Hate To Love escrita por Minnie Colins


Capítulo 5
Provocações


Notas iniciais do capítulo

HEEY gente bonita! Desculpem pela imensa demora, é que minhas notas na escola tiveram uma caída e eu me matei estudando para aumenta-las... Enfim, aí ta o capítulo com bastante provocações de Jackunzel... Eles são tão perfeitos....



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Aquela foi a pior notícia que alguém poderia me dar. Como assim o Vassoura Branca ficaria na mesma turma que eu?! Não é possível que eu tenha tanto azar na minha vida! Logo a mãe do Andrew foi reclamar? Foi escolhido logo um aluno da 203? Logo o Jack Vassoura Branca? Por que o destino me odeia? Eram perguntas sem respostas.

Logo em seguida que a moça dos quarenta e poucos anos, anunciou essa mudança nem um pouco agradável, o nojento adentrou a sala e se eu não o conhecesse, diria que o Frost é um bom menino pela cara de inocente com qual entrou. As putinhas da minha sala soltaram alguns gritinhos e comentários. Como é possível acha-lo atraente? Só se for para atrair moscas... Revirei os olhos e apoiei minha cabeça em uma das mãos e com a outra comecei a copiar os desafios do quadro. Eu ainda não estava acreditando no que havia acontecido. Se precisarem de um pouco de azar, podem chamar Rapunzel Corona a garota mais azarada do mundo inteiro.

– Dêem boas vindas a ele, pessoal! – O professor Gilber pediu. Parei de escrever imediatamente depois disso. A última coisa que eu admitiria era dar boas vindas a Jack Frost. Costumo ser educada com todos, mas com ele eu simplesmente me recuso.

Vários “boas vindas” e “oi’s” foram escutados pela sala, menos de mim e o professor para a minha infelicidade, pareceu notar. Eu acho que os professores têm poderes sobre nós. Sabe quando eles perguntam “quem vai responder essa questão?” e você faz de tudo para que não o escolham e muito menos o percebam, mas mesmo assim acaba acontecendo? Foi exatamente assim que aconteceu, eu não estava nenhum pouco afim que Gilber me notasse.

– Senhorita Corona? – ele se direcionou a mim esperando uma resposta.

Desloquei meus olhos verdes do caderno e os guiei até o professor que ainda esperava que eu cumprimentasse o Vassoura Branca, acompanhada pelo silêncio que pairava na sala. Torci para que alguém pudesse impedir isso.

– Não vai me cumprimentar? – Frost perguntou com um sorriso sínico.

– Não! – pronunciei com uma voz forte e clara olhando fixamente para os olhos do Frost, agora percebendo que eram azuis. O azul dos seus olhos era penetrante, e conforme a posição ao sol mudava de tom. No momento, estava um azul claro.

– Óh, como isso me magoou. – Jack Vassoura colocou a mão no coração, teatralmente e foi acompanhado por alguns risinhos que ecoaram pela sala.

Revirei os olhos, ele daria um bom ator. No grupo de teatro da escola com certeza eu o indicaria, pois que diferença fazia o meu cumprimento ou não? Ele queria era fazer uma cena para poder causar-me problemas com os professores.

Gilber tinha mais coisas a falar, precisávamos fazer mais algumas atividades então não podíamos e nem deveríamos estar ali, perdendo o nosso precioso tempo com um garoto de praticamente dezessete anos, porém com mentalidade de sete anos.

– Senhorita Corona, faça-me o favor! – repreendeu-me o professor.

Encarei o professor e neguei vagarosamente com a cabeça, ele me olhou com reprovação mostrando que fazia questão que eu o cumprimentasse. Há tempos que algum professor pressiona-me para fazer alguma coisa.

A ultima vez que tal situação aconteceu foi na segunda série quando Carlinhos, um menino encrenqueiro havia discutido comigo e a professora Sheila pediu para que pedíssemos desculpas um ao outro. Desde aquele dia, comecei a odia-la. Ambas as coisas aconteceram por causa da “boa educação”. Direcionei meus olhos para Jack e tentei sorrir.

Oi... – A palavra saiu de minha boca arranhando tudo por dentro, parecendo uma faca pontuda de metal passando por toda a minha garganta. Disse em um tom baixo, pois não conseguiria falar alto.

– Não ouvi. – O Vassoura pôs a mão no ouvido e se inclinou um pouco para frente para ouvir melhor da próxima vez. Só que não teria a próxima vez. Posso ter falado baixo, mas o suficiente para que o Frost ouvisse. De canto de olho pude ver Merida enfiar a cabeça nas mãos, tapando todo o rosto. Provavelmente ela notara como isso era desnecessário.

– Professor eu... – tentei inutilmente protestar contra aquilo, mas Gilber olhou-me severamente. Não acreditando no que estavam me obrigando a fazer, cerrei os punhos demonstrando minha raiva. - OI! – gritei e ele pareceu satisfeito com isso.

– Muito bem senhorita Corona, é assim que uma aluna dessa escola deve se comportar, com boa educação – A moça dos quarenta e poucos anos sorriu amigavelmente e logo depois se retirou.

Jack Frost sorria satisfeito e o silêncio na sala de aula deixou o ambiente. Cerrei os punhos com tanta força que quando “soltei”, as extremidades dos meus dedos estavam brancas e aos poucos voltaram a cor natural, a palma de minhas mãos ficara marcada com a forma das unhas.

– Muito bem, agora você pode sentar no lugar de Andrew – o professor anunciou.

Fechei os olhos ao saber disto e estava contorcendo-me para não chorar de raiva, pois Andrew sentava atrás de mim. Hoje eu deveria estar pagando por todos os pecados que cometi em minha vida desde o dia em que nasci.

– Valeu professor. – direcionou-se ao lugar de Andrew e se sentou. O problema é que ele fez questão de empurrar a mesa forte demais, batendo em mim. Tive uma leve inclinação forçada para a frente, virei para trás imediatamente a fim de querer mata-lo.

– Ai! Cuidado, seu idiota! – O fuzilei com os olhos e gritei por entre os dentes cerrados para quem quisesse ouvir.

– Senhorita! Modos! – o professor me repreendeu. Definitivamente, eu estava começando a odiar Gilber também, parecia que tudo o que eu fizesse contra Jack Frost era errado e Gilber me repreenderia.

– Mas... Mas... O senhor não viu o que ele fez? Fez de propósito! – me defendi. A esse ponto, alguns alunos riam e outros olhavam atentamente para a confusão que se formava.

– Ah, por favor, sua mimada! Foi sem querer! – Jack soltou a mochila no chão e puxou a mesa para si, afastando-a de minha classe.

– SILÊNCIO! – Gilber gritou – Se continuarem assim vou manda-los para a diretoria logo no primeiro dia de aula! – bateu com o giz na mesa para chamar mais atenção ainda. Ótimo, ir a diretoria no primeiro dia de aula por causa de um garoto que caiu como uma bomba na minha vida era tudo o que eu queria.

Aquilo foi o suficiente para nós dois nos calarmos, e foi assim o resto da aula inteira até bater o sinal da hora da saída. Arrumei o meu material “correndo” e sai dali o mais rápido que pude, nem esperei as meninas para irmos juntas.

O dia tinha sido péssimo e meu ódio pelo Vassoura Branca só aumentava. Tudo o que Jack Frost fazia irritava-me, até o modo como respirava. Caminhava a passos rápidos e vez ou outra eu soltava um grito de pura raiva, chamando a atenção das pessoas que passavam por mim. Deveria ter chutado umas dez pedras até a porta de casa.

Cheguei em casa e encontrei minha mãe que tinha acabado de sair do banho andando de toalha pela casa.

– Olá filha! Já chegou da escola? – perguntou alegremente, com uma toalha em volta de seu corpo e uma outra prendendo o seu cabelo. Seus pés descalços deixavam o seu formato pelo chão.

– Não, mãe! É meu espírito que está aqui! – falei irônica e ríspida.

– Nossa, que mau humor é esse? – ela se ofendeu.

Logo me arrependi de ter dito aquilo ela não tinha culpa de nada, mas diante de tudo o que aconteceu só uma pessoa com mestrado e doutorado na faculdade de paciência aguentaria ficar de bem com a vida. Suspirei.

– Desculpa mamãe... É que eu tive um dia péssimo – sentei-me no sofá levando a mão esquerda à cabeça.

Vixi! Seja o que quer que tenha acontecido conte-me depois, agora irei sair – ela se direcionou ao quarto.

– Aonde vai? – franzi a testa e a fitei mesmo Góthel estando de costas.

– Ao mercado e depois irei trabalhar – escutei sua voz de dentro do quarto.

Pois é, minha mãe havia se formado em enfermagem e conseguiu um emprego em um hospital, até que não era tão ruim. Ela ganhava uma boa quantia por trabalhar lá e isso nos sustentava.

O que sempre me pareceu estranho foi Góthel nunca aparecer com um namorado lá em casa, eu sei que a relação dela com o papai foi intensa e forte, mas já havia passado muito tempo e ela poderia se quisesse, ficar com alguém.

Deixei ela se arrumar e fui para o meu quarto a fim de arrumar a zona que estava e me preparar para amanhã para aturar o Vassoura novamente atrás de mim.

–X-

O celular despertou às sete da manhã em ponto. Mais um dia havia começado e eu teria de me preparar para o segundo dia de aula no Lemos Salesianos. Desliguei o aparelho, e me espreguicei. Descalça mesmo fui até o banheiro para realizar a higiene necessária pela manhã. Logo que voltei, meu uniforme estava em cima da cadeira, sendo ele uma Jaqueta Varsity azul marinho com detalhes em amarelo inclusive as iniciais LS, uma calça jeans e tênis. Eu particularmente não acho o uniforme nem feio e nem bonito, apenas simples.

Comecei a me arrumar lentamente, minha ideia era perder a hora e faltar a escola... Eu daria tudo para não ver o Vassoura Branca hoje. Sabe, por mais que eu o odeie, eu não gosto de ter inimigos, isso me deixa mal e minha autoestima vai parar lá no meu pé e quem toma o seu lugar é o pessimismo.

O meu “plano” de perder a hora não deu certo já que mamãe me esperava impaciente na porta de casa. Terminei de me arrumar, e peguei duas mechas do meu cabelo loiro e as prendi atrás com uma presilha, passei lápis no olho e um gloss.

– Vamos Rapunzel! – gritava minha mãe pela terceira vez. Nem a respondi pois já estava descendo as escadas.

O caminho para a escola foi entediante, minha mãe me deixou ir sozinha no meio do caminho, pois seguiríamos em direções opostas, ela para o seu trabalho e eu para a escola. Merida não veio junto comigo e eu ainda não sabia o motivo, quando a encontrasse iria perguntar.

O sol estava fraco no horizonte pelo fato de ser recém umas 07h30min. Nas ruas tinha pouco movimento e eu dei graças a Deus por estar a trinta metros da escola... Nunca se sabe o que se pode encontrar na rua.

Assim que estava em uma distancia aceitável para conseguir ver o portão de entrada, deduzi que Merida não iria gostar de ver a cena que estava passando pelos meus olhos verdes... Na frente da escola Astrid estava aos beijos com Soluço, eles estavam mesmo ficando e isso eu não podia contar para Merida, eu não queria que ela se magoasse. A cena foi um tanto desconfortável de se assistir. Soluço estava com as mãos “pousadas” na bunda da Astrid e a mesma envolvia seus braços na nuca dele. O beijo não parecia ter começado agora, eles pareciam estar já há uns dois minutos assim.

Apressei o passo a fim de chegar rápido a escola e não ficar ali assistindo a essa cena, mas pela minha amiga eu iria interromper o momento romântico dos dois. Passei bem ao lado dela e com uma jogada forte do meu braço a fim de ajeitar a mochila no ombro, esbarrei a mesma nas costas dela, fazendo Astrid cair por cima de Soluço e o beijo tão sincronizado desandar.

– Porra... – Soluço bufou e foi acompanhado por Astrid, que me olhou enfurecida.

– Desculpinha – segurei o riso.

Eles sorriram forçados e meu plano funcionou.

– Soluço eu já vou indo. – Ela deu um selinho no moreno e adentrou a escola. Comemorei em pensamento. Conseguia-se ao longe sentir a raiva de Astrid, ela não queria que o beijo tivesse terminado agora e também não queria a minha presença. Não lembro-me de ter feito algo tão horrível para ela, já que Astrid não se dá muito bem comigo, talvez seja por Merida.

Soluço acompanhou Astrid com os olhos até a mesma sumir portão adentro e logo em seguida ele me encarou com cara de insatisfação.

– Você queria que isso acontecesse, não é? – pegou a mochila que estava no chão e a colocou nas costas.

– Talvez – sorri maliciosamente.

Ele riu. Sabe, por mais que Soluço seja amigo do Vassoura Branca ele era legal... A gente se conhecia desde do ano retrasado. Ele já foi meu melhor amigo, mas aí a Astrid meio que nos separou.

– Sinceramente Soluço, vocês não combinam. – Dei minha opinião.

– Ah tá bom... – Revirou os olhos e depois sorriu.

– É sério, sou muito mais a favor de você junto com Merida. – Disse normalmente.

– Ah é?! Eu com a Merida?! – me olhou incrédulo.

– É... Eu apoio e o Lemos Salesianos inteiro também. – o fitei, séria. Uma vez eu e a Violeta saímos perguntando para todos os alunos se apoiariam Soluço e Merida juntos e de 100% apenas 2% negaram. A ruiva nunca ficou sabendo disto.

– É só que, eu nem me imagino com a ruiva... – ele fitou o chão e chutou uma pedrinha.

– Isso é o que você pensa. – disse a fim de alerta-lo.

– Ela não gosta de mim. – me encarou.

– Isso é o que você pensa. – repeti ainda tentando fazer com que ele percebesse o quão errado estava.

Ele levantou uma sobrancelha mostrando que ainda não havia entendido. Dizem que nós mulheres é que somos burras, mas depois disto eu discordo completamente. Ou Soluço estava fingindo não saber de nada ou ele realmente não estava conseguindo entender...

– Esquece! Você é tão rápido para captar algumas coisas e tão lento para outras. – Bufei.

– Jack! – ele acenou para as minhas costas.

Demorei um pouco para assimilar o que havia acontecido até passar pela minha cabeça a possibilidade de Jack Frost estar atrás de mim. Tive um leve susto e ajeitei a mochila nas costas me preparando para sair dali, não queria ter que encara-lo. Não me despedi de Soluço, saindo rápido dali e adentrando a escola.

– Tchau amor! – Jack disse de longe, provocando risos no Soluço.

– CREDO! Nem no inferno! – gritei ainda de costas.

Pude escutar uma gargalhada vinda de Soluço. “Levou um fora” foi o que escutei depois e isso me fez rir, pois o Frost ficou sem nenhuma reação. Só que de uma coisa eu sabia... Ele não iria deixar barato.


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Notas finais do capítulo

Bem é isso pessoas, e Meire, desculpa pela Astrid, mas esse cap já escrito há um tempinho e tals hehehe, love u :D
Beijos a todos