Lembre: Nada É Verdade. escrita por Yagah


Capítulo 6
Haytham...


Notas iniciais do capítulo

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No outro dia Bee entra pé por pé no quarto para acordar Annie para ir à escola. A garota levanta sonolenta e começa a lembrar um pouco do dia anterior, como se fosse um sonho. Ela olha para o chão enquanto boceja e se depara com Ezio dormindo completamente esparramado no colchão com a boca escancarada babando no colchão. Connor está dormindo de lado virado para a parede, de modo mais civilizado.

— Vamos lá, está atrasada. — Sussurra Bee.

Annie levanta com cuidado para não pisar no italiano. Quando chega na porta do quarto Connor senta na cama sobressaltado.

— Você está bem? — Pergunta ela.

O mohawk olha confuso, ele também ainda estava processando o que havia acontecido.

— Bom dia. — Consegue dizer finalmente. Annie sorri.

— Eu vou estar na cozinha comendo alguma coisa. — Avisa ela com a voz suave, em seguida caminha apressada para não se atrasar.

— É... nem só de maldade é feito o ser humano... — Diz Ezio abrindo os olhos. Ele estava fingindo.

— Ela nunca foi má, Auditore. Só estava confusa, nós chegamos aqui do nada. E não dá pra esquecer o que tivemos uma péssima abordagem ontem à noite. Como você esperava que ela reagisse?

— É... Começamos com o pé esquerdo mesmo. — O italiano se espreguiça bocejando alto. — Bom, vou começar a concertar nossa cagada hoje.

Ele levanta animado e segue o rastro de Annie até a cozinha, Connor decide ficar mais um pouquinho na cama, ele estava moído depois da luta para imobilizar a garota.

— Bom dia, fiore! — Diz Ezio animado quando entra na cozinha. Logo aquela animação se transforma em confusão, pois a garota não estava lá. Ele olha de novo para a cozinha, só enxerga Bee de costas passando um café, em seguida para o longo corredor de pedras, que era a única entrada para a peça.

— Bom dia. — Responde Bee rindo da cara do hóspede. — Ela já foi pra escola.

Ezio desfaz a expressão confusa, mas ainda olha da cozinha para o corredor esfregando a nuca.

— Dormiram bem?

— Claro, melhor impossível. Só vou ter que comprar uns repelentes. — Ele sorri simpático.

Connor chega na cozinha, ao contrário de Ezio o mohawk já estava vestido e havia arrumado a cama.

— Bom dia. — Diz ele.

— Bom dia. — Bee e Ezio juntos.

Depois de tomar um longo café da manhã e conversar sobre os outros membros do Credo, que estavam nos EUA, Bee deu uma missão aos garotos. Uma missão para testar a paciência e a eficiência de ambos.

— Esse é o alvo. — Bee entrega a foto. — Vocês terão de observá-lo e trazê-lo vivo até aqui. Tenho umas perguntinhas para fazer a ele.

— E depois?

— Depois levem-no para bem longe e deem um fim nele. — Bee falava de forma sádica e amedrontadora às vezes.

Os garotos saíram da sede, tentando se orientar naquelas ruelas que não pareiam ter fim. Bee os proibiu de pegar ônibus ou qualquer tipo de transporte, tinham que ir a pé, e fazer tudo até às 16h.

— Será que Annie passou por testes como esse? — Pergunta Ezio enquanto se esforça para acompanhar o passo de Connor.

— Com certeza. — O mohawk confere o relógio. — Temos que ir mais rápido.

— Mas como nós vamos raptar um homem e sair em público?

— Faz parte do teste.

Eles continuam andando, já eram 10h, se continuassem naquele ritmo chegariam à noite na vila. Era um teste bem pensado, só havia um modo de chegar ao local onde estava o alvo e teriam de percorrer o mesmo caminho para levar o homem até Bee, o que seria um pouco mais complicado.

— Estamos com um bom tempo. — Diz Connor conferindo o relógio novamente ao chegar no portão da casa do alvo. — Segundo Bee eles devem estar em uma reunião agora, no escritório da casa. Vamos entrar e esperar.

O italiano apenas consente, apesar de entediado. Ele não gostava de pegar informações e espionar, gostava de ação.

Connor neutralizou o porteiro que estava lendo jornal na cabine e travou as câmeras. Os dois Assassinos entraram na imponente casa do alvo de vagar, qualquer ruído acordaria os cães.

Ezio espiou a sala pela fechadura, enquanto Connor vigiava o corredor.

— Têm uns cinco caras, cada um com um guarda costas. Não dá pra ver o rosto deles direito.

Os dois ficam no corredor com o ouvido colado na porta e, ao menor sinal de perigo, entravam no closet cheio de armas que ficava praticamente em frente ao escritório.

— Quando esses desgraçados vão sair? — Ezio já estava ficando impaciente.

— Paciência... — Diz Connor bufando, até mesmo ele estava ficando entediado.

— Connor, como a gente vai pegar ele? — Nesse momento se ouvem passos próximos ao corredor. Os dois garotos saltam para o pequeno depósito de armas. — Que brilhante esse esconderijo, se vierem pegar alguma coisa já era.

— Shh! — Connor espia o longo corredor. — É o mordomo.  Sussurra. — E é parecido com você,  só um pouco mais velho. Vai lá.

— O que?

— Anda, Ezio!

O italiano espera o mordomo sair do escritório com a bandeja vazia e o ataca, dando um golpe certeiro na nuca do homem, que amolece como um boneco de pano, a bandeja cai em cima do corpo sem fazer barulho. Ele o arrasta para o depósito de armas e manda Connor sair para se trocar.

Ezio sai vestido de mordomo, claramente irritado ajeitando a roupa apertada. Connor segura uma risada, o que deixa o italiano ainda mais bravo. Depois de bufar ele pega a bandeja vai para a cozinha, onde uma velha e farta governanta prepara alguma coisa para a reunião.

— Adolfo, onde esteve?— Ezio quase ri quando escuta o nome. — Leve isso rápido para os homens. — Reclama ela colocando pratos pequenos com doces na bandeja.

— Você viu meus óculos, Neusa? — Arrisca ele, depois de conferir o nome dela no uniforme.

— Ora, está começando a caducar mesmo. Você deixou em cima do balcão. — A mulher apressada não parece ter reparado na voz, ou na aparência do intruso.

Ezio pega os óculos, para ajudar a disfarçar um pouco mais e se dirige para o escritório, um pouco nervoso.

— Como é o nome do cara? — Pergunta ele para Connor antes de entrar na sala.

— Bee não disse.

— Ótimo.

Ezio esvazia os pulmões e entra na sala.

— Demorou, Adolfo. — Novamente ele segura uma risada.

— Desculpe, senhor. — O Assassino começa a servir os homens de cabeça baixa para não ser notado.

— Como eu ia dizendo senhores, — O alvo continua o assunto. Pareciam estar longe de terminar aquela reunião. — o nosso projeto está sendo impedido porque há uma tribo indígena, uns selvagens, no local onde pretendemos construir.

Houve uma breve agitação e alguns comentaram que tinha que matar os indígenas. Ezio estava entregando o prato para o último homem, que estava quieto apenas escutando atentamente os demais. Ao contrário dos outros homens ele era negro, forte e alto. O italiano o analisou rapidamente e viu que, no bolso do terno dele, havia uma escuta. O homem o olha desconfiado, forçando o Assassino a sair dali.

— Tem um policial lá dentro. — Diz ele a Connor quando sai.

— Que maravilha... — O mohawk esfrega os olhos, conhecendo os métodos da polícia ele sabia que iria demorar mais que o planejado com um policial lá dentro. — Temos quatrp horas para concluir essa missão.

O trinco da porta abaixa de vagar. Connor se esconde e Ezio finge que parou de andar para atender o homem, que, para sua, surpresa era o policial.

— Posso ajuda-lo, senhor?

— Onde fica o banheiro?

Ezio viu que ele havia percebido algo estranho no ‘novo mordomo’, o homem estava o testando.

— Por aqui senhor. — Ele começa a andar pela casa, tentando não olhar muito para as portas, como se estivesse conferindo, sempre com a cabeça erguida. Ezio leva o homem até o fim do corredor e não encontra o maldito banheiro. O policial percebe e saca uma arma.

— Achou mesmo que ia enganar todo mundo? — O italiano vira para encarar o homem, percebe um símbolo triangular, semelhante ao dos Assassinos no cinto dele. Muito semelhante.

— E eu posso saber o que um policial está fazendo em uma reunião de empresários? — Arriscou Ezio, ignorando o que havia visto.

— Policial? — Ele sorri. — Longe disso, caro. Me diz: por que você está aqui? Pretende matar Eric?

— Sim. — Ezio vê Connor colocando a mão no rosto decepcionado com a resposta.

— Entra na fila, não é o único.

— Por que você quer matá-lo?

— Ele quer exterminar um povo indígena para construir uma pousada.

— É o mesmo motivo que eu, só que eu preciso fazer umas perguntas para ele antes de mata-lo. Pode ter mais gente envolvida.

— E você acha que eu não vou interrogá-lo?

— Ok. Vamos fazer isso juntos, pode ser? Nós queremos a mesma coisa, e vamos usar os mesmos métodos. O que me diz?

Antes de ele responder alguém abre a porta, o homem guarda a arma em uma velocidade inumana, enquanto Ezio olha quem saiu.

— Haytham... — Rosna ele.


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Notas finais do capítulo

Aceito dicas e críticas, viu? Elas que ajudam a melhorar a história.
Desculpem qualquer erro.