P.O.V. Vic

– Oi! – Lily disse abrindo a porta.

– Oi, Lily! Tudo bem? – Mamãe disse. – Já chegou mais alguém?

– Tio Rony, Tia Hermione, Rose, Hugo, Tio Charlie, a senhora Tonks, Ted e o vovô e a vovó. – Lily ia enumerando enquanto entravamos no hall e nós fechávamos a porta.

– Oi gente! – Papai disse quando entramos na sala e vimos todos conversando. Depois de vovó reclamar um pouco sobre o quanto estávamos todos muito magros mamãe mandou eu levar uma torta para a cozinha. Legal, sou sempre eu.

Abri a porta da cozinha com o pé e me deparei com uma cena bem legal. Tia Gina e tio Harry se agarrando loucamente encostados em um armário. Eu só queria ter saído sem ser vista dali, mas é obvio que eu, depois de levar um susto, dei um passo para trás e bati com um pequeno barulhinho na parede, combinado com o barulho da porta que eu soltei batendo também.

– Desculpe. – Murmurei enquanto eles se separavam, tio Harry bem vermelho.

– Tudo bem. – Tia Gina disse.

– Ãã... a minha mãe mandou eu deixar essa torta aqui. - É oficial, essa é a ultima vez que ando sozinha pela casa dos Potter.

– Ah! Obrigada, querida. – Tenho a leve impressão de que a tia Gina quer rir.

– Ok. Hum... então... é... Tchau. Ah... feliz aniversário, tio Harry.

– Obrigado, Vic! – Ele disse e eu logo me virei e sai da cozinha.

– O que aconteceu? – Tio Rony perguntou quando apareci na sala.

– Hum... nada não.

Enquanto o resto da minha família chegava fui com Ted para o quintal um pouco. Mal pisamos lá e ele disse:

– Você viu eles se pegando, né?

– Como você sabe? – Quase gritei.

– Conheço os sintomas. – Ele riu. – Já fui atingido por essa doença varias vezes. Estou até surpreso que você nunca tenha visto isso.

– Pelas calças de Merlin!

– É... não sei como eles tem só três filhos.

– Ted!

– Ah que foi Viczinha? Acha que corujas que trazem bebês?

– Não! – Bati nele enquanto ria. – Mas eles são meus tios, isso é estranho!

– É. Eu sei, mas tudo bem, você se recupera.

– Por Merlin, eles não sabiam que tinham gente em casa, não?

– Acho que eles não estavam muito preocupados com isso.

– É acho que não, principalmente a tia Gina! Acho que ela estava se segurando para não rir depois que eles me viram.

– Eu sei! Todas as vezes que isso aconteceu comigo ela fez isso!

– Do jeito que você fala parece que você vê os dois se agarrando o tempo todo.

– Quando se passa muito tempo nessa casa é mais ou menos isso que acontece. – Ele riu. – Até a Lily já se acostumou. As vezes está todo mundo na sala e você ouve a Lily gritando “Ah! De novo não!” e todo mundo já sabe o que é.

Começamos a rir outra vez e só paramos quando James veio andando e se sentou do nosso lado na grama.

– Do que vocês estão rindo?

– Da ceninha que a Vic viu na cozinha. – Ted disse bagunçando os cabelos de James.

– Ah. Não foram meus pais de novo, né?

– Foi sim.

– Que droga.

– Enfim... – Eu disse tentando mudar de assunto. Cansei de discutir a vida sexual dos meus tios. – Acho melhor entrarmos. Já chegou todo mundo?

– Já. – James respondeu. – Acho que já vamos almoçar.

– Então vamos. – Ted disse de levantando. – Vem sua gorda. – Ele me disse e estendeu a mão pra eu me levantar também.

– Ted.

– Que foi, Jay?

– A Phoebe não tem ciúmes de você ficar ajudando a Vic a se levantar? – O peste riu e saiu correndo para dentro, me deixando extremamente vermelha e mexendo ainda mais nos meus cabelos. Espera. Eu estava mexendo nos meus cabelos antes? Merda! Maldita Caroline estava certa. Mas só sobre eu mexendo no meu cabelo quando estou perto do Ted.

– Peste. – Murmurei.

– Não liga, a Phoebe não tem ciúmes de você.

– Que? Ah... que bom.

– É. Hum... vamos?

– Aham.

Ótimo. Depois que eu digo que eu quero matar o James ninguém entende por que. Bom na verdade entendem, afinal ele não é nenhum anjinho, mas não deixam eu matar aquele peste assim mesmo! Ok. Calma Victorie! É só o James mais uma vez fazendo o que ele mais gosta na vida: me irritar.

– Ah! Estão ai! Que bom, vamos almoçar? Gina já colocou a mesa. – Vovó disse sorrindo e nos levando até a sala de jantar, onde todos já estavam se acomodando.

Para minha incrível felicidade só tinham duas cadeiras sobrando e bem na frente de James. É hoje que eu mato esse moleque.

– Então... Vic... desde quando você gosta do Ted? – Ele perguntou lá para o meio do almoço em meio à bagunça e o falatório de toda minha família que pelo menos não deixava ninguém ouvir isso.

– Ah, cala a boca, James! – Disse balançando a cabeça enquanto encarava firmemente meu prato.

– Tanto tempo assim, Vic! – Ele disse. – E você, Ted? Sua namorada sabe que é da Vic que você gosta?

– James se você não calar a boca eu vou enfiar essa batata em um lugar que você não vai gostar.

– Não vai não. Agora me digam, quando vai ser o casamento?

– Logo depois do seu com aquela sua amiguinha de Hogwarts, Jay. – Respondi sorrindo carinhosamente e nada irônica para ele.

– Que amiga? – Ele perguntou arregalando os olhos.

– Não sei o nome dela. Aquela que fez um frisbee dentado ficar perseguindo você.

– Ah... Liz.

– Deve ser. – Disse satisfeita quando ele finalmente calou a boca.

Depois do almoço tia Gina trouxe um grande bolo da cozinha. Cantamos um rápido parabéns e começamos a comer outra vez. Acho que pré-requisito para ser um Weasley é ser guloso.

– Mas voltando ao nosso assunto: não acho bom vocês esperarem eu me casar com a Elizabeth por que isso nunca vai acontecer, então acho melhor escolherem outra data. Quando vai ser? – Ele riu.

– Pelo cuecão florido de Merlin, James! Será que você pode calar a boca?

– Ah! Tio Bill ainda não sabe? Pode deixar eu conto. Tio Bill! – Ele exclamou fazendo meu pai, da outra ponta da mesa olhar, junto com toda a família. – O senhor sabia que a... AI! – Ele gritou quando Ted jogou uma maçã, que estava em uma tigela em cima da mesa, na cabeça dele.

– Legal! Posso fazer isso também? – Fred disse pegando uma outra maçã.

– Nem pense nisso, Fred! – Tia Angelina avisou.

– Então... o que você ia dizer mesmo, James? – Ted sorriu jogando para o alto e pegando novamente na mão mais uma maçã. Merlin, quantas maçãs.

– Nada. – O ruivo disse esfregando a cabeça emburrado. – Deixa para lá.

Todos riram e voltaram a conversar como se nada tivesse acontecido. Apesar de eu ter visto tia Gina olhando na nossa direção.

– Tudo bem, tudo bem, eu não vou contar para o tio Bill agora, mas vocês não vão poder esconder para sempre sabiam? – Ele sorriu.

– Quer mais uma maçã, James?

– Não obrigado. – Ele abaixou a cabeça para o prato, mas começou a cantarolar. – Ted gosta da Vic. Vic gosta do Ted. Ted gosta da Vic. Vic... Ted! – Ele levantou a cabeça de repente. – Eu estava pensando agora...

– James! Cala a sua boca, já! – Tia Gina disse. Santa tia Gina! Bem, não tão santa assim. Ok, cena da cozinha sai da minha cabeça.

– Mas mãe eu só ia...

– Eu falei para ficar quieto agora, James Potter.

– Ok. Ok.

O peste do meu primo não disse mais nada sobre mim e Ted pelo resto do dia. Molequinho chato. Eu ainda vou matar esse pirralho. Ok, estou parecendo o Ted agora, chamando as pessoas de pirralhos. Que seja.

– Vic. – Meu pai me chamou quando chegamos em casa e eu comecei a subir as escadas.

– Oi, pai.

– O que o James ia dizer aquela hora?

– Ah... não sei. Ele só estava tentando me irritar o almoço inteiro.

– Irritar como?

– Respirando ele já me irrita, pai.

Ele deu um sorriso balançou a cabeça e foi para a sala.