Chronos; A Traição De Atena escrita por Fernando Onofre de Amorim


Capítulo 16
Capítulo 16; Antes do Inicio




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Capítulo 16

Antes do inicio

–--Caesius; O que aconteceu?! Não vejo mais o clarão dos ataques!

–--Pegasus; A batalha acabou!

–--Caesius; Acabou! Mas como assim, quem venceu?!

–--Gabriel; Ambos venceram.

–--Aegir; Pera ai que agora quem não entendeu foi eu!

–--Gabriel; Tenham paciência, vamos esperar até que os dois cheguem para nos explicarem melhor.

Após vinte longos minutos de espera os deuses apontam no céu estrelado, a cosmo energia vermelha de Lúcifer mostrava a posição deles, com a exceção de Gabriel que caminhava calmamente assim que chegam são rapidamente envoltos por todos que ali estavam.

–--Thanatos; Imperador Hades, o senhor está muito ferido? O Imperador venceu a batalha?!

–--Lúcifer; Nossa, quanta preocupação! ... É pra se estranhar hein!

Gabriel dá um tapa e seu companheiro que automaticamente dá um berro de dor.

–--Lúcifer; Aaaaai! Calma ai, meu corpo está todo dolorido!

–--Hades; Não se preocupem...pelo menos não por enquanto...de uma forma bem resumida nós entramos em comum acordo.

–--Pegasus; Acordo, como assim....explique-se já!

–--Hades; Aff...tudo bem, eu explicarei...talvez vocês criem uma esperança com isso, para que depois eu possa me divertir destruindo...fizemos um acordo de não nos envolvermos diretamente...Eu, Poseidon, Zeus, Gabriel, Lúcifer ou outro ser divino do plano deles...isso beneficiará plenamente ambos os lados.

–--Caesar; Beneficiar a todos, como isso beneficiará a todos?!

–--Lúcifer; Hei! Forma de vida subdesenvolvida, não me envergonha não vai, acabei de facilitar as coisas pra vocês!

–--Gabriel; Lúcifer, tenha modos!

–--Hades; É bem obvio “Sagitários” ...dessa forma vocês terão mais chances de lutarem por suas vidas efêmeras... e quanto a nós deuses supremos, não precisaremos arriscar nossas vidas divinas lutando uns contra os outros...mas não pensem que será fácil...existem muitos deuses inferiores a nós, alguns até com poderes equivalentes aos nossos, além de vários semideuses e subordinados...também á os deuses nórdicos e egípcios que estão do nosso lado... e incontáveis legiões de espectros e marinas prontos para atacar esse mundo.

–--Pegasus; Está bem! Se já terminou de se vangloriar, saiba que derrotaremos todos e tudo que nos mandarem!

–--Hades; Vejo que sua coragem continua inabalável Pegasus, ao contrário de sua kamui...só não se esqueça que isso só terminará quando vocês vierem até nós...os três deuses supremos do Olimpo...ha ha...estou ansioso para terminarmos aquela luta.

–--Pegasus; Eu também, mal posso esperar!

–--Hades; Enfim, onde está Atena?

–--Artorius; Teve de ser retirada para receber socorros, ela usou uma grande quantidade de cosmo.

–--Hades; Aquela inconsequente, sabe muito bem que as cicatrizes vão se abrir toda vez que queimar mais de trinta porcento do seu cosmo...no fundo sinto até inveja por ela não ser minha filha...bom, sem uma deusa vocês não passam de ovelhas à espera do abate, então vejam isso como um presente...levarei dez dias para mobilizar todo o exército ao meu dispor, tanto espectros quanto marinas... e esse será o tempo que terão para se prepararem...digam á Atena que se ela não quiser ser executada por traição contra o Olimpo, é melhor que seja sensata e se entregue até o final desses dez dias...Hypnos! Thanatos! Vamos embora, tenho muito o que preparar.

O Imperador do Submundo se retira seguido de seus dois devotos deuses, Gabriel começa a cuidar de seu companheiro usando-se de suas habilidades medicinais e em poucos minutos o cura, nesse meio tempo Pegasus já havia pedido para que Artorius o antecedesse e fosse ver como Atena e Zhang estavam.

–--Gabriel; Pronto, fechei todos os ferimentos...já pode se levantar.

–--Lúcifer; Certeza, porque você sempre esquece alguma coisa!

–--Gabriel; Sim, tanto as feridas externas quanto as internas...aprimorei muito minhas técnicas medicinais nesses últimos anos.

Agora que Lúcifer estava totalmente recuperado Pegasus conduz todos aos aposentos de sua deusa, mas antes que eles entrassem no templo Caesius percebe um leve escorrido de sangue na nuca do Senhor do Inferno.

–--Caesius; Nossa, tá escorrendo sangue da nuca do Lú...

Gabriel o puxa e coloca a mão em sua boca calando-o, todos param e olham para eles sem entender o que ouve.

–--Lúcifer; Gabriel pare de enrolar, precisamos ir logo com isso!

–--Gabriel; Ha ha...já estamos indo!

Após quase sufocar Caesius para não entregar sua falha eles finalmente entram no templo, ao chegarem a porta dos aposentos dão de cara com Zhang que estava com o tórax e o braço direito enfaixados devido aos ferimentos, Tauro estava ao seu lado lhe dando apoio.

–--Pegasus; Fico feliz que o fogo dentro dos corações de vocês não tenha apagado!

–--Caesar; Como estão os seus ferimentos Zhang?

–--Zhang; Bem melhor, aquela mulher que cuidou dos ferimentos do seu primo e não saia do lado dele foi quem cuidou dos meus.

–--Caesius; Verdade!

–--Tauro; Sim, ela está lá dentro cuidando de Atena...Artorius pediu para esperarmos aqui fora até ele chamar.

Pegasus vai pra porta e pede para que todos continuem esperando ali fora e assim que ela estivesse boa para recebê-los ele os chamaria.

–--Caesius; Caesar, afinal de contas quem é essa mulher que cuidou dos meu ferimentos e tá cuidando de Atena?

–--Caesar; Eu não sei, sinceramente não sei...o estranho é que quando você estava inconsciente ela dificilmente saia de perto de você.

–--Zhang; Além disso, praticamente todas as técnicas de tratamento dela são a base de rosas ou plantas que nunca vi antes!

–--Aegir; Verdade, Caesius na boa eu acho que ela tá querendo seu corpo nu!

–--Caesius; Que! Tá doido, não é assim não...tem de rolar um sentimento antes, um carinho, sei lá!

Com as exceções de Gabriel e Lúcifer que estavam apenas observando tudo, os cinco jovens estavam dando boas risadas.

***Lúcifer; “Esses jovens estão à beira do abismo, com o peso do mundo em suas costas e mesmo assim conseguem manter esse humor....humanos realmente são criaturas complicadas de se entender.”

–--Gabriel; Lúcifer, não me diga que está impressionado com os humanos?

–--Lúcifer; Não seja tolo, a minha opinião sobre a raça humana ainda é a mesma!

Nesse momento uma das serviçais abre a porta e pede gentilmente para que todos entrem, pois Atena iria recebê-los. Primeiro entram os deuses e em seguida os jovens cavaleiros.

O Quarto de Atena era um ambiente vazio e sem muitas regalias, no centro ficava a cama feita de pedras brancas forrada apenas com uma manta, também possuía uma varanda que cuja a vista cobria boa parte da acrópole. Dentro do quarto além da deusa já estavam duas serviçais, Artorius, Pegasus e a misteriosa Tisífone.

–--Gabriel; Como você está se sentindo Atena?

–--Atena; Já estou bem melhor, graças as habilidades medicinais de Tisífone.

A misteriosa mulher mantem-se em silencio se concentrando apenas nos seus afazeres, mas ora ou outra fixava o olhar em Caesius por alguns instantes, assim que termina colocar os curativos Atena pede gentilmente para que as serviçais se retirem.

–--Atena; Tisífone, você não precisa se retirar...por favor fique, isso também diz respeito a você e suas irmãs!

–--Tisífone; Não a necessidade Atena, creio que seja melhor conversarmos a sós depois que tudo estiver resolvido...caso precise de mim, estarei no Propileu (pórtico de acesso a colina) ajudando os cidadãos.

–--Atena; Sim, como queira.

Ela caminha em direção a saída mas antes fixa mais uma vez o olhar em Caesius, observa que o ferimento de sua cabeça se abrira um pouco, sem dizer nada ou pedir permissão retira as ataduras sujas.

–--Tisífone; Bom, vejo que minhas rosas tiveram um grande efeito pra sua melhora...mas mesmo assim tome cuidado, todo ferimento na cabeça por menor que seja é perigoso!

A misteriosa mulher abre sua sacola e retira uma bolsinha contendo pétalas de rosas azuis, pega um pequeno jarro de água e coloca uma porção delas.

–--Caesius; Quem é você?!

Com os olhos lacrimejando e o coração apertado ela responde;

–--Tisífone; Quem sou no momento não importante...só continue vivo está bem!

Tisífone pega um pano limpo, afoga-o no jarro e o torce em cima dos ferimentos, depois pega outro punhado de pétalas amarelas e azuis, as coloca em cima do ferimento e faz um novo curativo.

–--Tisífone; Pronto, agora seu ferimento está limpo...amanhã cedo farei um novo curativo.

–--Caesius; Nossa, a dor tá passando...e como te acho?

–--Tisífone; Não se preocupe, eu te acho!

Artorius abre a porta do aposento, no momento em que Tisífone estava passando por ela Caesius a segura pela mão.

–--Caesius; Quem é você?! Nós já nos conhecemos?!

–--Tisífone; Tenha calma, no momento certo tudo se esclarecerá!

Após esse comentário a misteriosa mulher solta a mão de Caesius e vai embora, Artorius fecha a porta para que enfim a conversa possa ter início.

–--Aegir; Então Caesius, foi impressão minha ou pintou um sentimento ai?!

–--Caesius; É estranho, sinto como se já a conhecesse...mas nunca a vi antes!

***Atena; “É esplêndido, mesmo que não se lembre só de vela as lembranças a muito esquecidas no passado ecoaram até aqui...imagino como Tisífone deva estar ansiosa por isso, mesmo assim Caesius é a encarnação dele e não ele!”

–--Lúcifer; Enfim, Atena agora podemos começar a conversa?

–--Atena; Claro Lúcifer, por favor a palavra é toda sua!

–--Lúcifer; Serei direto...na batalha que acabo de travar com Hades não ouve vencedor, mas chegamos a um acordo que foi vantajoso para ambos os lados.

Pegasus vai para o lado de sua deusa e o questiona em um tom exaltado.

–--Pegasus; Como assim acordo?!

–--Gabriel; Tenha calma Pegasus, tudo o que fizemos aqui hoje foi por uma causa maior.

–--Pegasus; E qual causa maior seria essa?!

–--Gabriel; Atena, antes de mais nada gostaria de enfatizar a coragem de seus jovens cavaleiros, a bravura deles mesmo em condições tão adversas foi admirável.

–--Atena; É verdade, mesmo estando suprimidos pude acompanhá-los daqui através de seus cosmos...todos vocês foram de uma bravura notável!

–--Tauro; Obrigada pelo reconhecimento deusa Atena.

–--Caesar; Obrigada Atena!

–--Zhang; Pode acreditar em nós Atena, enfrentaremos todo tipo de adversidade!

***Aegir; “Não tenho escolha, preciso deter essa loucura para ver minha família de novo!”

***Caesius; “Preferia que me pagassem com moedas de prata, elogios não enchem barriga!”

–--Gabriel; Bom e agora por onde começo!

–--Lúcifer; Deixe que explicarei a situação, sou bem mais objetivo que você!

Lúcifer materializa uma cadeira e se acomoda, chega até a oferecer cadeiras para os demais por educação, mas ninguém aceita a oferta.

–--Lúcifer; De uma maneira bem simplificada Atena, o acordo que fizemos se resume a Eu, Gabriel, Zeus, Hades e Poseidon não nos metermos diretamente nessa guerra.

–--Pegasus; Mas por que fez isso e que lógica teria Hades de aceitar esse acordo?!

–--Lúcifer; Simples ora! Nenhum de nós terá de arriscar o pescoço nos matando, os humanos lutarão por seu próprio destino enquanto os três deuses supremos do Olimpo articulam a sua erradicação, o que fizemos foi ganhar tempo para que Atena reuna toda ajuda possível pra batalha que está por vir.

–--Pegasus; E por que não matou Hades?! Não venha me dizer que não podia, por que seu poder supera o dele!

–--Lúcifer; Sim, realmente meu poder supera o dele, mas não sabemos se nossos poderes mesmo combinados superam o cosmo do nosso verdadeiro objetivo.

Todos ficam em silencio até Atena citar um nome.

–--Atena; Chronos!

–--Lúcifer; Exatamente.

Por um estante os olhos da deusa congelam, ela desce da cama e caminha com certa dificuldade, Pegasus vai ampará-la enquanto andava até parar afrente dos dois.

–--Pegasus; Por favor não se esforce Atena!

–--Gabriel; Pegasus tem razão, seus ferimentos podem piorar.

–--Atena; A minha dor não é nada se comparada a dor da humanidade! Por favor me digam a verdade, me digam o que sabem?!...Mesmo eu, sendo uma deusa olimpiana não sei quase nada sobre Chronos, tudo o que sei é que ele foi deposto pelos titãs e se exilou após esse dia...então quem realmente é Chronos?!

–--Lúcifer; Deposto...ha ha...Chronos jamais seria deposto por seres deste universo, mesmo sendo os titãs ou os olimpianos, no mínimo ele estava tramando algo.

–--Pegasus; Então nos conte, precisamos saber contra o que estamos lidando!

–--Lúcifer; Está bem, contarei desde o início então por favor não me interrompam!

Todos balançam a cabeça em um sinal de afirmação, eles se aproximam do Senhor do Inferno para não perderem o mínimo detalhe enquanto Gabriel se afasta indo em direção a varanda.

–--Lúcifer; Não vai querer ouvir a história Gabriel?

–--Gabriel; Não obrigado, já a ouvi tantas vezes que acabei decorando!

Com todos reunidos, Lúcifer então dá início a explicação sobre a origem de Chronos e da existência em si.

–--Lúcifer; Pois bem, essa história começa antes mesmo da criação do universo...no início não haviam planetas, galáxias ou o próprio universo, o que existia era apenas o que chamamos de Plano...o Plano era o mundo onde viviam os primeiros seres divinos, o céu não possuía fim e sua extensão também não tinha limites, talvez fosse infinito ou pelo menos era o que diziam...eu era muito jovem, um adolescente se comparado aos humanos, Chronos era o líder da ordem dos Senhores do Tempo e Deus ainda era apenas Jeová, imaturo e imperfeito porém com um grande potencial...no controle de tudo estava Javé, o Deus supremo de todo o plano e tudo o que existia nele, os seres da raça de Deus eram tidos como perfeitos e capazes de existir por toda a eternidade, mas eles possuíam o costume de que assim que seu herdeiro estivesse pronto para assumir o trono, o antecessor se uniria a ele para que assim pudessem compartilhar tudo e se tornassem apenas um, para que houvesse apenas um “Criador”...Os Senhores do Templo eram uma espécie de entidade, cuja a finalidade era de apenas catalogar todos os eventos e acontecimentos ocorridos no Plano através das eras, eles possuíam o dom de poder viajar no tempo, com a exceção de Chronos que diziam ser a personificação do próprio tempo, diziam que fora Javé ele era o ser mais antigo de toda a existência ainda vivo e detentor de um grande conhecimento...o Plano era um lugar lindo e maravilhoso, diversas raças habitavam nele, não havia fome e nem batalhas, o respeito e o amor era mutuo, ele era com certeza uma utopia realizada, tudo estava indo muito bem até a guerra acontecer!

–--Atena; Guerra, como algo tão ruim pode acontecer em um lugar tão belo e cheio de razão?

–--Lúcifer; Ninguém sabe, nós nunca soubemos...numa noite quando a maioria já tinha se recolhido uma grande sombra caiu sobre todos, um mau que nunca havíamos visto antes se manifestou e começou a destruir tudo, mais de um trilhão de almas se mobilizaram para enfrentar o inimigo a nossa porta e a frente deles estava Javé liderando o exército divino, durante anos eles lutaram mas aos milhares caíram até que somente sobrassem alguns poucos, no final até mesmo Javé sucumbiu ao poder da besta...Eu, Jeová, Chronos e alguns outros éramos os últimos ainda vivos, Javé tinha caído no campo de batalha sem antes se unir a seu filho Jeová e grande parte do conhecimento antigo se perdeu, não havia mais nada o que podia ser feito e nossa morte era inevitável, mas algo aconteceu...Um ser trajando uma armadura branca surgiu a nossa frente, sem dizer nada ele apenas nos evolveu em uma esfera de cosmo energia e nos tele portou para o mesmo lugar a um minuto no futuro...Quando voltamos nosso plano já não existia mais, o meu mundo tinha sido destruído em uma “grande explosão”, dando origem a não somente esse mas a todos os universos, quanto ao guerreiro e a besta ambos desapareceram sem deixar rastros de suas existências.

Continua...

Glossário;

. Quando Lúcifer diz “grande explosão”, estou me referindo ao big bang que deu origem ao universo.

Fim do capítulo 16

Fernando Onofre de Amorim

22h 49min 07/04/2014


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