Lost In The Mirrors escrita por Taia


Capítulo 3
Capítulo 2: I'm not invisible?


Notas iniciais do capítulo

Oi meus queridos :3 Continuando a história. O que está acontecendo com o pobre Kevin? Bom, não é agora que vocês descobrem.. Mas já vão saber. No próximo capítulo? Não sei u.u Mas por enquanto, aproveitem aí mais perguntas sem resposta ;)



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São 3:20, sim, é o meio da madrugada e eu estou totalmente acordado. Não consegui parar de pensar no que aconteceu hoje, não faz sentido. Só consigo pensar em uma explicação, eu morri. Mas como foi que eu morri? Não lembro de nada. E se eu realmente estou morto, não deveria parecer mais com um espírito? Eu deveria não conseguir interagir com as coisas a minha volta, mas eu consigo. Não deveria sentir dor, nem fome ou sede, mas eu sinto. Eu ainda me sinto humano, exceto pelo fato de que meu rosto está deformado, minha audição se encontra apenas em uns 15% de como era antes e ninguém me vê ou me ouve. Sou invisível, me sinto perdido e sozinho. Bom, nem tão sozinho assim. Desde que acordei nesse lugar estranho, sinto como se houvesse algo aqui, alguém.

3:24, estou há mais ou menos três horas sentado na cama desde que resolvi que iria dormir. Não estou com sono. Me sinto completamente exausto, mas não consigo fechar os olhos, mesmo com a forte ardência que sinto neles. Uma brisa fria e silenciosa entra por uma fresta na janela. Puxo o cobertor para mim e passo minhas mãos pelos braços, arrepiado, quando noto algo. Além das irregularidades causadas pelo arrepio, não há nada. Exatamente, nada. Nem em meu braço, nem em meu pescoço, nem em nenhum dos outros locais onde antes havia arranhões. Os machucados haviam sumido, simples assim. Como isso aconteceu? E quando aconteceu? Não vi em momento algum eles se curarem e desaparecerem. Da mesma forma que apareceram, eles se foram, de repente.

3:28, agora tenho mais uma coisa em minha mente, os arranhões, eles simplesmente sumiram. Quer dizer, não que seja uma coisa ruim, só queria saber como isso aconteceu. Estou completamente imerso e perdido em meus pensamentos, quando algo me traz de volta à realidade, uma dor muito forte na cabeça, principalmente no rosto. É como se eu fosse atingido por alguma coisa muito grande e pesada. A dor fica mais intensa, cada vez mais forte. Meus gritos de dor ecoam pelo quarto. Então, um barulho agudo e muito alto toma conta de meus ouvidos, misturando-se a dor. Sinto falta de minha surdez parcial. Caio no chão, agonizando, quase desmaiando. De repente, tudo acaba. A dor foi embora, o barulho sumiu, o silêncio tomou conta novamente. Aos poucos recupero a consciência e, olhando no relógio, percebo que só se passaram dois minutos. Apenas dois minutos, mas para mim pareceu uma eternidade. Em meio a agonia e a dor, eu não via um término para meu sofrimento, mas finalmente tinha chegado ao fim.

Estou sentado no chão há o que parece meia hora, apoiado na cama, pensando no ocorrido. Assim como tudo nessa minha nova vida, não fazia sentido, simplesmente não fazia. Eu não havia sentido nada assim nesses últimos dias, apesar de que me lembro de no sonho, em algum momento, ter sentido uma forte dor na cabeça. Lembro vagamente de me contorcer e gritar, jogado no chão daquele maldito corredor. Por que eu senti essa mesma dor dentro do sonho? Levanto, me coloco de volta em minha cama e me aconchego no meu cobertor. Aquele sonho... Pensando agora, consigo lembrar de uma sala, na qual eu entrei enquanto procurava uma saída, onde havia uma mesa oval e várias cadeiras, era como uma sala de reuniões. Bom, pelo menos não era um hospital, eu odeio hospitais. Fiquei mais uma hora pensando, me questionando, criando dúvidas e mais dúvidas, ja que não tinha as respostas. Estou quase adormecendo, meus olhos querem se fechar, quando vejo uma leve claridade vindo da janela, já deve estar amanhecendo.

Sou acordado de repente por um barulho alto e repetitivo que soa como um latido distorcido. O suposto latido agora vem em dobro, me levanto e olho pela janela a tempo de ver dois cachorros brigando e seus donos os separando. Enfim, silêncio. Vejo no relógio que são 6h15, dormi por volta de uma hora apenas. Talvez por causa desse pouco tempo de sono, não sonhei e nem tive um pesadelo. Então tem algo positivo em ficar acordado. Resolvo começar logo o dia e não voltar a dormir, desço e vou até a cozinha. Abro a porta da despensa e tenho a segunda decepção do dia, meu café havia acabado e não tinha mais suco. Eu preciso ir ao mercado e, considerando que eu agora sou "invisível", vai ser fácil conseguir suprimentos. Por um lado, essa minha nova característica pode ser útil.

Ando pela vizinhança, apreciando a vida alheia. Há uma família fazendo piquenique no quintal da frente, provavelmente a pedido dos filhos, duas belas crianças gêmeas, as quais parecem ter uns 8 anos. A idosa do dia anterior estava de volta, sentada no mesmo banco, falando do mesmo homem, um tal Davi que a deixou por algum motivo. Um jovem rapaz brinca com seu cachorro na praça, sentado na grama e recostado em uma árvore, o rapaz joga uma pequena bola para que seu yorkshire a traga de volta. Eu avisto o mercado, entro e vou em direção às geladeiras a procura de um suco de uva. Hoje o mercado não estava tão vazio, mas obviamente ninguém notava minha presença. Pego meu suco e começo a andar até o caixa quando me lembro de que não preciso pagar, e mesmo que quisesse, não conseguiria. Saio pela porta e ouço uma voz ao meu lado.

– Olá

­Olho em volta, mas não há ninguém além de mim. Volto meu olhar para o homem alto, de cabelos pretos e olhos castanhos que parecia estar falando comigo. Ele continua.

– Me chamo Stevie, prazer - ele sorri - Sim, estou falando com você.

– M-mas... Você me vê?


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Notas finais do capítulo

Sei que devem estar com ódio de mim por não esclarecer nada e trazer mais dúvidas, mas acalmem-se, logo tudo será explicado :) Me digam aí o que acharam desse cap. Não sei quando sai o cap 3, desculpe. Mas posso dizer que uma das dúvidas será tirada nesse próximo, aguardem ;)



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