The Billionaire And The Homeless escrita por Ana Hoechlin


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.
Desculpem os erros e se tiver alguma característica diferente da do Edward desculpem porque quando eu comecei a fic, comecei a fazê-la sendo outra personagem principal masculina.



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Tentei encontrar comida nos sacos do lixo recentes, meu estômago revirava de fome há dois dias. Viver nas ruas não é algo que alguém deseja, mas não se tem muita saída, ou eu vendo meu corpo ou vivo na rua. Prefiro continuar com a minha virgindade intacta.

Bart esfrega-se em mim em sinal de fome e, como eu, ele não come há dois dias. Quem é Bart? Bart é o meu gatinho – irónico uma rapariga viver nas ruas, não ter comida e mesmo assim ter um gato – têm um ano e poucos meses, encontrei-o nesta rua ainda bebé e todo sujo. Seu pelo estava castanho enquanto era branco e suas patinhas tremiam de frio. Não resisti em deixá-lo ali ao frio e com fome então ‘adotei-o’, agasalhei-o contra o meu corpo e levei-o até a uma casa abandonada e velha para passar a noite. Alimentava-o com comidas que alguns restaurantes davam ou encontradas no lixo. No entanto, como eu já disse, ele estava sem comer há dois dias e precisava urgentemente de comida.

Finalmente! Pensei comigo quando encontrei um hambúrguer meio comido. Não estava muito sujo, provavelmente deve ter caído no chão. Limpei umas pedrinhas que tinha nele. Comi metade enquanto partilhava-o com Bart sentada no chão.

Quem passasse por mim iria ver logo que tipo de pessoa eu era, uma sem-abrigo. Estava com um casaco roto encontrado num caixote de lixo juntamente com as calças de ganga. As minhas sapatilhas gastas e minha blusa foram doadas por uma associação com a intenção de ajudar sem-abrigos.

Quando acabei de comer, olhei para cima e vi as estrelas e a lua cheia iluminando toda a rua.

Levantei-me e peguei em Bart que se aconchegou em mim devido ao frio da noite. Caminhei pelas ruas um pouco vazias mas que ainda se conseguia ouvir pessoas e música. Não havia carros já que esta rua não tinha estrada, só mesmo passeio.

A dada altura meus ouvidos ficaram mais apurados ao ouvir passos. Não havia luz além da que vinha da lua e comecei a tremer. Mas depois acalmei-me quando pensei melhor. Quem é que iria sequestrar uma mendiga? No máximo podiam chamar-me e insultar ou, com sorte, podem dar-me uns trocos. Mas também me podiam violar, se violam crianças também pode acontecer com mendigas, certo? Estremeci com o pensamento.

Continuei a andar calmamente - pelo menos eu esperava que sim - com o Bart no meu colo dentro do meu casaco ronronando sem saber do perigo que se aproximava. Os passos ficavam cada vez mais rápidos. Meu coração acelerou como minha respiração e paro quando me tocam nas costas.

—Podia – falou a pessoa, neste caso um homem com uma voz rouca e sensual mas fria, fazendo uma pausa enquanto pigarreava – podia dizer onde é ‘Stars Club’?

Oh, o clube de strip e também uma boate! Fico vermelha recordando quando tinha pensado em trabalhar lá mas depois desisti ao saber que só aceitavam quem tivesse experiência. Eu até tentava trabalhar lá se soubesse como fazer sexo.

Viro-me para o homem e minha respiração pára ao reconhecer o homem das manhãs com o fato Armani e seus passos largos e confiantes mas que agora estava de calças pretas, uma camisa branca com uma jacketa preta por cima e uns sapatos pretos. Admito que me excitei com a camisa branca. Senti o cheiro masculino misturado com alguma colónia, um cheiro bastante viciante como seus olhos. Não conseguia absorver mais de seu rosto e corpo pois a iluminação da lua batia nas costas dele e como ele era alto, eu não consegui ver muito além de seus olhos esverdeados e sua roupa. Seus olhos estavam frios e cortantes e me olhavam à espera de uma resposta.

—Ah, é-é mais ali à frente, só vira p-para o lado esquerdo e verá um plac-car com o nome – eu gaguejei enquanto apertava mais Bart contra mim como se conseguisse me proteger do homem. Eu nem parecia ter vinte e três anos com este comportamento.

Apertei tanto que Bart largou um miado e o homem olhou para baixo, descobrindo-o escondido entre o casaco. Larguei um pouco Bart sentindo-me uma idiota por causa da minha reação a este homem. Quando olho para cima, ou melhor para o homem, reparo que ele está a olhar para o meu corpo, mais especificamente, minhas roupas. Minhas bochechas coram e peço a Deus que ele não note.

Agora é o momento em que ele se vai embora. Pelo menos eu esperava isso.

Ele ao acabar de me avaliar, tira do seu bolso algo que eu depois noto que é a sua carteira e retira umas notas de cem e de cinquenta. Fiquei embasbacada olhando para as notas. Era a primeira vez que via uma de cem.

—Obrigada pela indicação– ele agradeceu e colocou as notas em cima de Bart começando a caminhar pelo caminho que lhe indiquei.

—Senhor! Senhor! – chamei enquanto caminhava – diz-se correr – tentando acompanhá-lo.

Quando começo a aproximar-me, ele pára de repente e eu bato nas suas costas quentes e… fortes.

—Merda – resmunguei baixinho e afastei-me dele quando ele se virou – E-eu não posso aceitar. É demas-siado e –pigarreei tentando afastar o nervosismo – o senhor pode precisar.

—Eu quando ofereço não costumo aceitar de volta, por isso pode rasgar as notas ou o que quiser, a partir do momento em que lhe entreguei as notas, elas são suas. Acredite, precisa delas mais que eu.

E então afastou-se enquanto eu fiquei ali pasmada com o último comentário. Eu estava assim tão mal? Claro que estava, que pergunta idiota. Murmurei um pequeno obrigado baixinho que duvido que tenha sido ouvido e continuei a andar enquanto arrumava as notas no meu sutiã até chegar ao prédio velho e abandonado. Ajeitei Bart no meu colo ao vê-lo espreguiçando-se.

Abri a porta de trás e rangeu como de costume, encostei-a de volta e caminhei entre o lixo e papéis que tinha pelo corredor. Subi as escadas e fui até à última porta. O meu quarto era escuro então tinha que acender um isqueiro que encontrei no chão, talvez perdido. As paredes já não estavam cobertas por tinta, agora estavam cinzentas e verdes. No lado esquerdo da porta havia um armário partido onde tinha algumas roupas minhas que encontrei e na outra ponta do quarto tinha um colchão sujo mas era melhor que a rua. Deitei Bart enquanto tirava o casaco e colocava à volta dele. As janelas velhas pelo menos estavam inteiras logo o vento não entrava e não haveria muito frio.

Busquei uma manta que até tinha encontrado neste quarto e enrolei-me nela deitando me no colchão com Bart ao meu lado. Adormeci pensando no homem cheiroso.

No outro dia acordei mas não me levantei. Espreguicei-me e fiz algumas festas na cabeça de Bart que estava sentado lambendo-se.

—Bom dia – murmurei para Bart que continuava a sua limpeza.

Passado uns minutos olhando para o nada, levantei-me e fui até uma casa de banho que tinha ao lado deste quarto. Ela tinha um espelho meio partido e enferrujado, um chuveiro pequeno e uma sanita. Por mais estranho que seja, eles tinham água, embora fria. Mas eu gostava, mantinha-me acordada. Havia umas toalhas no armário que eram lavadas e secadas por mim. Vesti umas calças de ganga boas, as sapatilhas de ontem e uma blusa de mangas compridas. Peguei numa mochila e coloquei minha roupa juntamente com o dinheiro e com as mantas e toalhas. Bart também foi colocado mas deixei o fecho um pouco aberto para ele poder olhar para onde quisesse e respirar. Decidi ir encontrar outro lugar para dormir ou então um trabalho, com sorte.

Sai do prédio e reparei que dormi bastante para o sol estar já lá no alto. Caminhei até à cidade de Forks que ficava a uma hora a pé. Recebi vários olhares frios, repugnantes e outros com pena. Era a minha vida, já estava acostumada com esses olhares ainda que me fizessem sentir mal e desconfortável.

Passei por uma loja de roupa onde parei e vi um vestido lindo, branco e comprido, apertado em cima e largo em baixo com um corte que deixa as pernas descobertas. Era tão lindo mas tão caro que eu nem em quinze anos o conseguia pagar. Então continuei a andar e parei à frente de um salão onde fazem casamentos ou festas privadas. Notei um papel preso à porta principal. Tentei ler o que estava escrito na porta.

—Em-pre, em-pre-go – soletrei as sílabas. Era um emprego, só bastava saber o que era.

Entrei pela porta e fiquei admirada pela entrada, uma grande escada branca com um tapete vermelho que vinha até à porta onde eu estava. Flores verdes e brancas por todo o lado e o grande lustro de ouro e diamantes. Estava tão admirada que nem vi uma senhora que parecia ter uns quarenta e poucos anos. Muito bonita por sinal.

—Boa tarde – cumprimentei-a quando a vi.

—Olá! Vieste para o emprego?

—Sim –murmurei.

—Ainda bem! Vamos, eu empresto-te umas roupas que temos das antigas trabalhadoras – ela falava enquanto me empurrava até uma porta – O salário desta noite vai ser de cem, pois é gente muito rica e pretende agradar os convidados como os empregados. Vai começar às 19h mas como são 17h podes ajudar em algo. Estou realmente desesperada!

A senhora nem sequer perguntou a minha idade, ou nome ou, melhor ainda, se tinha experiência! Mas não dava para interrompê-la já que ela discursava mais pormenores e mais, mais, mais até chegarmos a um balneário.

—Podes começar a vestir esta roupa, pode é ficar larga mas não importa, os convidados nunca olham para os empregados, eles são muito superiores para isso – ela falou com desgosto dos convidados.

—E-eu chamo-me Bella– eu falo quando ela pára por um momento de falar. Mais parecia um monólogo!

—Ah, desculpa! Eu estou tão ansiosa e stressada que esqueci de me apresentar – ela diz com um olhar de desculpas e um sorriso amoroso que me fez lembrar a minha mãe. Um aperto no meu coração se apoderou – Sou Esme Cullen mas podes tratar-me só por Esme.

Eu sorrio e tiro a minha mochila colocando-a em cima de uma banca. Quando vejo Bart lá dentro a dormir é que me lembro da existência dele.

—Não é permitido gatos ou qualquer animal aqui dentro –Esme diz tentando ficar séria mas as curvas de seus lábios denunciavam-na - Mas podes deixá-lo na cozinha, embora pareça nojento deixar gatos na cozinha, os cozinheiros não permitem alguém chegar perto da comida, além de que existe uma parte da cozinha que é quente e ninguém a usa, então podes deixar o gatinho lá.

Ela respirou, sorriu mais ainda e continuou:

—Deves estar te perguntando a facilidade em teres este emprego. Existe dois motivos, o primeiro é que preciso de empregados visto que parece que todo o mundo ficou doente e, em segundo, eu não me importo se és uma sem abrigo ou modelo, desde que consigas servir os convidados, fico satisfeita!

Fico emocionada ao ouvi-la, o quanto eu desejava ter alguém assim em minha vida, que me olhasse como se eu fosse realmente uma pessoa normal.

—Obrigada – murmuro baixo mas com um pequeno sorriso.

—De nada – e com isso deu-me mais um abraço e caminhou até à porta. Quando ultrapassou a porta virou para trás e disse – Depois de pronta sais daqui e viras à direita, o salão é do outro lado, aqui é só a cozinha e balneário, despensa e casas-de-banho. Se precisares de algo podes ter a certeza de que vais encontrar alguém a quem pedir ajuda.

E com isso se foi.

—Bem, é melhor começar – eu murmuro a Bart que abre os olhos e depois os fecha enrolando-se mais no cobertor.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos comentários anteriores, as minhas expectativas eram baixas e surpreendi-me ao ver os reviews :)
Esta fic não está postada em mais nenhum lugar, por isso se virem uma história igual me avisem.