Elouise escrita por Twelve


Capítulo 7
Capítulo 7




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Mas, rapidamente, Elouise me empurrou e aborrecida disse:

–Por que fez isso? Tá louca?

Fui incapaz de responder. As palavras, simplesmente, não saíram e eu permaneci caída no chão por alguns segundos sem reação. Elouise passou a mão sobre sua boca, tirando de seus lábios o beijo que eu dera com tanto amor e, em seguida, correu para o banheiro.

Me arrependi no mesmo instante. Nós estávamos nos entendendo novamente e eu estraguei tudo de novo. Eu não sabia o que fazer e nem o que falar pra melhorar a situação que, aparentemente, parecia ser impossível melhorar alguma coisa depois desse meu ato tão impensado.

Então eu peguei mais um morango, me levantei do chão, me aproximei da porta do banheiro e disse:

–Ei... Por favor... Não me odeie... Me perdoa...

–vá embora! -disse ela friamente.

–Elouise.. por favor.. -insisti quase chorando.

–VAI EMBORA AGORA, JÚLIA!

Eu não queria deixa-la sozinha naquela situação.

E se ela não quiser mais falar comigo? E se ela me odiar? Fiquei muito triste com tudo isto, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Um pedido de desculpas não apagaria a burrada que eu fiz, portanto, o melhor a se fazer seria ir embora e deixa-la em paz.

Voltei pra casa amargurada. Com uma dor terrível na garganta e me segurando pra não chorar na frente de minha mãe.

Eu acabara de estragar, absolutamente, tudo... a garota que eu amo, agora me odeia...

E depois de, finalmente, chegar em casa, corri em direção ao meu quarto e as lágrimas nem esperaram eu entrar pra poderem saltar de meus olhos como uma cachoeira. Minha mãe logo notou que havia acontecido algo de errado de comigo. Ela me perguntou o que foi, mas eu não consegui responder e fechei a porta na cara dela.

Nunca pensei que pudesse existir tanta lágrima guardada. Eu chorei a noite toda e quando finalmente consegui parar, me senti seca por dentro. Naquele momento, eu me odiava como nunca pensei em odiar alguém. Eu sentia nojo de mim mesma. Odiava o fato de eu ser gay e por ter que passar por situações como as que eu passei. Tive ímpetos de me enforcar com as cobertas, mas não tive coragem.

A uma certa hora da noite, minha mãe preocupada bateu na porta perguntando se eu estava acordada. Eu nada disse. ela insistiu perguntando se eu estava bem, e a partir daí não consegui segurar o choro, que novamente tornou a vim contra a minha vontade. Eu chorei e chorei chamando por Elouise, me desculpando por tudo que eu fiz.

E depois de algumas horas, eu, finalmente, consegui dormir.

No dia seguinte, ignorei o tocar do despertador, convicta de que nunca mais iria para a escola de novo. Permaneci no quarto sem nenhuma disposição de me levantar da cama, mas fui vencida pela fome e por um ótimo cheirinho de comida que vinha diretamente da cozinha. Pulei da cama e notei que o morango que eu trouxe da casa de Elouise, ainda estava na minha mão. Angustiada, joguei-o na lixeira.

Saí do quarto desconfiada e com a cara toda inchada. Por sorte, minha mãe não estava na cozinha. Não queria que ela me visse com essas olheiras e me fizesse mil perguntas, das quais eu não estava preparada pra responder.

Abri a geladeira atrás de comida e vi que tinha uma torta de morango prontinha pra ser devorada por mim, mas só o cheiro me fazia lembrar de Elouise e naquele momento tudo que estivesse ligado à ela, me fazia chorar como um bebê sem chupeta.

Fiz um lanche supimpa e antes que pudesse subir pro meu quarto, eu ouvi a voz de minha mãe e de Isadora conversando lá fora no portão de casa. No mesmo instante, corri pro quarto, tropeçando em tudo que estava na frente e tranquei a porta a sete chaves. Depois de passar uns três minutos mais tenso de minha vida, em que a minha mãe conversava com Isadora, temia o que ela poderia ter dito pra minha mãe, no entanto, não me atrevi a sair do quarto e ir saber o que estava acontecendo de jeito nenhum.

quando de repente, ouvi a voz de minha mãe me chamar na porta, e em seguida, a de Isadora. Ignorei. Entretanto, minha mãe insistiu e ordenou que eu abrisse a porta. E sem saída, abri e dei de cara com a bela tentadora e vulgar, Isadora.

–Bom dia, Julinha!!!! -disse ela contente por me ver com a face toda marcada das cobertas.

–Filha, Essa bela jovem disse que por tu ter faltado a escola hoje, ela resolveu trazer teus deveres de casa. Agora me diz se não é um doce, essa tua nova amiguinha? -Disse minha mãe totalmente equivocada, coitada. -Portanto, Isadorinha querida, tu é muito bem vinda a esta casa. Sinta-se a vontade, lindinha.

–Muito obrigada, Senhora Candinha! Vou cuidar bem de tua filha, a partir de hoje!!

O mundo conspirava contra a minha pessoa. Isadora muito esperta, conquistou a minha mãe só pra infernizar a minha vida.

–Não vai me convidar pra entrar, julinha? - Disse Isadora oferecida.

–Ah! Claro! Que ideia! Entre, querida! Trarei um lanchinho daqui a pouco. -disse a minha mãe.

Isadora entrou no meu quarto contra a minha vontade. Mas contudo, ela era extremamente linda e às vezes, eu me perguntara no que ela teria visto em mim, uma pobre jogadora de basquete sem importância. E por conta disso, eu me sentia desconfortável com sua presença, como se ela fosse me beijar a qualquer momento e eu não fosse resistir.

Após fechar a porta, perguntei:

–Por que mentiu pra minha mãe? Tu nem é da minha sala.

–Eu não menti. Eu realmente trouxe teus deveres de casa.

–E como os conseguiu?

–Ora bolas! Com a Elouise, é claro! Este é o caderno dela... Ela pediu pra eu trazer pra ti.

–Ah.. Ela pediu? -perguntei um pouco feliz com a notícia.

–Sim... por quê?

–Não.. Nada... Me dar aqui, vou faze-los já!

–Ah, não vai mesmo! -disse ela jogando o caderno de Elouise no chão e trancando a porta.

–Ei! Por que fez isso com o caderno dela? Se ela souber... -disse eu inocentemente agachando pra pegar o caderno no chão.

–Foda-se Elouise. -disse Isadora depois de por o pé no meu tórax e me empurrar, me fazendo cair no chão.

–Tu tá louca? Minha mãe pode aparecer...

–Shiu! Quieta, júlia...

Isadora então começou a me beijar, tirando minha camisa lentamente. Não pude negar que me arrepiei dos pés a cabeça.

Fui facilmente vencida por ela! Eu sabia que o que eu estava fazendo era errado, mas eu não conseguia dizer "não" pra Isadora, me tornando, de certa forma, seu brinquedinho sexual.

Depois de alguns minutos se passarem, minha mãe tentou abri a porta e viu que estava trancada. Rapidamente, eu e Isadora separamos nossos corpos um do outro, recompomos a postura e eu abri a porta.

–Filha, por que trancou a porta?

– Ah, mãe... Foi a isadora!

–Isadora??

–Desculpa, Senhora Candinha. Eu tenho costume de trancar a porta do meu quarto e sem querer tranquei a de Júlia.

–Ah! Então tudo bem! Eu trouxe um lanchinho pra vocês, crianças!!

–Mas eu já comi, mãe.

–Eu não vi. Então coma de novo!

–Nossa, eu adoro torta de morango, Senhora Candinha. Tá uma delícia!

–Júlia também adora! Todo dia pede pra eu fazer, né filha?!

–É, mas eu não gosto mais...

–Me engana que eu gosto, filha. Que birra é essa agora?

–Boba, toma aqui um moranguinho. - disse Isadora pondo um morango na minha boca. E por um segundo, imaginei Elouise fazendo isto. E isso me deixou ainda mais triste.

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Lanchamos, estudamos, nos beijamos... Passamos boas horas juntas. Embora não amasse Isadora, eu passei a gostar de sua reconfortante presença. E antes que ela fosse embora, dei um jeito de por um bilhete no caderno de Elouise, que nele dizia:

"Elouise. Perdão! Eu estou totalmente arrependida pelo que eu fiz. Agi sem pensar! Mas a verdade é que quando estou ao teu lado, sinto meu coração pulsar forte, sinto vontade de te abraçar e te beijar... Não me julgue mal. Me perdoa por estas palavras, mas são mais que verdadeiras. Nada mais importa pra mim no momento, do que o seu perdão. Fique bem! Ass: Júlia."

Fiquei um pouco mais aliviada e esperançosa, após mandar este bilhete. Mas fui surpreendida por Isadora na porta de minha casa antes de ir embora.

–Júlia...

–Que é?

–Assim, eu... Adorei ficar contigo hoje... e eu cho que estou apaixonada...

Suas palavras, para mim, tiveram o mesmo impacto de "amor, estou grávida", embora eu não fosse homem e não soubesse o peso de tais palavras, contudo, fiquei sem reação e com uma obrigação de arcar com o erro que eu cometera me envolvendo com ela.

–Ah... também gostei... -Foi o que eu pude dizer.

Então Isadora se atreveu a me beijar na frente da minha casa, com um monte de vizinho na rua olhando e baixinho ela me perguntou:

–Namora comigo?


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