Presente escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 12
Guerra (Não) Declarada


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amigos! Novamente peço desculpas por atrasar o capítulo, mesmo que tenha sido por um dia. Infelizmente imprevistos acontecem o tempo todo :(
Mas, espero que aproveitem este capítulo, e muito obrigada por estarem lendo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/426948/chapter/12

Por dentro, o meio-vampiro ardia em raiva e decepção. Como teve o descuido em deixar Maria com aquele homem? E como teve o desleixo em não perceber que Christopher sempre foi alguém para se duvidar desde o momento que apareceu no vilarejo.

Alucard estava com raiva de si mesmo. Por pouco, não deixou Maria e o resto das pessoas à própria sorte, pois voltaria ao seu sono eterno. Ele também culpava a si mesmo por não ter percebido antes aquela presença; acostumou-se tanto com a calmaria dos últimos tempos que deixou de se preocupar com criaturas como essa. Livrar-se daquele demônio era mais que obrigação, seria uma retribuição de tudo que Maria fez a ele. Entretanto, não poderia agir naquele momento e tão repentinamente; era perigoso para ela e para os outros. O melhor era esperar, aguardando até o tempo de agir. Então imaginou diversos planos de encará-lo sem por em risco todas aquelas vidas.

Entre tantos pensamentos sobre o que faria em seguida, parou por um em particular: precisava saber como Christopher entrou em contato com aquele demônio ou se ele a criatura tomou o corpo do lorde. Além disso, também tinha dúvida sobre o motivo daquele aparecimento. Ele saberia disso tudo depois, na hora certa.

–------------------------------------------------------------------------------

Antes de se encontrarem naquele espaço, Maria recebeu a visita repentina do Lorde. Ela ajudava as irmãs a preparar o almoço; e assim que soube da notícia de seu aparecimento ficou nervosa. A caçadora temia que Christopher viesse novamente no intuito de convencê-la em aceitar seu pedido de casamento.

Maria, que o recebeu à porta, levou-o para a biblioteca onde se encontravam então. Ela começaria a conversa, mas o lorde foi mais rápido e introduziu-se.

– Maria, eu...

A mulher temia o que sairia da boca dele.

– Sinto muito por minhas atitudes ontem à noite.

Ela ficou realmente surpresa; até preparava uma resposta digna, mas firme.

– Eh... Chris... aquilo... não precisa pedir desculpa. Você não fez nada errado.

Ele virou-se dela.

– Ah, Maria – disse balançando a cabeça negativamente – se você soubesse... – e continuou entre sussurros.

– Christopher, pare de se lamentar. – ela aproximou-se e tocou em seu ombro – vamos seguir em- – a caçadora parou de falar quando teve uma estranha sensação.

Alucard, reparando em todos os movimentos de Maria, percebeu que ficou inquieta e confusa. O meio-vampiro preferiu manter a discrição já que sabia da habilidade dela em notar a presença de vampiros; desapareceu dali logo em seguida.

– Está tudo bem, Maria?

“Seria ele?” ela pensou.

– Maria? – a voz de Christopher interrompeu os pensamentos da mulher.

– Sim? Sim. – ela emendou sua fala – olhe Chris, sei que não começamos da melhor forma e aquela conversa que tivemos no dia do meu aniversário pode ter deixado alguma rachadura em nosso relacionamento. Mas, não sei como dizer...

Maria hesitava. Queria muito explicar sua recusa ao pedido de casamento, só que as palavras não saíam. Gaguejou algumas vezes, desviou seu olhar e adiou seu pronunciamento. Até que o Lorde falou primeiro.

– Isso é sobre meu pedido ontem à noite, não é? – ele continuou antes que ela prosseguisse. Balançando a cabeça num gesto triste – Nunca quis lhe pressionar, mas o que fiz ontem deixou bem claro o quanto eu queria que você aceitasse se casar comigo. Peço perdão... você tem todo o direito de recusar.

Seu discurso foi tocante. A mulher não esperava que ele fosse tão claro e direto. Porém, sua decisão já estava feita: não poderia casar-se com Christopher.

– Christopher... – ela disse – Eu...

“Vamos, Maria!”

– Eu agradeço de coração, por tudo que você fez por mim. Mas... – ela novamente hesitou, tentando procurar as palavras corretas – não posso aceitar.

O semblante do lorde, que já estava melancólico, foi ainda mais percebido. O coração de Maria apertou; foi tão difícil dizer aquilo para seu amigo de infância, mas era necessário expressar-se e tirar aquilo de sua boca.

Sem olhar diretamente a ela, disse:

– Eu... entendo.

– Sou eu quem lhe deve desculpas em deixar-te assim.

– Você não tem culpa. Mas, espero que ainda assim sejamos amigos.

– C-claro que ainda podemos ser!

Um breve silêncio incomodante surgiu.

– Infelizmente tenho de interromper nossa conversa. Preciso cuidar das crianças. – ela disse, meio desconcertada.

– Oh sim. Então... acho que vou retirar-me daqui para não atrapalhar.

– Não quis dizer que você me atrapalha, Chris!

– Eu sei. – o aristocrata deu uma leve risada, disfarçando seu estado.

Lorde Galvan levantou a mão direita da caçadora e lhe deu um beijo. Despediu-se e saiu da biblioteca. Era a hora que Alucard manteria sua atenção a ele; precisava ter certeza de agir no momento certo. Entretanto, o meio-vampiro precisava voltar à sua forma humana, pois seu tempo estava acabando, e ele tinha de manter discrição. Mas para sua satisfação o tempo de espera até uma próxima transformação era curto.

Alucard decidiu usar o tempo restante que tinha para seguir até a floresta, onde voltaria ao normal sem ninguém notá-lo para depois segui-lo; não teria problema, já que conseguia sentir a presença maligna a longa distância. Então o fez.

Rapidamente seguiu a uma área deserta entre as árvores. Voltou ao normal e invocou um de seus ajudantes: a Fada.

– Às suas ordens, meu mestre. – carismática, gentilmente apresentou-se.

– Não temos muito tempo. Preciso que vigie Maria.

– A humana? – ela respondeu num leve tom de deboche.

Alucard precisou apenas de um sério olhar para explicar que não estava brincando.

– S-sim, meu mestre. M-mas há algum motivo especial para isso? – a fada disse recolhida.

– Avise-me se ela desconfiar de minha presença.

Ele estava prestes a ir embora, quando novamente a fada fez uma pergunta:

– M-mas senhor, onde ela está?

– No orfanato! – ele gritou, transformando-se em névoa e desaparecendo do local.

– Ah... – a fada baixou a cabeça decepcionada, já que esperava uma missão, considerada por ela, melhor que aquilo.

Não foi difícil para Alucard “sentir” a localização de Christopher. No momento em que o encontrou, o lorde seguia com sua carruagem saindo do orfanato. Ainda disfarçado, ele o acompanhou do alto, como névoa.

Lorde Galvan, tomou o caminho para fora do vilarejo, seguindo um caminho que dava na estrada trilhada na floresta. Estranhamente, o meio-vampiro notou que Christopher descia do veículo fazendo um gesto com a mão para que o condutor não o seguisse. E sem pressa, o lorde adentrou no caminho da mata. O aristocrata, que já se mostrava perigoso, ficou ainda mais estranho fazendo aquilo. Alucard não esperou e continuou a vigiá-lo.

Após alguns minutos de uma descontraída caminhada, Christopher finalmente parou em uma clareira. Ele esticou os braços e sacudiu a cabeça, rindo sarcasticamente.

– Eu sei que você está aí. Apareça, demônio asqueroso! – o lorde bradou.

Nenhum humano comum tinha a capacidade de notar a presença de vampiros; a teoria de Alucard se confirmava.

Como foi notado, o meio-vampiro já não tinha mais motivos para ficar escondido. Então voltou ao normal e chegou ao chão em queda livre e pousando quase que levemente.

– Ora, se não é o sucessor de Drácula, o filho maldito. O cheiro podre do seu sangue pode ser sentido a quilômetros.

Alucard franziu a testa com raiva. Ele odiava quando o comparavam com seu pai.

– O que motivou você a aparecer aqui e que fez com Lorde Galvan? – o meio-vampiro disse, tentando ajustar-se à calma. – se é que você não é apenas mais uma criatura imunda que nunca deveria ter aparecido.

– Cale-se! – Christopher falou, dessa vez numa voz mais grossa. – Vim aqui somente para lhe dar um aviso.

– E qual seria? – Alucard perguntou sem alterações.

– Vim para esse vilarejo numa única missão:

Christopher lançou um sorriso mortal para o meio-vampiro. Então soltou uma única palavra:

– Destruição.

O vento tocou as árvores naquela hora, e o ruído fazia o clima ficar ainda mais melancólico. Alucard estava certo, e precisaria tomar uma rápida decisão.

– Primeiro, terá que me matar. – o meio-vampiro já começava a apertar seus punhos.

– Não. – Lorde Galvan ergueu uma mão – Não quero derramar seu sangue agora. Lhe darei um tempo para que se despeça das pessoas que gosta, principalmente de Maria. Pois assim que eu matar você, ela será minha para sempre.

Por dentro, Alucard ardia em ódio por ele ter citado o nome da caçadora.

– Prefiro começar esta luta agora.

Lorde fez um gesto com a mão negativamente.

– Três dias. Prometo que não farei mal a ninguém. – em seguida, respondeu mais sádico ainda – E então, arrancarei seu coração.

Alucard ficou em silêncio, observando o último pronunciamento dele. Após aquilo, sem dizer mais nada, virou-se e saiu caminhando do local como se nada tivesse acontecido.

Por um lado foi bom para o meio-vampiro, que poderia ficar mais forte. Além disso, refletiria que após esses três dias, teria de enfrentar até a morte o melhor amigo da infância de Maria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Presente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.