Misses Knightley - HIATUS escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 4
Respirar




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Antes que o sol se pusesse, Emma corria pela trilha que levava a Donwell, tinha levado a manhã e a tarde toda para encontrar coragem suficiente para fazer o que devia, e foi observando o pai que constatou que era o certo o que pretendia fazer, não importava o quanto doia em sua alma. E agora, a cada passo sentia o coração contrair-se até o máximo, pensou que não conseguiria alcançar seu destino naquela tarde.

- A srta. Woodhouse está esperando pelo senhor em sua sala. - Disse um criado.

- Emma está aqui? - Ele saiu de um pensamento profundo ao ouvir aquilo, deixando William Lakins furioso por sua falta de atenção. Ele havia aparecido pouco tempo depois do almoço, insistiu ao sr. Knightley que era necessário falarem de negócios, mas nada era decidido, George Knightley tinha um pensamento que não lhe sairia da mente.

- Sim, sr. Knightley. - Respondeu o criado e então perguntando que recado gostaria que ele transmitisse a srta. Woodhouse.

- Nenhum! Eu estou indo agora mesmo vê-la, Richard, você não chegaria antes de mim. William, deixaremos o assunto para amanhã, o esperarei logo depois do café, mas no momento é impossível que continuemos.

Sem qualquer reverência, ou mesmo resposta a sua fala, o sr. Knightley saiu da sala em que estavam e atravessou o corredor, depois as escadas e então parou. Estava diante da porta correta, mas ouvia vir de dentro do cômodo, o som de um choro sufocado. Pensou em irromper a porta com pressa, mas não o fez, pensou em ir a cozinha pedir a Muriel que trouxesse um copo de água com açúcar, mas estava nervoso de mais ele mesmo. Bateu a porta e ouviu Emma se arrumar lá dentro.

Ela estava em pé, no mesmo vestido de antes, mas olhos chorosos e com as mãos sobre a boca como se segurasse assim a emoção que sentia. Bastou que ele fechasse a porta para que ela desatase a chorar, mas não deixou que ele se aproximasse.

- Sr. Knightley, tem que saber, eu o amo, mais do que posso dizer ou o senhor, imaginar. E eu sempre te amarei. Mas eu nunca poderia deixá - lo! -Foi nesse momento que Emma não suportou e virando a uma das portas de vidro quis ir, mas antes disse - Esta tudo acabado entre nós, sr. Knightley!

Ele queria falar, mas Emma já havia ido, correra pela porta aos prantos e se afastava da casa depressa mesmo que as cegas. Ele precisou de um certo esforço para alcançá-la, segurando o braço.

- Emma! - Gritou ele novamente, o tinha feito por toda a corrida, mesmo que breve, agora tomava um pouco de fôlego e repetia mais docemente virando-a para ele -Emma.

Ela em profundo desespero apertou o rosto contra o fraque do sr. Knightley e então começou a babulciar " eu nunca poderia deixá - lo" e o que pareciam ser as mais sinceras desculpas dela.

- Seu pai, sim. - Ele compreendia o que Emma estava fazendo, ela nu ca poderia deixar o pai, ou Hartfield, era algo mais antigo que o amor de ambos.

- Ele passou todos os anos com medo que alguém me tirasse de Hartfield! Eu não posso deixá - lo agora nem nunca!

- Eu sei, eu compreendo. Fique calma Emma. Juro que estive pensando nisso, em uma solução...

-Não há solução! Não me peça para deixar Hartfield!

- Nunca pediria. Fique calma, Emma, sentemos na fonte para eu lhe contar, acredite, eu encontrei uma solução. - O sr. Knightley encaminhou-a gentilmente até a fonte segurando-a levemente pelos braços como se fosse um vaso prestes a se quebrar, quando já estava trincado. Sentaram-se e ele tentou acalmá-la. - Acredito que se lembra de quando vieram todos colher morangos em Donwell? Não, minha querida Emma?

- É claro que me lembro.

- Isso é bom, eu me lembro de ter dito algo a você debaixo daquela castanheira. - Ele apontou para uma árvore distante. - Perguntei a você se você gostaria de ser dona de Donwell, acredito que não soube a verdade por de trás daquelas palavras, mas a sua resposta foi fundamental para nosso problema em questão, você disse...

-... Acredito que William não suportará que eu seja dona de duas propriedades, pertenço a Hartfield e me é suficiente. - Completou Emma.

- Exatamente, foi exatamente assim que me disse. Agora quero que entenda, como você disse, você pertence a Hartfield, sempre irá, e o meu coração sempre estará aqui. - Ele segurou a mão dela e a levou até o coração dele, e então o transferiu para o dela o par de mãos. - E não importa onde você viver, eu ficarei muito feliz de estar ao seu lado.

- Você virá morar em Hartfield comigo? - Perguntou Emma quase descrente e um estado de semi consciência, nada parecia real, só um belo sonho.

- Irei. Se é assim que eu posso - ele se ajoelhou sobre o joelho direito ainda segurando sua mão nas dele - pedir para que seja minha esposa e viver com você todo o meu futuro, assim farei. Emma, você gostaria de ser, não a dona de Donwell, mas a sra. Knightley? A dona de meu coração? Mesmo já sendo, acredito que devo perguntar.

Emma sentia a beira de um desmaio, aquelas palavras, aqueles pedidos e decisões eram demais para seu coração, nele nunca teve mais felicidade como havia agora, era a mulher mais feliz do mundo e assim que conseguiu engolir um pouco de ar, expressou tudo que pode:

- Sr. Knightley, eu estou aqui, diante de você, lhe falando, porque estou prestes a quebrar uma promessa, uma vez, eu prometi nunca me casar, mas estou aqui, eu tinha planejado meu futuro. - Ela se levantou e esperou que ele fizesse o mesmo. - Mas nada me deixará mais feliz que unir os nossos mais do que um dia pude esperar. Sr. Knightley, eu estou devida e totalmente apaixonada pelo senhor. Serei a mulher com o mais belo futuro da humanidade! - Seu sorriso foi genuíno, abraçou-o até que então estivessem consumidos como fogo e pólvora em um beijo.

Era ali, cada um com seu coração na mão e os lábios selando uma promessa é que eles se encontravam, um no outro. A respiração e o coração edtavam acelerados quando terminaram o beijo, uniam-se testa a testa e com os olhos vendo dentro dos do outro, era uma ligação transparente,  mas inquebrável. 

- Tudo que eu quero ter, tudo que eu preciso está aqui. - Sussurou o sr. Knightley enquanto passava os dedos pelo rosto dela, era um rosto tão familiar, mas tão belo e diferente,  diferente eram seus olhos, havia algo crescente neles. Amor profundo e puro.

Nada faria de algum deles mais feliz do que naquele momento. Veja a diferença em suas mentes, ontem, quando se separaram, eram felizes por saberem ser amados plenamente por quem amavam. Mas hoje, tinham ali uma perspectiva real do futuro, estavam caminhando para o verdadeiro passo do amor.

Podiam respirar novamente, o pior entre eles, todo e qualquer medo havia sido superado, o amor se tornava a fôlego que ambos precisavam, assim como precisavam um do outro. Eles estavam a mercê do destino, juntos. 


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