Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 5
Conversa e Reflexões Profundas




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– Finalmente cheguei! – disse a caçadora ao abrir a porta de sua casa.
Maria tentou disfarçar suas condições. Ela não queria mostrar a Alucard que estava cansada, pois se ela demonstrasse algum sinal de fadiga, ele iria interromper a conversa e manda-la descansar. E ela precisava falar com ele.

Ela deixou seu casaco de lã no cabideiro, e sua ação seguinte foi procurar pelo meio vampiro nos cantos da pequena casa. Alucard era imprevisível, então poderia estar em qualquer lugar, exceto pelo quarto da jovem. Esse era o único lugar que Alucard nunca ousou entrar sem a permissão de Maria; pois ele a respeitava, e aquilo aumentava ainda mais o respeito e a confiança que ela tinha por ele.

O que ela encontrava era alguns cômodos meio iluminados por algumas lamparinas, como a cozinha e a sala de estar. Os demais estavam escuros.

– Adrian? – Maria chamou-o enquanto fazia uma varredura pela casa.

O que ela menos esperava, era que o meio-vampiro a observava, em um canto escuro da sala de estar. Foi logo depois que, antes de entrar no quarto dele, Maria notou sua presença, e foi à sala para encontra-lo.

– Se eu fosse um inimigo, já estaria morta. – disse ele, saindo das sombras.

– Você sempre diz essas mesmas palavras, Adrian. – Maria respondeu, cruzando seus braços.

– Mas isso é importante.

Maria se aproximou dele carregando um sorriso consigo.

– Vamos, Adrian! Estou, não se preocupe!

Alucard então suspirou fundo e olhou para ela.

– Você demorou. – ele disse, desviando seu olhar do dela.

– Adrian... – Maria soltou uma leve risada.

A caçadora quase se esqueceu de seus pensamentos. Como perguntar a Alucard o motivo de sua aparição naquela feira. Aquilo a fez mudar de expressão rapidamente; de espontaneamente sorridente, a séria.

– Adrian.

– Sim, Maria?

A jovem pensou duas vezes, e disfarçou, evitando de fazer a pergunta. Talvez aquele não seria o momento de perguntar a ele o porquê de ele estar presente na cidade, era o que a moça pensava. Foi então que ela abandonou aquela ideia no momento, e partiu para outro questionamento.

– Você gostaria de um bolo? Eu posso fazer um para comermos, não tem problema!

– Maria. – ele olhou seriamente para ela. Alucard já sabia que não era isso que ela queria dizer, e apenas uma palavra bastou para ela silenciar-se.
Maria não quis perguntar aquilo, então novamente trouxe um outro assunto, dessa vez tentando ser mais sincera.

– Meu aniversário está próximo, como havia lhe dito antes e... – ela deu meia volta, ainda um pouco envergonhada. Fechou seus olhos, apertou suas mãos, e num impulso, soltou as palavras:

– E eu queria, quero dizer, gostaria muito que você viesse como meu convidado!

Segundos depois ela abriu seus olhos, encontrando-o com a mesma expressão de antes: calmo, frio, inalterado. Maria arqueou uma sobrancelha, esperando uma resposta. Mas a resposta não veio. Ela encontrou o homem virando-se de costas para ela, para a janela da sala.

– Você sabe muito bem que não posso.

– Mas...

– Não adianta, Maria. Eu não posso ficar indo a lugares públicos, só a minha aparência vai causar espanto!... – ele fez uma pausa – e então vão me perseguir até conseguirem me matar.
Alucard então caminhou em direção até a porta, mas ela o segurou pelo braço.

– Mas Adrian, deve haver um jeito de você se disfarçar e-

– Não! – ele alterou sua voz, fazendo a caçadora recuar um passo.

– Sinto muito, Maria...

Novamente ele estava prestes a sair, e Maria o impediu, só que desta vez com a voz destemida.

– Se você diz que não pode sair... Então por que estava me observando hoje cedo, na feira?

O meio vampiro olhou para ela indiretamente, e pronto para sair, ele falou pela última vez.

– Porque não confio naquele homem. – e então saiu.

Maria parada ficou alo, sem ação. Tudo isso, apenas para dizer-lhe que este não confiava em Christopher. Alucard saiu, e em vez de apenas responder à Maria, deixou-a com mais perguntas em sua mente, vários 'por quês'. Por que não confia nele? Para Maria, Lorde Galvan seria a última pessoa a qual se poderia desconfiar. Apesar de todo esse tempo ausente, Christopher estava fora de questão.

Mas o que a surpreendeu desta vez, foi o fato de ele ficar deste jeito por ela. Talvez ele ficou daquele jeito, porque ele se importa com ela. Em meio a um turbilhão de questionamentos, um pensamento em particular lhe abriu a mente. Ele se importa com ela.

Foi com esse pensamento, que a moça fechou a porta de sua casa, e apagando todas as lamparinas da casa, arrumou-se e foi para sua cama. E antes de fechar seus olhos, ela citou seu nome:

– Adrian...

Ao contrário do que Maria pensava, Alucard não fugiu para um lugar distante, com costumava fazer, pelo contrário, ele parou a dez metros próximo a parte de trás da casa dela; e ficou ali parado atrás de uma árvore, tão escondido que nem ao menos a luz da lua conseguiu ilumina-lo.

– Maria...

Ele sabia de quão puro e amável era o coração da jovem. Ceder um quarto de sua própria casa para um estranho – um vampiro – morar era algo surreal. Ninguém em seu juízo perfeito faria algo como aquilo. Mas ela fez. E ele estava realmente grato por isto.

Entretanto, uma hora aquilo deveria ter um fim. Aquela vida aparentemente 'normal' que ele vivia, poderia ter um fim, que chegaria a qualquer momento; e a vida daria as cartas. Ele é um vampiro, e como tal, não pode viver com ela. Medo de mata-la? Talvez. Tirar a alegria dela, tiraria a única coisa que mantinha seu lado homem mais humano. Seria hora de dar adeus.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei porque, mas essa minha fic está meio que Inuyasha e Kagome...
Ah, deve ser impressão minha, haha.
Obrigada por ler!



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