– QUE PORRA É ESSA? – gritei para os infelizes no sofá

– o que?? – disse Rafa chegando do meu lado e se assustou com o que viu também.

– ai gente. Para que gritar? – disse uma ruiva que já estava quase nua no sofá

– oi gente. – disse Max sorrindo na cara dura enquanto uma morena estava em cima dele o beijando no pescoço

– seu verme vai pro quarto porra. – gritei e joguei tudo o que achava na sala em cima deles.

– ai menina mal comida. Para – a ruiva disse assim que levou uma sapatada na cara

– mal comida ela não é. Pode ter certeza – Rafa interveio

– onde você encontrou elas Max? Na esquina é? – gritei de raiva

– pior que foi. – ele riu descarado e se levantou mostrando as meninas onde era o quarto.

– e a Anne? – Rafa perguntou

– foi so mais uma. – respondeu enquanto pegava algumas roupas do chão com certa raiva

– por que isso Max? – perguntei e na hora ele me olhou com uma cara de cachorrinho

– porque a menina que eu quero eu não posso ter – disse e saiu da sala.

– continuo com fome – Rafa disse e tive vontade de soca-lo. Depois dessa indireta acabo o resto do dia.

– come qualquer coisa. Vou dormir – disse e fui voltar para o quarto.

– Bia. O que foi? – ele perguntou me segurando

– nada. Pode ir comer – me soltei e fui para o quarto dele.

Estava deitada pensando naquela indireta e então a porta do quarto se abre e Max entra se sentando na ponta da cama

– Bia?

– morreu – respondi e me virei pro outro lado

– fantasma da Bia?

– ta no parquinho

– então qual quer que seja seu parentesco com Bia fala para ela tudo o que vou falar?

– tanto faz

– fala para ela que eu mandei as duas mulheres embora, que eu não peguei elas na esquina, elas são atendentes de uma loja de roupas que fui mais cedo para comprar uma jaqueta que esta no seu closet agora. Elas pegaram meu numero e nos encontramos aqui em casa, estávamos vendo filme e então quando me toquei que voce tava com Rafa no quarto eu fiquei com raiva e comecei a arte com elas. Mas eu não planejava. – ele suspirou e voltou a falar mais baixo agora – fala para a Bia me perdoar, sei que eu errei e estou sempre errando, eu sei que é errado querer ela, mas eu a quero e muito, que a cada caricia que ela faz no Rafa eu sinto vontade de morrer e matar algum. – mais um suspiro e fortificou a voz – eu sou dependente .

– O QUE? –gritei assustada. Não, não, não. Meu irmão? Drogas? Não.

– sou dependente. De uma droga chamada Bia, ela é a porra da minha dependência, não consigo fazer nada sem pensar nela, eu tento odia-la esperando que melhore esse vicio mas não dá. – ele disse e se levantou. Fiquei sem palavras – é isso. Fala para a Bia

Rápido ele saiu do quarto e meu coração apertou ainda mais. Senti minha garganta se rasgando e uma vontade de chorar, me segurei e fui atrás dele. Entrei em seu quarto e ele estava todo enrolado no edredom, escutava baixos soluços. Me aproximei e subi na cama o abraçando.

– o que faz aqui?

– recebi o recado. Aquela era minha consciência. Ai ela me disse e me mandou vir aqui

– é errado Bia. Eu sei disso, me perdoa. – ele disse se virando para mim. Não lembro da ultima vez que vi meu irmão com cara de cachorrinho. E isso só fez é apertar meu coração. Busquei algo em minha mente para conforta-lo e então me lembrei de Alex.

– será que dá? – perguntei com medo enquanto olhava para baixo

– se der deu, se não der fudeu – ele disse rindo enquanto prendia os equipamento em mim

– mas tenho medo. Ta seguro né? – perguntei sorrindo de lado enquanto olhava para a montanha que iriamos escalar.

– tem medo de altura? Eu sei querida. Ta seguro sim. – ele disse e finalizou os reparos na roupa de segurança.

– medo de altura é muito forte, não sei se vou superar. É muito assustador – aleguei ainda olhando a montanha

– sempre faça aquilo que mais te assusta – sorriu e me beijou – pronta?

– sim. vamos – sorri ainda receosa e começamos nossa escalada.

– você não se assusta com esse sentimento que tenho por você não? – ele perguntou sorrindo

– não, porque acho que sinto também.

– do nada, me assusto com a ideia de querer te beijar Bia. Acho que não é o certo, e que as vezes que fizemos isso, nos erramos e feio. – ele disse se afastando de mim

– sempre faça aquilo que mais te assusta – recitei as palavras de Alex e o beijei

Ele no inicio ainda estava meio receoso mas depois se deixou levar pelo momento e retribuiu o beijo com a mesma intensidade. Quando percebemos que já estava esquentando nos separamos e me levantei da cama.

– se eu falar que isso me assusta, podemos fazer mais vezes? – ele disse rindo

– idiota – mandei um beijo e sai do quarto sorrindo e entrei no de Rafa

Me deitei e dormi sorrindo e ao mesmo tempo com medo, sorrindo ao lembrar das palavras de Max. E com medo desse sentimento que sentia por ele. Era mesmo errado, eu não podia fazer isso, ao mesmo tempo que era errado era desrespeito com meus pais. Sem permissão lagrimas desceram e começaram a molhar o travesseiro, do nada a porta se abre e Rafa entra, tampo minha cara e deito em cima do molhado do travesseiro, tudo sem que ele percebesse ainda.

– ta acordada? – ele pergunta e não respondo. Prefiro fingir que durmo

senti ele se deitando na cama e me abraçando.

– eu te amo. E tenho medo disso – sussurrou no meu ouvido. E me arrepiei na hora mas nada disse ou me movi.

Acordei com meu despertador tocando e logo fui tomar banho. liguei na agua gelada pois precisava acordar e colocar meus neurônios para funcionar. Agora eu tava preoculpada mesmo, eu e Max não é o certo. Eu tenho saudade das nossas brigas de 5 em 5 minutos, eu não quero ter esse sentimento por ele. Rápido sai do banho e fui me arrumar, não queria me atrasar, e queria sair de casa antes de Max acordar. Na verdade queria irrita-lo ate ele me odiar, quem sabe assim facilitaria. Me vesti e desci para a cozinha.

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– bom dia Mariah – disse dando um beijo em sua bochecha e pegando uma maça

– bom dia linda. Esta atrasada – disse e olhei o relógio. Porra, tinha 10 minutos para a aula começar

– eu sei, os meninos tão dormindo né? – perguntei enquanto pegava a chave do carro

– Max saiu cedo e não sabe quando volta. Rafa acordou e já voltou a dormir. Pediu para te entregar isso. – disse e entregou-me um bilhete que guardei na mochila

– ok. Obrigada Ma. – peguei um cacho de uva e ajeitei minha mochila

– usa óculos?

– não. É sem grau, so de enfeite. – sorri, mandei um beijo e sai correndo para a garagem.

Cheguei na escola 6 minutos atrasada. Otimo. Era aula de Biologia, o professor me olhou feio mais nem liguei e entrei me sentando ao lado de Stu.

– oi

– oi princesa, ta linda – ele disse sorrindo e me deu um beijo na bochecha.

– usa óculos? – Mark disse alto e acho que toda a sala ouviu

– não. É so acessório atoa.

– ta gostosa – ele disse e Ness o bateu forte

– mas ta mesmo Ness – Stu disse rindo

– criem vergonha nessas caras e vão estudar. – mostrei a língua e comecei a prestar atenção na aula

Fiz dupla para o trabalho de experimento com uma menina muito inteligente, se chamava Jennifer, era fofa mas se escondia em roupas enormes. Tiramos total, e não, eu não colei dela porque sou inteligência pura. Assim que acabou os dois horários voltei para meu lugar ao lado de Stu e quando fui pegar meu livro de Literatura vi a carta de Rafa para mim.

“ BOM DIA MINHA LINDA!

Se voce ta lendo agora, é por que com certeza eu não entreguei, tava com muito sono e tal. So avisando que ai dentro tem meu cartão, e voce sabe a senha. Quando sair da escola encontre April e Meg no shopping, façam compras e procure por um lindo vestido preto curto. Minha família esta chegando para uma visita e faremos um jantar formal para amigos hoje no hotel. Vocês iram, e quero apresenta-la a eles. Não se assuste, não é namoro ok. Apenas apresentar minha amiga J

Beijos do lindo e gostoso Rafael Albuquerque. “

Comecei a rir. Como ele se achava, olhei dentro do envelope e tinha mesmo um cartão lá. Mandei mensagem para as meninas confirmando o shopping e então a professora entra na sala. Guardei o celular e assisti a aula sorrindo em pensar no jantar e como seria a família do Rafa.

Depois da aula fomos para o refeitório, Ness e Caroline continuaram com as caretas para mim, como se eu me importasse, Mark e Stu ficavam falando besteiras com o pessoal do time na mesa e eu fiquei falando com Mel no celular. Tinha muito tempo que não nos falávamos e eu contei tudo a ela.

– aonde vai? – Stu me perguntou quando levantei

– banheiro – disse e sai andando

Percebi que o refeitório era mesmo todo dividido por grupos, andei sorrindo para o banheiro ate que ate que vi Jennifer sentada sozinha numa mesa. Me aproximei e pulei na sua frente, sendo recebida com quatro pedras na mão.