Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 2
O Orfanato


Notas iniciais do capítulo

Bom, espero que gostem =D



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Uma das coisas que Maria mais gostava de fazer era passar parte de seu dia com as crianças do orfanato do vilarejo. Ela atuava como voluntária ajudando as freiras que cuidavam do lugar. Todos os dias ela estava presente, sempre pronta para ajudar em tudo que podia, principalmente em cuidar das crianças, o que ela mais adorava. Desde que ficou órfã, ela dedicou boa parte de seu tempo cuidando delas.

Ao subir as escadas e abrir a porta dupla, notou um garotinho que estava próximo.

–Tia Maria! – um garotinho loiro de aparentemente 5 anos foi o primeiro a recebê–la, correndo em sua direção.

–Simon! Como você cresceu! – Maria o abraçou, o recebendo com um enorme sorriso.

Ao ouvir o nome de Maria, várias crianças em seguida correram ao seu encontro.

–Tia Maria, por que você nunca mais veio? Sentimos sua falta! – uma pequena garotinha ruiva aparentando ter a mesma idade de Simon aproximou-se abraçando Maria.

–June, crianças, me desculpem por não ter vindo esses dias. Desculpem se a tia Maria deixou vocês preocupados.

Maria ficou duas semanas sem poder visitá-los, por culpa de uma forte gripe que havia adquirido. Para sua surpresa, Alucard ficou sempre ao seu lado, cuidando dela para que sua saúde voltasse rapidamente.

–Tia Maria, foi por causa do tio Adrian? – June perguntou inocentemente. Maria corou ao ouvir o nome do meio–vampiro.

–O quê? – Maria arregalou os olhos. Tinha medo de dizer algo que não devia e piorar a situação com as crianças. – Como vocês sabem dele? – todas as crianças começaram a rir dela. Ela lembrou-se de certa vez que havia tocado no assunto, comentando sobre ele, logo em seguida suspirou fundo, corando ainda mais.

–Não, não é nada disso, a tia Maria ficou doente, e...

–Crianças, deixem a tia Maria descansar um pouco, ela acabou de chegar! Agora vão para a sala brincar um pouquinho, pois daqui a pouco está na hora do almoço. – a doce voz de uma mulher que vinha da cozinha a interrompeu.

–Irmã Clarice – Maria apenas sorriu, mas seu rosto já demonstrava o alívio da chegada da freira. “Chegou à tempo.” Pensou.

–Maria, muito obrigada por vir. – Irmã Clarice sorriu ao ver a presença dela.

–Irmã, não precisa agradecer, eu que tenho de agradecer por vocês me acolherem. – Maria sorriu para as crianças que aos poucos iam se sentando no chão de uma grande sala. – Sinto muito meu atraso Irmã Clarice. Depois daquela gripe, eu acho que dormi demais.

–Não tem problema minha filha, o que importa é que você está aqui – a freira segurou as duas mãos da jovem e as apertou firmemente. – Não sabe o quanto sua presença é especial para aquelas crianças, você é como uma mãe para eles. Eu agradeço muito por ficar conosco.

–Irmã... – Maria corou – Nem sei o que dizer... Eu daria minha vida por eles.

Irmã Clarice apenas sorriu.

–Porque não brinca com os meninos, eles estavam morrendo de saudade.

–Claro Irmã, não precisa pedir duas vezes, eu também estava morrendo de saudade deles. – antes que Maria pudesse se dirige até a sala, sentiu um leve toque em seu ombro.

–Ah, eu quase me esqueci. Esses dias que você não esteve, um homem veio lhe procurar.

–O quê? Quem era?

–Ele dizia ser Lorde Galvan. Ele também comentou que era um conhecido seu e que gostaria muito de vê-la.

–Pode me dizer como ele era?

–Tia Maria! – várias crianças gritaram chamando sua atenção.

–Acho melhor conversarmos outra hora. Depois do almoço então? As crianças devem dormir a essa hora. – Irmã Clarice gentilmente sorriu em direção à sala com as crianças.

–Está bem Irmã. – Maria assentiu, e seguiu até a sala. Quando chegou, foi recebida por vários sorrisos calorosos das crianças órfãs, sentadas em um grande tapete, formando um círculo.

–Bem, o que vocês querem fazer hoje? – a jovem sentou-se à frente delas, sendo abraçada novamente pelas crianças próximas.

–Tia Maria? –June perguntou.

–Sim June? –ela se agachou.

–O tio Adrian é legal?

“Ah de novo não!” Maria pensou, e novamente começou a corar. Várias crianças olharam para ela com seus olhos arregalados dando a impressão de estarem bastante interessados sobre aquele homem.

–June... – a jovem hesitou em não falar, mas percebeu as pequenas crianças curiosas em saber a resposta – Sim June, ele é legal, muito legal. – e respondeu com um meio sorriso.

–A senhora gosta dele? – as crianças arregalaram mais ainda seus inocentes olhos para Maria, que ficou mais desconfortada.

–J-june... isso não é conversa pra crianças... – Maria tentava disfarçar, mas era encarada por vários olhos como antes.

–Maria? Não sabia que estava aqui. – Uma freira apareceu sorrindo na sala, uma senhora de estatura baixa, e cabelos brancos.

–Irmã Margareth! – Maria levantou-se para abraçar a freira.

–Eu não queria pedir muito, mas você poderia comprar algumas coisas no mercado?

–Claro que posso! – Maria respondeu com entusiasmo. “Espero que desse jeito as crianças esqueçam sobre mim e Adrian.” Pensou.

–Esperem aqui crianças, em breve a tia Maria retornará e vocês poderão conversar com ela o quanto quiserem. – Irmã Margareth piscou para as crianças enquanto levava Maria para a cozinha. Maria arregalou seus olhos. “O quê? Não!”

–Sobre o tempo que vou ficar fora... – Maria disfarçou.

–Não se preocupe, não será por muito tempo. Aqui está o dinheiro e a lista das coisas que precisamos. Mais uma vez peço perdão pelo incômodo. – Irmã Margareth entregou uma lista e uma grande cesta para ela.

–Não tem problema irmã. – Maria pegou ambas as coisas e logo saiu.

Maria seguiu até a feira semanal do vilarejo. A feira era uma larga rua com várias barracas adjacentes. Ao chegar no lugar, ela olhou a lista e surpreendeu-se com a vasta quantidades de coisa que precisava comprar. Não era à toa, no orfanato viviam 17 crianças entre 5 e 14 anos, algumas perderam suas famílias por doenças, assassinatos e até mesmo ataques de criaturas das trevas. Maria ajudava no orfanato com o máximo que podia, até mesmo financeiramente. Como era filha de pais aristocratas, ela possuía investimentos na burguesia.

Ao chegar em uma das bancas, sem ao menos perceber, ela olhou para o lado, e notou a percebeu uma figura encapuzada entre os que caminhavam. De primeiro momento ela não reparou, mas logo depois percebeu que seus olhos também se encontraram com os dela. Ela correu até a figura arriscando-se a chamá-lo pelo nome.

–Aluc... Adrian?

Ele não respondeu.

–Adrian o que está fazendo aqui? – ela tentou olhar através de seu capuz, o que quase não era possível.

Novamente ele ficou em silêncio, Maria tentou persistir em chamá-lo, mas uma grande carruagem passou pela rua chamando a atenção de todos que estavam ali. A jovem olhou sua direção, e percebeu que seguia o mesmo sentido até o orfanato.

–Que estranho... Então, o que estávamos falan... – Maria voltou-se para ele, mas ele já tinha sumido.

–Ele vai se ver comigo! – ela murmurou – melhor voltar para o orfanato.

Então ela acelerou seus passos e retornou ao orfanato. Como pensou, lá estava a carruagem bem em frente à ele.

–Bom, é hora de conhecer meu admirador.

Ao entrar no orfanato não notou nada em peculiar, somente June, que estava sentada em uma pequena poltrona à sua frente lendo um livro.

–Tia Maria, pra onde a senhora foi? – June perguntou largando o livro.

–June? O que está fazendo aqui? Por que não está com os outros?

–Porque aquele homem é muito chato! – a menina apontou em direção à sala de estar, onde anteriormente estavam reunidas as crianças.

–Então ele está aqui... – Maria deixou a cesta e a lista com June, dizendo para levar até a cozinha, logo depois se dirigiu até a sala, e encontrou um homem sentado em uma cadeira tomando chá ao lado de Irmã Clarice. Aparentemente era um aristocrata, assim como ela. Vestia um longo sobretudo marrom, botas de couro, possuía cabelos pretos lisos até nuca e não portava barba. Maria o admirou por breves segundos, surpreendendo-se com a própria beleza que o homem esbanjava.

–Lorde Galvan, eu presumo.

–Maria, há quanto tempo não a vejo.


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Notas finais do capítulo

Bem eu espero que tenham gostado desse capítulo. Aceito críticas construtivas, sugestões e tudo o que eu falei no capítulo anterior. Sobre o nome Simon, é apenas uma mera coincidência, ele não tem nada a ver com Simon Belmont. Obrigada por ler!