Um emprego nada adequado para um projeto de gente sem pernas compridas

No pátio do colégio, pensando... Milagre eu estar pensando!!

- E ai baixinha.

- Redbull-san, preciso da sua ajuda!!!!!

- Okay, okay eu ajudo. Mas antes, dá para você me soltar?

Ops... Momento constrangedor... Bochechas ficando coradas... Mãos ficando suadas... Tudo isso porque eu estava segurando os antebraços do Redbull-san como se dependesse dele para viver... A que nível eu cheguei, hein?!

- Aye, aye! Gomen nasai!!

- Tudo bem, hehe. – Do que e porque esse orakana está rindo?

- Porque está rindo??

- Você fica engraçada quando está corada, hehe...

Fiz um poker face e em seguida chutei sua perna.

- Que droga pirralha, porque você sempre faz isso?

- Nem sempre, só quando você me irrita. – Ele me lançou um daqueles olhares possuidores e sentou ao meu lado, massageando a perna. – Vamos direto ao assunto: quero que você me ajude a arrumar um emprego.

- Como?

- Me dando sugestões de locais onde eu posso trabalhar.

- Algo muito difícil. Quem contrataria um projeto de gente como você?

- Se você que é um babaca energético tem um emprego porque eu não teria?

- Babaca energético? Os apelidos que você inventa para mim estão cada vez mais estranhos.

Chutei a outra perna do Redbull-san e disse:

- Não venha ofender meus apelidos, você é o único que tem o privilégio de receber minha atenção, deveria dar mais valor. E afinal, para que estou te pedindo ajuda? Eu nem preciso de você mesmo...

Antes de me levantar e sair, mostrei língua para ele e sem querer tropecei na minha mochila que estava no chão.

- MAS QUIMERA!!!

Redbull-san me pegou do chão e ficou rindo da minha cara. Acéfalo arrogante!!

- O Café Cosplay está precisando de meidos. Podemos ir até lá pedir um emprego para você. Ah, me dá sua mochila aqui, você pode cair de novo e se machucar. E eu tenho certeza de que a enfermeira já está enjoada de você.

Caminhamos juntos até a sala de aula sem dizer nenhuma palavra. Então, decidi quebrar o silencio e disfarçar a pequena dor que estava sentindo no meu joelho esquerdo.

- Porque você não usa cosplay?

- Ahn? Ah... Não gosto de usar.

- Chato. Ah, será que eu vou ficar bem vestida de meido?

- Boa pergunta. Deve ficar engraçada, hehe. No máximo fofa.

É triste quando nós, baixinhas sofremos esse tipo de bullying. Não recebemos nenhum elogio do tipo: “Você vai ficar muito bonita se usar essa roupa” ou “Esse penteado te deixa muito linda”. Mas não, só o que ouvimos é: “Você fica fofa quando usa esse penteado!” ou “Se você passar batom vai ficar tão bonitinha!”. Quimera, hein?!

- Pode entregar minha mochila, não corro riscos de cair na sala.

- Okay.

- Da licença aê!! – Então aparece um garoto desnorteado que me empurra e me faz cair de cara no chão. Sentindo falta do seu ficante, Boca da Levy?? Olha ele ai de novo!!

- Tem certeza de que não vai cair, baixinha?!

- Pare de ser irônico e me ajude a levantar daqui.

- Disse que não precisa de mim.

- Não preciso, só quero que me ajude a levantar!

-Ah, o que seria de você, pequena, se não tivesse a mim?

- Seria menos azarada.

Redbull-san deu um daqueles sorrisos tortos e sarcásticos de sempre. Ele sabe que eu preciso dele, mas não posso ficar dizendo isso em alto e bom som, é ruim para minha reputação...

No Café Cosplay... Com Gajeel Redbull-san...

- Konnichiwa, Kenta-san!

- Konnichiwa, Gajeel-san!

- Ike-senpai chegou?

- Sim, ele está lá dentro. A Amy-chan também está lá.

- Okay, arigato. Vamos baixinha?

- Aye, aye.

Gajeel bateu em uma portinha que ficava ao lado da cozinha. A porta se abriu e uma garota ruiva apareceu. Ela se parecia com a Erza, exceto pelo fato de ter cabelos curtos e uma expressão alegre no rosto.

- Yo Redfox-san!! Posso te ajudar?

- Ah, yo Amy-chan! Posso falar com o Ike-senpai?

- Aye, entre e o espere aqui!! Ele deve estar na cozinha. E você, baixinha, qual o seu nome?

Ta vendo, mais bullying!!

- Levy Mcgarden.

- Que fofa!! Aposto que veio pedir um emprego como meido, não é?

- Sim, como soube?

- Nem sei, mas sei que você é super fofaaa!!!

- Com certeza, Amy-chan. – De onde esse cara surgiu? Aé, da cozinha...

- Então Ike-senpai, a baixinha aqui, digo, Levy Mcgarden, precisa de um emprego. Por isso a trouxe para conversar com vocês.

- Você tem quantos anos, Levy-chan?

- Er... 15.

- 15??? Mas você é tão pequena!!!

Vamos embora daqui Redbull-san, eles estão denegrindo a minha imagem!

- Amy, não fale assim com a garota. Ela pode ficar ofendida!

- Não, eu não quis ofender!! Gomen nasai, baixinha, digo, Levy-chan!!

Sorri, tentando ser amigável, para os dois. Olhei para Redbull-san e ele estava rindo silenciosamente. Filho de uma pulga!!

- Bem Levy-chan, acho que podemos fazer um teste para ver como você se sai. Se você for bem, contratamos você. Se você não for bem, não poderemos te contratar. Okay?

- Aye!

- Que fofinha!!!!!!

Enquanto Amy-chan vomitava arco-íris, Ike-senpai me deu um uniforme de meido e me indicou o vestuário. Quando me vi com aquele uniforme quase dei um ataque. Estava terrivelmente fofo!! Fofo demais, excessivamente fofo, todos os derivados de fofura estavam presentes em mim... E isso não é um bom sinal...

- LEVY-CHAN!!!! POSSO TE LEVAR PARA CASA?? VOCÊ FICOU SUPER FOFAA!!!!

Posso ir para MINHA casa?!

- Na verdade, ela ficou muito diferente das outras meido, mas tudo bem. Já pode começar a servir os clientes e se tiver duvidas ou precisar de algo pode chamar a mim ou a Amy.

- Okay.

- Ja ne, Levy-chan!!

- Ja ne.

Procurei pelo Gajeel, que por sorte ainda não havia ido servir alguém.

- Hey Redbull-san, pode me responder uma coisa?

Ele olhou para mim e começou a rir.

- Pare já com isso, seu debochado, senão, não vou te levar para o Paraíso do Ponchá!

- Okay, gomen. É que você está muito engraçada com essa roupa...

- Tanto faz, agora me explique, porque Ike-senpai disse que eu estou muito diferente das outras meido?

- Você nunca viu as outras meido?

- Bem, acho que eu nunca fui para a outra parte do café...

- Hehe...

Porque ele está sorrindo maliciosamente? Será que tem uma espécie de bordel no outro lado do café?

- Bem vinda ao espaço aberto para pernas compridas, baixinha.