Chronos; A Traição De Atena escrita por Fernando Onofre de Amorim


Capítulo 18
Capítulo 18; Decepção dourada




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Capítulo 18

Decepção dourada

Atena continuava deitada enquanto Tisífone cuidava de seus ferimentos, não havia muito o que ser feito tendo em vista que os ferimentos jamais curariam por completo, ela apenas se foca em limpá-los e sanar a dor.

–--Tisífone; Atena, você não deveria ter se esforçado tanto.

–--Atena; Não pude evitar, eles precisavam de minha ajuda.

–--Tisífone; Eu sei, mas veja a consequência! Você usou bem mais dos trinta por cento que lhe foi permitido e olha só!

–--Atena; A minha dor não é nada se comparada ao sofrimento que a humanidade irá sofrer se ficarmos de braços cruzados... e você deve entender bem como é revoltante, não poder dar o máximo de si para lutar por aquilo que acredita ou proteger quem ama.

–--Tisífone; Não precisa ficar dando indiretas... ha ha... nos conhecemos a muito tempo pra isso!

–--Atena; Me perdoe não foi a minha intensão, só queria saber como está lidando com isso...você conseguiu falar com ele antes que iniciasse o treinamento?

–--Tisífone; Não...não consegui, simplesmente não sei o que dizer e como dizer...ele é apenas a reencarnação de “Leo”, embora ambos tenham algumas grandes semelhanças...eu decidi esperar até que ele saiba quem realmente foi no passado e recobrar parte das lembranças...só espero que você não demore em fazer isso!

–--Atena; Farei no momento certo e oportuno para que não haja consequências, estava até pensando em fazê-lo agora no treinamento, mas Pegasus me pediu para adiar dizendo que seus poderes se manifestariam de forma natural, apenas queimando o cosmo.

–--Tisífone; Entendo... Bom, Pegasus já tem maturidade o suficiente para saber o que faz.

–--Atena; E suas irmãs, você teve notícias delas?

–--Tisífone; Alecto continua obcecada por vingança, ela ainda está no submundo investigando e coletando informações como havia pedido.

–--Atena; E quanto a Megaira, já estão se falando?

–--Tisífone; Não! ... Ainda não estamos, mas Alecto está nos intermediando.

–--Atena; Vocês vão ter que superar isso algum dia e tomara que seja breve, gostaria muito de ver a três reunidas novamente utilizando o máximo de seus cosmos!

–--Tisífone; Creio que esse dia esteja próximo, mas não sei se será como antes...ainda guardo muita mágoa pelo que eles me fizeram...enfim...pronto, terminei de higienizar e fazer os curativos.

–--Atena; Muito obrigada, as dores já diminuíram bastante!

–--Tisífone; Creio que até amanhã seus ferimentos já tenham cicatrizado, mesmo assim deixarei um pouco de pétalas de rosas brancas para usá-las no banho, elas sugarão as impurezas do seu corpo e diminuirão a dor...agora eu preciso ir Atena, tenho de fazer contato com Alecto e também não quero ficar muito próxima dele por enquanto, ela já está bem e seguro.

–--Atena; Está bem, por favor cuide-se e mantenha contato!

–--Tisífone; Eu manterei...por favor fique firme Atena, quando a guerra começar e as coisas piorarem todos irão buscar forças em você.

–--Atena; Eu sei etenho consciência que não poderei salvar a todos, mas não desapontarei nenhum deles!

Por fim elas se despedem e Tisífone segue seu caminho, Atena apenas continua deitada a procura de descanso para repor suas forças. Durante os nove dias seguintes o treinamento dos jovens guerreiros seguiu incessantemente, Pegasus fez o que pode lhes ensinando tudo o que conseguira e tirando o máximo de cada um.

Ao cair da noite do nono dia Pegasus dá por encerrado o treinamento, pois eles ainda teriam de ir até as ilhas de Lipari a encontro de Hefesto para buscarem suas tão aguardadas armaduras, já do lado de fora Atena os aguardava na Pinacoteca acompanhada de Dália.

–--Atena; Fico feliz que todos tenham progredido tanto!

–--Pegasus; Tenho de admitir que também fiquei surpreso com a evolução de cada um, mesmo que ainda não tenham despertado o sétimo sentido...no entanto essa evolução só foi capaz por causa da cosmo energia que você havia depositado na sala.

–--Atena; Mesmo assim não devemos tirar os méritos deles...Dália, por favor apresente-se para eles, creio que todos estão intrigados em saber quem é!

A tímida garota que estava atrás da deusa se aproxima dos jovens com muita vergonha.

–--Dália; Olá! ... Eu me chamo Dália, sou uma aprendiz do mestre Hefesto...não a muito o que falar de mim, eu venho me dedicando a restauração das armaduras desde que o Sr. Hefesto me adotou...bem, creio que só seja isso!

–--Pegasus; Ha! Você não mudou nada hein Dália! ... Não precisa ser tão tímida, estamos todos entre aliados e amigos!

–--Dália; Eu sei, só não estou acostumada a ficar rodeada de pessoas e ser o centro das atenções!

Atena e Pegasus sorriem com a timidez da garota, a deusa pede aos jovens que vão se alimentar e banhar, mas que retornassem dentro de duas horas enquanto ela atualizaria seu leal protetor de todos os fatos ocorridos nesse curto tempo.

Passado o tempo determinado os cinco retornam para a Pinacoteca.

–--Pegasus; Estão todos prontos?

–--Caesar; Estamos.

–--Pegasus; Excelente, então já podemos partir.

–--Caesius; Agora! Mas já tá muito tarde!

–--Pegasus; Ha ha! Não se preocupem, Dália se encarregará de tudo!

Eles ficam se olhando sem entender o que Pegasus quis dizer, Atena se adianta e explica que Dália era uma descendente dos sobreviventes do extinto continente Muviano, os muvianos eram conhecidos por possuírem uma vida longa, tecnologia avançada e técnicas paranormais. Não longe disso a garota também possuía uma técnica em particular, a do tele transporte.

Sem mais demoras e com a desconfiança de Caesius e Aegir, a muviana pede para que todos formem um círculo em torno dela e não se movam, uma cosmo energia azul emana de seu corpo envolvendo a todos tomando uma forma esférica, o brilho crescente chama a atenção de várias pessoas que estavam fora do prédio, alguns curiosos tentam se aproximar porém são impedidos pelos hoplitas que faziam a guarda da deusa, de repente a luz desaparece levando todos consigo.

Dália tele transporta a todos para o refúgio de Hefesto, mais precisamente do lado de fora em frente aos portões de entrada do templo.

–--Aegir; É verdade, ela realmente nos tele transportou!

–--Caesius; Aaai caramba!

Caesius fica se apalpando como se estivesse procurando algo.

–--Tauro; O que foi Caesius?

–--Caesius; To vendo se tá faltando alguma coisa! Só fizeram um de mim e não fizeram peças de reposição!

–--Caesar; Pelo amor Caesius, pare com essas coisas!

–--Caesius; O que! Isso é muito sério!

–--Aegir; Seu primo tem razão Caesius, agora não é hora e nem lugar pra brincadeiras.

Atena pede para que Dália os conduza até Hefesto, enquanto todos caminhavam para dentro Aegir atrasa um pouco o passo e disfarçadamente também se apalpa para ver se estava faltando alguma coisa.

***Aegir; “Ufa! Ta tudo no lugar, não ta faltando nada!”

Finalmente as tão aguardadas armaduras seriam apresentadas, eles são conduzidos diretamente para o salão principal que ao mesmo tempo era a oficina de Hefesto, nela era feita todo o tipo de trabalho que lhe era incumbido. O salão possuía cerca de cem metros quadrados, no centro existia uma grande fornalha que era alimentada por um veio do vulcão que passava abaixo dali, do lado esquerdo uma mesa e uma bigorna, do direito existia um quadrado de pedra contendo agua e em torno de tudo isso haviam várias maquinas de tecnologia muviana, algo muito similar a tornos, fresadoras e retificas, dentre outras. Também tinha várias bancadas contendo ferramentas de todos os tipos e tamanhos.

Ao longo de todas as paredes haviam prateleiras repletas de caixas de pandora, dentre outros trabalhos inacabados e em andamento do deus forjador, os jovens ficam entusiasmados por finalmente poderem vestir suas armaduras, isso é... caso consigam vesti-las.

–--Pegasus; Então Dália, onde está Hefesto? Será que esqueceu de nós, de novo!

–--Dália; De maneira alguma, provavelmente deve ter ido buscar matéria prima em algum ponto do vulcão.

De repente todos começam a ouvir passos pesados que vão aumentando a medida que aproxima.

–--Atena; Dália, você sabe quem está vindo?

–--Dália; Não faço ideia, jamais ouvi algo assim antes no templo!

Pegasus se põe a frente das portas de entrada do salão que estavam abertas, ao mesmo tempo que dava as ordens para os jovens.

–--Pegasus; Cavaleiros, fiquem em formação de combate e protejam Atena!

Atena e Dália se afastam da entrada, o barulho dos passos vão aumentando e ficando cada vez mais pesados, até que finalmente sessam a poucos metros no corredor do lado de fora.

–--Pegasus; Preparem seus ataques!

Quando todos estavam prestes a culminar o suposto invasor são surpreendidos por um ser robótico de três metros de altura, ele carregava as doze urnas douradas que estavam envoltas por correntes e amarradas a duas extensas barras de ouro, sendo essas atreladas seis em cada barra.

–--Dália; Parem!!!

Todos sem exceção seguram seus ataques.

–--Pegasus; Por que Dália?!

–--Dália; Porque ele não é um invasor, é o Sr. Hefesto!

–--Pegasus; Como é?!

–--Hefesto; Isso mesmo Pegasus!

–--Pegasus; Hefesto!

–--Hefesto; Quem mais poderia ser! Essa é uma armadura selada de alta blindagem que fiz para entrar dentro do vulcão, ela suporta temperaturas extremas!

Hefesto coloca as urnas no chão e sai da armadura.

–--Pegasus; E pra que tudo isso?

–--Hefesto; Precisava fazer uns últimos ajustes nas armaduras de ouro, só que minha fornalha produz um calor inferior ao necessário para poder trabalhá-las, então construí essa armadura para poder entrar no vulcão e ajustá-las dentro dele... sinceramente até mesmo eu estou surpreso com os resultados, os muvianos realmente foram grandes cientistas.

Hefesto pede aos homens para que levassem as armaduras pro centro do salão enquanto cumprimentava sua irmã que não via a algum tempo, eles têm uma breve conversa e trocam algumas informações do ocorrido na acrópole.

–--Dália; Sr. Hefesto, as armaduras estão posicionadas.

O forjador dos deuses caminha para perto de uma bancada e encosta nela.

–--Hefesto; Então vocês são a esperança da humanidade! ... Ha ha! ... Espero que Pegasus tenha feito no mínimo um milagre com vocês!

–--Atena; Hefesto por favor não seja tão duro com eles, todos deram o máximo de si nesses nove dias.

–--Hefesto; Isso só teremos certeza agora! ... Como Pegasus já deve ter lhes ensinado, as armaduras de ouro só serão despertadas quando seu pretendente alcançar o sétimo sentido ou um cosmo com uma carga enérgica equivalente...mas isso não é tudo, no tempo que passei estudando as armaduras e a ciência muviana descobri que todas as armaduras possuem consciência.

–--Atena; Consciência?

–--Hefesto; Sim, uma consciência...os muvianos as criaram para que seus guerreiros pudessem ter uma proteção maior contra os deuses, mas caso tudo desse errado também queriam se assegurar que as armaduras só seriam usadas para proteger certos ideais.

Ele olha para Atena com cinismo enquanto ria sozinho.

–--Hefesto; E adivinhem só no que eles se basearam ou melhor quem?!

–--Atena; Em mim!

–--Hefesto; Quem mais poderia ser! Os muvianos deram consciência as armaduras e também seus ideais a elas, fazendo com que a reconhecessem como sua deusa protetora...na minha opinião um plano de segurança muito bem elaborado...tendo isso em mente quero que entendam que não basta apenas ter despertado o sétimo sentido ou ter poder, qualquer um que queira usar uma armadura deverá compartilhar dos mesmo ideais de Atena ou ela o repudiará...compreendem isso?!

Todos balançam as cabeças afirmando que tinham compreendido as condições para despertar e usar as armaduras, sem mais demoras decidem por dar início aos testes, por nenhum dos cinco terem conseguido despertar o sétimo sentido Atena pede para que todos queimem seus cosmos juntos, dessa forma eles queimariam mais intensamente aumentando as chances de cada um individualmente.

Pegasus vai até as doze armaduras de ouro que estavam alinhadas a frente da fornalha e retira uma a uma as cinco referentes as reencarnações dos jovens. Sendo elas, Touro para Tauro, Aquário para Aegir, Libra para Zhang, Sagitários para Caesar e Leão para Caesius.

***Dália; “Será que vão conseguir!”

Com cada armadura posicionada a frente de seu respectivo herdeiro, os cinco dão início a expansão de seus cosmos sendo puxados por Tauro e Caesar, eles começam com pouca energia e vão aumentando gradativamente até atingirem seus limites.

***Hefesto; “Como suspeitava, sem o sétimo sentido e um grande cosmo não conseguirão!”

Durante alguns minutos eles mantem um nível elevado mas acabam por fracassar, Pegasus pede para que tenham calma e Atena tenta animá-los, entrar em desespero ou se deixar levar pelos sentimentos não levaria a nada, eles deveriam queimar ao máximo seus cosmo mantendo um fluxo de energia limpo, para que então seus cosmos sincronizassem com os das armaduras. Após um breve descanso a segunda tentativa tem início, novamente seus cosmos queimam ao máximo e de novo os resultados se repetem.

–--Atena; Descansem um pouco e por favor não se afobem, depois tentaremos de novo e dessa vez irei ajudá-los com o meu cosmo.

–--Hefesto; Não!

–--Atena; Por que não posso ajudá-los?!

–--Hefesto; Porque eles têm de fazer isso sozinhos, já estão errados de estarem se ajudando...não me entenda mal Atena, sei que quer dar a eles as armaduras de ouro por serem as que melhor irão protegê-los...só que está fazendo isso da maneira errada!

–--Atena; E o que a de errado em ajudá-los?

–--Hefesto; Tudo! Caso eles consigam despertar as armaduras com sua ajuda, seu cosmo será o cosmo dominante e as armaduras reconhecerão a você e não eles como merecedores delas...já que você é a deusa detentora das armaduras, elas os tolerarão por sua causa e não por méritos deles...só que quando seus cosmos se extinguirem ou chegarem próximo disso, elas os abandonarão mesmo estando no campo de batalha e retornarão para você no intuito de protegê-la...além disso uma armadura de prata mesmo sendo inferior a de ouro, caso esteja completamente ligada ao seu usuário este obterá um poder muito superior a um cavaleiro de ouro cuja a armadura não o reconhece.

–--Pegasus; Então está sugerindo que eles tentem despertar as armaduras de prata, até que obtenham poder para despertar as de ouro?

–--Hefesto; Sim, dadas as circunstâncias isso seria a coisa mais correta a se fazer.

–--Caesar; Esperem! Por favor antes de irmos para as de prata deixem-nos tentar com as de ouro novamente, se nós somos seus herdeiros não podemos desistir assim... dessa vez iremos queimar nossos cosmos além do limite! Então nos concedam mais uma chance, por favor!

O forjador dos deuses fica impressionado com a determinação de Caesar e com os demais, mesmo tendo consciência de que o resultado não seria diferente ele os concede mais uma tentativa. Dessa vez algo realmente estava diferente com os jovens, eles estavam colocando seus sentimentos e acima de tudo esperança naquela tentativa.

***Dália; “Será que conseguirão dessa vez?”

Algo realmente estava diferente, os cosmos deles estavam emanando de uma forma muito mais serena porém massiva do que antes, as urnas também emanam uma cosmo energia em resposta aos jovens, porém os cosmos de Caesius, Aegir e Zhang começam a diminuir.

***Hefesto; “Uf! Infelizmente seus poderes ainda não se equiparam a força de vontade que cada um possui!”

O cosmo de Caesius é o primeiro a sessar seguido por Aegir e Zhang, Caesar e Tauro duram um pouco mais, mas o resultado ainda se mantem o mesmo.

–--Aegir; Nós falhamos!

Continua...

Fim do capítulo 18

Fernando Onofre de Amorim

21h 11min 02/05/2014


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