P.O.V. Teddy

Estava quase dormindo quando minha vó chegou.

- Ted! Está ai?

- No quarto, vovó!

- Oi, querido. Como foi? – Ela perguntou sorridente.

- Tudo bem. Ah, se eu aparecer morto depois do aniversário do Louis foi a Fleur que me matou.

- O que você fez?

- Falei para a Vic comprar uma vassoura de presente para ele. Não sei se a Fleur vai gostar, quer dizer, do jeito que o Lou é ele vai acabar quebrando tudo da casa ou todos os ossos.

- Bom, acho que ele vai gostar do presente. Não tenho tanta certeza se podemos dizer o mesmo da Fleur. – Vovó riu. – Enfim, vou fazer alguma coisa para jantarmos.

- Vó! – Chamei quando ela já estava quase saindo do meu quarto. – A senhora, bem, a senhora tem notado alguma coisa diferente na Victorie ultimamente?

- Por exemplo?

- Não sei. Ela não parecia normal hoje. Quer dizer parecia normal sim, pelo menos ela estava agindo normalmente, mas sei lá...

- Agir normalmente não é um sinal de que a pessoa está realmente normal, querido, mas o que você achou diferente nela, exatamente?

- Não sei. Ela parecia triste, eu acho, ou preocupada e um pouco agitada, nervosa, não sei. Mas o que pode ter acontecido de ontem a tarde na casa do Harry até hoje quando nos encontramos no Caldeirão Furado?

- Hum... tenho um palpite.

- O que?

- Ah, nada, nada. Só pensei alto, Ted. Bom, por que você não conversa com ela?

- Ah, dona Andrômeda! No que a senhora está pensando?

- Só uma ideia que passou pela minha cabeça, mas não importa. Vou fazer a janta. – Ela disse e saiu do quarto. Como assim? Minha avó simplesmente resolveu não me falar nada?

- E que ideia foi essa? – Falei entrando na cozinha e tropeçando num vaso encostado na parede ao lado da porta. Que merda por que eu sempre tenho que derrubar tudo? Vovó olhou para mim sorrindo e com os olhos um pouco marejados.

- Ás vezes você é igualzinho a sua mãe. Tem horas que ouço você derrubando alguma coisa e por um momento penso que quando eu for ver o que aconteceu vou ver Ninfadora ajoelhada no chão ao lado de algum objeto quebrado tentando concerta-lo. – Minha avó tinha se aproximado de mim e mexia no meu cabelo que por algum motivo está rosa berrante. Meio gay. – Mas ai me lembro que ela não pode mais derrubar nada.

- Está tudo bem, vovó. – Falei a abraçando. – Tenho certeza que ela e papai estão bem agora.

- É. Estão sim, e seu avó também. – Ela disse se afastando e limpando os olhos. – Estamos todos bem agora. Não há mais nenhuma guerra. Ninguém mais vai partir.

- Então, vovó – Melhor quebrar o silencio logo. – Que ideia tinha passado pela sua cabeça?

- Ah, Ted! Não é obvio? – Não. – Talvez Vic esteja com ciúmes.

- Ciúmes? Ciúmes de que?

- De você estar namorando. Talvez ela tenha medo que você vá de alguma forma troca-la pela Phoebe.

- Como ela poderia pensar isso? É obvio que eu nunca vou trocar a Vic por ninguém!

- Eu sei, querido. E no fundo ela também sabe, mas talvez seja esse o motivo de ela estar diferente hoje.

- Não faz sentido. Já tive outras namoradas e ela não ficou assim.

- Talvez não seja isso mesmo, Ted. Como eu disse foi só algo que me passou pela cabeça.

- A Vic pareceu gostar da Phoebe.

- E se eu estiver certa isso vai aumentar o receio dela de você a esquecer.

- Por que?

- Ora, Ted, se ela, que está com um pé atrás em relação a essa moça gostou dela imagine você!

- Mas eu nunca vou esquecer a pirralha!

- Eu não devia ter dito nada, Ted. Foi só um pensamento.

- É. Mas e se você estiver certa?

- Então converse com a Victorie sobre isso!

- Como? Hey, Vic! E ai, você está com ciúmes da minha namorada?

- Só pergunte para ela o que está acontecendo.

- Ela vai dizer que não tem nada acontecendo.

- Ted – Vovó disse cortando uma cebola. – Você já gostou da Vic? Ou gosta?

- Como assim?

- Você me entendeu. Você já viu a Victorie como mais que uma amiga?

- Eu... É... Eu... – Nossa como sou bom em formular frases! – Claro que não, vó! A pirralha é minha melhor amiga!
- Hum. Sei.

- Como assim “Hum. Sei.”? Vovó, o que a senhora está pensando?

- Nada. É só que já pensei ter visto você olhando para ela de uma outra forma.

- Não! Ela é só minha amiga.

- Tudo bem então. Melhor eu terminar logo de fazer a janta, ai podemos comer logo e você vai dormir. Amanhã você tem que trabalhar querido.

- Vó, eu não tenho mais onze anos. – Falei sorrindo. – Eu sei me...

- Não você não sabe se cuidar sozinho. Você nem sabe que gosta da Vic!

- Vó!

- Que foi?

Acho que ela enlouqueceu. Como ela pode pensar que vejo a pirralha como algo a mais que minha melhor amiga. Não é verdade! Está certo que ela é linda e inteligente. Bastante atraente também, engraçada e de vez em quando é até fofa. Mas o fato de eu ter notado tudo isso não significa que quero que ela seja mais que uma amiga. Não! Vic vai ser sempre minha melhor amiga.

Sempre foi assim, desde que éramos bem pequenos. Sempre melhores amigos e vai ser sempre assim. Isso nunca vai mudar, meu sentimento por ela nunca via mudar. Não importa que eu tenha detestado vê-la saindo com aquele menino da Corvinal quando eu estava no meu ultimo ano em Hogwarts, aquilo foi só eu tentando proteger minha amiga. Proteger exatamente do que eu não sei, mas foi só isso.

Não. Minha relação com a Weasley nunca vai mudar, até por que qualquer indicio de que fosse mudar Bill tentaria me matar antes que eu pudesse dar um passo em frente. Por que estou pensando isso? Não é uma coisa que vai acontecer! É, minha avó está louca. Só pode.