Consegui dormir tranquilamente, mas sinto que caio no chão forte BAM (é o som deu estar caindo). Abro meus olhos e vejo que Caio está do meu lado, encarando-me e vejo que minha perna está em cima dele.

– O que foi? – pergunto, me sentando.

– A culpa é sua. – ele não muda a expressão.

– Por?...

– Por cairmos no chão, você não parou de se mexer. Eu cai umas três vezes e você só tapando a cama toda, apesar de ser magra. (¬.¬)

– Caio, desculpa, é que quando tenho pesadelos não paro de me mexer.

– Deveria ter me avisado antes...

– Desculpa aí.

Ele suspira e dá um sorriso de canto.

– O que foi? – falei – Por acaso gosta de cair?

– Não. É que foi engraçado, você ficou dura deixou uma de suas pernas na parede, enquanto o resto do seu corpo ficava em cima de mim e foi nessa hora que você empurrou, me desequilibrando e assim caímos. Isso pode ser um bom despertador para você não?

Me avermelho, depois que começamos a namorar não paro de ficar vermelha. E não to gostando disso.

– Vamos logo tomar café, estou com fome. – ele diz e se levanta indo para a porta – Vamos logo antes que o Shou...

POU!!(porta se abrindo fortemente) Shou entra com tudo e Mok está atrás dele com uma das pernas levantadas. Imagina a cena: Mok com uma perna levantada nos olhando assustado, Shou voou pra dentro do quarto... E bem está em cima do Caio. Foi rápido, mas juro que com essa queda Shou deu um selinho no Caio. Você tá entendendo? Não? Então é nóis... MAS QUE DROGA TÁ ACONTECENDO AQUI!!!!????

– CAIO, SHOU VOCÊS SÃO GAYS?! – Soo fala chegando na porta e vê a cena, mas não é só ele é o Jung, e Myuung. – LUCE SEU CORAÇÃO DEVE ESTAR DESPEDAÇADO.

– O QUÊ?!!!!- grito.

Caio dá uma voadora no Shou (ele tinha paralisado em cima dele). Sério, nem sei o que estou sentindo. Sei que foi um acidente, mas sei lá.

– É CLARO QUE NÃO SOU GAY, VOCÊ É CEGO!? – Caio momento revoltado é engraçado. Ele se levanta e me puxa pela mão até a cantina.

– Como foi beijar o Shou, Caio? – pergunto começando a rir, ele me encara.

– Muito estranho. O pior foi os outros terem chegado.

– Não se preocupe, eu vou falar com eles.

– O “falar”, você quis dizer “ameaçar” não? – sorrio e ele sorri de volta.

Chegando na cantina vejo Ágata sentada no banco (NÃÃÃÃÃÃÃO imagina ela tá contando os bancos!), continuando ao lado dela estava um garoto, que por sinal é bonito, mas meu Caio vem primeiro.

Continuamos andando e quando virei de costas uma voz que há muito tempo não escuto:

– Luce? Nossa, nem reconhece os antigos amigos?

Viro-me e vejo Gustav, meu primeiro melhor amigo.

– AI CARACA É VOCÊ MESMO! – corro para abraça-lo.

– Nossa há quanto tempo hein?

– Mas, o que tu tá fazendo aqui?

– Bem, minha escola também está de férias, mas estamos em outro hotel é aqui perto, só que não costumo sair muito, por isso nem vim aqui. Eu havia ajudado o meu professor e enquanto voltava acabei esbarrando em Ágata e agora vejo você.

– Nossa que história... Estou muito comovido. – EPA! Esqueci-me do Caio.

– Quem é você? – Gustav pergunta sem interesse, ele dava pra entender “só fiz essa pergunta, porque sou educado”.

– Não importa. – Caio responde nem ligando pro que Gustav perguntou, e isso o deixou irritado.

– CLARO QUE IMPORTA! – Falei alto demais e todos me olharam – Gustav, ele é Caio meu namorado. – agora não foi tão alto.

Ele faz uma cara tipo “WTF!? Tá falando sério? Poderia arranjar coisa melhor”.

– Parabéns então. – Ele diz por fim.

– Hm. – Caio fez como quem não entendeu, mas com certeza ele entendeu MUITO bem.

– O que quis dizer com esse “hm”? – Gustav pergunta e Caio o encara e boceja. Ô garoto pra provocar!

– Hm – ele repetiu.

– Isso irrita.

– Hm.

– Dá pra parar?

– Hm.

– Luce como aguenta ele?

– Hm. – antes que eu responda Caio faz isso.

Antes de Gustav fazer algo, puxo Caio para longe e Ágata o puxa para outro.

– GUSTAV! PRECISAVA DISSO? – Ouço Ágata “falar”, como uma mãe dando uma bronca em seu pestinha.

– CAIO! – grito pra ele quando já estamos andando na praia.

– Caio uma ova! Por que não me disse desse tal de “Gustav”? – ele fez aspas, mas queria xingar.

– Escuta ele é meu amigo, e pensei que nunca mais o veria... Por isso não contei nada... Pera ficha caindo em 3...2...1...

– Como ass...

– VOCÊ FICOU COM CIUMES?! – o interrompo.

– O QUÊ?! – Ele meio que ficou constrangido.

– Não tem problema – falo e antes que ele diga algo, lhe dou um beijo – Também tenho ciúmes de você. – NÃO ME PERGUNTEM, NEM SEI POR QUE DISSE ISSO!

Como ele não disse nada comecei a andar na sua frente, eu estava vermelhinha tenho certeza. Sinto seu toque na minha mão, olho para ver e ele segura a outra.

– Ter ciúmes e demonstra-lo, significa que a pessoa realmente gosta da outra... – o Caio dizendo isso? Essa é nova – É eu tive sim ciúmes de você...

– Tá bom. – sorrimos - Então vou contar como o conheci. – ele me encara, mas depois concorda.

Flash Black on

Eu tinha quatro anos...

Todos os meninos me zoavam, por eu ser uma menina, mas agir como um menino... Eu só queria ter alguns amigos, mas minha única amiga era a Ágata, e ela é um ano mais velha.

– Você deveria nascer homem hahahaha – os garotos me chamavam assim, mas eu não aguentava mais.

Fui pra cima deles e comecei a bater, depois começaram a me chamar de homem. Foi quando conheci o Gustav, ele é dois anos mais velho que eu.

Todos mexiam comigo, então Gustav deu uma lição neles.

– Escutem! Vocês gostariam que fizessem isso com vocês? – eles balançam cabeças dizendo que não – Então, parem de fazer isso com ela. Antes de xingarem, conheçam a pessoa!

– Obrigada, mas sei me defender sozinha. – falei ao me aproximar dele.

– Não era o que parecia.

– POR QUÊ?? QUER APANHAR?

– Vai bater na pessoa que te defendeu?

– É acho que não, qual é o seu nome? O meu é Luce.

– Me chamo Gustav.

Depois disso todos pararam de me xingar, mas continuaram me irritando, parece até que gostam de apanhar. Gustav se juntou a mim, ele dizia que era legal.

Éramos melhores amigos eu, Gustav e Ágata, mas depois de alguns anos a mãe dele iria se mudar para longe, e nunca mais nós nos veríamos. Mas eu nunca me esqueceria dos dias que andamos de skate, brincamos e batíamos nas pessoas...

Flex Black off

– Tá me dizendo que sofria bullying?- Caio pergunta.

– Foi o que acabei de dizer, não? – ele ri.

– E pelo que me parece, ele gosta de você.

– Não, ele gostava da Ágata. Não sei se ainda gosta, mas ela sempre o considerou um amigo e agora ela namora Ogawa.

– Ele parece legal, mas não fui com a cara dele.

– Tá, pode deixar que eu vou sempre te puxar para longe todas as vezes que ele estiver por perto

Voltamos para o hotel de mãos dadas.