Capítulo VI – True friends

Hermione Granger

A primeira aula foi de Herbologia, e a próxima seria de Poções com o professor Slughorn, e estávamos todos a caminho para sua sala.

A antiga sala do professor Snape, agora estava com o ar um pouco mais leve, e devo entender o motivo. O professor Snape quando lecionava poções, além de não ser o cargo que ele realmente queria estar, ele tinha um fardo de ser espião do Voldemort, que na verdade era um espião disfarçado para contar tudo à Dumbledore, mas ninguém sabia da sua verdadeira intenção, o que o deixava meio frustrado e com uma energia ruim.

— Bom dia caros alunos, bom dia. – desejou-nos o professor com os braços abertos e um belo sorriso na face.

— Bom dia professor. – desejamos de volta.

— Bom, eu vou pedir para que sentem em duplas – nesse momento cada um foi sentando nas carteiras com sua dupla -, porém, eu escolherei as duplas e as duplas serão as mesmas até o fim do ano.

Isso não era um bom sinal. Agora eu teria de torcer para não ser alguém com quem eu não me desse bem.

— Conforme eu for dizendo os nomes, os alunos podem se sentando nas carteiras e começar a anotar o que está no quadro. – e com um aceno de sua varinha o giz de cera começou a deslizar pelo quadro negro e a escrever uma receita de uma poção de cura. – Simas Finnigan com Lilá Brown. Parvati Patil e Dino Thomas. Harry Potter e Ronald Weasley. – e então ele foi dizendo os nomes até que finalmente chegou ao meu – Hermione Granger e Draco Malfoy.

Não! Isso não era possível!

Arrastei-me para a carteira e joguei-me na cadeira, Malfoy que já havia sentado notou meu estado de espirito e então disse:

— Se quiser eu posso conversar com o professor para trocar a nossa dupla. – e olhou-me com aqueles olhos azuis acinzentados tristes, nesse momento senti-me culpada, afinal ele não tinha culpa de nada, eu estava sendo totalmente injusta com ele. – Está claro que não se sente a vontade fazendo dupla comigo.

— Me desculpe. – murmurei sincera - Não quero que troque, está bem do jeito que está. – claro que eu queria dizer algo mais, porém não encontrei palavras então resolvi dizer apenas desculpas, era o mínimo.

Ele apenas sorriu docemente e começou a escrever a receita da poção, não trocamos outras palavras até os últimos minutos da aula, quando ele disse:

— Você não está falando com Potter e o Weasley?

— Hum... Não. – disse sem entender o motivo da pergunta.

— Seria muito abuso eu perguntar o motivo? – indagou.

— Eles esconderam de mim que eu havia sido atingida pelo feitiço Obliviate. – respondi simplesmente.

— Sei que não é da minha conta, mas... – disse esperando alguma reação minha, e como não a teve, resolveu continuar – Mesmo que eles tenham escondido algo tão grave quanto isto, duvido que tenha sido por maldade. – ele parou um minuto e riu – Nunca pensei que me ouviria defendendo o Potter e o Weasley.

Tive de rir com ele, isso era realmente algo inusitado. E isso mostrava que ele não era tão ruim quanto eu pensava, afinal, se ele fosse uma má pessoa nunca defenderia eles.

— Deve ter razão. Acho que vou conversar com o Harry e a Gina, mas o Ronald ele vai esperar, ainda estou muito chateada com ele. – murmurei para mim mesma.

— Faz isso sim, vai se sentir muito melhor.

O sinal soou indicando o fim de mais uma aula, todos saímos da sala e cada um foi para a sua próxima aula. Enquanto eu ia para a sala de Estudo dos Trouxas, fiquei processando os últimos acontecimentos.

Malfoy estava dando-me concelhos para que eu fizesse as pazes com os meus amigos? Isso não é algo normal, isso era algo muito estranho e fora do normal, e isso me deixou muito pensativa.

(...)

— Harry! Espera! – o chamei, tentando alcança-lo, assim que as aulas terminaram.

— Hermione! – assim que viu que eu o chamava abriu um sorriso.

— Cadê a Gina? – perguntei ofegante.

— Me chamaram? – perguntou a ruiva aparecendo e pegando na mão do Harry.

— Sim, eu... – respirei fundo tentando recuperar o fôlego. – Eu queria conversar com vocês.

— Vamos para o jardim então, lá podemos conversar sossegados. – Gina sugeriu, e então lá nós fomos.

Assim que chegamos ao jardim procuramos uma árvore para sentar em baixo, em uma sombra.

— Eu queria pedir desculpas pelo meu comportamento no trem, eu perdi a cabeça e...

— Nós é que devemos desculpas, não deveríamos ter escondido tudo de você, deveríamos ter contado no mesmo dia, mas preferimos esconder tudo. – Gina interrompeu-me.

— Gina tem razão, Hermione. – Harry manifestou-se – Os errados somos nós, deveríamos ter pensado em você, em como se sentiria sabendo disso depois de um tempão...

— Eu perdoou vocês se me perdoarem. – sugeri sorrindo.

— Perdoada! – disseram juntos sorrindo.

— Perdoados! – nos abraçamos como nos velhos tempos e logo estávamos rindo um do outro.

Malfoy tinha razão, eu me sinto bem melhor agora que fiz as pazes com meus amigos. Verdadeiros amigos não podemos perder deste modo.

— E o Rony? – perguntou Gina de repente.

— Ainda estou muito chateada com ele, não posso voltar a falar com ele. Pelo menos não agora, preciso perdoá-lo primeiro, e isso eu ainda não consegui fazer.

Eles apenas assentiram, entendendo minha posição, sabiam que não era fácil perdoar alguém, perdoar de coração. O que ele havia feito foi algo grave, e não poderia esquecer assim, ou melhor, aceitar já que nunca esqueceria.

Ele mesmo havia deixado claro que a ideia de perdurar o segredo havia sido dele, que se fosse por Harry e Gina ele já teria contado há décadas, então ele é o culpado por eu ter descoberto desse modo e depois de tanto tempo.

— Sabem da última? – perguntei a eles.

— Não.

— O que? – quis saber Gina.

— Me convidaram para sair. – contei – Esse final de semana, para a Casa de Chá da Madame Puddifoot.

— Sério? Quem foi? Me conta? – Gina logo animou-se com a noticia e queria saber todos os detalhes, já Harry...

— Exatamente, quem foi? – perguntou com cara feia.

— Vocês não vão acreditar. – ri imaginando a reação deles.

— Conta logo mulher, quer me matar de curiosidade? – Gina pulava no lugar, tamanha curiosidade.

— Ninguém menos do que Draco Black Malfoy. – disse bem devagar.

— QUEM? – gritaram de olhos arregalados e queixos caídos.