Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 14
O Encontro


Notas iniciais do capítulo

SURPRESA! Então, pessoal, resolvi postar logo o capítulo já que bati meu recorde e escrevi ele muito muito rápido kkkkkkkk Então, não me aguentei e já estou colocando aqui.
Aproveitem!



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Era a tarde do segundo dia. O tempo dava sinais que não traria uma trégua. As nuvens estavam carregadas, e a qualquer momento poderia chover fortemente, assim como ontem.

Algo estava errado para Maria. Ela não sabia ao certo o que era, apenas sentia. Primeiro, com a despedida de Lorde Galvan; seu amigo, parecia não estar bem – emocionalmente ou fisicamente, não tinha certeza –, e depois aquele melancólico pressentimento que teve antes de dormir.

– Maria, está tudo bem? Você parece preocupada ultimamente. – Irmã Margareth encontrou a caçadora olhando a janela de um dos corredores do orfanato.

A mulher olhou triste para a senhora, mal conseguia dar um sorriso para disfarçar seus sentimentos.

– Irmã... é difícil explicar.

– Alguém está envolvido nisso? – ela arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

Ela corou de vergonha.

– Não posso mentir. Isso tem a ver com alguém, sim, Irmã Margareth.

A senhora deu um leve sorriso.

– Você gosta de uma pessoa, não é?

– Para falar a verdade, estou apaixonada por uma pessoa, mas... nosso amor nunca poderia fluir.

– Oh...! – a freira levou a mão à boca surpresa com a resposta.

– Peço perdão se fui grossa. – Maria olhou para o chão – E agora, não adianta mais; o homem que amo foi embora... para sempre.

– Maria, por que nunca me contastes isso?

– Eu... – ela hesitou – tive vergonha de contar isto a vocês.

– Minha querida... – ela tocou em seu ombro. – imagino que o homem a qual se refere não seja o lorde..

Ela se virou de lado.

– Eu amo Christopher, mas
somente como amigo, melhor amigo.

– Ah.. – a freira disse, imaginando que Maria dissesse aquilo. – não se preocupe, além disso, já sabia que seu coração pertencia a outro. Se diz que partiu para sempre, o melhor que posso lhe aconselhar, Maria, é que precisa seguir em frente.

– Concordo. — a fada disse, escondida atrás de um grande vaso de planta — Isso é triste, mas essa humana precisa aprender que não se pode ter tudo o que deseja. Ainda mais o meu mestre. O dever de preocupar-se com ele é meu.

Uma freira apareceu no corredor, e carregando um pequeno recipiente, regou a planta do vaso que a familiar usava como refúgio.

– Ah... droga!
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As horas passavam, e a dúvida somada à preocupação incomodavam bastante a caçadora. Ela realmente queria saber o que estava acontecendo; pensou até em visitar Christopher, mas logo entendeu que seria muita inconveniência. O que fazer? Ignorar isso ou tentar buscar respostas? Talvez Richter pudesse ter noção do que estava acontecendo. A sensação em Maria era forte demais para ser ignorada.

Tomou uma decisão: no dia seguinte partiria ao encontro do cunhado em busca de possíveis respostas. Porém, sua prioridade no momento eram as crianças.

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Ainda nas densas florestas, Alucard treinava sem parar. Precisava por em prática tudo o que sabia, já que ficou bom tempo sem agir. O meio-vampiro estava disposto a lutar até o fim, mesmo que fosse necessário tirar a vida de Christopher, o que não achava impossível. Maria ficaria para trás.

As gotas novamente começaram a cair. O tempo esfriou mais ainda.
Dia seguinte. No momento leves gotas de chuva desciam para a terra. A temperatura havia diminuindo ainda mais, só que isso não impediu a caçadora em continuar sua busca. Conversou com as freiras e despediuse-se dos órfãos, explicando que voltaria em breve. Aproveitou que guardava algumas roupas no orfanato e vestiu um grande sobretudo marrom, botas de couro, luvas e um cachecol. O frio naquela região não era muito rigoroso, mas poda castigar um desprotegido.

Ainda presente em seu quarto, Maria terminava de se preparar. A fada, cansada de ficar olhando a caçadora, respirou fundo e disse sem pensar:

– Aposto que o espada deve estar se divertindo agora. Eu não aguento mais ficar aqui!

Maria ouviu aquele dizer. Ficou em alerta. A porta de seu pequeno quarto estava fechada, e tecnicamente estava sozinha.

– Eu conheço essa voz. – ela disse, abrindo um sorriso surpreso. Disse então com toda a confiança:

– Fada?

Alguns segundos se passaram, logo a familiar surgiu detrás de uma cômoda.

– Eh... olá, jovem Maria. – disse envergonhada.

– Bem, parece que foi traída por você mesma. – Maria comentou rindo rapidamente.

Um pensamento veio à tona: se a fada estava ali, significava que Alucard estava por perto.

– Ei, Fada! O que está fazendo aqui e... – ela disse animada – se está aqui, é porque Adrian não foi embora!

– Bem... mas, é verdade, meu mestre ainda está por aqui...

– Mas... o que faz aqui? Estava vigiando-me?

– Ah, não. Eu não devia estar conversando com você! Eu preciso ir!

A familiar estava se preparando para voar até a janela e fugir.

– Espere, Fada, Fada! – Maria quase soltou um grito, temendo depois que fossem descobertas.

– O que foi, jovem Maria? Eu realmente tenho de partir, meu mestre vai me matar se souber que você me descobriu!

– Por favor, precisas me ajudar, fada! Se Adrian não partiu – ela sussurrou – isso pode estar relacionado a... – Maria não continuou, mas já imaginou que a estranha sensação que tivera pudesse ter o meio-vampiro envolvido.

– Hã!?

– Fada. – a caçadora aproximou-se da familiar próxima à janela. – Eu lhe peço de todo o meu coração. Leve-me até Adrian, lhe imploro.

– Mas, mas... eu não posso...

– É uma situação de risco, Fada. Por favor.

A familiar notou a tristeza contida em suas palavras. Ela já imaginava que Maria guardava sentimentos por seu mestre, a quem morria de ciúmes. Mesmo assim, a Fada não conseguiu resistir; precisava ajudar aquela humana, senão, ficaria com um peso na consciência.

– O que estou fazendo...? – sussurrou – Está bem, Maria. Eu levo você até meu mestre, mas se acontecer qualquer coisa, a culpa não será minha.

– Muito obrigada, Fada. – a caçadora assentiu profundamente agradecida.

– Encontre-me fora do vilarejo, e lhe mostrarei o caminho. – Fada respirou fundo e citou aquelas palavras.

A caçadora soltou um largo sorriso, pegando suas coisas e saindo do quarto logo em seguida.

A familiar poderia muito bem fugir dali e deixar Maria sem o que ela queria. Mas por causa de sua natureza, não seria capaz de fazer aquilo.

– Não. Não posso fazer isso com ela. Perdoe-me, mestre. Ela te ama.
Como combinado, Maria pegou um cavalo branco emprestado e encontrou Fada à entrada do vilarejo. Assentindo, a caçadora seguiu a familiar por um caminho, passando por trilhas na floresta até chegar numa subida leve de um monte.

Maria deixou o cavalo por perto e prosseguiu junto da familiar. O frio era evidente, e a subida ficava um pouco difícil, e para facilitar, ela apoiava-se nos troncos das árvores.

De repente, sentiu algo. Era a mesma coisa que sentia todas as vezes antes de se encontrar com o meio-vampiro no castelo.

Ele estava por perto. Aquilo foi o combustível para que ela subisse mais rápido, tomando fôlego do nada.

Chegou ao cume do monte. Os ventos começaram a soprar. A primeira visão que Maria teve foi a que gostaria de ter: lá estava ele, de costas, guardando sua espada na bainha. As palavras da boca dela não quiseram sair, ficou atônita, emocionada. Conseguiu apenas dizer uma única palavra, que Alucard sentia bem fundo de seu coração humano, e mesmo simples, o movia:

– Adrian.

Na mesma hora ele virou. Seus olhos se encontraram. Olhos de duas pessoas que sentiam algo um pelo outro, mas que a circunstâncias e eles mesmos não permitiam expressar.
– Maria.


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