Laura E Edgar - Um Novo Olhar escrita por Bia


Capítulo 13
Notícias de Laura


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o que demorou, aconteceu.. Há certos encontros que são inevitáveis...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/427840/chapter/13

Notícias de Laura (Capítulo 13)

Melissa, como sempre estava entusiasmada com a escola e principalmente com a sua nova professora, Senhorita Vieira. Minha filha não parava de falar no carinho que tinha por ela. Confesso que me senti um pouco enciumado, mas minha Abelhinha ficava tão feliz que não poderia de deixar de ficar feliz por ela.

- Papai o senhor não imagina o quanto minha professora é maravilhosa, tão boazinha. – Melissa estava mais entusiasmada com sua nova professora.

- Assim Melissa eu fico com ciúmes. – Edgar brincava com Melissa.

- Mas a Senhorita Laura é um encanto o senhor vai gostar muito dela.

Ao ouvir o nome de Laura, Edgar ficou sobressaltado. Sentiu seu corpo gelar ao ouvir o nome de Laura.

- Melissa, qual é o nome da sua professora?

- Senhorita Laura Vieira papai.

- Você disse Laura Vieira. – Edgar estava surpreendido, não poderia ser a sua Laura.

- Algum problema papai?

- Como é ela?

- Boazinha...

- Não filha, o que eu quero saber como ela é fisicamente. – Apesar de toda a ansiedade, Edgar tentava não assustar a menina, mas estava louco de curiosidade.

- É muito bonita, jovem, tem um cabelo castanho bem comprido, tem a pele bem branquinha, sua voz é doce e suave, parece uma princesa de tão linda. Tem um sorriso tão bonito. É tão carinhosa comigo e com as outras meninas, adora contar histórias para gente e nunca briga...

Edgar não podia acreditar nas palavras da filha, seria muita coincidência, Laura professora de Melissa. Nunca imaginou que a primeira pessoa que pudesse ter alguma notícia de Laura fosse logo sua filha, mesmo não conhecendo a história do pai, apenas sabendo que no passado foi casado. Mas agora Laura estava perto e mais que imaginava. E nem sequer o tinha procurado. Melissa teria aula apenas na segunda e hoje ainda era sábado, tinha que ver pessoalmente a professora da minha menina, precisa ter certeza que tratava da mesma pessoa. Tive vontade de ir à escola, mesmo no final de semana, mas a encontraria fechada, teria que esperar. Tentava me distrair com a filha, mas não saída da sua cabeça o que Melissa havia tido.

A filha falava mais sobre sua professora e Edgar reconhecia traços da personalidade de Laura, cada vez mais tinha certeza que finalmente a ex-esposa havia voltado, mas mesmo assim precisava ter certeza e a angústia de ainda ter o resto do final de semana pela frente o deixava mais ansioso ainda.

Edgar deixou Melissa algumas horas com Matilde, que cuidava bem da menina e foi procurar seu amigo Carlos Guerra, talvez tivesse notícias de Isabel. A volta definitiva de Isabel já era um sinal da presença de Laura, mas agora sabendo que a filha tinha como professora uma pessoa como o mesmo nome, era praticamente uma certeza. Isabel certamente acolhia Laura, provavelmente em sua casa. Agora era urgente descobrir o endereço da dançarina.

- Guerra, tem alguma notícia do Mário, sabe se ele ainda está viajando ou se chegou de viagem.

- Sei que ele chega agora, no início da semana, conversei com a Diva e ela realmente não sabe o endereço da Isabel, minha esperança é o Mario? Mas porque tanta urgência?

- Você não imagina o que aconteceu. Melissa trocou de professora.

- Isso não é nada de mais Edgar...

- O nome da professora dela é Laura Vieira.

Guerra olhou assustado para Edgar.

- Sabe o que isto significa meu caro, Carlos Guerra?

- Laura é professora de Melissa, isso mesmo? – Guerra estava perplexo com a possibilidade.

- Melissa me falou hoje mais cedo... De repente a minha filha fala o nome Laura, Guerra eu gelei quando ela falou. Eu ainda não sei o que pensar.

- Mas Edgar você tem certeza disso... É a Laura mesmo, você chegou a falar com ela...

- Não, não vejo a hora de chegar segunda-feira. Vou amanhecer na porta daquele colégio. Pensei em ir falar com a Madre, mas a escola está fechada hoje. Eu tive vontade de ir lá e arrombar, invadir, sei lá, mas perguntar pela Laura.

Edgar andava de um lado para outro na frente de Guerra, quase fazendo um buraco no assoalho da sala do jornalista, não conseguia ficar calmo.

- Certo, calma, você tem certeza que é a sua Laura?

- Guerra pensa comigo, Isabel volta para o Rio de Janeiro definitivamente. Aquele dia eu percebi que Isabel não quis me contar a verdade sobre Laura, estava arredia e fugiu de mim assim que Heloisa entrou na confeitaria e veio falar comigo. Se ela realmente não tivesse notícia, se não soubesse da Laura ela não faria isso. Tenho certeza que as duas mantiveram contato por todo este tempo. Laura e Isabel se prezavam muito, elas não deixariam de se corresponder por todos estes anos. Com certeza a volta de Isabel significa a volta da Laura.

Edgar respira profundamente e continua...

- Melissa me contou como era sua professora, tudo bate com a Laura. Só pode ser ela Guerra, é ela, eu sei que é ela.

- E o que você pretende fazer agora?

- Eu não sei... Primeiro preciso ter certeza, e vou ter segunda-feira ao levar Melissa na escola, faço questão de falar com a professora e aí sim terei certeza.

- Edgar você está preparado para este reencontro, depois de todos estes anos...

- Não sei... Eu estou confuso... Quero ver a Laura, mas tenho medo... Tenho medo de chegar lá e não ser a minha Laura... Tenho medo de chegar lá e ser a Laura... Guerra já passou tantos pensamentos me minha cabeça nestas últimas horas.

- E se for a Laura, o que pretende fazer?

Finalmente Edgar senta no sofá de frente a mesa do jornalista, ele se recosta... Respira fundo e passa a mão pela própria nuca.

- Eu realmente não sei... Não sei qual será minha reação e tão pouco sei qual será a reação de Laura. – Edgar olhava para o amigo em busca de uma resposta.

- Edgar, a primeira coisa a fazer é manter a calma. E depois tentar conversar.

- Manter a calma?

- É. Edgar, você nos últimos tempos está muito obcecado por está história toda, se a Laura estiver na cidade, a melhor maneira de lidar com isto tudo é deixá-la à vontade.

- Como assim deixar à vontade?

- Ah Edgar... Eu estou tentando ser racional, coisa que você deixou de ser faz tempo quando o assunto é a Laura. O que eu quero dizer é que quando for procurá-la tente conversar com ela, tente dá a ela a chance de querer, ou não, conversar com você. Eu acredito que tenha muita coisa que falar, mas mesmo assim não quer dizer que tenha que falar naquele momento. Lembre que pode ser um susto para ela.

Edgar não prestava mais muita atenção no que Guerra lhe falava, seu pensamento estava no fato de Laura saber que Melissa era sua filha e mesmo assim não ter tido coragem de procurá-lo

- Acredita que Laura sabe que a Melissa é minha filha?

- Edgar, a Laura é uma mulher inteligente, provavelmente, ela já tenha notado isso sim. Mas isso, meu amigo, apenas ela pode lhe falar.

- Mas mesmo assim não me procurou?

- Edgar... O quê eu posso lhe falar... Edgar foi tudo tão difícil entre vocês no final que, talvez, ela tenha achado melhor não procurar... E também para quê procurar Edgar vocês estão divorciados.

- Por consideração...

- Consideração pelo quê Edgar?

- Guerra, eu e a Laura fomos casados, eu mereço alguma consideração, algum significado isso deve ter.

Guerra remexia em um armário e finalmente encontrou a garrafa de conhaque, pegou dois copos e serviu o amigo.

- Você precisa de um gole disso.

- Estou falando sério, Guerra. Eu merecia alguma consideração. – O advogado tomou o conteúdo do copo em um único gole.

- Edgar, eu realmente não sei os motivos da Laura. – Foi a vez de Guerra tomar seu conhaque em um gole, sem seguida serviu o amigo e a si mesmo.

- Eu merecia alguma consideração. – Edgar já não falava mais com Guerra, mas a si mesmo.

- Edgar, meu caro, certamente, terá sua resposta antes que imagina.

Edgar voltou para casa antes de Melissa dormir, como sempre fazia contou uma história para menina dormir, assim que adormecia ele lhe dava um beijo na face e ia para seu quarto. Mas dessa vez mal conseguiu dormir, quando pegou um pouco no sono o dia começa a amanhecer. Naquele domingo acordou um pouco mais tarde do que de costume, Melissa já havia levantado e Matilde cuidou da menina. Edgar tomou seu café como fazia normalmente, mas sua mente estava distante. Melissa conversava com ele, mas o pai não conseguia prestar muita atenção. A melhor maneira era levar Melissa a um belo passeio assim, quem sabe, conseguiria ficar menos ansioso. Mas mesmo adorando a companhia da filha, seu pensamento continuava longe. O dia parecia mais longo que de costume, tentava encontrar uma maneira de fazer o dia passar mais rápido, mas a sensação que tinha era que parecia uma semana inteira. Nada o fazia se sentir melhor... Aquela noite também mal pregou o olho novamente, não via a hora do dia amanhecer logo, tinha que ir a escola de Melissa. Mas o tempo passa e assim como nos outros dias levou a sua pequena Abelhinha ao colégio, mas dessa vez pediu para a filha lhe mostrar quem era a senhorita Laura Vieira.

- Ela está bem ali... – Aponta a menina para uma moça de costas.

Edgar olhou para a moça que estava de costas, a silhueta era igual ao da Laura, o longos cabelos castanhos caindo pelas costas. Seu coração começou a acelera e sentiu quando Melissa o puxou pela mão o conduzindo na direção da jovem professora. Melissa chamou pela professora e Laura se virou e encontrou, depois de seis anos, o olhar de Edgar.

- Senhorita Vieira este é meu pai. – Melissa apresentou o pai à professora.

Laura olhava para Edgar, como se não acreditasse no que via. Sabia que o encontro era inevitável, mas mesmo assim ficou sem saber como agir...

- Papai esta é minha professora, Senhorita Vieira. – Melissa fazia as apresentações, sem desconfiar do quê estava acontecendo ali, naquele momento.

Edgar continuou em silêncio, apenas olhando para Laura. Por um momento era como se não sentisse o próprio corpo. Apenas olhava para ela. Não conseguia encontrar as palavras certas e tão pouco conseguia decifrar seus próprios sentimentos. Sua busca chegará ao fim, mas agora se sentia mais perdido ainda, não sabia o que fazer, finalmente, depois de mais de seis anos, Laura estava na sua frente.

Assim como Edgar, Laura olhava para ele sem acreditar que finalmente estavam frente a frente. Almejava este encontro, mas, também o evitava, saiba que aconteceria, mas não imagina que seria assim, seu coração disparara, mas não podia se deixar levar pelas emoções. Precisa manter a calma, por mais difícil que era naquele momento. Era o Edgar na sua frente, depois de mais todos estes anos, era o Edgar. Mas precisava falar algo, reagir.

- Como vai senhor Vieira?

- Senhor Vieira? – Edgar saiu do seu transe...

Laura se virou para Melissa e tentou tirar a menina dali.

- Melissa vai para sala enquanto converso com seu pai.

- Claro, tenha um bom dia papai. – A menina conseguiu fazer o pai se abaixar para dá um beijo no seu rosto e saiu em direção à sala de aula.

- Laura... Quando a Melissa me falou... – Edgar mal conseguia pensar.

- Como vai Edgar? – Laura tentava demonstra calma.

- Como eu vou? – Edgar ainda confuso...

- Edgar, é melhor conversamos, mas não aqui...

- Laura, como assim? Eu preciso... Nós precisamos conversar...

- Eu sei Edgar, mas não é o momento. Tenho que entrar e dá uma aula...

- E quando será o momento Laura?

Laura ainda olhava para Edgar, estava confusa, mas precisava manter a calma. Respirou fundo.

- Edgar, eu... Preciso dá uma aula...

- Certo, hoje à tarde, em casa, pode ser? – Edgar enfático.

- Claro, mas tarde na nossa casa... – Laura nem se deu conta da resposta.

- Você disse nossa casa?... – Foi praticamente a única coisa que Edgar ouviu.

- Desculpa-me, na sua casa. – Laura se deu conta da resposta que havia dado.

- Mais tarde então, espero por você.

- Preciso ir agora. – Laura saiu em direção à sala que Melissa havia entrado antes, mas de entrar olhou para trás e viu a figura de Edgar olhando para ela.

Edgar viu Laura entrar na sala, seu desejo era segui-la até lá e conversar com ela, mas sabia que não era certo, um escândalo ali apenas pioraria tudo. Voltou ao carro, mas não conseguiu sair, ficou ali, por mais de meia hora, estava confuso, tinha esperança, mas tinha raiva... Eram tantos sentimentos, parecia que iria explodir, deve vontade de ficar ali para esperar o final da aula, não sabia que fazer. Ligou o carro e foi até a redação do Correio da República.

Guerra estava em sua sala, Edgar entrou e seu amigo percebeu o que acontecera, Edgar, finalmente, havia encontrado quem tanto procurava.

- Guerra, a professora da Melissa é a Laura. – Edgar sentasse no sofá e coloca as mãos na cabeça.

- Imaginei pela sua cara, então a Laura voltou.

- Voltou Guerra e esta naquele colégio dando aula para minha filha. – Edgar põe a cabeça para trás, precisava respirar.

- E agora, o que você pretende fazer?

- Guerra, eu estou tão confuso, não consigo raciocinar direito. Tem alguma coisa forte para beber, preciso tomar um gole de qualquer coisa...

- Serve conhaque?

- Qualquer coisa...

Guerra pega uma garrafa de conhaque que tem guardado e mais dois copos. O jornalista serve o amigo e se serve. Edgar toma tudo em um gole e pede mais um pouco.

- E como ela está?

- Linda, como antes. Guerra, eu não consigo pensar. – Edgar toma mais um gole...

- Você queria tanto este encontro.

- Eu sei, procurei por ele, mas não estava preparado.

- E agora, o que pretende fazer? Vocês conversaram?

- Só um pouco, ela tinha que dá aula, ela vai me encontrar em casa mais tarde.

Edgar se levanta e começa a andar de um lado para outro.

- O que eu faço Guerra?

- Tenta ficar calmo, durante todos estes anos, vi o quanto desejava encontrar a Laura, agora você a encontrou. Sei que deve ter sido difícil a vê depois de todo este tempo, mas agora, mais do que nunca você precisa manter a calma. Edgar. É a Laura, e ela voltou.

- Eu sei.

- Então, você ainda está sobre o impacto do encontro. Vai para casa, tenta relaxar, daqui a pouco você vai conversar com a Laura. Sei que é difícil, mas tenta ficar calmo. Para ela também deve ser difícil. Ela deve estar assim, como você, agora. Não será fácil para nenhum dos dois. Mas vão ter que passar por isso. Tenta ficar calmo.

- Eu vou para casa. Vou tentar ficar calmo.

Edgar deixou a redação do Correio da República e voltou para casa, por mais que tentasse prestar atenção no processo que estava a sua frente, não conseguia, via a hora a todo o momento, esperando por aquele encontro. Laura voltaria a pisar naquela casa depois de mais de seis anos. Um turbilhão de sentimentos passava pelo coração do advogado. Não sabia como agir, não conseguia se acalmar, Laura estaria ali, em poucas horas, era no que pensava. A Laura, finalmente, voltara, para mim?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Enfim se encontraram... Foi um susto para Edgar. Espero que tenham gostado. Uma abraço...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laura E Edgar - Um Novo Olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.