Deixei que sua língua invadisse minha boca em um beijo lento apreciando cada momento.

Só que depois não deu pra ficar só no “lento”.

Eu queria mais, queria beijá-lo com mais intensidade como se fosse perdê-lo a qualquer momento. Eu precisava aproveitar aquilo enquanto alguma coisa não aparecia para interromper e tirá-lo de mim. Ele ainda me beijava calmamente enquanto eu tentava beijá-lo com mais intensidade, minha língua brigando com a dele por espaço.

Ele desviou a sua boca da minha por alguns instantes, procurando por ar.

Acima de mim algo começou a fazer barulho, aquilo eram gritos? Ignorei, pensando que fosse coisa da minha cabeça e continuei beijando-o.

Os ‘gritinhos’ continuaram, como se alguém estivesse dando um ataque de pânico e eu gemi me desviando de um beijo dele.

– Mas que porra...?

Olhei confuso pra todos os lados quando ele parou me beijar e sussurrou - com a voz rouca mais sexy do mundo - bem devagar na minha orelha:

– O que foi Nico?

E ele começou a beijar o meu pescoço.

Levante e fitei o computador e senti meu rosto ficar mais vermelho que um pimentão. Héstia estava com a webcam ligada, as mãos cobrindo a boca, ela já tinha parado de dar chiliques.

– Ai meus deuses, Percy! – Exclamei assustado.

Ele se virou para a tela do computador e xingou Héstia de alguma coisa que eu não consegui entender e depois voltou a me beijar.

– Eu tô vendo essa mão boba aí! – Ela gritou obviamente se divertindo e só então eu tinha percebido a mão de Percy abrindo o zíper da minha calça jeans.

– Vá pro inferno – Percy gritou olhando a tela.

Mas ela já tinha começado a dar gritinhos histéricos dizendo uma série de “eu avisei”.

– Hey! Eu ainda estou aqui!

– Vá se foder! – Falei irritado.

E eu abaixei a tampa do computador, me voltando ao beijo.

– Onde nós estávamos? – sussurrei mordendo sua orelha.

– Acho que, aqui.

Ele disse abrindo por completo o zíper da minha calça e me beijando na clavícula.


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Notas finais do capítulo

Se encontrarem erros, comuniquem me. e lembrem de dar uma olhadinha naquela fic das notas iniciais! A autora é mt boa é simpática, vcs vão gostar!... pode ser??????w bjocas! ;) COMENTEM!