Meu nome é Rapunzel Corona, tenho 16 anos, sou loira e meus cabelos vão até a altura da cintura, tem dias que fica um pouco mais em baixo e outros que fica mais acima. Minha mãe é Góthel, ela não se parece nada comigo, meu pai morreu quando eu tinha uns dois anos então ela diz que eu puxei a ele. Góthel tem cabelos negros e enrolados, é um pouco grossa às vezes e super independente. Ela não gosta muito que eu vá a festas com a minha amiga Merida. A propósito, Merida é a minha melhor amiga! Minha irmã de outra mãe e eu a amo. Mas não é só com a ruiva, Góthel é assim com praticamente todos os meus amigos. Sendo uma mãe super protetora me irritando às vezes. Por conta disto, Merida está sempre aqui para me animar. A Conheço desde os seis anos, nossa amizade tem bastante história.

Sempre estudamos juntas e esse ano, íamos para o 2º ano do Ensino Médio mais conhecido por “meio do caminho” e tudo pode mudar... Ou para melhor ou para pior, eu torço para que seja para melhor. Esse ano eu quero ver se faço os testes para líderes de torcida, eu amo dançar e Merida já me disse milhões de vezes que eu tenho perfil para esse tipo de coisa. Então resolvi que iria fazer. A Tia Elinor, mãe da ruiva, vai me dar todo o apoio possível, com todos os equipamentos e dicas. Na verdade ela queria que sua filha entrasse para o cargo. Mas a garota não curte muito isso, então Elinor me trata como sua segunda filha, e vai me dar todo o apoio que precisar, está aí o motivo.

Merida é dois meses mais velha que eu. Ah, tem também a nossa amiga Violeta que é um mês mais nova, se fizéssemos um ranking de posições digamos que eu seria a do meio do nosso grupo. Nenhuma de nós namora, mas como eu disse tudo pode mudar.

Já havia comprado praticamente todo o meu material, o inicio das aulas era nessa segunda... É triste saber que minhas férias de verão estão acabando. Eu me diverti tanto, fomos à praia, saímos quase todos os dias, dormimos até mais tarde, compramos, engordamos, viajamos, enfim, curtimos as férias como verdadeiras três típicas adolescentes curtem. Mas quando retornasse as aulas iria focar por completo. O segundo ano é razoavelmente difícil e bastante decisivo, e eu não quero ter que rodar de ano... Na verdade nunca rodei, nem mesmo peguei recuperação. Merida sempre fica para recuperação, mas ela por incrível que pareça consegue no final (não que eu a subestime, longe disto). Já a Violeta ou Vivi para os mais íntimos, ela é meio a meio, só às vezes que tira notas baixas no 2º trimestre já que a nossa escola, Lemos Salesianos, é avaliada em trimestres. E eu, bem... Eu nunca experimentei ambos para a felicidade de alguns e inveja de outros.

Mas não pensem que eu sou só uma CDF, sei me divertir também... E sou a única que posso ter a “desculpa” de dizer: “professora, não fiz a lição porque meu cachorro comeu!” (Rapunzel, que maneira mais clichê de dizer que tem um bichinho de estimação) sim, eu tenho um cachorrinho. Pascal é seu nome, isso porque eu o ganhei na páscoa. Presente da minha mãe, ela nem sempre é chata, tem horas que ela é uma boa mãe. Só que Pascal está na casa dos meus padrinhos e vai ficar um bom tempo por lá, levando em conta que eles não se dão muito bem com minha mãe. Sendo assim, eu vou demorar a vê-lo novamente.

Bom, são exatamente 22h15min, faz meia hora que cheguei da rua, estou exalta! Peguei meu notebook só para me distrair e entrar um pouco no Facebook ou “face” para aqueles que têm preguiça de dizer o nome completo, no momento é a rede social mais acessada. Não podia demorar muito afinal, amanhã tinha que acordar cedo para aproveitar o meu último dia de férias. Mas mesmo assim entrei, eu já estava com tudo pronto mesmo. Merida estava online.

“Hey, quanto tempo” ela digitou, bem irônica, afinal nem fazia uns dez minutos que acabamos de nos ver.

“kkkk psé” enviei a mensagem.“Internetês” é com certeza a linguagem mais falada entre nós, não estranhem.

“amanhã, borá p/ praia?” era típico de ela ir para a praia e me convidar, e era típico também de eu aceitar.

"com certeza, as 09hs’’ marcamos.

Tudo estava perfeito, eu gosto da minha vida. Provavelmente já encontraríamos Violeta lá. Ela sempre vai à praia. Sempre. E o que a gente iria fazer? Bom... Nada mais nada menos que nos divertir. Só tinha esquecido um detalhe... Tinha que convencer a minha mãe de me deixar ir, e por um milagre ela tinha que deixar afinal eu tenho o argumento de que é o último dia de férias. Algo dentro de mim dizia que ela iria deixar.

Umas das coisas que gosto na praia é o Surf, eu gosto muito do esporte, mas nunca tentei praticar. Por mais que eu goste do esporte, eu tenho medo de subir em cima de uma prancha e isso não é um bom começo. Mas eu sei que algum dia alguém vai me ensinar, ou talvez até eu perca o medo sozinha mesmo.

Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios no Face e eu ainda estava decidindo se iria falar com mamãe amanhã ou hoje. Quando se está em dúvida, não custa nada perguntar uma opinião para a sua melhor amiga, ou nesse caso, Merida.

“Falo com ela amanhã ou hj?” perguntei para a ruiva.

“hj e agr!” ela digitou. Ela tem razão, vai que eu deixasse para falar amanhã, e Góthel negasse.

“okay, já volto” eu iria mesmo falar com mamãe, a mesma estava na cozinha fazendo alguma coisa para comer, momento perfeito para termos essa conversa.

Levantei-me da cama, calcei as pantufas e fui até a cozinha na esperança que ela me deixasse ir. Eu queria muito ir.

Pois é, deu para perceber o sacrifício que é para Góthel deixar alguma coisa. Quando cheguei à entrada da cozinha, mamãe estava super distraída mexendo com uma colher de madeira em um pote de cor verde com fermento dentro. Parecia que ela estava fazendo bolo, usava um avental da cor branca e cantarolava alguma musica da época dela.

Coloquei uma mecha de fio dourado que atrapalhava a minha visão para trás da orelha e suspirei fundo.

– Oi mãezinha querida! – adentrei a cozinha alegremente.

Ela sorriu para mim e continuou a mexer no fermento distraidamente.

Olhei para ela na esperança que a mesma pudesse notar que eu estava querendo alguma coisa. Nada aconteceu, coloquei as mãos para trás e comecei o meu discurso.

– Então mamãe, como a senhora sabe amanhã é meu último dia de férias...

Ela assentiu com a cabeça e finalmente me fitou.

– E, Merida me convidou a ir à praia para comemorar – disse praticamente engasgada. Ela levantou uma sobrancelha. – Bem, não é exatamente para comemorar... Enfim, posso ir? – perguntei esperançosa e já indo direto ao ponto.

Ela parou de mexer o fermento com a mesma intensidade de antes e fechou os olhos, suspirou por alguns instantes e os abriu novamente.

– Rapunzel, querida. Você já saiu duas vezes essa semana, já não acha que é o suficiente? – me fitou séria.

– Eu sei, mas mamãe, é que amanhã é o último dia de férias como lhe disse e... É só uma praiazinha, a bem aqui do lado. Não é muito longe. Por favor, me deixe ir! – implorei com as mãos juntas.

– Tudo bem, mas só desta vez. – Ela voltou a mexer o fermento com rapidez.

Dei três pulinhos de alegria e agradeci umas mil vezes enquanto a abraçava. Fui correndo para o meu quarto avisar Merida da minha “vitória”.

Porém quando eu abro o meu Facebook novamente, alguém tinha me adicionado. Curiosa, fui ver quem era, um tal de Jack Frost.

Óbvio, eu nem o conhecia, mas eu aceitava todos que me adicionavam conhecendo ou não. Então porque com ele seria diferente? Cliquei em confirmar e voltei a falar com Merida.

Comemoramos e ficamos conversando sobre mais algumas coisas. Logo depois eu fui dormir afinal, amanhã seria um dia bastante agitado.