Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 8
Capítulo VIII: Forever Young


Notas iniciais do capítulo

Olá Muchachos!
Aproveitem a breve aparição de Apolo:
Deus Das Tatuagens Ilegais!

Boa Leitura! ;)



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Fiquei aliviada por Nico Di Ângelo não estar com a Harley.

O Angry Birds vermelho carregava a chave de um Aston Martin DB7 1999 preto, onde eu estava sentada no banco do passageiro desconfortável por uns muitos motivos. Um deles era o fato de Di Ângelo estar dividindo a atenção entre dirigir e olhar descaradamente para minhas pernas e outro o de estarmos indo para algum tatuador açougueiro conhecido dele.

Citei o fato dele ficar me comendo com os olhos? Ele estava fazendo isso quando percebeu meu olhar ameaçador e voltou a prestar atenção na estrada.

 - Gênio, como você planeja conseguir que eu faça uma tatuagem? - perguntei enquanto entravamos em ruas de uma área nada nobre de Nashville - Quer dizer, não tenho mais de dezoito e nem autorização.

 - Quanta ingenuidade da sua parte, Grace. Você acha que alguém vai perguntar a sua idade contanto que esteja pagando? - quem tinha inventado essa aposta ridícula tinha sido ele, então eu não colocaria um real do meu dinheiro, mas suspeitava que ele já sabia disso - Relaxa, conheço um cara.

 Não fiquei nada relaxada.

 Se o cara era conhecido de Nico, ele só podia ser um desses tatuadores gordos que trabalham em matadouros. E eu não pretendia contrair uma doença sexualmente transmissível pela burrice de usar uma agulha não higienizada.

 - De onde você conhecesse esse cara? - indaguei. - Não me diga que você tem alguma tatuagem.

 Ele me olhou como se eu estivesse maluca.

 - Não! Tenho pavor de agulhas.

 O encarei cética.

 Não acreditava que ele estava praticamente me obrigando a fazer isso, sendo que o próprio não tinha coragem. Caso eu não fosse uma pessoa de palavra e estivesse um pouco mais sóbria, não teria aceitado aquilo.

 O Aston Martin entrou em uma travessa típica de filmes de gangues. Onde o asfalto era de paralelepípedos, todos os postes de luz estavam queimados e tinha uma lixeira aberta na calçada. Ele estacionou.

 Saímos do carro.

 Di Ângelo tocou a campainha.

 - É aqui? - apontei para a porta de alumínio - Você está tirando com a minha cara?

 Estávamos parados na frente de uma porta de alumínio com grafites fluorescentes e psicodélicos, flores havaianas e sóis indianos eram a temática principal. Não tinha nenhuma placa, apenas a porta comum ao lado com uma pintura preta e branca formando o nome Apolo.

 Nico sorriu.

 Ele estava se apoiando na parede com apenas um dos pés e tirava o cabelo molhado do rosto de um jeito descolado.

 Maldita garoa.

 - Não confia em mim? - perguntou.

 - Não.

 Ele estava prestes a dizer alguma coisa quando a porta lateral com a palavra Apolo foi aberta.

 Fiquei pasma.

 O cara que abriu a porta era irremediavelmente bonito. Ele estava usando uma camisa cinza com as magas cortadas, mostrando os músculos bronzeados, uma calça jeans preta com correntes nas laterais e botas por cima da calça. O cabelo loiro estava bagunçado de um jeito qualquer, como se tentasse não ficar perfeito, o que era impossível. Tinha olhos azuis marcantes e um rosto anguloso.

 Talvez essa história de tatuagem não fosse tão ruim.

 Teria ficado babando no cara se Nico não houvesse revirado os olhos e começado um dialogo.

 - Apolo. - eles trocaram um aperto de mão.

 - Nico. Não me diga que mudou de ideia sobre tatuagens?

 Ele balançou negativamente a cabeça.

 - Não. - respondeu com firmeza. - Essa é Thalia, ela é quem precisa de uma tatuagem.

 O loiro virou-se para mim e sorriu. Notei que nem uma celebridade de comercial de pasta de dente teria uma carda dentária tão branca e alinhada quanto a dele.

 - Estão chapados? - Apolo perguntou rindo.

 - Não. - respondi.

 Ele sorriu ainda mais.

 - Que pena. Porque eu sim. - disse abrindo a porta de alumínio.

 Troquei um olhar nervoso com Nico, porém ele deu de ombros e entrou despreocupado.

 Ótimo. Serei tatuada por um cara gato e chapado!

.

.

.

 Olhando de dentro nem parecia a mesma loja.

 Eram dois andares de loja. As paredes tinham vinis e grafites, que a essa altura eu achava que era o tal do Apolo mesmo quem os fazia, também haviam portfólios, desenhos e fotos de tatuagens espalhadas por todos os lados. Amontoados de Piercings e alargadores em vitrines.

 A maca para tatuagem ficava no centro, ao lado de holofote de luz, uma mesinha prateada e dois sofás cinzas.

 Apolo deu um gole numa garrafa de Jack Daniel's e começou a organizar as coisas necessárias.

- Dá para não fumar aqui? - perguntou para Nico que já tinha pego o isqueiro Zippo e acendido um cigarro.

 - Dá. - apesar da resposta ele continuou tragando.

- Então, você vai apagar essa droga ou não?

- Não.

 Apolo murmurou alguma coisa sobre ter se esquecido do quão ele era irritante e entrou em uma salinha paralela.

 Fui atingida por uma azia repentina. Não tinha me dando conta de que teria que fazer uma tatuagem até aquele momento. E não tinha a mínima ideia do que iria fazer ou como iria esconder isso do meu pai.

 Observei as fotografias de tatuagens.

 - Já decidiu o que vai fazer? - Di Ângelo perguntou.

 Eu queria tatuar idiota no rosto dele.

 - Tatuagens intimas são minha especialidade! - Apolo gritou voltando para a loja com luvas brancas.

 Tatuagens intimas? Graças aos céus Nico não tinha especificado onde eu faria a droga da tatuagem.

 Sentei na maca.

 - Entre a cintura e a virilha ficaria sexy. - comentou Nico.

 Revirei os olhos. Sério que ele estava falando isso?

 - Você acha que tudo o que eu falo tem uma conotação sexual, Grace? - ele perguntou ignorado o fato de que dele me tinha feito ficar alisando o abdômen dele, ficar seminua na frente dele e agora ter dito que tatuagem na virilha ficaria sexy - Só estou dizendo que ficaria bom e não é um lugar muito aparente.

 Realmente eu não poderia fazer nada muito aparente.

 Me decidi.

.

.

.

.

 Passavam das três da manhã quando finalmente saímos da Apolo. Apesar dele ser absolutamente musculoso e bonito, era extremamente convencido ao ponto de dar o próprio nome para a loja e de me passar o telefone dele com a frase: Quando cansar do joguinho de badboy arrogante do Di Ângelo, me liga.

 Caminhei na direção do Aston Martim tentando fugir da garoa quando Nico me alcançou, me deixando entre ele e o capô de Mercedes. Sim, ele não dava nome apenas para motos.

 - Posso? - ele apontou para barra da minha camisa.

 Dei de ombros.

 Tentei não demonstrar que ele me deixava perturbada quando puxou a barra da minha camisa olhando a tatuagem. Ao redor da frase Forever Young e dos pássaros a minha pele estrava um pouco vermelha.

 Ele continuou o caminho além da tatuagem por dentro da minha camisa.

 Droga.

O cabelo dele estava completamente molhado agora.

 Dividi os olhares entre ele e a mão dele esperando que ele se tocasse, porém ele sorriu ainda mais torto e sensual do que o habitual e a sua outra mão passava entre a pele da minha coxa e a minha cintura sem nenhum constrangimento.

 Nossos corpos estavam completamente colados. E, como dizia Annabeth a respeito de Percy, eu era humana. O que Nico tinha de irritante ele tinha de sensual. Passei a mão na nuca nele bagunçando o seu cabelo molhado.

 Tive que me segurar para não suspirar quando ele começou a beijar o meu pescoço.

 - Você ainda me deve um encontro. - disse mordendo o meu lábio.

 - Nem me lembre.

 Ele se afastou do nada e apertou o botão do controle do Aston Martim destravando as portas.


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Notas finais do capítulo

Seria divertido ela ter que tatuar alguma coisa bizarra como as iniciais N.A - Nico Di Ângelo - nas nádegas, mas eu já tinha bolado isso ... Uma tatuagem fofinha ;)
Estou pirando com os comentários de vocês!
E aí o que estão achando?