61ª Edição: Herança Familiar, ou Não? escrita por AlexandreTHG


Capítulo 16
Capítulo 16 - O Ataque.


Notas iniciais do capítulo

OI PESSOAL!
Primeiramente, eu quero agradecer as maravilhosas, lindas, fofas, tudo de bom... minha leitoras Srta. Latier e Carol C pelas maravilhosas recomendações! :D
MUITO OBRIGADOOOOOOO!!!!!!! Espero que gostem do cap :D



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Belatriz ficou me chamando de idiota. Que poderíamos ter sido mortos por eu chamar a atenção assim no meio do lago.

Saí do lago ainda sem camisa e calça enquanto ela reclamava, e a atirei na água.

Depois de até ela se divertir, saímos da água. Minhas roupas estavam secas, mas as dela estavam encharcadas. Assim que vesti minha roupa quente novamente, percebi o quanto estava quente.

Então tive uma idéia. Peguei minha corda flexível da mochila e montei uma armadilha na beira do lago.

Voltamos para nosso abrigo, quando chegamos lá até as roupas de Belatriz já estavam praticamente secas, graças ao calor.

Foi quando em um choque de realidade, veio a minha mente: o calor derrete a neve.

Olhei ao meu redor e estava acontecendo, a neve estava muito menor. Não duraria muito mais tempo e a neve desapareceria. O que vai acontecer se toda a neve derreter e sumir no solo? Falei com Belatriz e ela concordou: o único lugar com água limpa vai ser o lago.

Decidimos permanecer no nosso abrigo dentro da enorme árvore até a neve toda derreter, depois veríamos o que fazer. Afinal, do lago até aqui não era tão rápido, nós perceberíamos um tributo se aproximando.

A noite chegou. Comemos mais pães e carne de pássaro. Bebemos água e voltamos para o nosso plano, eu guardava e ela dormia; depois o contrário. Assim que nos preparamos para a noite, o hino de Panem tocou e no céu a foto do tributo morto por aquelas explosões surgiu no céu. Era Géssika, a garota anã do distrito 7.

– Eu havia visto ela. – diz Belatriz de surpresa. – Enquanto o chão corria e eu lutava contra Luigi, vi ela e a garota do 5 juntas de relance na floresta.

– Ela se aliou à Jacqueline então. – digo. – Mas se elas estavam juntas, porque será que ela morreu e Jacqueline não?

– Essas explosões têm algo haver. – ela disse pensativa e se virou para dormir. Logo ela dormiu e eu fiquei observando a floresta. O lago agora se movimentava naturalmente, a água formava ondas que iam e vinham. A neve aos meus pés que já eram rasas agora estavam escassas, e o frio cada vez menor. Meu corpo já estava começando a ficar quente demais, eu já estava começando até a suar. Peguei uma faca de Belatriz sem que ela notasse. Tirei a camisa e cortei as mangas compridas. Transformei-a em uma regata como as que eu costumava usar em casa e me vesti novamente. Decidi guardar as mangas cortadas, para caso fossem úteis mais tarde.

Minha vez de dormir chegou. Deitei-me no saco de dormir com Belatriz sentada na entrada da árvore. Sonhei comigo e Nanda juntos tomando um banho em um lago, nos divertindo e... repetindo vários beijos como os que demos na despedida antes do início dos Jogos. Mas tudo não passou de sonho, pois logo acordei com a claridade da manhã.

Belatriz estava a uns metros tentando achar uns animais, o lago estava calmo e a floresta também. Tudo estava igual e calmo, exceto a neve no chão que agora estava muito menor.

Bebemos o resto de nossa água e comemos o resto dos pães com o que sobrou da carne de ontem. Nossa comida acabou, e nossa água também. Por tremenda sorte, eu e Belatriz encontramos uma lebre próxima de nosso abrigo, uma lebre bem gorda. Limpamos a carne e fizemos uma fogueira; nela, assamos a carne e dividimos entre nós. Também derretemos mais neve tendo dificuldade de pegar do chão. Ela não queria mais ir até o lago, e eu também não. Algum outro tributo poderia já estar lá para pegar água, principalmente os Carreiristas, se nos suprimentos deles não tivesse mais água.

Durante a tarde, estávamos sentados na base da nossa árvore, ambos em silêncio. Nada acontecia. Não ouvimos nada de diferente e mais nenhum canhão. Perguntei-me onde será que estão os outros tributos. Se Henri ainda está por ai sozinho. O que Trice, Jacqueline, os Carreiristas e Mary estão fazendo. Mary... ainda não sei seu plano com as nozes artificiais.

O dia se passou. Já estava noite novamente e nenhum rosto apareceu no céu hoje. Isso me preocupa, me preocupa muito. Nos Jogos que Lays participou, ficaram dois dias sem mortes; e devido a isso, os Idealizadores criaram aqueles bestantes para acabar com tudo de uma vez. Não quero que isso se repita.

E não vai se repetir.

Olhei para os meus pés, a neve agora estava em meros grãos minúsculos. Com certeza ao amanhecer, ela já não existirá mais. Eu já podia ver a grama verde se reerguendo. Acontecendo isso, o lago se tornará a única fonte de água. E ali será o local de lutas e mortes, esse é o plano dos Idealizadores.

A noite passou rápido. Já ouvimos até som de insetos nas árvores e na grama. Acordei bem cedo e Belatriz estava me observando.

– Você dorme sorrindo. – diz ela. – Como consegue? Estamos na arena prestes a sermos mortos.

– Eu sorrio em meus sonhos, pelo menos os pesadelos não me atormentam mais como antes do início dos Jogos. – digo. – Agora eu sempre sonho com minha família, Nanda, Lays, Nataly, Henri, e até você Belatriz... eles me fazem sorrir e me dão forças para seguir em frente nessa maldita competição. E você, Belatriz? Sonha com o que?

– Eu tenho pesadelos. Muitos pesadelos. Também sonho com uma vida de riqueza com minha mãe fora daqui. – responde ela. Realmente, por mais que ela tem sido companheira, amiga e aliada, ela ainda tem uma parte gananciosa e capaz de qualquer coisa para sair daqui. – Mas também com você e meu pai juntos sorrindo e rindo de bobagens. – fico meio constrangido com o que ela diz, minha reação é repentina, abraço-a.

Ficamos assim por um tempo, depois quando soltamos, ela sorri, um sorriso verdadeiro. Retribuo o sorriso e volto a ficar sério.

– Agora, o que a gente vai fazer? – observo o chão e a neve não existe mais. – Quer dizer, agora que não tem mais neve eles vão vir para o lago pegar água.

– Talvez não os Carreiristas, talvez eles ainda tenham suprimentos, e neles haja água. A não ser Létcya que está por aí, eu acho. – diz ela. – Os outros provavelmente virão para o lago se saberem a sua localização.

– Vamos sair daqui? – pergunto.

– Vamos. – responde ela.

Arrumamos nossas coisas, ela está com as facas prontas no colete, eu estou com minha mochila nas costas e o tridente nas mãos. Revitalizamos o lugar em que estávamos, deixamos parecendo como se estivesse intocado, para qualquer um que passasse ali não percebesse que estivemos ali.

Andamos por dez minutos, então a uns metros a nossa esquerda, ouvimos passos. Correria.

Abaixamos-nos atrás de um arbusto para observar e a correria. Elas vão em direção ao lago, encaro Belatriz e ela faz um olhar de concordância, seguimos a correria.

Quando estamos próximos, ouvimos vozes, finalmente consigo identificar quem está falando. Létcya. Levanto-me e a observo, Létcya está prendendo Jacqueline na beira do lago contra o chão.

– Finalmente eu peguei você garotinha esperta. – diz ela. – Conseguiu fugir de mim demais para o meu gosto. Mas agora, você vai morrer que nem a sua amiguinha baixinha, que morreu explodida por não conseguir dar passos longos naquelas bombinhas. – ela ri debochadamente.

– Você é ridícula. – diz Jacqueline.

– Já chega, querida! – Létcya diz de modo sínico e ergue uma espada, depois faz um movimento com ela e o canhão soa. Ela matou Jacqueline.

Sem hesitar, corro na direção dela e atiro meu tridente. Ele atinge seu antebraço e ela larga a espada, gemendo de dor. Tira o tridente do braço e olha para nós, quando nos vê, corre. Belatriz atira facas, mas Létcya sabe observar e desviar delas.

Corremos até a beira do lago, pego meu tridente de volta e continuamos perseguindo Létcya, nosso objetivo agora é matar a Carreirista.

Continuamos correndo, Létcya está fazendo a curva da lateral do lago, por isso evito atirar o tridente e Belatriz suas facas, pois erraríamos enquanto ela faz a curva.

Finalmente quando estamos em linha reta, atiro meu tridente e Belatriz uma faca.

As armas quicam em duas flechas certeiras lançadas por Karina para defender Létcya, e caem no chão. Então avisto, no outro lado do lago Karina e Patrick correm em direção à Létcya.

Karina lança flechas na nossa direção que esquivamos com facilidade. Belatriz lança facas, mas Karina e Patrick também desviam com a mesma facilidade. Então, algo estranho acontece que chama a atenção de todos. O lago ao nosso lado começa a borbulhar e se mexer violentamente.

De dentro dele, saem focas.

Para mim, parecem focas comuns, bonitinhas e pequenas, parecem filhotes.

Uma foca fica entre eu e Belatriz, e Létcya. A outra fica entre Létcya e seus aliados. As duas focas se aproximam de Létcya, ela sorri e se abaixa na altura dos animais e diz:

– Ah, meu Deus. Vocês são muito lindos amiguinhos, muito fofinhos. – ela faz carinho nos animais. – Tão pequenos e fofos, eu adoro animais, são superiores aos vermes que são os humanos! Vocês são lindos.

Ela continua fazendo carinho nos animais, eu e Belatriz sorrateiramente nos aproximamos e pegamos de volta meu tridente e ela umas facas caídas no chão.

Mas então, ouvimos um rugido. As pequenas focas abrem as bocas e dentro estão dentes enormes. Elas mordem e matam Létcya rapidamente.

O canhão soa, e então várias outras focas surgem do lago em nossa direção, começamos a correr.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer de novo as recomendações! E também a todos que leem, comentam, acompanham, favoritam, etc. Até os fantasmas hahahah