Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 1
Duas Almas




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Três meses se passaram desde a derrota de Magnus. A partir daí o relacionamento de Alucard e Maria mudou. Não eram apenas duas pessoas morando em uma mesma casa. Alucard, ou melhor, Adrian, começou a relevar sua relação com Maria. Era uma amizade que acabara de se formar oficialmente, mesmo o meio-vampiro ainda introvertido, ele estava mudando aos poucos. O resultado tão esperado da jovem, que em breve se tornaria mulher.

Era um mês especial para Maria, o mês em que ela completaria 19 anos. De acordo com a cultura local, ela se tornaria uma mulher com essa idade. Mas nem tudo seria fácil. Muitas vezes pessoas desconfiavam e até mesmo murmuravam de sua situação civil. “Uma jovem daquelas que ainda não se casou” Comentavam. Certas pessoas já desconfiavam sobre mais alguém morando naquele lugar. Ambos moravam na mesma casa, pertencente aos falecidos pais de Maria, situada em um vilarejo. Mesmo Alucard mal saindo de casa, muitos já levantavam suspeitas, o que era ruim para moça. Seria quase que um escândalo se todos soubessem que um homem e uma mulher vivem juntos e não são casados.

Faltavam poucas semanas para seu aniversário, Richter e Annette então combinaram de fazer um baile em homenagem a Maria. Foram dois meses de preparação, até conseguirem planejar o baile em um casarão fora da cidade. Os donos eram conhecidos de Richter, e aceitaram a proposta, na condição de que também fossem convidados. Logo após saber do baile, Maria em primeiro momento achou que não seria uma boa ideia, mas aos poucos ela repensou na ideia, e concordou, na esperança de poder convidar Alucard.

Nessa época era inverno, então desde que era criança, ela sempre comemorava seus aniversários dentro de casa com os pais e a irmã, em frente à lareira da sala de estar. Maria guardava boas recordações daqueles tempos.

Mas depois que eles morreram, seus aniversários já não eram mais os mesmos. Maria já não mais comemorava a “passagem de mais uma primavera” com a alegria que sentia quando seus pais estavam vivos. Uma vez ou outra, Richter e Annette preparavam um pequeno jantar entre eles e alguns amigos, mas não era a mesma coisa.

Era uma manhã de terça–feira. Maria e Alucard terminavam seus respectivos cafés da manhã, e a jovem, que por sua vez não escondia seu rosto tímido, ainda não contara sobre o evento.

—Er... Alucard? – ela perguntou timidamente.

—Sim, Maria? – ele olhou para ela, sem mostrar alguma reação de imediato.

—Você sabe... meu aniversário está chegando... e... – Ela se levantou da cadeira rapidamente.

—Algum problema, Maria? – ele arregalou uma sobrancelha.

—Depois nos falamos, até! – rapidamente ela engoliu a fatia de pão, pegou seu casaco de lã no cabideiro e saiu.

—Mestre Alucard! Bom Dia! O senhor dormiu bem? Aguardo suas ordens. – Imp apareceu de repente.

—Maria... – Alucard mal notou a presença do familiar.

—Er, Mestre?

Alucard levantou da cadeira repentinamente, sem ao menos dizer alguma palavra. Seguiu em direção à porta, e Imp confuso, chamou pelo seu nome.

—Mestre Alucard? Mestre Alucard, o senhor está me escutando? – ele repetia várias e várias vezes, mesmo assim era inútil, era como se o meio-vampiro não pudesse escutá-lo, nem mesmo vê-lo.

—Mestre Alucard! Espere! – após várias tentativas, finalmente Alucard olhou para ele.

—Imp, será perigoso se as pessoas vissem você. Melhor que não me acompanhe dessa vez.

—Mas... Mestre, e se as pessoas também te verem? – Imp abaixou sua voz, temendo ser repreendido. – q-quero dizer... seus cabelos mestre, eles vão estranhar a cor branca e...

—Tem razão – ele o interrompeu – Segundos depois de pensar silenciosamente, subiu as escadas para o seu quarto.

Alucard sabia que não poderia sair pela porta da frente, afinal todos o veriam e automaticamente pensariam injúrias de Maria e de como ela vive com um homem sem ter algum relacionamento íntimo, além da cor esbranquiçada de seus cabelos que evidenciariam sua natureza.

Imp preocupado com a atitude estranha de seu mestre rapidamente o seguiu. Quando entrou pela porta aberta, notou que Alucard estava vestindo uma espécie de capa.

—M-mestre Alucard, o s-senhor vai sair assim? – Imp o estranhou, e novamente Alucard, sem dizer alguma palavra, transformou-se em névoa e saiu pela fresta da janela.

Maria caminhava pelas ruas do vilarejo cumprimentando os aldeões, já que uma boa parte a conhecia. Por dentro de seu sorriso ela escondia a tristeza de sua atitude. Ela ficou chateada consigo mesma por não ter o tempo suficiente convidar o meio-vampiro para acompanhá-la no baile de seu aniversário. Na verdade, não foi por falta de tempo, mas sim por falta de coragem. Ela sentiu o medo da rejeição por parte dele. Para ela seria um sonho dançar com ele, e aquela noite seria a noite perfeita para os dois. O único jeito seria esperar até seu regresso para casa e convidá-lo.

—Que neblina estranha, não sabia que isso acontecia nessa época do ano.

—É isso é verdade.

Maria teve seus pensamentos interrompidos por uma pequena conversa que ouvira de dois homens que passavam ao seu lado. Ela parou de caminhar, e olhou para trás, em direção à sua casa.

“Não, não poderia ser ele...” ela pensou. “É apenas impressão minha.” E continuou a caminhar.

Após andar por alguns minutos, rodando por algumas esquinas e ruelas, ela parou em frente a uma enorme casa situada ao sul, quase no fim do vilarejo. Uma placa de madeira feita à mão informava o lugar. Estava escrito “Nova Esperança” e embaixo do nome, “Orfanato".


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Notas finais do capítulo

Como avisei antes, essa é minha primeira fic no Nyah, já escrevi outras fics mas essa é a primeira que escrevo no site. Aceito críticas construtivas, opiniões, sugestões e tudo mais. Obrigada por ler!



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