I Feel Infinite escrita por Charlie


Capítulo 3
Capítulo 3: Recomeços


Notas iniciais do capítulo

Decidi dar continuação a essa fic, então aqui vamos nós!!!



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Querido amigo,

Eu sinto que as coisas estão melhorando e isso me deixa tão feliz. Ontem, minha mãe veio até a casa de Mercedes, ela veio me, como sempre vem, mas papai nunca sabe. A questão é que dessa vez o papai soube e ele não ficou chateado. Muito pelo contrário, ele disse para eu ir jantar com ele!

Ai, amigo, estou tão feliz que meu pai quer contato comigo novamente. Quando mamãe me disse isso, nós choramos. Ela disse que se der tudo certo, talvez eu volte para casa. Eu espero que papai me perdoe logo, e assim eu possa voltar a morar com eles. Quer dizer, eu sou muito grata à Mercedes e a mãe dela por me acolherem, mas eu quero logo voltar para minha casa, para o meu quarto. Eu quero minha vida de volta. Ou pelo menos tentar ter a minha volta de volta.

Essas últimas semanas na escola foram suportáveis, digo isso, porque Santana ainda está no meu pé, e tenta de todas as maneiras possíveis me colocar pra baixo, me humilhar na frente das cheerleaders. Quando vejo essas atitudes de Santana, eu só consigo lembrar de mim mesma e a forma como eu tratava Rachel, eu era assim como a Santana. Eu não sei porque eu implicava tanto com Rachel, quer dizer, agora ela está sendo tão amável comigo.

Na quarta-feira passada lá estava eu no refeitório comendo meu almoço, quando um dos jogadores de basquete simplesmente esbarrou na minha mesa e derrubou ketchup em mim. Sim, amigo, assim sem mas nem menos. Meu vestido ficou todo sujo de ketchup. Rachel prontamente veio até mim para me ajudar, parecia que ela estava vendo de longe que os caras estavam tirando sarro de mim.

— Quinn! Meu deus – Rachel correu até mim e estendeu guardanapos para mim – Pronto, aqui está, deixa eu te ajudar.

— Obrigada, Rachel. – Sorri para ela, e acho que ela entendeu como um convite para se sentar. É engraçado porque mesmo Rachel sendo tímida, ela não deixa de ser um tanto intrometida.

— Hum, que isso. – Rachel deu de ombros. – Eu só estava observando, eles fizeram de propósito. – Ela fez uma careta.

— É, eu sei. – Revirei os olhos. – Eu sinceramente não sei o que esses caras tem na cabeça, sabe. Quer dizer, isso já está indo longe demais – disse irritada.

— É. – Rachel apenas assentiu. –Bom, infelizmente acho que não se pode fazer alguma coisa – Rachel deu de ombros. – Já tentei diversas vezes conversar com o diretor Figgs, mas ele nunca fez nada pela gente.

Olhei pra Rachel e ela estava olhando para mim triste, acredito que estava  lembrando de todos os momentos que eu pratiquei bullying com ela. Me senti culpada mais uma vez.

— Rachel, eu sinto muito. – disse sendo sincera. – Sabe, eu percebo agora como eu era cruel contigo, e eu não sei o porquê eu fazia isso. – Suspirei. – Eu era uma completa idiota.

— Sim, você era. – Rachel disse séria.

— Sim. – Assenti. – E obrigada por tudo, por aquele dia que você me ajudou quando a Santana jogou raspadinha em mim. Foi muito gentil da sua parte. – Eu sorri agradecida

Rachel sorriu de volta e ficamos em silencio por um momento, Rachel parecia nervosa como se ela quisesse falar algo.

— Quinn, hum, na verdade. Eu queria te fazer um convite.

— Você não vai me convidar de volta pro Glee Club, né? – Apressei logo para negar esse convite. Eu não queria me envolver tão cedo com as pessoas, por mais que o Mr. Schue seja uma pessoa querida, mas Santava estava lá e eu não estava pronta para lidar com as piadinhas dela, já bastava o quanto ela me perseguia.

— Não, não é isso. É, eu queria te convidar pra minha casa. – Rachel disse nervosa

Fiquei pensando na situação. Eu? Na casa de Rachel? Assim, sem mas ou menos? Não fazia sentido algum, até porque nem éramos tão próximas assim.

— Hum, Rachel, eu fico agradecida pelo convite, mas, sem querer ser grossa ok? – Me auto defendi – Mas porque você quer que vá para sua casa?

Rachel ficou vermelha, ela estava tentando formular uma resposta.

— Bom, sem querer levar a mal, mas você parece tão triste e eu queria poder te ajudar, sabe.

— Mas nem somos amigas. – eu disse sendo um pouco grossa.

— Sim, não somos. – Rachel balbuciou – Mas eu queria me aproximar de você.

— Eu não preciso da sua piedade, Rachel. – eu disse brava e deixei Rachel sozinha.

Eu não sabia que eu estava tão péssima que isso transparecia para as pessoas e causava nelas um sentimento de piedade. Eu não queria piedade de ninguém, eu não era a vitima, nem nada disso. Eu cometi erros, coisas ruins aconteceram comigo, mas eu não precisava de esmolas.

Durante aquele dia fiquei pensando na proposta de Rachel, e pensei que na verdade, eu pudesse ter interpretado isso errado. Afinal, ela estava sendo apenas educada. No final da tarde, fui até ao auditório porque eu sabia que ela estaria lá, como ela sempre está durante ás quartas-feiras.

Quando cheguei no auditório, Rachel estava no piano e cantarolava baixinho a música “Keep Holding On” da Avril Lavigne. Eu sabia essa música de longe porque era uma das que mais escutava enquanto eu estava no período de...luto.

Pigarrerei e Rachel notou minha presença. Subi ao palco para junto dela, ela não olhou pra mim enquanto eu estava me aproximando dela. Parei em frente ao piano e disse

— Rachel, me desculpe pelo surto mais cedo. Eu fui idiota – Revirei os olhos.

Rachel olhou para mim, seus olhos refletidos na luz do palco brilhavam, assim como seu rosto.

— Tudo bem, Quinn. É só que eu achava que, sei lá...- Rachel desistiu de falar e voltar a tocar as notas do piano.

Meu coração acelerou um pouco e eu não entendi o porquê.

— Eu quero ser sua amiga, Rachel. – Confessei

Rachel olhou para mim surpresa, mas não disse nada.

— Eu quero ser sua amiga, Rachel. – repeti. – Quer dizer, você está sendo são amável comigo e eu não tenho muitos amigos então, sim. – suspirei – Eu topo ir na sua casa. – eu sorri amigavelmente.

— Sério? – ela perguntou com um sorriso

— Claro. – eu dei de ombros. – Mas só não me faça voltar para o clube Glee. – alertei séria.

— Pode deixar. – Rachel sorriu.

— Então, você gosta de “Keep Holding On’’? – eu perguntei

Rachel olhou para o piano e voltou a olhar para mim.

— Sim, eu gosto muito dessa música. – ela disse. – Tem uma letra muito bonita, e sabe ficaria maravilhoso com o pessoal do Glee cantando como um coro, e daí poderíamos fazer um grande espetáculo. – Rachel começou a tagarelar e eu ri de volta. Assim, mais de perto Rachel parecia uma garota legal.

Passamos o resto da tarde falando sobre músicas que tem um significado forte para nós duas e a partir dessa conversa percebemos que temos muita coisa em comum. No final das contas, virar amiga de Rachel, não parece uma má idéia.

É, amigo, talvez as coisas realmente estejam se acertando.

Com amor,

Quinn.


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