A Caçadora escrita por Swiper
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo ficou meio curto né? Foi mal.
Boa leitura!
Vários dias se passaram e a situação em São Francisco não estava boa. Parecia que o número de astonianos havia triplicado. O sistema eficaz de proteção por parte dos caçadores não estava sendo o suficiente para combater os tantos ataques contra os Humanos. Lucy parecia que estava ficando doida com tanta tarefa e muitas vezes Nina assumia certas responsabilidades para poupar sua mestra, mesmo não tendo mais seus poderes.
Naquele momento, entretanto, Nina estava extremamente nervosa. Era o dia de se apresentar para Ordem. Eles iriam decidir o que fazer com ela e era justamente por isso que estava receosa. Nina ouvira histórias que quando se sabia de mais, podia simplesmente ser dispensado das tarefas de caçadores quanto ser eliminado.
– Calma, Nina, você não vai ser morta. Você apenas participou de caçadas comuns, nunca ficou responsável de pegar segredos dos astonianos ou tem uma grande posição entre os caçadores.
– Mesmo, assim, aqueles velhos me dão medo.
– Você nunca os viu pessoalmente.
– Por isso mesmo. Se no cartaz eles já eram medonhos, imagine ao vivo.
– Nina, calma, respire fundo e relaxe. Se algo de ruim acontecer com você, mexo meus pauzinhos.
– Isso não acalma, exatamente.
– Não interessa, deixe de ser medrosa.
Com essa frase motivadora, Nina entrou na sede da Ordem de São Francisco. A sede se encontrava abaixo da Catedral de Santa Maria da Assunção. Nina achava um pouco contraditório uma sede de guerra ser abaixo de uma igreja, mas pelo o que soube, a base já existia muito tempo antes da igreja ser construída. A entrada para a sede ficava abaixo de um dos bancos.
– Então - disse Nina ao entrarem na Catedral - É você que sabem onde está a passagem.
– Certo, só estou esperando Jorge - respondeu Lucy.
– Por quê?
– Nina, a base foi construída em um lugar público, você acha que o banco que esconde a passagem é tão leve assim? Isso é feito de madeira e chumbo.
Nina deu um gemido de desgosto, mas esperou por Jorge. Após uns dez minutos ele chegou.
– Demorou, hein? - comentou Lucy.
– Desculpe, acordei atrasado. Ah e você vão ter que me ajudar, esse banco é realmente pesado.
Assim, ele, Lucy e Nina ajudaram a mover o banco. Uma das vantagens de ser uma caçadora, era ter uma força surpreendente. Depois de terem movido, Nina viu uma espécie de alçapão aparecer. Nina estava indo em direção a fechadura, mas foi impedida por Lucy.
– Cuidado, Nina, quando movemos esse banco, é liberado arsênio.
– O quê? - gritou Nina pulando para trás.
Lucy, com seus poderes fez um tipo de bolha protetora com fumaça negra.
– Isso fará com que não sejamos intoxicados.
– Por que diabos esses malucos colocariam arsênio em exposição?
– Porque esse é um dos poucos elementos que é tóxico tanto para os Humanos quanto para os astonianos. Como os humanos comuns não tem força o suficiente para afastar esse banco, não é perigoso.
– Mesmo assim não deixa de ser perigoso para nós.
– Eu sei. Jorge, você fica tomando conta da passagem.
– Sabe, são quatro horas da manhã, não acho que alguém virá até aqui durante umas três horas.
– Só tome conta.
Elas levantaram o alçapão e desceram inúmeros degraus em uma semi escuridão.
– Por que aqui é tão escuro? E essa escada não acaba nunca?
– Pare de reclamar, Nina, já estamos chegando.
Depois de mais vários degraus, elas finalmente alcançaram o chão onde tinha uma parede e uma porta branca.
– Preparada? - perguntou Lucy.
– Não.
– Ótimo.
Elas abriram a porta e por um momento, Nina se viu cega pela claridade que havia batido em seus olhos. Quando se acostumou, viu que a sede era menor do que esperava.
A sala não era muito grande, mas possuía muitas cadeiras enfileiradas e uma bancada de atendimento. Nas paredes, continha vários retratos de Humanos.
– Quem são esses? - sussurrou Nina para Lucy, não querendo atrapalhar o incrível silêncio que estava ali.
– Os chefes da sede, ou se preferir, os velhos malucos que te chamaram aqui.
– Oh.
Elas foram até a bancada e uma mulher loura com aparelho nos dente as olhou
– Seus nomes e o evento.
– Ahn, Nina Gerhard. Maldição.
– Um momento.
Ela mexeu em alguns papéis e pastas e depois as olhou.
– Esperem só um instante, vou avisá-los que chegaram.
– Fala sério, são quatro e meia da manhã e eles já estão acordados? - perguntou Nina incrédula depois que a mulher se levantou e entrou na única porta que ali havia.
– Nina, eles são os chefes de todos os departamentos dos Humanos, não podem se dar o privilégio de dormir muito.
– De, de todos? De todas as sedes dos caçadores, dos iluminados, dos feiticeiros e até dos guardiões?
– Isso. Como vê, eles tem muito trabalho.
Alguns minutos depois, a mulher voltou anunciando que ela já podia entrar.
– Você não vem?
– Foi você que foi amaldiçoada, não eu. Você é que entra lá.
Nina deu outro gemido de desgosto e caminhou até a porta branca. Se encheu de coragem e entrou na sala. Ali, comparado à "recepção", parecia ser maior. No entanto, só tinha uma única cadeira em frente a uma bancada com várias pessoas. A maioria deles tinha cabelos brancos, outros eram calvos e usavam óculos.
– Er, olá - disse Nina.
– Sente-se - respondeu um dos chefes que tinha os olhos muito verdes.
Nina obedeceu e esperou eles falarem.
– Bem, como diz aqui, você foi amaldiçoada em um combate às dez e vinte da noite de um sábado por um astoniano. Correto?
– Sim.
– E é aprendiz da senhorita Finkle, uma caçadora oficial. Correto?
– Sim.
– E está perto de se tornar uma caçadora oficial, mais exatamente daqui há cinco meses e nove dias. Correto?
– Provavelmente.
– E segundo o relatório de sua mestra, ela já retirou o veneno do seu corpo, entretanto uma parte dele já tinha entrado em seu organismo e você perdeu seus poderes. Correto?
– Exatamente.
O velho abaixou os papéis e olhou para Nina. Ela ainda se sentia desconfortável na presença deles.
– Pelo o que eu soube, você não dirigiu nenhuma caçada, não enfrentou um astoniano maior que nível três e não participou de nenhuma missão contendo segredos em risco. Eu diria que você não é um perigo. Todos concordam?
Dessa vez, quem assentiu forma os outros chefes atrás da bancada.
– Muito bem, agora vamos discutir sua situação - disse uma mulher de meia idade com os cabelos grisalhos - Depois daqui, você passará por uma simples avaliação e não me interrompa.
Nina se calou.
– A avaliação será realizada aqui por nós mesmos, depois você será orientada pelo programa de treinamento especial para amaldiçoados. Você está oficialmente proibida de participar de qualquer caçada até que digamos o contrário e nossas regras sobre exposição da nossa espécie, dos astonianos ou de qualquer outra continuam prevalecendo. Entendido?
– Sim.
– Agora venha até aqui.
– O quê?
– Você é surda?
– Não.
– Então por que ainda está aí?
Nina se levantou apressadamente e foi até a bancada.
– Aqui, senhorita Gerhard - chamou o último chefe da ponta esquerda da bancada.
Ela foi até lá e se virou para ele.
– Me dê sua mão.
Ainda receosa, ela obedeceu e esperou. Passaram-se vários minutos com o homem segurando sua mão com os olhos fechados até ele soltá-la.
– Pode ir agora, senhorita.
Surpresa por ser tão fácil assim, saiu depressa da sala. Quando abriu a porta e voltou para a "recepção", viu que estava lotada. Várias pessoas de ternos e gravatas, mas a que mais chamou a sua atenção, foi uma mulher de cabelos ruivos algemada nas mãos e nos pés sendo vigiada por dois Humanos. Sem querer ser mal educada, desviou o olhar e procurou por Lucy.
– Oi.
– Pronto? Então vamos indo, você me conta o que eles disseram quando sairmos daqui.
Nina assentiu e junto de Lucy voltaram à igreja. Fecharam a passagem e recolocaram o banco.
– Então?
– Foi bem rápido, eles leram uma espécie de ficha minha, disseram que não um perigo para eles e que eu seria orientada para aquele treinamento para amaldiçoados.
– Eles não te examinaram?
– Tá falando daquela coisa de pegar na minha mão?
– Nina, aquilo é uma forma de penetração na mente. Eles a usam para saber se tudo o que falou era verdade ou não.
– Aquele velho entrou na minha mente?
– Ao menos uma parte dela.
– Mas eu não senti nada.
– Poucas pessoas sabem essa técnica, é passada para um único aprendiz a cada geração. E aliás, você é muito nova para perceber que algo desse tipo está acontecendo. Talvez tenha sido o velho Jack a fazer isso.
– E eles tem direito a fazer isso? Eu não deveria saber que ele ia entrar na mente?
– Deveria, mas eles não falam para que os novatos não bloqueiem suas mentes.
– Dá para bloquear a mente?
– Claro, daqui a algum tempo eu lhe ensino.
– Ok e só mais uma pergunta. Quem era aquela mulher ruiva algemada?
– A com os homens do lado? Ela é chamada de Dick, a insana. Ela traiu a Ordem e se aliou aos astonianos.
– Foi ela que causou a batalha nas montanhas de Monterrey, há cinquenta anos atrás e atualmente estava envolvida no ataque ao píer 27. Além de tantos outros ataques, é claro - esclareceu Jorge.
– Cinquenta anos atrás? Mas ela parece tão jovem.
– Ela se envolveu com a magia astoniana, que no caso, não temos total ideia do seu poder.
– Agora está lá para ser interrogada. Provavelmente será colocada em uma sela incapaz de fugir ou se matar. Ela sim, está com grandes problemas - disse Lucy.
– Uau.
– Agora, mocinha, que eu saiba logo, logo terá aula.
– Não posso dormir um pouco antes? Nós acordamos muito cedo.
– Porque não tem pessoas perto da igreja a essa hora, eu lhe disse. Agora vamos para casa, você toma seu café e vai para a escola.
Nina novamente deu um gemido de desgosto, mas sentia-se mais leve por saber que não seria morta ou colocada em uma cela.
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E aí??