Hate To Love escrita por Minnie Colins


Capítulo 6
Perguntas Anônimas ou Xingamentos?


Notas iniciais do capítulo

OII gente, okay, dessa vez eu não demorei tanto assim para postar... É que estou atolada com um monte de coisas... Bem, o que dizer sobre o capítulo? Foi apenas um fato que aconteceu no dia a dia da Rapunzel, mas que a deixou super irritada.. Já ouviram falar no Ask.fm não é? Aquele site de perguntas anonimas... enfim, eu o peguei para fazer uma "participação" especial na fic. Achei bem a cara do Frost. E digam "olá" para Hamish, um dos trigêmeos da Merida *--*



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Finalmente o fim de semana chegou, depois de uma semana inteirinha sacrificante por aturar o Vassoura Branca, eu enfim estava em casa e acordei ao meio dia. Tinha umas lições para fazer, mas não estava nem um pouco a fim de fazê-las. Com a cabeça deitada no travesseiro, olhei para o teto e o fiquei encarando uns trinta segundos pensando em tudo o que tinha acontecido essa semana.

Jack não me deixava em paz. Tudo bem, eu tenho que admitir que também o tenho provocado bastante, mas isso já estava me irritando. A moça dos quarenta, que agora eu descobri o nome dela, Marta, disse que semana que vem um aluno entraria provavelmente na minha sala. Santo Cristo! Será que tudo o que acontece tem que ser na turma 202? Nem imagino quem seja...

Ainda não contei para Merida o que aconteceu aquele dia na entrada da escola entre mim, Soluço e Astrid. Eu ainda estava na dúvida de contar ou não. Pedi conselhos para Violeta é claro, mas ela estava tão mal também... Tinha brigado com o Topetudo por um motivo um tanto complicado e o inimigo dos relacionamentos, o ciúme.

Violeta desabafou um monte comigo e eu apenas ali, sendo um ombro amigo como sempre fui. No final da nossa conversa, perguntei para ela se contava ou não para Merida o ocorrido com Soluço. Ela disse que sim, porém não me convenceu.

– Filha! Você está me ouvindo? – minha mãe despertou-me dos meus pensamentos aleatórios, quando estava parada com a porta semiaberta e seu olhar intrigado, fitando-me seriamente.

– Hã? O que? – cocei os olhos com ambas as mãos para afastar o pouco de sono que ainda restava e por um segundo enxerguei galáxias profundas.

– Perguntei se vai tomar café – Góthel tinha por sobre o ombro um pano e balançava no polegar uma xícara vazia em uma das mãos.

– Sim, vou sim. – levantei-me e sentei na cama com um sorriso.

– Certo. – ela retirou-se do quarto e foi preparar o café.

Suspirei, e passei a mãos pela cabeça, eu estava angustiada por algum motivo, mas pensei comigo mesma e decidi esquecer. Hoje é sábado e não estava a fim de ficar preocupada. Mamãe sempre diz que quem se preocupa de mais, envelhece rápido.

Descobri-me e joguei os lençóis para um canto, calcei um pé da pantufa rosa com porquinhos e procurei com os olhos o outro pé. “Onde será que foi parar?” já me irritando com a procura, levantei-me com um pé descalço e com o outro na pantufa e fui até o espelho. Estava com os cabelos presos em uma trança frouxa, olheiras, lábios secos e roupa amassada.

Depois de ir ao banheiro, desci as escadas e fui até a mesa.

– Já esfriou de tanto que demorou – disse mamãe enquanto tomava um gole de seu café.

– Desculpa – sentei-me e comecei a me servir. A mesa não estava muito sortida de alimentos, havia apenas uma cesta com pães franceses, um tablete de manteiga e um pouco de queijo.

Depois de uns cinco minutos sem pronunciar nada, apenas ouvindo o barulho das xícaras que quanto eram postas de volta ao pires faziam um pequeno “tec”, e também, das bocas e dos goles tomados, finalmente minha mãe falou algo.

– Então filha, como foi a primeira semana de aula? Vamos ver se consigo mais de uma sílaba dessa vez. – Falou se referindo ao mínimo de “sílabas” que temos em nossas conversas, eu digo que quase nunca passa de uma.

– Foi legal – respondi indiferente.

Ela levantou uma sobrancelha.

– Foram duas. – disse com um olhar divertido. Eu sei que isso não muda em nada, mas ao menos é mais de uma sílaba.

– Em que turma ficou?

– 202 – respondi fitando o leite em minha xícara de cor branca com alguns coraçõezinhos vermelhos havia ganhado de presente quando tinha sete anos. Dos sete até os onze anos de idade eu não deixava ninguém beber nada nessa xícara.

– Quem senta perto de você? – perguntou.

– Ah, na minha frente a Júlia, do meu lado o Fred e atrás de mim o Ja... AI! – não consegui terminar a frase, pois por alguma razão eu havia me cortado com a faca enquanto cortava o pão, na vertical.

– O que aconteceu? – Góthel chegou mais perto a fim de enxergar melhor.

– Cortei-me – estiquei o dedo para ela ver, porém o apertando para estancar a pequena bolinha de sangue que começava a se formar.

– Ah... – disse examinando – Não foi tão grave. Vem, vamos fazer um curativo. – Levantamos da mesa e fomos até um criado mudo que tinha em um canto da sala e Góthel pegou tudo que precisava.

Como já era de se esperar, Góthel fez o curativo em menos de um dez segundos. Enquanto ela enrolava o band-aid para conter o mínimo de sangue que saia eu refleti sobre o ocorrido. Era só eu pronunciar o nome daquela peste eu já me dou mal. Já disse que não sou supersticiosa, mas realmente foi muita coincidência.

– Obrigada – agradeci contente. Pode ter sido um pequeno corte, mas mesmo assim dói bastante. Ela sorriu para mim e voltamos à cozinha.

Terminei de tomar o meu café e fui me arrumar, iria fazer uma visitinha a Merida. Resolvi que iria contar para ela, afinal ela não tinha uma relação com o Soluço e teria de deixa-lo se relacionar com quem quisesse.

Mais cedo ou mais tarde ela ficaria sabendo, pois Astrid faria questão de contar para o colégio inteiro que eu havia interrompido de propósito um beijo dela com o Soluço e eu queria que Merida soubesse pela minha boca, assim seria uma versão menos “exagerada”.

– Mãe to indo nessa. – Disse enquanto descia as escadas correndo.

– O que? Aonde vai? – correu em minha direção.

– Na Merida mamãe, há duas quadras daqui – revirei os olhos e dei um sorriso forçado. Ela sempre pergunta para onde eu vou. O dia em que eu sair de casa e Góthel apenas concordar, o mundo acabará. Eu sei que os filhos devem satisfações aos pais, mas com Góthel é a toda hora, a todo o momento, para todo o sempre.

– Tudo bem, mas não demore.

Assenti e sai.

Não demorei muito até chegar à casa da ruiva, já que ela não mora tão longe. Esse é o lado bom de morarmos perto uma da outra, para alguma “emergência” tipo essa, eu chego lá rapidinho. O lado ruim, é que se tivermos uma briga, que eu acredito que nunca vai acontecer, não vou conseguir ficar tão longe dela.

Depois de uns dez minutos caminhado, cheguei a casa de Merida e apitei a campainha. Era uma casa razoavelmente grande e de cor verde claro. Tinha garagem e o portão da mesma é aquele que abre para cima de cor marrom. Havia dois andares como a minha e um pequeno canteiro com rosas abaixo da janela do primeiro andar. Esperei três segundos e o tio Fergus veio atender a porta.

– Opa! Olá Punzie! – ele me cumprimentou. Costuma ser um homem gentil sempre que me vê. Todos da família Dunbroch é assim.

Oizinho! – acenei amigavelmente.

– Deixe-me adivinhar, querendo falar com Merida? Entre, entre – deu passagem para que eu pudesse entrar, pois ocupava mais da metade da porta.

– Obrigada– entrei.

– Merida! Visitas! – Fergus gritou com sua voz grossa para o segundo andar onde o som podia ser escutado ao volume máximo. Como um flash, passou pela minha cabeça a cena de quando eu vinha chamar Merida para brincar a uns sete anos atrás. O tio Fergus também gritava da mesma forma como agora, e me toquei de como o tempo passa rápido.

Quando a porta foi aberta o som aumentou ainda mais e Merida apareceu na sacada da escada.

– Punzie! Sobe aí – me convidou. Seu cabelo estava molhado de suor o que tudo indicava que a ruiva estava dançando e arrumando o quarto e como Merida não é de arrumar o seu quarto, provavelmente foi porque a tia Elinor pediu.

Levantei do sofá e fui em direção à escada.

– Oi punpunzel! – Hamish me cumprimentou.

– Oi foguinho! – Abaixei para ficar a sua altura e abri os braços querendo um abraço, Hamish veio correndo me abraçar. Conheço os trigêmeos desde que nasceram e eu os considero como irmãos para mim também

– Tchau – disse e logo em seguida saiu pulando indo em direção ao pátio ao encontro de seus dois irmãos, o que me causou risos.

Fui em direção ao quarto de Merida. Quando adentrei não pude deixar de notar a decoração novamente. A mesma é bem diferente da minha, em tudo! As cores, jeito dos móveis, pôsteres na parede...

Merida estava sentada na cama, com pernas de chinês, usava um mini short e uma blusa preta desproporcional ao short, o cobrindo. Seus cabelos estavam mais rebeldes do que nunca e estava descalça. Mantinha o notebook no colo e um pote de pipoca do lado. Ela já tinha acabado de arrumar o quarto pelo visto.

– Entra aí e fecha a porta. – disse sem tirar os olhos da tela do computador. – Em que devo a honra da sua humilde visita? – perguntou com sarcasmo.

– Vim falar contigo. – fechei a porta atrás de mim e fui a sua direção. Logo sentei-me na cama ao seu lado.

– Diga-me. – Ela pegou o controle e abaixou o volume do som.

Merida deixou um pequeno espaço entre ela e o computador enquanto esticava-se para abaixar o som e eu aproveitei para dar uma olhada no que ela estava vendo no aparelho.

– O que está fazendo aí? – espichei o olho a fim de enxergar melhor.

– Fuxicando o ask.fm das pessoas – disse com a boca cheia de pipoca – Advinha quem tem ask? – perguntou me oferecendo um pouco de pipoca.

– Quem? – disse enquanto pegava algumas pipocas. Não queria nem saber a resposta, se é o que eu estou pensando.

– O Vassoura Branca! – deu alguns risinhos. Eu havia contado para ela e para Violeta sobre o apelido super carinhoso que eu inventei para Jack Frost e elas o adoraram. Prometemos que a partir de agora passaríamos a chama-lo assim.

– Sério? – perguntei a fitando.

– Sim, quer ver? – ela passou o notebook para o meu colo e digitou o nome do ask dele. Não poderia ser um nome mais tosco. Frost_Jacktesão. Eu já disse e repito que admiro a sua criatividade. Com tantos outros nomes para se por em um site de perguntas anônimas ele põe esse. Eu só não ri porque não gosto dele.

– Ah fala sério! – bufei. – Que nome é esse? – perguntei sem tirar os olhos do computador.

– Essa não foi a minha reação – Merida gargalhava – Foi essa! – “Apontava” para a própria risada. Era de se esperar que Merida risse ao ver esse nome, todos ririam. A maioria das pessoas no Lemos Salesianos acha Jack Frost engraçado, amigo, brincalhão... Mas, como posso imagina-lo ser assim se age daquele jeito o tempo todo comigo?

– Enfim Merida, eu tenho uma coisa para te falar que você não vai gostar nada. – Disse antes dela tomar o notebook do meu colo outra vez.

– Ér... Eu também tenho uma coisa para te falar, que você também não vai gostar nada. – Merida mordeu o lábio inferior enquanto corria os olhos sobre a tela do computador.

– O que? – perguntei levemente nervosa pelo fato de Merida revelar isso depois que olhou para o computador, algo me dizia que vinha do Ask do Frost.

– Fala você primeiro. – Merida me fitou.

– Não, diz você. – Rebati.

– Não, você. – Disse.

– VOCÊ! – a fitei séria.

– Ah, ta bom! Você que insistiu. – Deu de ombros – Diz aqui no Ask do Vassoura “ O que acha da Rapunzel da 202?” – Merida leu pausadamente. - Ele respondeu “Que nojo!” – Merida me fitou mordendo o lábio inferior novamente.

Meu coração parou por dois segundos. Lá estava eu, incrédula novamente! COMO ISSO? Eu já percebi que vou me surpreender muito com as coisas que Jack Frost põe nas redes sociais sobre mim. O fato é que ele sempre me pega de surpresa e meu coração acelera toda vez que isso acontece.

Por um momento, queria que todos os computadores do universo sumissem por longos anos, assim ninguém poderia ver o que o Frost colocaria. Eu continuo me perguntando o que eu havia feito para ele me odiar tanto.

Merida continuou:

– “Por que acha ela um nojo? Kkk tenho que rir de ti” – A ruiva repetiu exatamente como estava escrito, pois até o som do “kkk” ela fez questão de pronunciar. Poderia rir se eu não estivesse tão tensa. - “Tenho que rir de vocês que ficam perguntando sobre esse demônio!” – ela respondeu, pronunciando o que Frost havia escrito.

Cerrei meus punhos fortemente. Estava com algo preso em minha garganta e a vontade que eu tinha era de sair correndo da casa de Merida, chegar até o meio da rua e gritar muito. Gritar tanto a ponto de ficar com a garganta roxa.

– Quer que eu continue? – Merida perguntou um tanto preocupada. Eu não acredito que tinha mais.

– Sim – respondi agora de olhos fechados.

– “ Diz aí, o que acha da Rapunzel da 202?” – Merida leu - Vai te Foder! Para de me perguntar sobre essa guria, não tem nenhuma possibilidade de eu ficar com ela! – leu a resposta do Vassoura. - E foi isso – Merida terminou.

Eu ainda tinha meus punhos fechados, junto com os olhos. Minha vontade agora era de descobrir onde o Frost morava e socar a cara dele! Socar tanto, tanto, tanto, a ponto de fazer quebrar algum osso dali. Estava com vontade de chorar de raiva.

– Amiga você está bem? Eu sabia, eu não deveria ter lido, é que... – Merida tentava falar algo.

– Não, tudo bem. – abri os olhos e relaxei as mãos, que de tanto que eu apertei ficaram vermelhas. – Isso não vai ficar assim!

Ficamos em silêncio por vários segundos. Cada um com seus motivos, não me interessava o que estava passando pela cabeça de Merida. Eu pensava apenas em como eu queria me vingar do Frost.

–Ér... Então, o que você queria me dizer? – perguntou Merida acabando com o silêncio.

– Ah, é que... bem... É sobre o Soluço e a Astrid! – comecei o assunto, tentando esquecer o que tinha acabado de acontecer.

Merida revirou os olhos.

– Na boa Punzie, eu não quero saber. Se o Soluço quer ficar com ela, eu não posso...

– Não, espera! Eu tenho que te contar! – a interrompi e ela me fitou um tanto assustada. – Tem razão, bem eles estavam se beijando na frente da escola e eu estava vendo. Foi realmente nojenta a cena, mas isso são detalhes... Enfim, o que eu fiz foi, chegar bem perto da Astrid e bater com a minha mochila nas costas dela de propósito, a fim de acabar com o beijo! – disse orgulhosa de mim mesmo.

Merida me fitou incrédula, tão incrédula que chegou a abrir a boca.

– Sério isso Punzie? Você fez isso mesmo?

Oh Yeah! Ela ficou muito brava, se pudesse, soltava fumaçinhas pelos ouvidos.

Merida não conseguiu se aguentar mais e soltou uma gargalhada alta e logo foi acompanhada por mim. Acho que ela finalmente havia percebido o que eu tinha feito e deveria ter imaginado a cena.

– Ai ai, Punzie! Só você mesmo. – Disse em meio a risos.

– Sim, deixe-me terminar. O Soluço percebeu que eu fiz aquilo de propósito e ficou levemente bravo comigo, mas advinha o que eu falei depois? Disse que queria ver vocês dois juntos! – finalmente contei algo que poderia acabar com a minha vida ou não.

Logo depois que disse isso, Merida pegou umas quatro almofadas de sua cama e jogou todas em cima de mim.

– EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ DISSE ISSO, RAPUNZEL CORONA! – continuava a me bater com as almofadas.

– Ai, Ai! Calma, ainda falta a melhor parte! – disse me defendendo dos golpes. - Depois ele disse que nem se imaginava junto com você, sabe por quê? Por que ele pensa que você não gosta dele! Tem noção disso? Quer dizer que se você se declarar para ele, ficarão juntos e vão viver felizes para sempre! – levantei meus braços para cima e sorrindo de orelha a orelha.

Foi a última coisa que eu disse antes de Merida pular em cima de mim para me sufocar.

–X-

– Então é isso que ele pensa? – Merida me perguntou enquanto trocava de roupa.

– Sim, ele acha que você não gosta dele. – taquei o resto das pipocas na minha boca – E ele está certo? – perguntei a fitando, séria.

Merida suspirou.

– Na boa, eu não sei. Não sei se o que sinto pelo Soluço é realmente gostar. Ele tem namorada... – Merida se atirou na cama e abafou sua cara no travesseiro.

– Você é que sabe de qualquer forma eu vou estar aqui para te ajudar. – disse a puxando para um abraço. Ela retribuiu o abraço.

– E você também amiga, não vou deixar esse Frost te machucar mais está bem? Isso que ele fez foi simples, ele assinou a própria sentença de morte. Juntas, vamos transformar a vida dele num inferno.

Os meus olhos desafiadores cederam até a última palavra citada: “Aceito”.


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Notas finais do capítulo

Como será que a Punzie vai se vingar??
Genteeeeeeeeeee meu aniver é daqui a exatamente uma semana!!!! e daqui a 16 dias é a minha festa de 15 anos, estou happy...
O que acharam do Jack ter xingado a Punzie de Demônio pela internet?? BJÃO