61ª Edição: Herança Familiar, ou Não? escrita por AlexandreTHG


Capítulo 17
Capítulo 17 - Grande Perda.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!!
Então, aqui está mais um capítulo para vocês... acontece umas/uma coisa bem... =( Sei lá ='(. Leiam kkkkkkkkk espero que gostem :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425983/chapter/17

Partimos em direção à floresta, pois do lago saíam mais e mais focas. Karina e Patrick também perseguidos foram para outra direção.

Belatriz é mais rápida que eu, por isso fica um pouco à minha frente. As focas estão nos perseguindo, rugindo como ursos, mostrando os dentes e deslizando pela grama como se fosse gelo.

Começo a ficar cansado. Meu fôlego está diminuindo, minhas pernas estão doendo. Mas as focas atrás de mim não param nem um segundo. Belatriz já está a uma longa distância de mim.

Continuo correndo, uso o tridente como uma espécie de bengala e continuo, com todos os meus músculos ardendo e meu fôlego se esgotando.

Não aguento mais. Desabo no chão.

Focas saltam sobre mim e eu vejo a morte na minha frente. Mas eu não posso desistir assim. Como representante do distrito 4 ainda sou considerado um Carreirista. Sou um tributo nota onze. Carrego o legado de uma guerreira nos Jogos. Não posso desistir assim.

Agarro o tridente e em um movimento circular acerto as focas e as afasto de mim. Começo a lutar com elas. Finco o tridente em suas cabeças, chuto, desvio de seus dentes e mato com o tridente novamente. Continuo lutando, deixando várias focas mortas aos meus pés. Mas cada vez mais, aparecem mais delas vindas do lago.

Finco o tridente em uma foca e soco uma à minha direita, então outra agarra a barra do tridente com os dentes e o puxa com força. Junto as duas mãos para puxar de volta, mas outra foca salta e crava seus dentes em minha perna. Ignoro a dor e puxo o tridente daquela foca, giro-o e finco-o entre seus olhos. Com o cabo, bato na foca em minha perna e a chuto com minha outra perna. Finco o tridente no corpo de outra a minha frente e quando ela cai, mais duas saltam para me matar. Duas facas surgem e se cravam na cabeça delas. Belatriz aparece e começa a lançar suas facas em outras focas ao meu redor, mata alguma usando a faca ainda em suas mãos e lança para matar outra, rola para pegar as facas de volta e continua matando os animais. Eu também continuo lutando, minha perna arde e lateja, a dor da mordida se espalha pelo meu corpo e sinto vontade de cair, mas não posso. Continuo lutando, fincando o tridente na cabeça das focas, rolando e fincando em outras. Arremesso o tridente que mata duas focas juntas na base de uma árvore. Soco uma foca na cabeça e chuto-a para longe, correndo em direção ao tridente que pego de volta e abato outra foca que mordeu meu braço.

Meu braço a minha perna ardem. Sento na base da árvore com o tridente protegendo meu corpo. Sinto o sangue saindo dos ferimentos, mas ainda com o braço bom continuo manuseado o tridente, girando-o e acertando o cabo no olho de algumas focas e fincando-o na cabeça de outras.

Quando mais três focas aparecem para me atacar, duas facas são cravadas na cabeça de duas, mato a outra e sem elas no caminho, Belatriz salta e escala a árvore em que estou encostado.

– Sobe! Elas não vão conseguir subir! – grita ela. Giro o tridente e abato outra foca, Belatriz mata outra lançando uma faca e então se senta em um galho acima da minha cabeça. Gira o corpo para baixo prendendo as pernas no galho, uma manobra incrível. Atira uma faca em outra foca e prende suas mãos na camisa em meus ombros. Puxa com toda força e me viro para a árvore. Escalo-a tentando ao máximo ignorar a dor em meu braço e minha perna. Belatriz atira a faca em outra foca que quase agarra meu pé direito. – Essa foi minha última faca! Sobe logo!

Com uma força fora do normal me puxo para frente com o braço bom e finalmente me encaixo em um galho seguro. Sento e relaxo, com Belatriz no galho do lado oposto.

Observamos as focas no chão, que com seus corpos escorregadios, não conseguem subir na árvore e seus saltos não nos alcançam. Tempo depois, elas saem dali e desaparecem na floresta.

– Finalmente. – digo. Relaxo, suspiro e gemo de dor. Sangue se esvai do meu braço mordido e da minha perna. De repente, lembro das mangas cortadas da minha camisa e peço a Belatriz para pegá-las, ela rapidamente entende e amarra as duas nos meus ferimentos. – Obrigado.

– De nada Alex. – diz ela. – Mais mordidas como essa e você se ia.

– Eu sei, obrigado por voltar e me ajudar a lutar contra as focas.

– Era minha obrigação, você salvou minha vida matando Luigi, eu precisava te ajudar. Além disso, somos amigos. – diz, sorrindo e dando um nó nas mangas amarradas para não sair mais sangue.

– Muito obrigado Belatriz. – sorrio e tento abraçá-la, mas a dor não permitiu.

– Eu já sei que fui demais, não precisa me agradecer. – diz séria. Olho para ela com desprezo e depois ambos começamos a rir. – Mas, então. E agora, o que vamos fazer? Acho que essas focas malditas não voltam mais.

– Vamos descer, beber e comer alguma coisa, e depois vemos o que faremos. – digo. Ela concorda e desce. Faz um sinal para que eu espere, olha ao redor, anda um pouco observando tudo ao longe. Depois recolhe umas facas presas no corpo de umas focas e as coloca no seu colete. Então faz um sinal positivo para eu descer, obedeço-a.

Quando tento descer, meus machucados ardem ainda mais. Meus músculos queimam e a dor fica insuportável. Quando caio no chão de barriga para baixo, me sinto todo quebrado.

– Acho que já parou de sangrar, me deixa dar um jeito nisso. – diz ela. Então se aproxima e tira as mangas encharcadas de sangue e as joga longe. A aparência do ferimento está horrível. Então, ela tira de um dos bolsos maiores do colete o pote que recebeu de um patrocinador outro dia. – Acho que isso vai curar. Vai fazer os músculos relaxarem e vai cicatrizar.

Ela começa a passar o creme nos ferimentos. Sinto um alivio imediato e relaxo.

– Muito obrigado de novo. – digo. – Você não deveria gastar tanto do seu remédio comigo.

– Cala boca que eu não acabei. – Depois de ser grossa como sempre, ela termina de passar o remédio e se levanta. – Vou procurar algo pra gente comer. Não vou muito longe.

Ela se afasta e não consigo parar de pensar em como ela tem sido legal comigo. Penso que ela realmente mudou, merece muito sair daqui viva.

Tempo depois ela volta com um esquilo. Limpa o animal com uma faca, faz uma fogueira e cozinha a carne. Logo depois está pronta e começamos a comer. Ela faz uma careta.

– Ainda tenho água aqui na mochila. Bebe. – digo. Ela agradece com a cabeça e bebe. Eu também como mais e bebo.

Terminamos de comer. Estamos cheios. A água está quase no fim.

– Acho que só vai durar mais uma noite. – digo.

– E não tem mais neve. Vamos precisar ir até o lago para pegar mais amanhã. – diz ela. Concordo com a cabeça, vai ser nossa única opção.

O tempo passou e mais nada aconteceu. Os bestantes não atacaram de novo. Duas mortes já aconteceram hoje, talvez eles não precisem encerrar esses Jogos muito rápido. A noite chegou e no céu apareceram os rostos de Létcya e Jacqueline. Agora restavam 7 tributos na competição. Estamos entre os últimos oito, os semifinalistas. Devem estar indo nas nossas casas agora e entrevistando nossas famílias. Como fizeram quando Lays chegou a esse estágio. Penso em como minha família está suprindo esperanças agora com essas entrevistas, assim como a dos outros tributos vivos.

Durante a noite Belatriz insistiu que eu dormisse primeiro, concordei e dormi enquanto ela continuou monitorando meus ferimentos, que agora pareciam muito melhores graças ao seu remédio. Meus sonhos agora não estavam mais bons; sonhei que as focas conseguiam me pegar, e acabar comigo como fizeram com Létcya na minha frente.

Acordei suando frio e Belatriz estava vendo se eu estava com febre, ainda bem que não. Era a vez dela de dormir, sentei em uma raiz da árvore próximo dela e finquei o tridente, segurando-o com o braço bom.

Finalmente amanheceu. Meus ferimentos agora estavam completamente cicatrizados. O remédio da Capital era realmente milagroso. Curou rapidamente o tornozelo de Belatriz naquela ocasião e agora ferimentos profundos como essas mordidas.

Belatriz acordou, nós dois nos preparamos. Eu já podia me movimentar bem, estávamos os dois descansados; hora de ir para o lago. Era melhor enfrentar o que tivesse lá logo do que passarmos sede em breve.

Seguimos caminho até lá sem nada acontecer, nada se mexia, tudo parecia calmo e seguro. Continuamos andando com passos silenciosos até que chegamos ao lago. Ficamos apenas na beira e não havia ninguém ali. Enquanto Belatriz estava enchendo a garrafa, olhei ao redor, especificamente à minha direita, no ponto onde montei uma armadilha com o elástico no outro dia. Ela não estava mais lá.

Belatriz encheu a garrafa e colocou-a na minha mochila, partimos de volta para o interior da floresta, até que então ouvimos passos. Passos pisando em folhas à nossa esquerda. Olhei com atenção e a identifiquei, escondida sorrateira entre as árvores, Mary.

Mary começou a correr. Olhei para Belatriz e eu sabia que ela estava pensando a mesma coisa, era nossa chance de acabar com essa garota. Lembrei-me dela enganando o pobre menino do distrito 9, e sobre as nozes que ela pegou de mim. Começamos a correr atrás dela adentro na floresta. Estou com o tridente em mãos, pronto para lançá-lo na hora certa, Belatriz atirou uma faca que Mary desviou. Nessa hora, percebi que ela está com a mesma bolsa pendendo nos ombros, tornando ela correr mais difícil, logo a pegaríamos.

Belatriz está à minha frente correndo, estamos prontos para matar Mary, mas ela é rápida. Continuamos correndo, Belatriz lança uma faca que erra e se finca em uma árvore.

Então, Mary põe a mão em sua bolsa e tira algo de lá, uma noz. Vira o rosto para nós em meio a perseguição, com um sorriso vitorioso no rosto, uma expressão maligna e vencedora. Atirou a noz na gente.

Subitamente, tudo veio à minha mente. Nozes artificiais, ferramentas. Lembrei-me de Létcya falando sobre as bombinhas que mataram Géssika. Explosões.

Mary transformou as nozes em bombas.

A noz caiu aos pés de Belatriz, ela se abaixou para pegá-la. A realidade veio a mim como uma pontada em meu peito.

– BELATRIZ! SAI DAÍ! NÃO PEGA ISSO! NÃO! – gritei. Tarde demais, ela pegou a noz que a um toque, era ativada.

Uma explosão aconteceu, fui arremessado para longe e caí de costas. Quando olhei novamente, Belatriz não estava mais lá. Minha roupa estava repleta de sangue, e o canhão soou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? '-'
Confesso que eu chorei escrevendo esse.... fim. ='(
Sim, ela se foi.... ='(
Bom, até o próximo ='|