Nos afastamos lentamente daquele caloroso beijo e nos olhamos carinhosamente. Fitei aqueles olhos verdes que a muito vem tirando meu fôlego, e que agora já pareciam passar-me a mensagem de "pode dizer o que você quizer agora. Já terminei o que tinha de fazer antes de escutar-lhe." De momento, bem que eu tentei dizer qualquer coisa concreta, mas naquele momento eu estava vulnerável demais para projetar qualquer frase que fizesse sentido, então calei meu cérebro e apenas permiti que meu coração soltasse o que ele queria dizer.

F: Gerard... você não tem idéia do quanto eu te amo...

Nisso ele apenas sorriu suavemente me abraçando delicadamente contra seu peito. Senti seu perfume... seu toque... sua pelo quente em contato com a minha... era inexplicavelmente prazeroso.

G: Eu sei, sim, Fran. E sabe porque que eu sei? Porque sinto exatamente o mesmo, meu pequeno, e a cada dia sinto que amo-lhe mais. Amo-lhe excessivamente. Amo-lhe de maneira doentia e imbecil. Simplismente amo-lhe além do amor...

F:Oww... Gee... 

Senti uma lágrima quente decer por meu rosto.

G: Você já se tornou minha doença. Muito além de puro desejo, você é minha obsessão... eu seria incapaz de viver sem você.

F: Mas e quanto ao...

G:Shhhh *interrompeu-me* Esquece, ok? Apenas esquece.

Senti um alivio incomparável ao ouvir aquelas palavras saindo da boca da pessoa que eu mais amava, e que a pouco pensei que pudesse perder. A simples possibilidade de perde-lo me enlouquecia. De momento, não sabia se ele havia realmente compreendido o que houvera passado a pouco, mas só sabia, que pelo menos naquele segundo, ele não se importava.

Seus braços envolveram minha cintura, e começamos então a caminhar juntos, abraçados, como um só. Ele selou minha boca e sorriu para mim, guiando-me como se eu fosse uma criança em seus braços fortes e confortantes. Era realmente como eu me sentia. Uma criança. Um fraco. Sentia-me indefeso na presença de Gerard, e isso me agradava muito, pois ELE forncia-me todo o apoio que eu nescessitava. Ele cuidava de mim e eu fazia questão de entregar-me cegamente em seus braços, de fazer-me vulnerável a seus cuidados. Isso me fazia muito bem.

O caminho parecia se prolongar a medida em que caminhavamos, e o entardecer ia desaparecendo com rapidez, dando lugar a uma bela noite gélida e estrelada. Quando nos demos conta, percebemos que já haviamos chegado em nossa rua. Olhamo-nos e pudemos perceber que nossas reações seriam justamente as mesmas, então apenas viramo-nos e andamos cada um em direção a sua distinta casa. Despedirmo-nos? Não! A ultima coisa em que pensamos no momento foi em despedidas. O anceio da "ultima" ainda nos assombrava, então apenas preferimos ir embora e deixar de lado qualquer tipo de formalidade. Sim, ignoramo-nos fisicamente, mas nossos corações sem dúvida batiam juntos naquele momento...