Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 22
O Confronto - Parte 6: Luz


Notas iniciais do capítulo

Falaaíííí pessoal! Aproveitem o novo capítulo! Além disso, não posso deixar de agradecer a todos vocês que estão lendo esta fic, muito obrigada! ♥ _ ♥



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— Maria... Maria...

A luz, que antes iluminava seu corpo, agora estava diminuindo lentamente.

— Ouça-nos...

— Seu tempo está acabando.

O corpo dela estava imóvel.

— Vai deixar a morte vencer?

Olhos, que antes carregavam lágrimas, agora se abriram mais uma vez, lentamente.

— O-o quê? Estou... morta? – um curto sussurro saiu da boca que havia se calado.

— Você está morrendo, jovem guardiã.

— G-genbu?

— Sim, minha jovem. Consegue se levantar?

Ela notou que estava novamente no lugar onde havia se reunido com as criaturas. A caçadora balançou a cabeça, tentando mover partes de seu corpo, mas não conseguia.

— Não consigo. Meu corpo... dói. Eu... falhei.

— Não falhou, Maria – Suzaku disse – Salvou a vida daquele homem.

— Mas agora – Byakko prosseguiu – seu amado transformou-se em um ser de trevas e está prestes a matar o seu amigo.

— O quê? Adrian?

— Ele quer vingar sua morte. A profunda tristeza o deixou alterado e ele fará de tudo para destruir aquele demônio, levando o humano para a morte também. – o dragão explicou.

— Mas, o que posso fazer? – Maria disse baixo – estou morrendo, meus amigos. Sinto minha vida sendo levada aos poucos e... – ela olhou para a palma de sua mão direita – não posso fazer nada.

— Maria. – a fênix disse – Sua missão não terminou.

Silêncio.

— Dissemos a você que era a única capaz de terminar aquela luta. Você preferiu dar sua vida para salvar seu amado em vez de atacar o demônio que possui o corpo do humano. Está, sim, morrendo, mas trouxemos você aqui antes que sua essência fosse levada para sempre até o lugar aonde os humanos santos vão quando descansam.

— Quer ter a chance de voltar a viver? – Seiryuu perguntou.

— Você, Maria, ganhou o sorriso de nós, Criaturas Celestiais e a bênção daquele que está acima de todos. – Suzaku voltou a falar.

— Eu não... mereço isso.

— Merece. Não apenas por agora, mas por tudo que fez com outros humanos. – a tartaruga completou. – Mas precisa lutar para viver.

Maria ainda estava no chão. Faltavam-lhe forças para se reerguer. O tempo estava acabando e em breve, sua vida seria levada para sempre. Várias imagens de pessoas atravessaram sua mente: as crianças do orfanato, as freiras, amigos, Richter e Annette, seu amado Alucard. O mesmo que estava prestes a matar a vida de um inocente e que nunca mais poderia voltar a se aproximar de humanos, o único amor dela.

— Entretanto, – disse o tigre – haverá um preço a pagar.

— Preço?

— Sim...

Ela estava morta, praticamente. Será que valeria a pena pagar um preço que, mesmo sem ela saber o que era, seria alto demais? Valeria a pena viver novamente para salvar a vida daqueles dois? Para ter uma nova chance de fazer várias coisas que não fez e, finalmente, desfrutar ao lado de Alucard o amor que tinham um pelo outro?

— Mas você precisa lutar, Maria. – Genbu aproximou-se dela – Nós não podemos agir sem que você queira.

— Eu não sei... – novamente ela tentou mover seu corpo, fechando os olhos que enchiam-se de lágrimas.

— Se quer viver, então lute contra a morte! – o dragão falou firme;

— Lute, Maria! – a fênix disse alto.

Seus punhos cerraram. A caçadora deu um largo grito, toda a sala ficou em silêncio.

As aves que permaneceram ao lado de Maria dirigiram seu olhar para seu corpo. A Fada, que havia sentado ao lado dela, junto da coruja, achou estranho e voou acima dela para ver a causa da estranheza.

Por uma fração de segundo, o corpo dela começou a emitir uma luz branca, da mesma forma que aconteceu no confronto com Magnus quando estava prestes a morrer. A familiar voou para trás com medo do que estava vendo.

— O que está... acontecendo?

A luz foi intensa. Um enorme clarão tomou conta do local onde o corpo sem vida de Maria se encontrava. O corpo, que ainda emitia luz, começou a levitar, parando a alguns centímetros do chão. O que aconteceu em seguida fez todas as aves inclusive a Fada se afastarem. Seus membros se contorceram, e quando finalmente seus olhos se abriram, a luz espalhou-se por todos os cantos, inclusive o céu, limpando as nuvens escuras e dando lugar ao céu azul que começava a ser tocado pelos primeiros raios de sol. Ao mesmo tempo em que abriu os olhos, seu corpo foi envolvido por outras luzes que representavam as Quatro Criaturas Celestiais: ganhou asas de dragão, casco de tartaruga, e patas de tigre nos pés e nas mãos. Além disso, o fogo da fênix a circundava por completo e cinzas eram vistas caindo no chão abaixo de Maria. O ferimento que outrora tirou sua vida, agora estava fechado e cicatrizado, e em suas vestes já não haviam mais manchas de sangue.

A caçadora de vampiros havia voltado a viver.

Ao observar seu próprio corpo por breves segundos, Maria olhou para os lados e encontrou a familiar.

— Fada. – ainda planando no ar ela olhou para a familiar que se escondia atrás da coruja – aonde eles foram?

— E-e-eles f-foram para lá. – ela apontou para o sul. – O-o que houve?

— Infelizmente não há tempo de explicar. – Maria respondeu com uma voz um pouco triste – Venham todos – a mulher disse para as aves companheiras dela e a Fada – preciso de vocês.

— Eu também?

Ela assentiu e sem esperar bateu as asas e tomou voo. Partiu para além das nuvens. Imediatamente as aves começaram a voar para acompanhá-la, inclusive a coruja, a quem a familiar tomou carona.

Alucard não hesitava em desferir golpes em Therian. E mesmo que o demônio tentasse revidar, seus ataques não surtiam efeito no meio-vampiro, agora transformado em meio-gárgula. Sua dor foi inibida, e agora mais poderoso, Therian mal conseguia causar arranhões em sua pele.

— Parece que você está finalmente lutando, não é? – Therian disse debochado após uma série de socos sofridos.

— Morra! – Alucard gritou, batendo com sua testa na dele. O choque foi tão forte que os chifres do demônio foram partidos ao meio.

— Ah, desgraçado! – ele gritou dando alguns passos para trás pondo as mãos na cabeça. – Não vê que se continuar a me atacar vai acabar matando esse homem?!

Alucard não deu a mínima à suas palavras voando novamente para agarrá-lo.

— Você a matou! – ele desferiu um forte soco com a mão direita no rosto do demônio – Ela tentou salvar a vida desse humano, e agora está morta! – Alucard prosseguiu desferindo um golpe com o punho esquerdo em sua barriga.

— Ela foi tola em dar sua vida para salvar um renegado como você! – Therian usou as duas mãos que emanavam o fogo roxo para empurrar o meio-vampiro longe.

— Cale a boca! – Alucard gritou, desferindo outro soco nele jogando-o no chão.

— Maldição! – Therian comentou para si mesmo. Seu medo era evidente. – Eu não posso morrer nas mãos de um híbrido!

Therian, fervendo de raiva estendeu suas mãos novamente para Alucard, e novamente várias raízes e troncos vieram para cima dele.

Alucard nem precisou se mexer. Ele apenas abriu a boca e dela saiu chamas. Therian, que notou o fogo rapidamente deu um salto para trás. Toda a vegetação, inclusive as árvores ao redor, foi consumida pelo meio-vampiro, que ficou mais nervoso ainda.

Lentamente ele caminhava em direção a Therian. Este tentou desferir várias rajadas para acertar Alucard, mas eram tão inúteis quanto os anteriores.

— Eu não vou morrer, não vou! – disse o demônio atirando e dando alguns passos para trás. Mesmo assim não foi capaz de conter a aproximação do meio-vampiro.

Rapidamente Alucard o pegou pelo pescoço e o lançou novamente, com tanta força que os troncos não suportavam o impacto com que o corpo de Christopher carregava e quebravam-se. Parou somente quando a resistência do chão somada aos troncos restantes o segurou.

Therian mal teve tempo para respirar ou para se mover. Num piscar de olhos Alucard surgiu a poucos centímetros dele e o levantou novamente pelo pescoço. Enquanto levantava-o suas mãos apertavam a carne lentamente.

— Então é assim? – o demônio falou com dificuldade e lançou um sorriso desafiador – Vai me matar para vingar a sua humana?

— Eu vou arrancar seu coração e queimá-lo. – Alucard respondeu sombriamente – E você vai arder no inferno.

— Tanto trabalho para... nada.

O meio-vampiro ergueu sua mão direita. As garras e seus olhos pediam por sangue, um sangue inocente que seria derramado por culpa de um demônio, mas que seria morto na vingança de um homem que perdeu sua amada. Therian sabia disso, e mesmo tentando não foi páreo para Alucard que tinha poder superior e uma raiva incessante.

Ele esticou seu braço para trás tomando impulso no último golpe que faria. Depois disso, não saberia o que fazer, para onde ir; única razão de voltar a conviver com humanos estava ausente. Seu coração chorava de raiva e tristeza, já não mostrava nenhum sentimento caridoso. Naquele momento igualou-se a Drácula.

— Ah! – seu braço se lançaria para frente prestes a terminar com Therian.

Mas não aconteceu. Alucard não conseguiu terminar seu ataque. Não porque não quis, mas algo o impediu.

Alguém.

Ele sentiu seu braço sendo segurado levemente, mas com poder suficiente para continuar. Lentamente ele virou seu rosto para a direita e viu um ser que carregava uma forte chama e que radiava vida.

Alucard abriu seus lábios para tentar dizer algo, mas o som não saiu.

— Não se preocupe, eu estou aqui. – a figura disse sorridente a ele.

Seus olhos estavam arregalados e seu coração acelerou.

— M-maria?


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