Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 20
O Confronto - Parte 4: Armadilha


Notas iniciais do capítulo

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Alucard e Maria foram pegos de surpresa. A armadilha feita da própria floresta morta prendeu os dois até o pescoço, mal podiam mover um dedo já que foram envolvidos em uma espécie de casulo sufocante.

Por dentro o meio-vampiro lamentava a falta de atenção que o levou a isso. Ao longo de sua extensa vida, ele enfrentou os mais diversos perigos e armadilhas, sempre prevendo o perigo antes de atingi-lo; mas dessa vez falhou terrivelmente.

Mas no momento sua preocupação era com a parceira ao lado dele. O rosto de Maria não estava bem; de olhos fechados ela lutava com os braços e pernas, tentando se livrar daquela prisão. Seus olhos estavam fechados e suas sobrancelhas estavam demasiadamente franzidas; e mesmo lutando fisicamente parecia fazer efeito algum. A cada tentativa frustrada aumentava ainda mais a dor, era como se algo estivesse machucando seu corpo.

– Maria... – ele falou sem olhar para ela – acalme-se. Você não vai conseguir sair dessa forma.

A mulher olhou pasma para o meio-vampiro.

– Eu tenho de tentar! – Maria retrucou agitada.

– Espero que os dois estejam bem confortáveis! – o demônio aproximou-se calmamente – Os anos que vivi naquele maldito castelo serviram para que eu pudesse aprender alguns truques. E não adianta tentar se mexer para se soltar; as raízes dessas árvores estão liberando uma toxina que contamina e enfraquece seus corpos aos poucos.

– Por que está fazendo isso, Therian? Se sentes tanto ódio do meu pai, por que não resolve esse assunto com ele? Não fui eu o culpado do seu sofrimento.

– Seu pai foi um desgraçado. Ele me torturou naquele inferno de lugar apenas porque achava que eu planejava traí-lo. Além disso, preferiu me jogar no meio do nada para deixar que eu morresse aos poucos em vez de me matar!

– Você planejava traí-lo?

– Isso não importa mais. Após décadas tentando recuperar o que foi tirado de mim, notei que o Lorde viu-se no direito de amar, e logo uma humana.

Therian ficou caminhando horizontalmente, balançando a cabeça diversas vezes. Era notável a alteração em seu rosto.

– Drácula achava que era um deus! Pensava que podia fazer o que quiser com quem ele desejasse. Ele amou uma mulher e teve um filho! Agora você, um híbrido, também acha que pode ter o direito de amar também! Essa raça tem de ser destruída. Mas então, vocês dois, um casal “apaixonado” achava que eu era idiota o bastante de não notar o que estavam fazendo? Ah, meus queridos, não sou como aquele estúpido incubus.

– Magnus? – a caçadora perguntou.

– E haveria outro? – Therian respondeu com zombaria – Sei de tudo que aconteceu com vocês nesses últimos meses. – ele balançou a cabeça – Aquela tentativa desesperada em transformar Alucard em alguém “maligno” foi ridícula. – uma rápida risada foi entoada, depois o demônio continuou mais sarcástico ainda – E tem mais! Usar aquele pedaço de carne podre chamado Lyudmil para atingi-lo foi pura tolice.

– Não ouse falar assim de Lyudmil! – Alucard disse nervoso.

– Ele já está morto, deixe disso, Alucard!

– Você não tem o direito de falar assim. – Maria completou num tom mais baixo.

– Como Magnus guardava medo por uma humana insignificante que mal sabe se defender! – o demônio apontou para Maria, depois começou a se aproximar dela – Ele fez de tudo para que ela não “atrapalhasse” seus planos! Uma pena que eu não estava lá para presenciar a morte dele. – Therian envolveu o pescoço da caçadora com sua mão.

– Deixe-a em paz, sua luta é comigo!

– Esse foi o problema! – Therian disse, soltando sua mão – Você, príncipe, ficou fraco. Deixou-se levar por emoções humanas e veja só... – o demônio balançou a cabeça várias vezes – foi o mesmo erro que seu pai cometeu, aproximando-se de quem deveria destruir.

O semblante do meio-vampiro mudou. Ficou neutro.

– Seu servo está morto, e agora, essa mulher o levou a cair nessa armadilha.

Maria arregalou os olhos.

– Sim...! – Therian respondeu sorridente – se você está nessa situação é porque a culpada disso foi esta mortal. Não vê que ela te deixou mais impotente? – ele ergueu os braços – Se eu tentasse lhe enfrentar em épocas passadas, com certeza estaria morto. Mas, graças a ela, foi mais fácil atingir o ponto fraco do seu ponto fraco!

Silêncio na floresta.

Maria baixou sua cabeça; tentou abrir a boca para dizer algo, mas não conseguiu. Ela ouviu tudo que Therian disse e por dentro aceitou cada palavra. Seu coração começava a ficar apertado, bradava dizendo que se ela e Alucard estavam presos foi por sua causa. Se Christopher está possesso e sofrendo foi por sua causa também.

– Foi... – ela sussurrou hesitando.

Alucard olhou para ela.

– Foi por... minha causa que... que... tudo isso está acontecendo? – Maria continuou ainda olhando para o chão.

– Não, Maria, isso não foi culpa sua! – o meio-vampiro disse rapidamente – Therian é um aproveitador que quer tomar vantagem da situação.

– É claro que foi sua culpa, humana inútil. Pense: por que acha que tomei o corpo deste homem?! – Therian retrucou. – Sabia que você era fraca demais em tentar atacar esse Christopher. Sei seus pensamentos, sei o quanto ele te ama e o quanto ele daria para acabar com a única ameaça que poderia tirá-la dele.

– Cale-se, demônio maldito! – Alucard franziu a sobrancelha com raiva. Ele sabia que Maria estava abalada com o que ouviu, e qualquer outra coisa poderia feri-la ainda mais.

– E tem mais! Foi o próprio Christopher que buscou um jeito de destruir o vampiro que vivia próximo ao vilarejo. Saber que ele era próximo de Maria foi o estopim; a única coisa que fiz foi dar-lhe essa ajuda.

– Isso não pode ser verdade... – Maria disse confusa.

– Pergunte para ele, então! Ah, não, ele não pode falar com vocês no momento.

Therian se afastou dos dois rindo sem parar.

– Você não tem caráter. Christopher nunca se juntaria a um demônio para isso! – a caçadora forçou as palavras.

– Eu não tenho caráter? – Therian voltou e apertou as mãos, fazendo com que os braços feitos de madeira apertassem ainda mais, fazendo-a sufocar. – diga isso a seu amiguinho que agora vai morrer aos poucos.

– Maria! – Alucard gritou já num tom mais desesperado – Deixe-a em paz!

– Veja o acontece ao se sujeitar a humanos, Alucard! – o demônio disse, e pressionando seus punhos para apertar as amarras que prendiam o meio-vampiro – Você está tão fraco e indefeso quanto eles!

– Você... não tem coragem... de lutar dignamente... – Alucard disse, lutando para respirar.

Segundos depois, Therian parou de torturar a caçadora e afastou-se dos dois. A mulher respirava rapidamente.

Alucard não tirava os olhos dela. Ele estava furioso com o inimigo e consigo mesmo, pois mal podia se mover, muito menos livrá-la daquele sofrimento.

– Maria... – os olhos do meio-vampiro olhavam com profunda tristeza.

A caçadora também encontrou o olhar dele. Os dois carregavam uma culpa que não era merecida.

Therian pronunciou-se mais uma vez, estando a quase vinte metros de distância:

– Seu destino deve ser o mesmo dos outros da laia de Drácula. Você, Alucard, é um insulto para ambas às metades que carrega no sangue. Pague o preço disso com a morte!

Therian não esperou. Em alta voz, ele esticou seu braço direito para trás, que começou a brilhar uma luz escura. O demônio tomou impulso e começou a correr em direção ao meio-vampiro.

– Morra, maldito!

Therian, carregado de ódio e poder em sua mão direita estava prestes a acertar fatalmente o meio-vampiro, que estava incapacitado de se defender, pois os espinhos dos troncos o deixou fragilizado demais para mudar de forma.

– Adrian! – Maria gritou, vendo que Therian iria matá-lo em segundos.

As cenas pareciam estar rodando lentamente o que aconteceu em pouquíssimo tempo. Uma força vinda do interior da caçadora, movida pelo sentimento desesperado de salvar a vida de Alucard fez com que seu corpo emanasse uma forte luz branca. Por causa disso, seu casulo conseguiu ser destruído, e ela saiu rapidamente, jogando-se na frente do alvo de Therian, e sofrendo o ataque do demônio. Um choque de luzes obrigou o meio-vampiro a fechar os olhos. O impacto foi tão forte que o casulo que prendia Alucard transformou-se em pó e ele finalmente estava livre.

Olhares se encontraram. Os olhos de Christopher voltaram ao seu estado normal, e encontraram-se com os de Maria. O lorde, por poucos segundos conseguiu obsevar a mulher a sua frente sem a interferência de Therian.

Alucard também abriu seus olhos. Ele havia agachado-se e apoiado a mão no chão para retomar suas forças. Quando finalmente recobrou seu estado, ele dirigiu sua vista aos dois.

– N-não, não, não... – o meio-vampiro gritou o mais alto que conseguiu. – M-m-maria! – Ele viu apenas a mão do demônio atravessada o corpo da caçadora e o sangue começar a escorrer dela.

Os olhos Christopher olharam para baixo e ao notar o que fez, lágrimas, aos poucos, foram caindo de seu rosto.


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Notas finais do capítulo

PESSOAL (coloquei em caps pra chamar a atenção mesmo)
Gente, meus amigos, meus leitores queridos... primeiramente, quero pedir calma, por favor, pelo amor. Gente, calma. A fanfic ainda não acabou, não precisam me perseguir kkkkk, agora eu vou fugir, mas não se preocupem que eu farei de tudo para postar o próximo capítulo o mais rápido possível!
Obrigada por ler!



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