DIEGO

Sinto algo puxar o meu cabelo me acordando. O que estava acontecendo?

Assim que abro os olhos vejo que estava em um escritório, acho que é o escritório da estação abandonada em que eu e a Luisa brincávamos quando crianças.

Vejo Luisa olhando para mim totalmente preocupada e olho para cima vejo o merdinha que me enganou, Sebastian. O que estava fazendo a minha irmã?

–-- Que tal um acordo de paz, deixo você tomar o sangue de seu irmão, não a mato e talvez eu não faça nada a Soraia e Susan. --- perai que acordo é esse? Como assim meu sangue? E o que a Soraia e Susan têm haver com isso? Aliás, o que estou fazendo aqui?

–-- E se eu não quiser? --- olho para a minha direita. Soraia. Ela estava desacordada no chão e me viro para Luisa. Algo estava acontecendo e Sebastian era o culpado.

–-- Simples você morre e pobre do Diego se isso acontecer. Será que ele ficaria feliz se você o levasse junto para o inferno?

–-- Luisa o que ta acontecendo? ---digo, mas Sebastian só retira a mão de minha cabeça e a coloca em meu braço esquerdo o apertando. --- Me solta, Sebastian.

–-- E se eu fizer você o deixara livre? --- diz Luisa.

–-- Mas é claro. --- diz Sebastian.

Espera! O que está acontecendo?

–-- Vai ficar tudo bem. --- diz Luisa para mim.

Minha irmã chega perto de mim e fica de joelhos a minha frente. Sebastian solta o meu braço. Sinto-me aliviado, mas não me mexo, pois não estava entendendo o que Luisa iria fazer. Foi então, que vi seus olhos vermelhos, e seu hálito ofegante chegar ao meu pescoço.

Algo pontudo penetra em meu pescoço e percebo que Luisa me mordeu, sim, ela me mordeu. Por que ela está fazendo isso? Meu sangue era do que eles estavam falando? Ela tinha que tomar o meu sangue!

Sinto-me tonto, mas ela me segura mesmo ainda sugando o meu sangue, ainda mais feroz. Sinto dor e meu sangue estava se esvaindo.

–-- Lu... I... Sa... --- minha voz já estava ofegante e não tinha mais forças para reagir. --- Para.

Ela não me ouve. Não tinha volta, eu ia morrer. Minha visão fica embaçada e depois não vejo mais nada...

SEBASTIAN

–-- Chega Sebastian! --- diz Luisa retirando as presas do irmão. --- Não quero fazer isso. Eu já fiz o que você pediu, agora, deixe-o ir.

Luisa se levanta e deixando Diego no chão.

“Deixá-lo ir? É o que veremos...!”

Ando até Luisa que começa a dar uns passos para trás, mas eu a seguro pelo braço e olho em seus olhos a hipnotizando.

–--- Você vai continuar a tomar o sangue dele até que eu diga o contrário. --- digo sorrindo de canto.

Luisa volta para o pescoço de Diego sugando o sangue dele. Encaro seus olhos quando abaixo ao lado dela e vejo como estavam assustados. Ela estava fazendo algo contra a própria vontade. Mas o que me importa? O que ela pensa para mim é totalmente inútil. Por mim que seu irmão morra!

Escuto o batimento cardíaco de Soraia aumentar um pouco, sinal de que estava acordando. Então, vejo sua mão tateando o chão à procura de sua arma que tirei enquanto estava desacordada.

Soraia começa a abrir os olhos e se levanta.

–-- Peça para ela parar. --- diz.

–-- E por que eu deveria?--- digo.

–-- Vai matá-lo.

–-- E daí? É menos uma pessoa inútil no mundo.

–-- O que á com você? Ele não tem nada haver com isso.

–-- É mesmo, mas quem disse que eu tenho que ter uma listinha com o nome das pessoas que devo matar e outra que não devo.

Ela se enfurece e se abaixa perto de Luisa, tenta a empurrar, mas não consegue então, pega em sua cabeça com as duas mãos e vira com toda força quebrando o pescoço.

–-- Humm, para uma caçadora você foi bem fria como um vampiro.

–-- Não me compare a você, seu maldito! --- por fim grita com raiva.

Ela não mudou nada desde aquela época...

SORAIA

Ele não muda mesmo, continua o mesmo vampiro sanguinário da primeira e ultima vez que o vi. Agora, esse vampiro que um dia me apaixonei está bem a minha frente e, novamente, matando uma pessoa inocente e transformando mais gente em vampiro.

–-- E agora­­­­? O que você pretende fazer, depois de matar o Diego? M e matar também? Ou me transformar em vampira como fez a Luisa? Sabe que terá de me enfrentar primeiro! --- digo tentando entender o seu próximo passo, o que é praticamente impossível, já que ele é frio e calculista.

Sebastian começa a rir alto o que me causa arrepios, nunca é um bom sinal quando ele começa a rir.

–-- Você continua patética. --- diz Sebastian em meio aos risos, finalmente para e olha para mim com seu sorriso de canto travesso --- E como vai a sua suposta irmã... Susan?! Acho que ela virá aqui para nos visitar.

–-- Você não ai fazer nada a ela, está me ouvindo? Nada. --- grito já cansada dele.

Olho ao meu redor, Diego e Luisa inconscientes no chão, agora, posso fazer o que quiser. Concentro-me em Sebastian, meu único alvo. Folhas e panos tudo que estava solto no chão tomou vou por um vento que vinha sem uma única janela aberta. Concentro-me na raiva que sentia por ele.

Ele não tirava os olhos de mim e eu dos dele, até quando os livros que estavam em uma prateleira na parede atrás de mim começarem a serem atirados em todas as partes do seu corpo, alguns até o ferindo, mas logo se curando.

Sebastian perde a paciência e com a sua velocidade de um vampiro, já está a minha frente num piscar de olhos. Com minha mente o lanço até o outro lado do escritório, meu poder aumenta só com a idéia de querer matá-lo e essa ideia está a ponto de se realizar.

As luzes começam a piscar cada vez mais e vejo Sebastian se levantar com o seu sorriso típico no rosto. Todos os móveis do escritório levitam, minha respiração se torna ofegante e lanço os moveis na direção de Sebastian com toda a raiva que sentia. Os móveis caem sobre ele e nenhum movimento surgiu de imediato de Sebastian.

Será que consegui derrotá-lo?

A porta, que ficava a minha direita, abre por completo. A pessoa que a abriu se revela com a mesma raiva que eu sentia estampada no rosto, mas quando viu a cena a sua frente, de Diego com o pescoço jorrando em sangue, Luisa inconsciente com a boca cheia de sangue, móveis empilhados no canto, uma completa bagunça, sua expressão mudou para espanto.

–-- Susan, o que faz aqui? --- pergunto para minha irmã parada na porta, ela olha para mim ainda espantada e grita.

–-- SORAIA, CUIDADO! --- grita apontando na minha direção.

Assim que ela diz isso, me viro e o vejo, mas não pude reagir rápido de mais. Grito de dor quando sinto algo entrar na minha barriga e se remexer lá dentro. Olho para Sebastian e seus olhos estão vermelhos como sangue, olho para baixo e sua mão estava em minha barriga em meio ao sangue que saia.

Minha visão enegrece mais uma vez...