Presente escrita por Dama das Estrelas
– Finalmente cheguei! – disse a caçadora ao abrir a porta de sua casa.
Maria tentou disfarçar suas condições. Ela não queria mostrar a Alucard que estava cansada, pois se ela demonstrasse algum sinal de fadiga, ele iria interromper a conversa e manda-la descansar. E ela precisava falar com ele.
Ela deixou seu casaco de lã no cabideiro, e sua ação seguinte foi procurar pelo meio vampiro nos cantos da pequena casa. Alucard era imprevisível, então poderia estar em qualquer lugar, exceto pelo quarto da jovem. Esse era o único lugar que Alucard nunca ousou entrar sem a permissão de Maria; pois ele a respeitava, e aquilo aumentava ainda mais o respeito e a confiança que ela tinha por ele.
O que ela encontrava era alguns cômodos meio iluminados por algumas lamparinas, como a cozinha e a sala de estar. Os demais estavam escuros.
– Adrian? – Maria chamou-o enquanto fazia uma varredura pela casa.
O que ela menos esperava, era que o meio-vampiro a observava, em um canto escuro da sala de estar. Foi logo depois que, antes de entrar no quarto dele, Maria notou sua presença, e foi à sala para encontra-lo.
– Se eu fosse um inimigo, já estaria morta. – disse ele, saindo das sombras.
– Você sempre diz essas mesmas palavras, Adrian. – Maria respondeu, cruzando seus braços.
– Mas isso é importante.
Maria se aproximou dele carregando um sorriso consigo.
– Vamos, Adrian! Estou, não se preocupe!
Alucard então suspirou fundo e olhou para ela.
– Você demorou. – ele disse, desviando seu olhar do dela.
– Adrian... – Maria soltou uma leve risada.
A caçadora quase se esqueceu de seus pensamentos. Como perguntar a Alucard o motivo de sua aparição naquela feira. Aquilo a fez mudar de expressão rapidamente; de espontaneamente sorridente, a séria.
– Adrian.
– Sim, Maria?
A jovem pensou duas vezes, e disfarçou, evitando de fazer a pergunta. Talvez aquele não seria o momento de perguntar a ele o porquê de ele estar presente na cidade, era o que a moça pensava. Foi então que ela abandonou aquela ideia no momento, e partiu para outro questionamento.
– Você gostaria de um bolo? Eu posso fazer um para comermos, não tem problema!
– Maria. – ele olhou seriamente para ela. Alucard já sabia que não era isso que ela queria dizer, e apenas uma palavra bastou para ela silenciar-se.
Maria não quis perguntar aquilo, então novamente trouxe um outro assunto, dessa vez tentando ser mais sincera.
– Meu aniversário está próximo, como havia lhe dito antes e... – ela deu meia volta, ainda um pouco envergonhada. Fechou seus olhos, apertou suas mãos, e num impulso, soltou as palavras:
– E eu queria, quero dizer, gostaria muito que você viesse como meu convidado!
Segundos depois ela abriu seus olhos, encontrando-o com a mesma expressão de antes: calmo, frio, inalterado. Maria arqueou uma sobrancelha, esperando uma resposta. Mas a resposta não veio. Ela encontrou o homem virando-se de costas para ela, para a janela da sala.
– Você sabe muito bem que não posso.
– Mas...
– Não adianta, Maria. Eu não posso ficar indo a lugares públicos, só a minha aparência vai causar espanto!... – ele fez uma pausa – e então vão me perseguir até conseguirem me matar.
Alucard então caminhou em direção até a porta, mas ela o segurou pelo braço.
– Mas Adrian, deve haver um jeito de você se disfarçar e-
– Não! – ele alterou sua voz, fazendo a caçadora recuar um passo.
– Sinto muito, Maria...
Novamente ele estava prestes a sair, e Maria o impediu, só que desta vez com a voz destemida.
– Se você diz que não pode sair... Então por que estava me observando hoje cedo, na feira?
O meio vampiro olhou para ela indiretamente, e pronto para sair, ele falou pela última vez.
– Porque não confio naquele homem. – e então saiu.
Maria parada ficou alo, sem ação. Tudo isso, apenas para dizer-lhe que este não confiava em Christopher. Alucard saiu, e em vez de apenas responder à Maria, deixou-a com mais perguntas em sua mente, vários 'por quês'. Por que não confia nele? Para Maria, Lorde Galvan seria a última pessoa a qual se poderia desconfiar. Apesar de todo esse tempo ausente, Christopher estava fora de questão.
Mas o que a surpreendeu desta vez, foi o fato de ele ficar deste jeito por ela. Talvez ele ficou daquele jeito, porque ele se importa com ela. Em meio a um turbilhão de questionamentos, um pensamento em particular lhe abriu a mente. Ele se importa com ela.
Foi com esse pensamento, que a moça fechou a porta de sua casa, e apagando todas as lamparinas da casa, arrumou-se e foi para sua cama. E antes de fechar seus olhos, ela citou seu nome:
– Adrian...
Ao contrário do que Maria pensava, Alucard não fugiu para um lugar distante, com costumava fazer, pelo contrário, ele parou a dez metros próximo a parte de trás da casa dela; e ficou ali parado atrás de uma árvore, tão escondido que nem ao menos a luz da lua conseguiu ilumina-lo.
– Maria...
Ele sabia de quão puro e amável era o coração da jovem. Ceder um quarto de sua própria casa para um estranho – um vampiro – morar era algo surreal. Ninguém em seu juízo perfeito faria algo como aquilo. Mas ela fez. E ele estava realmente grato por isto.
Entretanto, uma hora aquilo deveria ter um fim. Aquela vida aparentemente 'normal' que ele vivia, poderia ter um fim, que chegaria a qualquer momento; e a vida daria as cartas. Ele é um vampiro, e como tal, não pode viver com ela. Medo de mata-la? Talvez. Tirar a alegria dela, tiraria a única coisa que mantinha seu lado homem mais humano. Seria hora de dar adeus.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu não sei porque, mas essa minha fic está meio que Inuyasha e Kagome...
Ah, deve ser impressão minha, haha.
Obrigada por ler!