Hate To Love escrita por Minnie Colins


Capítulo 2
A Praia


Notas iniciais do capítulo

OIE gente bonita, enfim está aqui o segundo capítulo! No final do cap, eu coloquei os links das roupas de Punzie, Merida e Violeta nas seguintes palavras: "pronta", "roupa" e "espelho" tomara que consigam ver.
Nos vemos lá em baixo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/426596/chapter/2

O celular estava tocando, na verdade estava vibrando. Abri os olhos lentamente e com a mão direita embaixo do travesseiro tateei o celular até encontra-lo. Chequei o celular e assim que meus olhos foram se acostumando com a claridade vinda do aparelho percebi que era uma ligação. O nome de Merida apareceu na tela. Ainda bocejando e meio que dormindo atendi a ligação.

– Alô? – pronunciei com uma voz de sono, olhos fechados e com o braço por sobre a testa. Logo hoje sendo domingo, eu costumo dormir bem mais que as nove horas da manhã.

– “Já está pronta?” – ouvindo essa frase eu rapidamente arregalei os olhos e sentei na cama, ficando tonta logo em seguida por levantar tão rápido.

– Como assim pronta?! – perguntei apavorada e um tanto confusa.

– “Ué, para irmos à praia! Já estou saindo de casa, daqui a cinco minutos estou aí.” – Merida avisou e pude escutar o “tu tu” quando se termina uma ligação.

Ai não! Eu nem tinha levantado da cama! Taquei meu celular no travesseiro, e empurrei as cobertas para longe. Com os pés descalços e quentinhos assim que entrei em contato com o chão senti um forte choque. Fui até o guarda roupa, peguei as primeiras roupas que vi a minha frente e fui direto ao banheiro.

O fato de Merida morar a duas quadras da minha casa é um pouco ruim, ela chegará muito rápido e eu tinha que estar preparada. Caso contrário, Merida ficaria brava e é a última coisa que eu quero. Uma vez também tínhamos marcado de sair, só que eu me atrasei como agora e a ruiva ficou uma fera dizendo que não gostava de esperar e que eu devia ter me levantado mais cedo. Parecia até minha mãe. Desde aquele dia, resolvi não aborrecê-la mais.

Tomei um banho rapidíssimo (só joguei uma água no corpo) coloquei o biquíni - frente única -de cor verde mais rápido ainda, depois amarrei uma canga na cintura e prendi os meus longos cabelos loiros em um rabo de cavalo bem alto. Não demorou muito para eu ouvir o som da campainha tocando. Nem falei nada, provavelmente minha mãe iria abrir a porta.

Depois de dar os últimos retoques a minha cara nem um pouco agradável eu sai do banheiro e fui em direção ao meu quarto novamente. Quando adentrei, Merida estava sentada na minha cama mexendo no meu celular.

– O que você está fazendo aí? – perguntei a encarando. O normal seria Merida ficar lá na sala sentada comportadamente apenas me esperando, mas como estamos falando de minha melhor amiga, isso seria pedir demais e praticamente impossível.

Ela parou imediatamente o que estava fazendo e me encarou com um sorriso amarelo.

– Oi! Estava só te esperando – falou ainda sorrindo. Ela estava usando um biquíni que por enquanto só estava à mostra a parte de cima, sendo um biquíni cor azul marinho. Em baixo usava um short jeans cinza, nos pés chinelos amarelos.

– Ok... – respondi desconfiada e caminhei até a estante para preparar a minha bolsa. Preparar a bolsa de uma mulher sendo o destino uma praia basicamente se resume em bloqueador solar, óleo bronzeador, toalhas, cremes, óculos e mais mil coisinhas indispensáveis. - Vivi já está lá? – perguntei procurando o bloqueador solar.

– Sim, na verdade ela está nos esperando no ponto de ônibus e depois da praia nós vamos ao Beach House. – Ela avisou. Para quem não sabe o Beach House é uma balada muito famosa que tem umas duas quadras da praia, toda a galera se encontra lá. É o ponto de encontro de nós adolescentes.

Assenti com a cabeça finalmente achando o bloqueador dentro de uma gaveta qualquer, fechei a minha bolsa e a pendurei no braço. Olhei-me no espelho e sorri, afinal tinha conseguido me arrumar em menos de cinco minutos.

– Como estou? – virei de frente para Merida, a mesma me encarou de cima a baixo.

– Até que não está tão ruim... – respondeu indiferente.

Peguei uma almofada da minha cadeira e joguei nela.

– Obrigada por levantar minha autoestima – disse em meio a risadas.

Ela riu junto comigo, pegamos nossas coisas e fomos até a sala.

Como já era de se esperar minha mãe estava nos esperando na sala para fazer aquele interrogatório chato que ela sempre faz quando eu vou sair, eu e Merida até já decoramos as perguntas e as nossas respostas são sempre as mesmas.

– Posso saber onde as senhoritas vão? – ela perguntou com os braços cruzados. Pude ouvir Merida dizer exatamente o mesmo que Góthel e no exato momento, só que baixinho. Escondi o riso e revirei os olhos, rápido o suficiente para a morena não perceber.

– Na praia mãe, eu te disse isso ontem – a encarei, entediada. Como pode esquecer tão rápido? Ou é mania mesmo de fazer sempre as mesmas perguntas.

– E que horas voltarão? – desfez os braços cruzados e os passou para a cintura. Novamente Merida repetiu no exato momento que Góthel. Impressionante como a ruiva já sabia o intervalo de tempo em que mamãe dizia as coisas. Escondi o riso novamente.

– Umas oito da noite, por que depois da praia nós vamos... – Não deixei Merida terminar a frase, pois coloquei minha mão em sua boca. Ela ia dizer o que não devia para Góthel. Depois da praia, obviamente iríamos para o Beach House nos encontrar com o resto da turma, mas a minha mãe detestava esse lugar e se ela soubesse que eu o frequentava me comeria viva.

– Nós vamos apenas caminhar por aí depois da praia e já iremos voltar para casa, tá bom mamãe? – Disse com um sorriso mais falso que eu já fiz e Merida concordou rapidamente ainda com a minha mão sobre sua boca.

Góthel nos olhou desconfiada mas nos deixou ir.

Assim que saímos de casa, andamos uns cinco passos e eu parei rapidamente e fuzilei Merida com os olhos.

– Você definitivamente quer que eu fique um mês de castigo não é? – disse brava. Não é a primeira vez que Merida “esquece” e quase fala demais para Góthel.

– Ok, Ok, desculpa! – ela levantou as mãos em rendição. – Prometo que na próxima eu somente vou concordar.

– Tomara, não?! Se liga! – dei uma tapa não muito forte em sua cabeça e a ruiva apenas riu.

Fomos para a praia.

–X-

Violeta nos esperava no ponto de ônibus, andava de um lado para o outro rapidamente parecendo estar impaciente. Sim, eu confesso que demoramos um pouquinho. Apressamos o passo e fomos ao encontro dela.

Assim que nos viu ela fechou a cara e berrou:

– ATÉ QUE ENFIM SUAS MONGAS! SABE QUANTO TEMPO EU ESPEREI? – se pudesse soltava fumaçinhas pelos ouvidos.

– Ah, não exagera Violeta – Merida pôs o braço no ombro dela e suspirou. – Vamos recompensar esse tempo gasto.

Violeta bufou, mas logo depois sorriu e nos cumprimentou.

Caminhamos pela praia, já deveria ser umas dez da manhã. A praia estava lotada, crianças correndo, namorados caminhado, solteiros dentro da água, meninos jogando, surfando, e as meninas o mesmo.

Não tinha lugar disponível para a gente ficar na areia então ficamos andando pela praia e conversando sobre vários assuntos. Mas o principal mesmo era os garotos. Violeta disse que esse ano e esse dia ela iria beijar alguém. Merida e eu já não fazíamos tanta questão assim.

Caminhamos até achar um lugar para ficarmos. No meio da multidão, colocamos algumas cangas na areia, chinelos para prendê-las e nossas bolsas. A vista era maravilhosa e mais alguns minutinhos e eu ia cair na água.

– Ficaram sabendo da última? – Violeta que quase sempre sabe tudo sobre as notícias que rolam por aí, nos perguntou. Ela não se considera uma fofoqueira, apenas diz que está “por dentro” do que acontece.

– Não, qual é? – Merida perguntou já tirando o short jeans revelando a parte de baixo do seu biquini. Era azul marinho também, com um laço branco na lateral esquerda.

– Simon está namorando com a Astrid! – ela revelou. Bem, Simon é um menino da minha escola e já foi o meu melhor amigo. Nos afastamos por muitos motivos, um deles inclui Astrid que não simpatiza muito comigo e nem com as minhas amigas. O apelidamos de Soluço, pelo fato de até os doze anos de idade sempre que ele estava nervoso, soluçava. Tem a mesma idade que eu, porém são seis meses de diferença.

– Sério? Ele ficou com aquela loira oxigenada?! – Merida berrou. Na verdade Astrid e Merida não se suportam desde a quinta série. Astrid joga handboll junto com Merida e as duas vivem disputando seja por qualquer coisa, inclusive garotos. Astrid não é uma loira oxigenada, já que o seu loiro é verdadeiro, mas adoramos criar apelidos para as pessoas, principalmente para aqueles que não gostamos.

– Ciúmes? – perguntei sarcástica. O fato de Soluço e Merida trocarem aquelas olhadas demoradas desde o final do ano passado não esconde que eles tem um pequeno “tropeço” um pelo outro.

– Cala a boca Rapunzel! – disse brava e isso só fez com que eu e Violeta ríssemos.

– Meninas me ajudem! Eu acho que estou afim do Wilbur. – Violeta levou sua mão à boca a fim de roer as unhas. Essa aí é outra, vive em um triangulo amoroso eterno com Antonio e Wilbur. Em um dia está gostando de um e no outro dia está gostando de outro.

– Fica com ele – Merida deu de ombros.

– Como você é engraçadinha – Violeta revirou os olhos. Todos nós sabíamos que por mais que Violeta gostasse do topetudo (isso por que ele sempre passa gel em seu cabelo para ficar alto, ou seja, de topete) ela nunca iria se declarar ou ficar com ele. No quesito romance, ela é um pouco tímida.

– Meninas, eu vou na água um pouco tá? – perguntei já me levantando e ajeitando o biquíni, antes que elas resolvessem pegar no meu pé, se bem que eu não tenho ninguém para elas fazerem suas brincadeirinhas.

“Ok, vai lá” foi o que eu ouvi indo em direção ao mar.

Quando estava à beira da água coloquei meus pés alinhados para sentir a temperatura da mesma, estava um pouquinho gelada. Respirei fundo e dei mais um passo, olhei ao redor e vi que as pessoas se jogavam logo, elas mergulhavam sem nem pensar duas vezes. Talvez era isso que eu devia fazer, assim eu me molho de uma vez. Contei até três mentalmente e corri adentrando o mar até ele ficar um pouco acima da minha cintura já molhando a ponta dos meus cabelos agora soltos. Com um impulso para à frente mergulhei.

A sensação de estar submersa ao mar era incrível. Os meus ouvidos ficaram “surdos” por alguns instantes e o barulho das ondas era quase que um “estrondo mudo”

Demorei um pouco para voltar ao imerso. Assim que voltei, o som do ambiente voltou ao normal com as mesmas gritarias, pessoas conversando, quebra das ondas de antes. Tirei alguns fios de cabelos que atrapalhavam a minha visão com a mão passando rapidamente sobre eles. Olhei de volta a margem e as meninas pareciam estar conversando normalmente. Voltei meus olhos ao mar e mais ondas se aproximavam, com um olhar decidido mergulhei as atravessando.

–X-

– Vai querer milho, Punzie? – Merida perguntou antes que pudesse comprar.

– Não, obrigada! – respondi me enxugando na toalha. – Meninas por que vocês não caem no mar? A água está uma delicia.

– Depois do milho eu vou. – Violeta disse terminando de passar bloqueador no rosto. Até a admiro pelo cuidado com a pele, eu tinha me esquecido de passar em mim.

– Está parecendo um fantasma! – brincou Merida olhando para a cara branca de Violeta.

– Merida, me faz um favor e também para toda a humanidade? Se mata! – Violeta disse ríspida, provocando risos na ruiva.

– Eu vou com você Punzie – Merida ajeitou o biquíni e prendeu o seu cabelo em um coque, deixando alguns cachos ruivos soltos.

– Isso, vão indo que eu já vou – anunciou Violeta já na metade de seu milho. Ela come bem rápido.

Eu e Merida corremos até o mar e ao contrário de mim, ela já saiu se atirando assim que seu pé entrou em contato com a água.

Fiquei olhando para Merida, ela sabia nadar bem. Deu quatro braçadas até chegar ao fundo e depois voltou já começando a me tacar água de todas as maneiras possíveis, seja chutando a água, fazendo conchinha e jogando a água depois e eu revidava. Logo depois Violeta se juntou a nós e estávamos nos divertindo como três criançinhas.

A nossa tarde inteira fora assim, risos, piadas, coisas retardadas enfim, precisávamos aproveitar ao máximo o nosso último dia de férias. Eu poderia jurar que esse dia foi totalmente perfeito...

Quando eram umas seis da tarde, estávamos exaltas e eu se pudesse dormiria ali na praia mesmo. Mas eu não podia, ainda tinha que ter energia para irmos ao Beach House. E não ia demorar muito para nós aparecermos por lá.

– Meninas, acho que eu tenho que me arrumar na casa de alguma de vocês. – disse passando a minha mão pela nuca – Se eu voltar para casa, provavelmente não saio mais de lá – lamentei.

Estávamos juntando as coisas e a praia já não estava tão cheia comparada a manhã. Meus cabelos pareciam mais uma saleira de tanto sal. Merida foi esperta em fazer um coque e o caso de Violeta estava tão crítico quanto o meu.

– Não tem problema Punzie, você se arruma na minha. – Merida passou o braço em volta do meu pescoço e me conduziu até a “saída” da praia.

– Ei, acho que também vou aparecer por lá pode ser? – Violeta fez a cara mais pidona que eu já vi. Merida riu e confirmou. Até que seria legal nos arrumarmos juntas só que eu seria a primeira a entrar no banho, claro. Já tinha trazido algumas roupas na minha bolsa, a noite prometia.

–X-

– Ela está há uma hora no banho! – Merida bufava enquanto caminhava pelo seu quarto.

Violeta estava mesmo demorando, mas eu não sei por que Merida está tão apressada, geralmente é ela que nos atrasa. Talvez seja pelo fato de Soluço estar lá.

– Acalme-se menina! Por que você quer sair logo? – perguntei enquanto penteava meus cabelos loiros molhados em frente ao espelho do quarto da ruiva, estando com apenas as minhas roupas íntimas.

– Porque não podemos perder um segundo da festa, você já vai ter que ir embora. – ela parou de andar e cruzou os braços.

– Tem certeza que é só por esse motivo? – perguntei com certa malícia na minha voz.

Ela não pronunciou uma palavra, porém me encarou enfurecida. É, estava óbvio que não era só por esse motivo. Seria difícil fazê-la admitir, mas não precisa ser nenhum gênio da lâmpada para saber que essa pressa toda era para encontrar Soluço.

Mais alguns minutos se passaram, nós já estávamos prontas. De repente a porta se abre revelando Violeta, por milagre ela também já estava pronta.

– Estou pronta! Vamos? – ela perguntou sorrindo. Usava uma blusa tomara que caia preta, com babados em baixo, calça jeans claro e sapatos de salto, pretos.

– Até que enfim! – Merida se levantou da cama, ajeitou sua roupa e pegou sua bolsa.

Elas foram na frente enquanto eu terminava de passar meu gloss, escutei um “Vamos Rapunzel” lá da porta, peguei minha bolsa dei uma ultima olhada no espelho e desci as escadas correndo. Beach House me aguarda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?