Lost In The Mirrors escrita por Taia


Capítulo 4
Capítulo 3: Now it's clear


Notas iniciais do capítulo

Oie ^^ Como prometido, nesse capítulo vocês vão entender alguma coisa. Espero que gostem da verdade.. de uma parte dela. Sim, praticamente só tem diálogo, mas leiam que vocês vão ver que era melhor assim. Aproveitem :3



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Mas o que..? Primeiro eu descubro que sou invisível, ou pelo menos que ninguém nota que eu existo, e agora um desconhecido vem falar comigo. Eu não entendo mais nada.

– Então, qual é o seu nome? – Stevie me tira de meus pensamentos

– É.. Kevin. Kevin West. – respondo sem pensar

– Olá, Kevin. Stevie Royle. – diz estendendo a mão, eu o cumprimento – Deixe-me adivinhar, você não está entendendo como eu te vejo mas os outros não, certo?

– S-sim... Se você puder me explicar, eu agradeço.

– Venha comigo que eu lhe explico.

Aqui estou, a caminho da praça para sentar e conversar com um homem que apareceu do nada dizendo ter uma resposta para a minha pergunta. Caminhamos sem pressa enquanto ele me guia até uma das mesas onde os idosos costumam jogar xadrez, nos sentamos, ele me olha e diz:

– Tudo bem, o que você quer saber, exatamente?

– Primeiro, quem é você?

– Eu sou apenas mais um que se desprendeu do mundo conhecido como “real”. E você é um de nós.

– Um de vocês..? – pergunto, confuso – Você também virou um espírito?

– Não... Não é bem isso. É o seguinte, nós estamos agora no mundo dos espelhos. Nós somos os reflexos. Bom, éramos. Acontece que o verdadeiro Kevin, o 'você' do mundo real, morreu, mas os reflexos não morrem. Todos aqui são reflexos de alguém, e agem conforme os originais, como chamamos os seres do mundo real. Quando o seu original morre, você perde a conexão com ele e vira um reflexo independente.

Aquelas palavras estavam vindo rápido demais, mas eu conseguia assimilar tudo. Ele continua, como se lesse meus pensamentos.

– Você deve estar se perguntando por que todos o ignoram. Veja, no mundo real você não existe mais. Se nenhum dos originais interage com você, então nenhum dos reflexos vai interagir, já que eles fazem o correspondente ao que ocorre no mundo real.

– Então ninguém fala comigo porque o meu verdadeiro eu não existe. O ‘eu’ original não participa mais do dia a dia de ninguém. Eles agem como se não me vissem porque seus respectivos originais não me veem. E você me vê porque o Stevie real também morreu. – confirmo

– Sim. Eu sou um reflexo independente, assim como você. É como se acordássemos de um transe no qual estivemos esse tempo todo.

A manhã está calma. O céu nublado e o clima frio, misturados ao ar natural da praça me tranquilizam. Eu me sinto mais leve, minha mente está mais clara. Agora faz sentido. Mas... Nem tudo foi esclarecido.

– Tudo bem, isso eu entendi, mas tem uma coisa... Quando eu me olho no espelho, não vejo meu rosto. Sei que ele está lá quando o toco, mas não o vejo, é como estivesse borrado, deformado. Você o vê?

– Sim, eu vejo seu rosto. Seus olhos verdes, sua boa levemente rosada, e também olheiras que evidenciam seu cansaço. Mas não sei dizer o motivo de você não vê-lo no espelho.

– Ah... – suspiro, desapontado – E, se o Kevin do mundo real não existe mais, como eu tenho reflexo?

– Uma boa pergunta – Stevie reconhece – Os reflexos veem os seus originais ao se olharem no espelho, creio que isso seja óbvio. O que os reflexos independentes veem é a alma do seu original. Quando os seres reais morrem, suas almas continuam na terra, nesse momento as coisas se invertem, a alma passa a agir de acordo com o reflexo, não sei explicar por que isso acontece. Alguns independentes usam esse fato para prejudicar alguém do outro lado, mas, infelizmente, isso nós não podemos impedir...

– Certo, entendi. – afirmo – E quanto a minha audição?

– O que tem ela?

– Eu não consigo ouvir nada direito, perdi uma boa parte da minha audição. Mas parece que isso só acontece com o que ainda tem conexão com o mundo real, pois você eu escuto bem.

– Estranho... Me desculpe, não sei explicar isso também.

– Stevie, como você sabe essas coisas? – pergunto, curioso

– Quando eu acordei, havia uma pessoa comigo, uma mulher. Era linda, cabelos compridos e ruivos, olhos azuis, uma boca pequena e bochechas rosadas, devia ter quase 1,65 de altura. Ela também sabia bastante. Seu nome era Ellen. Ela me disse tudo isso, mas apenas isso. Disse que queria testar uma coisa e que havia um independente recém-chegado, o qual seria uma ótima cobaia, e sumiu. Isso foi há três dias.

– Entendo. Eu não tive essa sorte. Até agora...

– Bom, por que não vamos passear? – diz enquanto se levanta – Podemos ir ao cinema sem pagar.

Sorrio e o acompanho. Atravessamos a praça, passando pelo chafariz e pela área gramada onde há crianças jogando futebol, saímos e começamos a andar em direção ao cinema. Ainda preciso de algumas respostas, mas agora me sinto menos perdido. Olho para o lado e meu olhar para no homem alto, com uma expressão tranquila no rosto, que por algum motivo está vestindo um terno, enquanto eu estou com uma camisa qualquer e calça jeans, e meu cabelo liso está totalmente desarrumado. O homem que veio me ajudar, que surgiu de lugar nenhum, Stevie. Talvez ele esteja planejando algo e quer apenas me usar, ou talvez eu tenha encontrado um novo amigo. Descobriremos com o tempo.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Entenderam? Estão satisfeitos? Pelo menos uma parte das dúvidas se foi ^^ E esse cap terminou bem, não? Me digam o que acharam da explicação. Quero saber se agradou. Vamos ver o que vem no próximo ;) Nos vemos lá então, querido leitor :3



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