Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 9
Capítulo IX: Pós Festa


Notas iniciais do capítulo

Guris e Gurias ♥
Como estão? Matando benevolentes? Monstros? Lendo HOH?
Enjoy!



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- Você realmente fez uma tatuagem, Thalia? - Jason perguntou me seguindo pelos corredores do colégio paranoicamente.

Continuei andando.

Geralmente Jason ignorava minha existência quando estávamos no colégio. Ele passava os intervalos com seu amigo Leo, ou Reyna, ou Piper ou Reyna e Piper. Porém as fofocas corriam rápido.

 Nico Di Ângelo passou por mim e fez um sinal com os dedos indicadores que eu entendi como um depois.

Ele era outra pessoa que eu estava evitando. Desde a noite da aposta, o que tinha sido a três semanas, eu evitava me encontrar com ele a menos que fosse completamente necessário. Tentava manter a esperança dele esquecer-se da segunda parte de aposta.

 - Quem te disse essa baboseira?- perguntei para meu irmão quando cheguei ao meu armário.

 Como quase metade do colégio tinha ido aquela festa e presenciado minha perda para dez doses de whisky, e consequentemente, para Nico Di Ângelo, as especulações sobre eu ter comprido ou não a aposta eram muitas.

No inicio pensei em desmentir a história ou aparecer no colégio somente de top mostrando-a e assumindo o fardo de vez. Mas cheguei a conclusão que não adiantaria, eles comentariam de qualquer maneira e se era assim não teriam a minha afirmação.

 - Estava saindo da aula quando um garoto veio me perguntar. Qual é mesmo o nome dele? - ele passou a mão no cabelo tentando lembrar - Aquele que faz aula de jardinagem e tem nome parecido com o do lutador de MMA. Grover, Grover Underwood. É isso.

 Fiquei surpresa.

 - Nunca imaginaria que Grover faz parte das rodas de fofoca. - disse organizando meus livros no armário e tentando mudar de assunto - E é botânica, Jason, e não jardinagem.

 Era quase insuportável o surto psíquico que meu irmão tinha diariamente quando ultrapassava os portões do colégio. Em casa ele prezava a inteligência, a elegância e os costumes. No colégio ele agia como um manequim popular despreocupado.

 Ele se apoiou no armário ao lado.

 - Não me enrole. - disse piscando para uma ruiva que passava no corredor, a garota suspirou e passou dando risadinhas - Você fez ou não?

 Revirei os olhos.

 - São apenas boatos. - disse com firmeza.

 Jason focou os olhos em mim.

 - E eles tem fundamento, Lia?

 Ele estava me chamando por um apelido tão intimo para me fazer sentir no dever de contar para ele. Era esse tom compreensivo e charmoso que fazia as garotas darem as vidas para serem uma das suas muitas possíveis namoradas.

 Não gostava de mentir para ele. Porém, quando se passa muito tempo com seu irmão e tem o mesmo ciclo de amizade é necessário criar regras em pró da boa convivência e a nossa era não se importar demais e não interferir na vida um do outro. Da mesma maneira que não me interessava se a garota da vez era Quione, Piper, Reyna, Rachel, Calypso ou qualquer outra, não interessava a ele o que eu fazia da minha vida.

 - Não. São fofocas sem fundamento. - respondi.

 Jason deu-se por satisfeito e foi embora.

 Reconheci a garota loira que caminhava animada na minha direção. Annabeth Chase. Ela estava usando uma camisa salmão colada e um pouco decotada demais, os jeans também pareciam ter sido ajustados e invés de All-Star branco, calçava um par de botas curtas.

A convivência com Perseu Jackson estava afetando-a.

 Ela sorriu.

 - Como Jason é bobinho. - disse abrindo o armário e colocando os livros com cuidado - Não sei porque você não afirma logo esses boatos, dezenas de alunos tem tatuagens e ninguém dá a mínima. E nem tente desmentir.

 Não tinha contado para ela, mas também não tinha desmentido. As únicas pessoas que tinham certeza eram eu, Nico Di Ângelo e o tatuador musculoso e quente, Apolo.

 - As pessoas não fazem tatuagens porque estão bêbadas e metidas em apostas. - retruquei.

 - Metidas em apostas, não. Bêbadas, sempre. - respondeu gargalhando e fechando o zíper da bolsa - Tenho que ir para casa, combinei de almoçar com a minha mãe.

 Ergui as sobrancelhas.

 Nunca tinha ouvido Annabeth chamar a sua progenitora de mãe. As duas nunca se deram bem. Pelo que eu sabia a mãe dela tinha traído o pai e se mudado para Memphis, trabalhando como arquiteta lá.

 Nem quando a loira estava com suspeitas sérias de anemia a mãe dela veio para Nashville. Eu mesma só tinha visto Atena duas ou três vezes em todos esses anos e, em todas, ela estava com um forte batom vermelho, elegantes óculos de sol e dirigia uma Porshe conversível vermelha.

 Ela percebeu que me deixara confusa.

 - Meu pai anda mexendo nas minhas roupas, nos meus CDs, acho até que ele lê meus SMS quando eu estou tomando banho. - ela fez uma careta e não era para menos, o pai dela parecia um Sherlock Holmes psicótico - Ele acha que estou passando por uma dessas crises de puberdade tardia e feminina, então ligou para a minha mãe e pediu que ela viesse passar um tempo na cidade para implantar um chip de juízo no meu cérebro. E, acredite, ela aceitou.

 Pais.

 Nós nos despedimos.

 Finalmente tinham me devolvido o direito de voltar a dirigir a minha Mercedes Benz e estava a alguns passos dela quando Nico entrou na minha frente bloqueando a passagem.

 Estava tão quente em Nashville que nem ele usava a típica jaqueta de couro, vestia apenas uma camisa cinza de mangas curtas, calça jeans azul descolada e os coturnos militares. O cabelo preto estava um pouco grande e ondulado.

Ele sorriu provocativo.

- Está fugindo de mim, Grace? - quis saber.

Revirei os olhos. Uma mania que se tornara frequente.

 - Não estou fugindo de você, estou fugindo de sair com você. É diferente. - apontei para a passagem entre eu e o meu carro que ele estava bloqueando - Pode fazer o favor de me dar licença?

 Nico não se mexeu.

 - Sexta as onze horas.

 Droga.

 Eu sabia o que aquilo queria dizer, era a intimação para eu cumprir com a minha aposta. Mas precisava tentar algo para não ter que sair com ele. Decidi me fazer de sonsa.

 - Sexta, as onze, o quê?

 - Você sabe o quê. - respondeu.

 A pergunta de onde ele me levaria em um encontro proposital voltou a me atingir. Estava começando a achar que ele era órfão, ou, emancipado, porque ninguém na nossa idade costumava marcar de sair as onze horas da noite. Eu mal podia chegar em casa um minuto atrasada sem ouvir sermões duradouros.

 - Sexta eu não posso. - respondi.

 Ele soltou o sorriso entreaberto.

 - Não perguntei se você pode ou não. Estou afirmando que sexta, as onze, nós vamos sair. - ele assumiu um ar superior e arrogante, como sempre, enquanto subia na Harley graciosamente - E, Grace, não se atrase.


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Notas finais do capítulo

Próxima parada: Saindo com Di Ângelo!
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