Capítulo VII – Stop it!

Hermione Granger

— Isso mesmo que ouviram. Draco me convidou para sair. – repeti.

— Você não aceitou, não foi? – Harry perguntou desconfiado.

— Claro que aceitei. – dei de ombros. – Não tenho nada com o Ronald e como vocês mesmo me disseram eu já namorei com Draco, então aceitei o convite dele.

— Gina, diga alguma coisa, é a amiga dela. – implorou a namorada.

— Certo... – disse olhando para ele meio confusa, virou para mim e disse – Não faça nada que eu não faria. – e deu uma piscadela.

— Pode deixar. – dei uma risadinha.

— Gina! – repreendeu-a Harry – Hermione, não pode sair com ele. Ele é um ex-Comensal da Morte.

— Disse bem, ex-Comensal da Morte o que significa que ele não é mais. Então eu não corro risco nenhum, e pelo que eu saiba eu namorava com ele quando ele ainda era um e ele nunca me fez mal algum. – lembrei – Acredite Harry, não estou tão confortável assim quanto pensa, acha que é fácil sair com alguém que já foi seu namorado, mas que você não se lembra de nada do que passou com ele? Chega a ser... Constrangedor. – admiti.

— Mesmo assim Hermione tome cuidado. – pediu.

— Tomarei. – sorri para ele. – Bom, agora eu tenho que ir para a biblioteca.

— Tudo bem. Até mais. – disse Gina acenando com a mão.

Assim que entrei no castelo escutei alguém discutindo e, como não sou nem um pouco curiosa, fui tentar descobrir quem era.

As vozes vinham do corredor do segundo andar. Então eu subi até lá, e quando entrei no corredor vi Ronald e Draco discutindo sobre algo, então parei para escutar sobre o que era.

— Não tente se aproximar dela, ouviu Malfoy?

— O que você vai fazer Weasley? O feitiço cara de lesma? Não deu certo da última vez, não é? – debochou.

— Pois é, mas aprendi muitos feitiços desde aquela época, e alguns, você não ficará feliz em experimentar. – disse ameaçadoramente. – Você não é bom para ela.

— Mesmo? Então quem é bom para ela? Você? – questionou com sarcasmo – Por favor, não me faça rir Weasley. Você a traiu, você mentiu para ela sobre o feitiço Obliviate. Não acho que uma pessoa boa para Hermione, mentira sobre algo assim.

— Eu não menti, tá legal? – tentou defender-se – Eu omiti. É diferente.

— Você é um covarde Weasley, mentiu para ela porque esperava que assim ela ficaria com você novamente. – falou colocando as mãos no bolso da calça – Achou mesmo que isso funcionaria? Achou mesmo que ela nunca descobriria?

Ronald nada disse, apenas ficou encarando-o sério sem demonstrar expressão nenhuma.

— Acho que se fosse o cara certo para ela, nunca teria a deixado partir. Se fosse o cara certo para ela não precisaria mentir para conquista-la novamente. – ele deu um passo a frente e disse tão baixo que tive que ler seus lábios para entender do que se tratava – Eu vou conquista-la novamente, custe o que custar, e você não fará nada para me impedir.

— Não ouse encostar um dedo nela. – Ronald disse entredentes.

— Não ouviu o que eu disse? Você não vai me impedir de reconquista-la.

— Isso é o que veremos. – nesse momento Ronald sacou sua varinha e Draco imitou seu movimento.

Eles ficaram se encarando por um momento até que começaram a dizer alguns feitiços de ataque. Então, não tive escolha se não pegar a minha varinha e murmurar:

— Expelliarmus! – para que a varinha dos dois voassem em minha direção – Parem com isso!

— Hermione! – murmuraram surpresos.

— Que palhaçada é essa? Podem me dizer o que estavam tentando fazer?

— Estávamos apenas treinando feitiços de duelos. – Draco disse na maior cara de pau.

— Vocês dois? Juntos? – perguntei rindo sarcástica.

— Pois é. – concordou Ronald – O que melhor do que treinar feitiços de duelos com alguém que você não gosta?

— Está bem. – é claro que eu não tinha acreditado, eu vi o que estava acontecendo. Mas, deixei essa passar.

— Minha varinha, por favor. – pediu Ronald e eu a entreguei, e sem dizer mais nada ele saiu andando.

— Poderia devolver a minha também? – Draco pediu aproximando-se de mim, entreguei a varinha a ele e olhando em meus olhos disse – Ainda está de pé nosso passeio à Hogsmeade?

— Sim, está sim. – sorri.

— Até mais então. – despediu-se dando um beijo em minha face e saiu andando também.

Algo me dizia que esses dois ainda iam aprontar muito, e eu precisava ficar esperta para que não cometessem nenhuma loucura.

Desisti de ir para a biblioteca e comecei a andar pelo castelo sem um destino certo. Apenas andava para poder pensar um pouco. Foi quando esbarrei em alguém.

— Oh! Me desculpe!

— Olha por onde anda sua sujeitinha de sangue-ruim. – que maravilha! Parkinson!

— Você não muda a frase não, Parkinson? – perguntei calma – Sério isso está ficando repetitivo demais.

— Então o que acha disso? Eu fiquei sabendo que vai sair com Draco, e não gostei nadinha. – ótimo, agora mais uma pessoa que não aprovava meu passeio com Draco – Sabe, quando você finalmente o abandonou eu tive uma nova chance de conquistar ele, e agora você aparece? Do nada? Como uma fênix que ressurge das cinzas? Saiba que não vai ficar no meu caminho novamente.

Ela jogou o cabelo na minha cara e saiu andando.

Mas o que havia de errado com o povo deste castelo? Não era possível nem sair com alguém que todos já tentavam atrapalhar? Que isso! Eu não tenho nada com ele, é apenas um encontro. Nada demais.

Bufei mal-humorada e resolvi voltar para a Torre da Grifinória antes que mais alguém aparecesse e resolvesse entrar para o clube “C.V.G.”, Cuidando da Vida da Granger. Espero que isso não vire moda, já estou bem sem memória, ainda o povo resolve cuidar da minha vida? O que aconteceu com a minha vida?

Cheguei ao salão comunal e fui para o meu dormitório. Tive uma pequena surpresa ao chegar mais perto da minha cama, ao lado dela, em cima do meu criado-mudo havia uma caixa embrulhada com um bilhete em cima.

Abri o bilhete para ler o que nele continha, estava escrito nele com letras inclinadas e caprichadas:

“Para que você lembrar de que esqueceu.”

Com amor, Draco.

Estranhei, como esse presente havia parado aqui? Quem será que o trouxe e o deixou em meu criado-mudo? Rasquei o papel de presente e abri a caixa.