P.O.V. Teddy

Já estava acordado quando minha avó bateu na porta.

- Ted, querido, acorde. Você não disse que ia para o Beco Diagonal?

- Já acordei, vou tomar um banho e já vou sair. Vou buscar a Phoebe na casa dela.

- Coma alguma coisa antes!

- Tudo bem, vovó! – Disse já entrando no banheiro.

Depois de muita briga para eu comer alguma coisa antes de sair, finalmente consegui aparatar no jardim da casa dos Finnigan. Toquei a campainha e Phoebe logo apareceu na porta.

-Oi! – Ela disse sorridente e me beijando. – Entre, só preciso colocar umas coisas na bolsa e já podemos sair. – A loira já tinha segurado minha mão e me puxava apressada para uma sala clara. – Pai! Esse aqui é Teddy Lupin.

- Prazer, senhor Finnigan. – Falei estendendo a mão. Ele me analisou bem antes de apertar. Phoebe saiu da sala e a ouvi subindo uma escada. – Lupin... Hum... Seu pai foi meu professor. O melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que tive, e não foram poucos. Era um grande homem, você devia ter orgulho dele.

- E tenho. E da minha mãe também. Eles morreram pouco depois de eu nascer, na Batalha de Hogwarts, mas meu padrinho me fala bastante deles.

- É. Eu me lembro da morte deles.

Conversa bem legal para se ter com seu sogro logo que se conhecem. Bem alto astral.

- Você não acha que está muito velho para namorar a Phoebe? – Ele perguntou de repente. – Quer dizer, ela nem terminou Hogwarts ainda. Sabe que Floreios e Borrões é só um emprego de verão para ela, não sabe?

- Ããã... Sei, mas não acho que eu seja muito velho para ela. Sou só pouco mais de um ano mais velho. – De repente me passou pela cabeça que Vic é até um pouco mais velha que Phoebe, acho que ela tem razão. Tenho que parar de chamar ela de pirralha. – Tenho dezenove.

- Hum... sei.

- Pronto! – Phoebe apareceu na sala. – Já podemos ir?

- Claro. – Respondi rápido.

- Então vamos. Pai, quando a mamãe voltar das compras fala para ela, por favor que deixei a blusa que ela me emprestou em cima da cama.

- Tudo bem. Juízo. – Ele disse, na verdade acho que foi mais para mim do que para ela.

- Pode deixar, papai.

- Tchau, senhor Finnigan.

- Ele te torturou demais? – A loira perguntou assim que saímos para o quintal.

- Nem tanto. – Abracei- a pela cintura. – Vamos, a Vic já deve estra nos esperando. Ela nunca é uma pessoa agradável comigo quando me atraso.

Aparatamos numa ruazinha vazia de Londres e nos dirigimos ao Caldeirão Furado. E como pensei Victorie já estava lá dentro quando entramos.

- Teddy Remus Lupin! Quantas vezes tenho que falar que odeio quando você se atrasa! – Por Merlin por que ela tinha que parecer tão ameaçadora quando estava brava? – Oi, Phoebe! Tudo bem com você? – Ela perguntou sorrindo para Phoebe.

- Tudo ótimo!

- É só comigo que você fica brava, pirralha? – É. Eu não vou parar de chama-la de pirralha.

- É só comigo que você resolve se atrasar?

- Não é não. Ele também chegou atrasado na minha casa. – Phoebe riu.

- Ótimo. Se unam contra mim mesmo. E só para constar a culpa foi da dona Andromeda Tonks que me segurou até eu comer pelo menos uma torrada.

- Se você tivesse comido logo não teria se atrasado.

- Mas eu não queria comer. Vamos comer aqui!

- Ah, cala a boca Ted. Vamos logo para o Beco Diagonal. – Vic disse.

Passamos a manhã inteira andando pela rua estreita e tortuosa. Vic e Phoebe pareciam estar se dando bem, mas acho que tem alguma coisa errada com a Weasley, ela parece diferente, não sei...

- Hum... preciso de vestes novas para Hogwarts. – Phoebe disse quando passamos na frente da Madame Malkin.

- Eu também. Tenho que lembrar minha mãe de virmos aqui. É estranho estar indo para o ultimo ano em Hogwarts, não acha?

- Muito. Vai ser péssimo sair de lá pela ultima vez. Amo aquela escola.

- É...

- Vocês superam. – Eu disse.

- Ah! Falou o moleque que ficou uma semana enfiado no quarto depois de terminar o sétimo ano. – Vic debochou fazendo Phoebe rir.

- É a ultima vez que te chamo para sair comigo, pirralha.

- Vou fingir que acredito. – Ela disse rolando os olhos. – Ah, Phoebe você se poderia me ajudar a escolher um presente para o meu irmão? É aniversário dele semana que vem.

- Claro! Quantos anos ele vai fazer.

- Oito.

- Ele disse alguma coisa que ele quer ganhar?

- Nada além de uma varinha. – Vic riu.

- Por que você não dá uma vassoura de brinquedo para ele. – Sugeri. – Louis ia adorar uma vassoura.

- É uma boa ideia! – Phoebe falou animada. – Tudo o que eu queria quando era pequena era uma vassoura!

- Hum... pode ser. – Eu quase conseguia ver a mente de Vic trabalhando. Sempre achei fofa a cara que ela faz quando está se concentrando em alguma coisa. – Acho que vou dar uma vassoura para ele mesmo. Mas que fique bem claro, se minha mãe surtar eu vou falar que a ideia foi sua, Ted!

- A culpa não é minha que você gostou da ideia.

Andamos mais um pouco pelo Beco Diagonal, depois compramos a vassoura para Louis e já era meio da tarde quando fomos embora. Vic, que tinha conseguido a licença a pouco tempo aparatou para sua casa e eu levei Phoebe até a dela, onde a senhora Finnigan insistiu que eu ficasse para tomar chá. Estava anoitecendo quando cheguei em casa. Tinha um bilhete da minha avó na mesa dizendo que ela tinha ido até A Toca passar a tarde com a senhora Weasley. Subi para meu quarto e me joguei na cama.

Qual o problema com a Vic? Ela parecia alegre hoje, mas tinha alguma coisa diferente nela. Tristeza? Mas por quê? O que será que aconteceu com a com minha pirralha? Talvez não seja nada, talvez ela esteja normal e seja só eu imaginando coisas. Não. Conheço a loira a tempo demais para saber que tem alguma coisa errada sim. Preciso falar com ela, não quero ver ela assim.