Avalon escrita por Mrs Green


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Pensei que esse seria o ultimo... mas não, ainda teremos mais um!
Espero que gostem desse e que comentem ^^
Desculpa pela demora, minha vida anda um caos!

Beijos a tod@s e boa semana!



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Capitulo 4

Eu sabia que ela seria perfeita, sabia que eu me apaixonaria completamente por ela quando a segurasse pela primeira vez. Eu só não tinha noção do quanto isso seria profundo, do quanto isso seria forte. Acho que para esse tipo de amor a gente não se prepara. Foram meses esperando essa criança, meses imaginando como seria cada detalhe dela e mesmo que eu tivesse todo o tempo do mundo eu jamais poderia tê-la imaginado dessa forma.

Red a enrolou em um lençol limpo, de modo que a deixasse completamente aquecida, a entregou para mim e agora eu a seguro em meus braços pela primeira vez. Eu estou tão exausta e meu corpo todo dói, eu só queria poder encostar minha cabeça e dormir, mas toda vez que eu olho para Luna em meus braços eu percebo que minha vida agora já não mais pertence às minhas vontades. Tudo agora é ela. Tudo agora é Luna. A tempestade lá fora já cessou e agora o que entra pela janela é o vento frio e a Luz da Lua Cheia, e eu não acho que poderíamos ter visitante melhor essa noite.

“Você está bem?”, Red me pergunta, seu olhar vai de Luna para mim e ela sorri, enquanto toca na mãozinha da minha pequena.

“Eu estou ótima.”, eu respondo e minha voz sai cansada. Ela então se aproxima de mim e eu dou espaço para que se junte ao meu lado. Encosto meu corpo totalmente junto ao dela e eu posso sentir sua respiração em meus cabelos e o seu perfume de certo modo me acalma.

“Ela é linda.” Red diz diz, sua voz em um sussurro para não acordar minha bebê que mama em meu seio enquanto dorme. “Alias, ela é muito linda pra uma bebê que é igualzinha ao Rumplestiltskin.”, ela continua, me roubando uma risada. Eu não digo nada, apenas me viro para Red e nossos olhares se cruzam por vários segundos; eu queria muito agradecê-la por tudo, mas não sei como começar ou o que dizer, e, por falta de frase melhor, eu então a beijo. E no primeiro momento eu percebo que não era algo que ela queria, então ela se afasta e me olha em silencio. “Eu gosto muito de você, Belle. Mas...”, ela se explica, sua mão toca meu rosto e eu acho que ela está prestes a medizer algo, algo que justifique o fato dela ter que se afastar de mim, e também vejo que ela está lutando muito para não continuar o beijo.

“Mas o quê?”, eu pergunto e aproximo minha mão de seu rosto, mas ela a segura.

“Mas não sou eu quem você quer essa noite.”, ela me responde e se levanta da cama, descendo então da casa da árvore e me deixando sozinha com Luna.

Ela está certa, não é ela quem eu quero essa noite. Apesar de tudo o que ela significou pra mim, apesar de tudo o que ela me fez nos últimos meses, eu não consigo parar de pensar em Rumple e em como eu gostaria que ele estivesse comigo essa noite. Eu não pensei nele nos últimos meses e eu vejo o quanto isso me machuca hoje.

Luna sorri, enquanto eu a afasto do meu corpo e sinto uma lágrima escorrer em meu rosto. Essa criança talvez fosse uma segunda chance pra ele, uma segunda chance de ser um pai melhor, um homem melhor; mas ele não está aqui essa noite e provavelmente não estará aqui amanha. Luna crescerá sem um pai, mas não é isso que me magoa: o que me magoa de fato é que ele está lá fora, além da névoa... Em um lugar amaldiçoado, sem a chance de conhecer sua filha. E antes houve um tempo em que ele julgou ser um monstro, mas eu sempre soube que ele não era. Porém, só hoje eu tive essa certeza: ele jamais foi um monstro, pois eu tenho a certeza de que só alguém com uma alma boa poderia ter me ajudado a dar a vida a um ser tão puro quanto Luna.

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Eu acordei na manhã seguinte, me virei e encontrei Red, sentada no chão, com Luna em seus braços. Dormi apenas algumas horas e ainda estava exausta. Meus seios estavam completamente doloridos e cheios de leite e assim que Red viu que eu estava acordada, ela se aproximou com Luna em seus braços e a entregou para mim, enquanto eu me sentava na cama.

“Dói tanto assim?”, Red perguntou, quando eu fiz uma careta quando aproximei Luna em meu seio.

“Muito!” Eu respondi a ela. “Acho que ontem eu estava muito emocionada ou muito dolorida pra perceber isso.”, continuei. Ela apenas riu com a resposta e se voltou para um canto do quarto, onde uma bandeja com algumas comidas e água fresca me esperava. Ela me trouxe a comida e eu me deu algumas frutas na boca, enquanto eu amamentava a bebê. “Muito obrigada por isso.” Eu disse.

“Qual é, Belle! É o mínimo que eu posso fazer por você.”, ela me respondeu. Mas de mínimo não tinha nada. Ela me fez muito e tenho certeza que faria mais se pudesse, e eu gostaria muito de agradecê-la da melhor forma possível, mas eu não sei por onde começar. Assim que eu terminei de comer e Luna terminou de mamar, ela pegou a menina de meus braços e a levou para limpá-la, voltando minutos depois com uma bebê completamente limpa em uma fralda improvisada.

“Onde você aprendeu a fazer isso?”, eu perguntei a ela, me referindo a suas qualidades como mãe. Ela deu de ombros e eu ajeitei Luna, que agora dormia em meus braços, e insisti na pergunta.

“Eu acho que é instinto.”, ela respondeu. “É como se ela fosse minha também e eu soubesse exatamente o que fazer.”, ela continuou.

“Ela é sua também.”, eu respondi a ela e então ela sorriu constrangida e ajeitou o cabelo por trás da orelha. “Sabe disso, não é?”, eu insisti e ela novamente sorriu. “Red, eu não vou mentir que eu não queria que Rumple estivesse aqui, mas eu também não quero mentir sobre o que eu sinto por você. Aquele beijo foi sincero, assim como quando eu digo que essa criança também é sua. Eu acho que...”, e minhas palavras então morreram, porque tudo o que eu quero dizer agora é que eu amo, pois é o que eu sinto e é tudo o que me resta dizer. Mas eu não digo, eu apenas olho para ela em silêncio e a vejo estender sua mão em direção a minha. Eu aperto minha mão contra a dela e ela se aproxima, primeiro de Luna, a beijando na testa e depois em direção aos meus lábios.

“Belle...”, ela começa a dizer e eu não sei se ela vai dizer que me ama, só sei que eu não posso mais esperar a resposta e sei também que não me importo mais, então eu fecho meus olhos e sinto os lábios dela junto aos meus. Suas duas mãos seguram meu rosto e eu aproximo mais Luna de meu corpo, enquanto Red se aproxima de nós duas. O pequeno corpo de minha filha faz barreira entre nós duas e o beijo de Red me envolve de tal forma que me faz sentir como se nós duas fôssemos só uma. E enquanto ela me beija, Luna resmunga em meu colo, e pode ser algo que bebês fazem, não sei, mas eu vou levar isso como afirmação de algo que nenhuma de nós duas precisava mais dizer.

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Os meses se seguiram e ter Luna em nossas vidas foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Ela era uma menina linda de cabelos castanhos e olhos azuis como o céu. Assim como Red, ela tinha um fascínio enorme pela Lua Cheia, então todas as noites que a Lua se mostrava grande no céu, Red passava a noite com Luna na praia e a menina adormecia tendo as estrelas e a Lua como um mobilesobre sua cabeça.

Não acho que teria encontrado companheira melhor em minha vida, ela era tudo que eu sempre imaginei em alguém. Quando ela não estava me irritando de alguma forma, ela estava me fazendo me apaixonar por ela novamente. Ela me ensinou tudo o que eu deveria saber e com o passar dos meses eu já não me sentia mais uma princesinha, eu me sentia mais forte e mais segura. Não sei se foi Red que me proporcionou esse tipo de segurança ou se foi Luna, só sei que jamais eu sonharia estar onde estou ou de me tornar o que me tornei hoje, mas agradeço a elas duas todos os dias, simplesmente pelo fato de fazerem parte da minha vida.

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A primeira palavra de Luna foi: Mamãe! E eu estava lá quando ela falou, mas não foi pra mim que ela disse e sim para Red. Estávamos no lago onde Luna aprendera a nadar e Red estava com ela em seus braços, e a menina simplesmente se virou para ela, colocou suas duas mãozinhas em eu seu rosto e a chamou de mamãe. Red olhou para mim, e deixou claro o quanto ela estava envergonhada por ter sido com ela e não comigo, mas não podia ser diferente, tinha que ser ela. Eu então me aproximei das duas e beijei Red nos lábios e a disse em um sussurro: “Ela está certa, você é a mamãe dela.”. Então me afastei e vi no rosto de Red o quanto ela estava emocionada com o reconhecimento, ela beijou Luna inúmeras vezes no rosto, enquanto a menina caia em uma gargalhada.

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“Ela vai completar um ano, amanha.”, Red disse. Ela tinha acabado de colocar Luna no berço e caminhava em minha direção na cama, se senta ao meu lado e olha para o berço. Podemos ver Luna por entre as grades do berço, ela dorme profundamente e tem um semblante de pura paz.

“É, já faz tanto tempo assim?”, eu pergunto a Red. Ela apenas assente e eu respiro fundo, porque pela primeira vez em meses eu me lembro de Rumple e isso me machuca um pouco.

“No que está pensando?” Ela me pergunta, se aproximando mais de mim na cama.

“Em nada demais, só que ela não vai ter um bolo de aniversario.”, eu minto. Ela segura minhas mãos e as aproxima de seu rosto, beijando meus dedos, enquanto me diz que isso não é um problema de verdade, mas que entende minha tristeza. Então eu a beijo, apenas para acabar o assunto e para tirar meus verdadeiros pensamentos da mente. “Eu te amo.” Eu digo a ela em voz baixa e me aproximo cada vez mais dela, aproximando meu corpo completamente ao dela, enquanto envolvo minhas pernas ao redor da sua cintura. Ela responde que me ama de volta e eu sinto suas mãos correndo pelas minhas costas, subindo aos poucos o vestido que eu uso até que suas mãos entram em contado com a minha pele. O contato me assusta, pois jamais tivemos um contato tão intimo quanto esse, mas não me assusta a ponto de não querer mais. Então eu permito que ela levante completamente meu vestido e a deixo tirá-lo de meu corpo, jogando em seguida a peça de roupa pelo chão.

Ela me olhou nos olhos por alguns segundos e depois seu olhar caminhou em direção ao meu corpo. Ela tinha sido tão paciente nos últimos meses. Sei que eu também tenho sido, pois eu já a queria dessa forma há muito tempo, mas Luna mudou muita coisa por aqui, de modo que esperar era nossa única opção.

“Se você não estiver pronta, eu vou entender.”, ela me diz. Suas duas mãos estão em contato com as minhas costas e todo meu corpo grita na urgência de possuí-la. Eu apenas balanço a cabeça e a puxo para um beijo, sentindo sua língua invadindo minha boca e suas mãos correndo agora em direção a minha nuca, a qual ela puxa para trás, me fazendo inclinar minha cabeça e dando acesso total ao meu pescoço.

Eu tenho que conter ao máximo meus gemidos, mas não é fácil. Seus beijos cheios de urgência e paixão e sua mão que caminhava em direção a meu sexo torna a tarefa de me controlar quase impossível. Ela para os beijos e descansa suas mãos por alguns breves segundos. Eu abro então meus olhos a fim de encontrá-la sentada sobre meu colo; ela sorri para mim, morde o lábio inferior e tira lentamente o vestido que usa, jogando-o sobre o chão logo em seguida.

Seu corpo é perfeito, exatamente como eu imaginava que fosse. Ela me permite apreciá-lo por alguns segundos e minhas mãos correm pela sua cintura, enquanto ela segura minhas mãos, traçando exatamente o caminho que ela quer que eu siga. Assim que ela me ajuda a percorrer toda a extensão do seu corpo com as minhas mãos, ela me solta e se inclina diante do meu corpo. Não há barreira nenhuma entre nossas peles, ela me beija mais uma vez enquanto fecho meus olhos e deixo que ela me guie, não só pelo seu corpo, mas por toda a noite.

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O choro de Luna me acordou, me encontrei sozinha na cama, coloquei meu vestido que ainda estava jogado pelo chão e fui em direção ao berço, pegando em seguida Luna em meus braços. Olhei em volta e não vi sinal de Red, então me sentei na cama, com Luna em meu colo.

“Feliz aniversario, meu amor.”, eu disse a ela, beijando seus cabelos, enquanto ela tocava em meu rosto em resposta. “Mamãe te ama muito.” Disse novamente, lhe dando agora um beijo no rosto e a abraçando contra meu corpo.

“Dormiu bem?”, era a voz de Red, subindo as escadas e aparecendo com várias frutas empilhadas em uma bandeja improvisada. Luna se jogou para ela assim que a viu. “Isso é pra você. Feliz aniversario, minha princesa.”, ela disse, deixando que Luna pegasse em uma das frutas e a colocasse na boca logo em seguida. “Sei que você merece um bolo enorme, mas é só isso que mamãe pode te oferecer agora.”, Red continuou, beijou o cabelo de Luna algumas vezes e depois ela olhou para mim. “E então, dormiu bem?”, ela me perguntou com um sorriso enorme em seu rosto. Eu não precisava responder, eu acabara de ter a noite mais incrível da minha vida e tinha dormido maravilhosamente bem, mas, ainda assim, respondi a ela que sim. “Vai querer um pouco de bolo?”, ela continuou, enquanto ria, e eu aceitei um pedaço do “bolo” que ela havia preparado. Sei que ela daria o mundo para Luna se pudesse, mas Luna não parecia ligar para isso, ela estava tão feliz quanto nós duas, sujando completamente suas mãos e rosto de manga enquanto comia.

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Luna deu seus primeiros passos na areia e ela jamais teve medo de cair. Red estava ao lado dela o tempo todo, enquanto eu abria meus braços e a chamava para que ela viesse em minha direção. Seus passos eram bambos e incertos e ela ria alto a cada passo bem sucedido que dava. Red vibrava atrás dela e passamos o resto da tarde assim, com Luna dando seus primeiros passos e deixando suas pegadas na areia, enquanto o Sol ia embora, deixando que a Lua dominasse os céus, não que ela já não dominasse as nossas vidas.

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Não lembro quando eu parei de contar os dias que se passaram desde que eu cheguei a essa Ilha, só sei que quando olhei para a madeira que um dia me servira de calendário, eu já não mais me recordava dela ou de quanto tempo fazia desde que eu cheguei aqui. Depois que Luna nasceu tudo mudou, minha vida passou a ser ela, meus dias passaram a ser ela, só ela importava.

Daqui a 4 meses ela faria dois anos. Ela é uma criança incrível e esperta e eu não podia querer família mais perfeita do que essa. É maravilhoso acordar ao lado de Red, de sentir seus beijos pela manhã e de ouvir a voz da nossa filha chamando por nós duas. Eu não poderia imaginar melhor lugar para se estar do que esse, eu não poderia imaginar ninguém melhor para dividir esse paraíso do que Red.

“Consegue lidar com ela sozinha?”, eu pergunto para Red. Ela está com Luna em seus braços e a balança lentamente de um lado pro outro.

“É claro que eu consigo.” Ela me responde em um sussurro e eu me aproximo delas duas e dou um beijo em cada uma.

“Vou deixar você colocá-la pra dormir e depois eu volto, então.”, eu digo para ela. Ela faz que sim com a cabeça e então eu desço em direção a praia. Está uma tarde linda, o Sol daqui a pouco vai embora e não sei por que, mas eu sinto como se eu devesse caminhar pelo mar. A água gelada e as poucas ondas que o mar faz antes de se quebrar totalmente em meus pés me fazem pensar. Pensar em tudo o que aconteceu nesses últimos dois anos. Pergunto-me onde eu estaria se aquela maldição não tivesse acontecido; me pergunto como seria minha vida com Rumple. Será que eu seria mais feliz do que sou hoje? Será que isso é possível? E Red? Como ela seria sem mim?

Eu não sei a resposta a essas perguntas, e pensar nisso de certo modo me incomoda e me entristece. Eu sei que as consequências foram grandes e que a maldição separou muitas famílias, mas eu também sei que sem ela eu jamais teria conhecido Red e jamais teria a família que eu tenho hoje. Sei que é egoísmo pensar dessa forma, mas é como eu me sinto.

O sol ao pouco desaparece. Nunca podemos ver o pôr do Sol, pois ele sempre está encoberto pela névoa, mas, ainda assim, eu gosto às vezes de olhar para a névoa, no ponto em que o sol desaparece, e fico a imaginar como seria se fosse possível eu o ver. Sei que daqui a pouco eu vou ter de voltar para casa na árvore, então eu aproveito esses últimos minutos comigo mesma e me sento na areia. Olhando o Sol ser encoberto totalmente pela névoa e olhando para o horizonte, tudo é calmo e nada acontece, até que onde então havia apenas o mar e a névoa, tudo muda e surge um grande navio de velas brancas, navegando em direção à praia.


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