Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 13
Sentimentos Divergentes


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Não pude postar o capítulo antes, pois estou com problemas no meu computador :((( Enfim, só consegui dar um jeito digitando tudo no tablet só para não deixar vocês na mão kkkkkk ♥♥ ♥



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Os ventos sopravam fortemente, parecia que uma tempestade estava prestes a surgir. Mas o meio-vampiro não se importava com isso; era um mero detalhe para ele. Os ruídos e trovões que apareciam eram nada se comparados ao terror dos sons que vinham do castelo de seu pai. Ranger de dentes, gritos desesperados, barulhos ensurdecedores vindos de aparelhos e sabe-se lá o que produzia aquilo eram rotina para os ouvidos dele.

Sua preocupação era o treinamento, e seu único objetivo era derrotar Christopher. Após a luta com ele, talvez voltasse para seu sono eterno, provavelmente. Não poderia encarar Maria depois disso; seria o melhor a fazer, afinal.

No momento ele treinava num alto monte cercado por árvores a luta de espadas com seu familiar, espada. Os dois revezavam-se em golpes; quando um atacava o outro defendia, e assim por diante. Alucard ordenou que a espada atacasse com força total e que não o poupasse em nenhum momento. Mesmo preocupada, obedeceu às ordens do mestre.

Para ficar mais ágil, Alucard retirou suas vestes de cima, ficando apenas com a calça e bota, sacando sua espada, sequer usava o escudo.

O treinamento entre eles era tremendamente ágil e mortal. Faíscas saíam a cada toque entre as duas espadas. O meio-vampiro movia seu corpo inteiramente em cada atitude tomada, seja para preparar um novo golpe ou afastar-se da espada. Ele estava totalmente determinado a acabar com aquela história de uma vez por todas.

“Adrian.”

De repente, a voz de Maria invadia sua cabeça.
Ele nunca mais poderia olhar em seu rosto novamente.

“Adrian?”

Novamente aquele som doce que saía da boca dela o chamava.

– Não! – brutamente Alucard soltou sua espada parando de lutar, e por pouco, a espada não o acerta com um ataque fatal; parou por poucos centímetros de seu pescoço.

– Mestre! – o familiar disse assustado.

Ele ficou olhando para todos os lados, inconformado que a voz dela o incomodava.

– Maria, por quê?! Por que ainda assim me persegues desse jeito! — sua profunda voz ecoou longe.

Para piorar, a voz dela e o jeito que tinha lembravam sua mãe, Lisa, morta injustamente por humanos impiedosos.

Talvez aquele tenha sido um dos motivos que o levou a morar com Maria; sua semelhança. Ou talvez não. Pode ser até que um sentimento por ela tenha surgido no coração do meio-vampiro; algo que, aos poucos, o tornou mais humano. Tudo o que sua falecida parente mais gostaria.

Amor? Alucard estava apaixonado por Maria?

Ele não poderia. Mas bem no fundo de seu coração humano o desejo amoroso pela caçadora era forte, e sua essência vampiresca tentava lutar contra isto.

A dualidade em si o sufocava a ponto que não conseguia mais respirar, precisava escolher um lado onde depositaria sua esperança e seu modo de viver. Ficar com Maria ou viver (ou dormir) pela eternidade sozinho.

Tomou uma decisão: destruiria aquele demônio e depois, nunca mais olharia para rosto de Maria novamente. Era única forma de afogar seu amor por ela e evitar uma tragédia emocional em ambos.

Mas será que isso já não era uma fórmula para esse desastre? Era certo que sofreriam com essa escolha; bastava para ele refletir se era a certa.

— Sinto muito, Maria. Mas é melhor assim. — ele disse baixo.

— Mestre Alucard? O senhor está bem? — o familiar aproimou-se dele, com uma voz temerosa.

O meio-vampiro respirou fundo, pegou sua espada, e olhou para o parceiro logo depois:

— Vamos continuar com o treinamento.

E assim foi. Os dois continuaram a trocar golpes poderosos. Mal se importaram com as gotas de chuva que começaram a cair, somado aos fortes sons de trovões e raios que se lançavam na terra.

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Dentro do orfanato, após o almoço, Maria terminava de contar uma história para os pequenos. Todos ficaram vidrados nas palavras da caçadora, que gestionava cada momento com emoção e clareza. Até se esqueceram do intenso barulho que a natureza lá fora mostrava, ameaçando que uma tempestade viria. Ela sabia que precisaria de meios para acalmá-los, então trouxe todos para a biblioteca e contou-lhes várias histórias. Mal perceberam que horas se passaram entre conversas e contos, e a chuva que já descia na terra já não era mais uma ameaça.

A fada prosseguia com sua missão de vigiar a caçadora a qualquer custo. Ela aproveitou o ótimo esconderijo que as altas estantes lhe proporcionava e observou Maria do alto. Nem notou que também se distraiu com o conteúdo ouvido.

O tempo passou e pouco a pouco os pequenos foram caindo no sono. Para a despreocupação da cacadora, todos estavam sentados em almofadas, então teriam problema em se aconchegar. Maria sorriu ao ver todos aqueles órfãos dormindo serenamente, sem ter mais o medo daquela tempestade, que agora tomava forma.

Ela levantou de sua posição e camimhou até alguns pontos específicos da sala para acender algumas tochas, já que o tempo escureceu e a visibilidade num lugar cheio de estantes altas começava a diminuir.

Com cuidado e silenciosamente, ela fechava as janelas parando em uma para observar o tempo lá fora. Realmente era um temporal.

De repente, seus pensamentos voltaram-se para Alucard. Entristeceu-se. Uma forte saudade bateu. Não adiantava; por mais que tentasse esquecê-lo, o coração dela palpitava mais. Seu amor por ele não terminava, mas precisava acabar.

"Ele deve estar bem longe agora." Ela pensou triste, fechando a janela. Continuou depois a acender as tochas.

A fada acompanhava cada passo da caçadora. Ainda no alto, usava sua discrição para vigiá-la.

— Ah, que chato. Olhar essa humana é entediante!

A familiar não percebeu que havia dito aquilo em voz alta chamando a atenção de Maria.

— Eh?! — a caçadora seu um pequeno salto por causa do susto. — Q-quem está aí? — ela perguntou, erguendo sua tocha para procurar a origem do som.

A fada rapidamente se escondeu entre as estantes.

— Droga. Será que fui descoberta? — a familiar sussurrou.
Maria persistiu em procurar alguma coisa (ou alguém). Até caminhou entre os corredores para ver se sua teoria se confirmava. No final, encontrou coisa alguma.

— Está bem, Maria. Você precisa de um calmante. — disse para si mesma.

As horas prosseguiram. Depois que todos no orfanato jantaram — inclusive Maria e as Irmãs — era chegada a hora de dormir.

A tempestade ainda continuava, sendo perigoso à caçadora sair sozinha. Sabendo disto, as irmãs, comovidas, pediram à ela para que passasse a noite no orfanato; pedido que até as crianças gostaram e apoiaram exageradamente.

— Como eu poderia recusar? — disse, observando todos aqueles pares de olhos esperando uma resposta.

Todos comemoraram. Uma euforia que precisou ser contida, já que era tarde. E após ter ajudado a colocar todas aquelas crianças para dormir em suas camas, finalmente Maria pode recolher-se; tomando um banho e logo depois indo para um quarto separado das Irmãs a ela.

Ela olhou para a janela uma última vez para depois seguir à cama.

— Adrian...

Ele não saía de sua mente, assim como ela não saía da mente dele. E os dois mal sabiam. Se amavam tanto, talvez mais do que imaginavam; queriam esquecer um do outro, mas falhavam. Será que o destino era tão cruel a ponto de selar e impedir um relacionamento como gostariam?

Ao passar da meia-noite, faltariam somente dois dias para o confronto entre Alucard e Christopher. Maria não sabia como, mas achava que a tempestade era um mal sinal de algo que estava prestes a acontecer.


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