The Billionaire And The Homeless escrita por Ana Hoechlin


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários anteriores! Vou responder agora mesmo.
Espero que gostem e desculpem erros ou trocas de nomes.



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O salão estava cheio de pessoas deslumbrantes e ricas. Algumas nem sequer olhavam na cara dos empregados e se olhassem era com um olhar de vaidade. E eu, com o nervosismo, derramava algumas bebidas e um pouco de petiscos.

Sentia-me envergonhada, não por serem ricos mas pelas raparigas serem magras, com cabelos lindos e vestidos que conseguiam aumentar a beleza. Algumas com maquilhagens exageradas e colares de diamantes. De certeza que até a roupa interior tinha custado uma fortuna.

Servi o último copo da bandeja e senti todas as pessoas pararem e olharem para um ponto. Fiquei desnorteada e olhei para o mesmo ponto que elas.

Na entrada do salão estava o homem dos olhos esverdeados com seu fato Armani e uma camisa lilás com riscas pretas e brancas. Quando ele caminhou na minha direção arregalei os olhos e afastei-me tentando esconder-me na cozinha com o Bart e com os simpáticos cozinheiros. Comecei a andar rapidamente e pensei melhor. Se calhar ele nem sequer vinha na minha direção! E comecei a insultar-me mentalmente.

—Menina- ouvi alguém a chamar na minha direcção. Merda, corre Bella!

Então entrei na cozinha e suspirei de alívio quando as minhas costas tocaram na porta ignorando os olhares dos cozinheiros. Mas senti um empurrão na porta. Não podia ser ele, os convidados não podem entrar nesta zona!

Afastei-me da porta e olhei com o coração acelerado para a porta enquanto ela se abria.

—Não me ouviste chamar?– Esme falou ofegante, então deu uma pequena risada – as minhas pernas já não são como eram!

—E-eu … desculpe – pedi abaixando a cabeça envergonhada.

—Não faz mal, querida. Era só para te avisar que um convidado, vamos dizer assim, pediu para seres a sua empregada exclusiva – ela falou calmamente e fez aspas com as mãos quando disse um convidado. Mas que …?

—U-um convidado? – perguntei espantada.

—Eu sei que não é normal, mas este convidado é especial para mim e até eu me admirei com o pedido mas ele não te pode fazer algo de mal, podes estar descansada se é este o problema. Ele até disse que se fosse preciso pagava mais!

Que opção eu tinha? Dizer não e não me pagarem? O convidado até disse que pagava mais se fosse preciso.

—Isso quer dizer que eu só posso servir unicamente ele ou ele só aceita as bebidas e aperitivos da minha bandeja? 

—As duas coisas – ela afirmou – eu mostro-te quem é.

Virou-se e abriu a porta.

—Estás a ver ali aquela mulher com um vestido vermelho comprido? – ela falou com um pouco de repugnância ao referir-se a uma esbelta mulher, loira e alta. Acho que não é preciso dizer que também era deslumbrante.

Acenei com a cabeça continuando a avaliar a mulher.

—É o homem de terno com a camisa roxa ao lado dela.

Quando afastei o olhar para o lado da mulher congelei ao perceber o homem que Esme falava.

—Ele chama-se Edward Cullen e é meu filho – falou com orgulho.

Eu só engasguei com a minha saliva antes de Esme começar a dar pequenas palminhas nas minhas costas.

—Estás bem? Precisas de água? – perguntou preocupada.

—N-não eu só … só estava distraída, eu acho – murmurei.

—Então, sem querer ser rude, podes começar a trabalhar – deu um sorriso e saiu da cozinha barulhenta devido aos gritos dos cozinheiros por causa de umas especiarias enganadas.

Suspirei e fui buscar os copos com as bebidas. Fiz umas festas na cabeça de Bart quando passei pelo balcão onde ele estava enrolado por umas toalhas. Sorri ao passar pelos cozinheiros que continuavam a brigar, agora na brincadeira.

Dirigi-me para o salão e olhei em volta procurando o homem - Edward – e encontrei-o no mesmo sítio mas agora com mais homens de terno à volta. Tentei acalmar meus nervos e caminhei até lá. Quando aproximei-me senti o seu viciante perfume. Respirei fundo cheirando-o e pedi a Deus que ninguém notasse. Quando o ia chamar ele virou-se com os seus intensos e frios olhos.

—Boa noite – desejei tentando –com sucesso – não gaguejar.

—Boa noite, menina – respondeu sem um sorriso mas seus olhos tornaram-se mais suaves.

—O senhor deseja alguma bebida? – eu perguntei profissionalmente.

—Não nos vai oferecer? – perguntou um dos três homens de terno com um sorriso brincalhão. Era alto como Edward e muito, mas muito musculoso. Tinha cabelo castanho em ondinhas mas curto e seus olhos eram castanhos-escuros.

—E-eu não s-sabia … - fui interrompida.

—Eu a pedi exclusivamente, Emmett – falou Edward com uma voz dura e fria.

—Não sabia que se podia pedir empregadas exclusivas. Não quer partilhar com os amigos? – desta vez perguntou malicioso o outro rapaz de cabelo loiro, mais cumprido que os dos outros, e de estatura alta e magra mas talvez com um peito definido.

—Jasper e Emmett, se falarem mais alguma vez algo que faça a menina ficar mais vermelha, eu aviso-vos que se saírem daqui vai ser para o hospital. Isto também é para ti Alex – avisou Edward continuando com sua voz dura e fria mas com um pouco de irritação. Eu simplesmente corei mais ainda. Olhando rapidamente para o Alex, que era o mais baixo que o resto mas mais alto que eu. E muito bonito com seus olhos azuis e cabelo castanho ou era loiro escuro?

—Não faz mal – murmurei olhando rapidamente para qualquer lado ignorando o olhar de Alex e do resto dos homens.

—Pode beber se quiser – ofereceu Edward enquanto tirava um copo dos cinco que estavam na bandeja – mas primeiro seu nome.

—Pediu-a exclusivamente e nem sabe seu nome – murmurou Emmett tentando falar para si mas o rosnado baixo de Edward denunciou.

—Eu chamo-me Bella – eu murmurei corada – o que parecia normal desde que me aproximei deles – e tirei um copo da bandeja bebendo rapidamente para ver se o álcool retirava meu nervosismo.

—Dessa maneira vai ficar bêbada – Edward avisou com a sua habitual voz. Alex tirou um copo da bandeja e o resto do grupo fez o mesmo.

—Bêbeda só com dez copos de tequila mesmo – murmurei baixinho para que ninguém ouvisse.

—Disse algo?- perguntou Alex pela primeira vez com um olhar risonho.

—Não, nada – apressei-me a responder corando.

—A que horas sai?- Edward perguntou com seus olhos escurecendo, parecia … desejo?

—Ah, eu não sei – murmurei desnorteada ao olhar nos seus olhos.

—Podemos ir a um bar – sugeriu Jasper de repente.

—O quê? – perguntou Edward rapidamente desviando seus olhos dos meus. Matei Jasper mentalmente.

—Ela quer tequila então vamos dar-lhe tequila – respondeu Jasper dando de ombros.

—Não é preciso, eu só disse isso por dizer– falei com um sorriso amarelo lembrando dos meus problemas com o dinheiro. E tentei falar baixo – não tenho dinheiro … comigo.

—Eu pago – disseram todos ao mesmo tempo excluindo, claro, o Edward.

—Eu não acho que seja uma boa ideia – continuou Edward irritado.

—O problema é que eu não sei quando saio, tenho de receber o dinheiro mas não o posso gastar em bebidas – murmurei um pouco envergonhada.

—O Edward trata disso e senão tratar, digo a Tânia que ele sente saudades dela – Alex provocou e Jasper e Emmett afirmaram abanando a cabeça com um sorriso provocador. Perguntei me mentalmente se Tânia era a esbelta mulher de cabelos loiros que estava com Edward à pouco.

—Só me faltava ser chantageado pelos meus amigos – murmurou Edward frio enquanto se dirigia para a cozinha e eu, como boa empregada que sou, segui-o.

Ao entrar na cozinha tudo se calou e quando eu digo tudo é tudo mesmo, até um rapaz silencioso que secava uns copos com um pano parou.

—Onde está minha mãe? – Edward perguntou friamente.

—No seu escritório – um cozinheiro respondeu educadamente enquanto continuava seu trabalho depois de responder.

Edward saiu sem dizer mais nada.

—Ele agradece – eu digo com um pequeno sorriso sendo retribuída por uma gargalhada e voltei a segui-lo.

Passamos para o outro lado da escada e ele entrou sem bater na primeira porta, perto da entrada, onde encontramos Esme sentada atrás de uma secretária que tinha um computador e algumas folhas à sua volta. Não se via a cor das paredes já que as estantes resvestiam as paredes todas.

—Olá querido – disse Esme enquanto abraçava-o e – por mais impressionante que seja – ele abraçou-a de volta. Vindo de um homem frio não devia admirar-me de ele ter um ponto fraco. Todos têm, ele não seria exceção.

—Olá mãe – cumprimentou – pela primeira vez que eu vi – com um sorriso, um sorriso carinhoso.

—Então, porque vos recebo? – ela perguntou enquanto se sentava.

— Isabella precisa de sair, ela sente-se mal e eu vou levá-la a casa.

Um soco no meu estômago apoderou-se de mim. Que casa?

—Precisas de um comprimido? Um chá? – quando eu ia desmentir Edward pois começava-me a sentir mal por mentir, mesmo que tenha sido ele, ele interrompeu.

—Ela só precisa de ir para casa, não é preciso pagares porque eu pago-lhe – E com isso dirigiu-se à porta e eu segui-o não antes de dar um sorriso amarelo a Esme, tentando fingir que estava mal.

—Antes de saíres, Bella, podes dar-me o livro à tua direita na quinta estante contando debaixo para cima chamado ‘Orgulho e Preconceito’?

Merda. Pânico. Merda. Não, eles não podiam saber. Além de ser sem-abrigo também não sabe ler!

—Isabella? –Ele perguntou impaciente pela minha demora enquanto eu olhava para os livros assustada.

—Não sabes ler ou quê? – Edward perguntou furioso. Lágrimas ameaçaram cair e eu abaixei a cabeça tentado que meus cabelos fizessem uma cortina à volta de meu rosto. Edward pegou num livro da ponta e entregou à sua mãe. Limpei as lágrimas disfarçadamente e caminhei até ao vestuário.

Vesti as minhas calças, uma blusa que não estava rota e num bom estado e umas sandálias que também estavam boas. Limpei as lágrimas e me olhei ao espelho, endireitei o cabelo e tentei retirar qualquer vestígio de choro. Sai e reparei que Edward estava ao lado da porta do vestuário. Continuei a andar ignorando-o e fui até à cozinha onde peguei em Bart e o coloquei na minha mochila. Ao virar-me bati num peito quente e firme. Olhei para cima e vi verde.

—Desculpa – murmurei e afastei-me colocando a mochila nas minhas costas.

—Dá-me a tua mochila – mandou.

—O quê? – perguntei chocada com a sua ordem e respondi rapidamente – Não! Claro que não!

—A mochila parece pesada, logo, dá-me a mochila.

—Ela é leve e eu dou se eu quiser!

Eu sabia que estava a agir como uma criança mas ele poderia ter um pouco de educação pelo menos!

—Bella, eu não vou repetir a frase mais vez nenhuma por isso ouve bem. Dá-me a mochila – falou fazendo uma pausa na última frase com seu olhar intimidador que até me intimidava se o álcool de o champanhe não tivesse começado a fazer efeito. Ao que parece, as dez tequilas não estavam corretas.

Senti olhares à minha volta que deveriam ser dos cozinheiros. Virei as costas para ele e caminhei até à entrada onde encontrei o grupo. Senti minhas bochechas corarem ao sentir o olhar – mesmo de costas – furioso de Edward e os olhares avaliadores do grupo.

—Olá – tentei agir normalmente quando cheguei ao pé deles – ainda a avaliarem-me – e senti o perfume e a presença de mais alguém.

—Podemos ir? – a voz fria e irritada de Edward apareceu.

—Claro, cada um vai no seu carro – falou Emmett com seu habitual sorriso malicioso e dirigiu-se para a porta sendo seguido por nós.

E o lugar? Ninguém iria escolher? Mas que raio se passa com esta gente?

Fui no Lamborghini azul do Edward. Até tive dó de sujar aquela beleza, passei a viagem olhando para o interior do carro e divertindo-me ao ver as caras pasmadas das pessoas que passávamos. Eu admito que o carro era um luxo. Um luxo que era impossível eu ter.

A viagem foi silenciosa mas não um silêncio constrangedor já que Edward passava a viagem a conter o seu riso com as minhas figuras.

Quando cheguei ao local reparei que era um lugar de roupas formais. Merda, eu não podia entrar ali!

— Edward, hmm, Senhor Cullen, eu não posso entrar ali – falei nervosa.

Não sei se era uma ilusão mas um raio de desejo passou por seus olhos.

—Não é preciso chamares-me de Senhor Cullen– ele falou e remexeu-se como se estivesse desconfortável - E se o problema for a roupa já preparei uma mais formal.

—O quê? - gritei surpresa.

—Eu sabia que não conseguirias entrar num lugar como esse com essa roupa então enquanto te vestias, falei com uma pessoa que conseguiu comprar um vestido – ele falou com um pouco de desgosto ao pronunciar a minha roupa. Isso irritou-me mais. Ele podia deixar-me atrás se elas lhe incomodavam tanto!

—Eu não tenho dinheiro para isso!

—Não disse que iria pagar. Pense nisto como um presente de aniversário – disse descontraído como se fosse normal presentear desconhecidos. Presente de aniversário? Eu nem sequer sei quando faço anos!

—Mas eu não preciso de pena – falei irritada com sua descontração e caridade.

—Eu não tenho pena das pessoas – e lá vem a sua voz fria e dura – e se não ouviu bem, eu disse presente de aniversário.

—Eu não aceito! – resmunguei.

—Têm duas opções, ou veste o vestido e o resto por sua própria vontade ou eu visto-te – ele ameaça e continua – e aviso que se não fizer a primeira ordem, garanto-te que com a segunda eu não acabo por te vestir.

—Acha que os seguranças deixariam um homem passar com uma mulher a gritar como louca por aquela porta?

—Se não deixarem eu despeço-os.

—Idiota – murmurei irritada e sai do carro depressa. O grupo dele já estava à nossa espera e deveriam ter ouvido a nossa mini-discussão.

Caminhei furiosa para a porta de entrada do clube, onde estava bastante gente na fila tentando entrar, e o segurança parou-me.

—Não é permitido a entrada de sem-abrigos.

Não fiquei espantada, era normal isso acontecer. Uma onda de humilhação passou por mim ao cair na realidade. O que eu estava fazendo aqui?

—Se voltar a chamá-la de sem-abrigo eu despeço-o e prometo que nunca mais arranja trabalho na sua vida – Edward grunhiu irritado.

—Se fosse eu, beijava-lhe os pés – Emmett brincou e Jasper gargalhou junto com Alex.

—Desculpe senhor, eu não sabia. Por favor eu peço-lhe que não me despeça, se me despedir eu não vou poder pagar a renda de meu apartamento – ele implorou com o rosto contorcido de desespero.

Eu senti-me mal, eu sabia o que era não ter abrigo. Não era algo que desejasse ao meu pior inimigo.

—Ele não te vai despedir por isto – eu disse tentando acalmá-lo – é normal as pessoas dizerem isso porque é verdade, não te sintas com culpa.

—O quê? –Emmett e Alex murmuraram com surpresa. Já Jasper não falou nada, já deveria saber por ser o mais inteligente. Edward rosnou e apertou seus punhos.

—Vamos entrar – ele ordenou entrando sendo seguido por nós em silêncio. Tinha muita gente que até me senti sufocada. Subimos umas escadas onde tinham dois seguranças e paramos em um andar com pouca gente e com mais ar.

Ele pegou na minha mão e eu tentei retirá-la quando senti um choque mas Edward apertou com mais força como um sinal de que não me iria deixar. Reparei que o resto do grupo ficou atrás, provavelmente se juntado à festa. Paramos à frente de uma porta onde marcou um código libertando a porta. Quando entrei Edward fechou a porta e marcou outra vez o código. Senti-me em pânico.

—Se precisares sair só precisas de marcar 6629, não fiques em pânico – falou caminhando até sua cadeira atrás da secretária.

O escritório era espaçoso e não se ouvia a música alta do andar debaixo. Tinha uma sala com sofás brancos de pele e à sua frente uma mesa de vidro. Havia um plasma na parede e duas estantes com livros. A secretária de Edward ficava ao lado da sala com umas cadeiras à frente onde tinha uns sacos de compras.

—Podes começar-te a vestir, tens uma porta ali – apontou para a porta do seu lado direito – onde é a casa de banho. E não te esqueças das opções.

Neste momento não tinha raiva, então peguei nos sacos e levei-os até à casa de banho tentando manter-me calma com o olhar intenso de Edward em meu corpo.

A casa de banho tinha até uma banheira! Ou seria melhor dizer jacuzzi? Não importa, era tudo branco e com toalhas roxas. Parece que alguém gosta de roxo.

Abri os sacos e surpreendi-me. O vestido branco que vi na loja! Como é que… ? O que o dinheiro não faz. Vi uns sapatos prateados a combinar com uma bolsa prateada com uns desenhos roxos. Era tudo tão luxuoso! Abri mais uns sacos onde continha uns brincos de diamantes roxos que eu nem sequer sabia que existia! Um colar grande a combinar com o par de brincos e algumas pulseiras prateadas. Também tinha um conjunto de maquilhagem. No último saco tinha uma lingerie de seda preta que eu preferi não pensar no preço.

Tentei arranjar meu cabelo de porcaria mas não consegui então decidi, sem outra opção, deixá-lo solto. Ao ver-me no espelho não parecia uma sem-abrigo, parecia uma mulher confiante que poderia ter quem quisesse nos seus pés.

Tentei ficar mais um pouco na casa de banho com medo de sair. Com medo de ser gozada. Arranjei coragem lá no fundo e suspirei saindo finalmente da casa de banho. Edward estava debruçado para a frente com seus cotovelos no joelho e com seu Iphone na mão. Quando me viu parecia ter congelado que até seu iphone caiu no chão.

—É-é, e-eu acho q-que exager-rei – tentei tirar aquele momento de nervosismo de mim.

—Tu estás bonita, ou melhor, perfeita. Não exageraste em nada. – Elogiou enquanto descongelava e pegava no seu telemóvel.

—Obrigada –murmurei.

—Podes te sentar a ver televisão, só preciso de tratar disto e já descemos – falou olhando para mim e voltou seu olhar para uns papéis na sua secretária.

—Porque não posso ir sozinha até Jasper, Emmett e Alex? – perguntei confusa.

Levantou seu olhar furioso até mim e falou.

—Porque no momento que saíres, os rapazes vão-te comer com os olhos e se não tiveres sorte ainda te violam, por isso quando saíres, sais comigo, porque eles sabem que se tocam no que é meu irão se arrepender.

—O quê? – mais uma vez, perguntei chocada. Quantas vezes é que já devo ter perguntado ‘O quê?’ hoje?

—Não vou repetir – murmurou assinando algo.

Uma pitada de felicidade entrou em mim por me sentir protegida ignorando a parte do ser violada.

—Está bem – falei com um sorriso que ocupava pelo menos metade do meu rosto e sentei-me.

Momentos depois ouço a cadeira a ser deixada e levanto-me vendo Edward olhando outra vez para meu corpo. Sinto minhas bochechas corarem e tento andar até à porta sem tropeçar nos saltos, o que é difícil já que nunca tinha usado. Marquei o código e senti o calor vindo do corpo de Edward atrás de mim.

Finalmente, abri a porta e esperei por Edward fechá-la. Abraçou-me pela cintura e caminhou entre as pessoas que o olhavam com desejo. Uma parte de meu corpo sentiu-se com ciúmes ao ver os olhares. Então depois pensei.

Mas que raio se passa? Como é que eu concordei em vir com quatro estranhos, sendo um que eu vejo todas as manhãs e sabe que sou uma sem abrigo e mesmo sendo um bilionário nunca me olhou com desgosto, a não ser as minhas roupas. Eu acho.

E agora ele está com o braço todo possessivo na minha cintura e eu com ciúmes ao ver os olhares das mulheres, e em alguns casos, homens. Isto tudo em umas horas!

Tentei me desvencilhar de seu braço mas não consegui. Na verdade ficou mais forte. Embora tentasse sair de seu braço, uma parte de meu corpo gritava para eu ficar quieta com seu braço quente no meu corpo.

—Podes parar quieta? Não sei se já reparaste mas milhares de olhos estão em mim ao pensar que te estou a forçar estar comigo – ele resmungou em meu ouvido causando arrepios em meu corpo.

—Como se o motivo dos olhares fosse esse – resmunguei baixo para ele não ouvir. Mas um riso pelo nariz vindo de dele denunciou que a porra de seus ouvidos eram bastante apurados.

Sai, infelizmente ou felizmente, do braço dele e pedi uma bebida forte ao garçom depois de uma mulher linda mandar uma bebida a Edward. Bebi tudo de uma vez tentando tirar aquele sentimento chamado ciúmes.

—Ainda só estamos no início da festa, é melhor abrandares – Edward avisou no banco ao lado enquanto recusava a bebida e pedia um Brandy.

—Blah blah – imitei aquelas frases que se faz quando alguém fala demais. Os efeitos da bebida agiam rapidamente!

Ouvi gargalhadas do grupo - que nem tinha reparado que ali estavam - e depois de um olhar furioso de Edward, tentaram conter os risos. O problema é que aguentaram tanto que suas caras estavam vermelhas.

—Dessa maneira, vão ficar pior que eu quando vejo homens de peito nu – falei um pouco alto com um sorriso bobo ao imaginar o peito de Edward.

—Espero que não tenhas visto muitos, porque senão Edward vai explodir de raiva – e lá vieram mais gargalhadas da brincadeira de Jasper.

Olhei para Edward e vi as suas bochechas coradas de raiva enquanto parecia querer matar os palhaços com os olhos.

Pedi mais uma bebida e a bebi rapidamente. Edward não falou muito durante a noite, os palhaços – adotei esse nome para eles – continuaram a gozar com a cara dele e pouco depois foram dançar com umas raparigas. Edward ficou ao meu lado o tempo todo recusando as bebidas, os números de telefone e os convites de dança das mulheres.

—Concebia-me esta dança? – um rapaz alto, de cabelos castanhos escuros macios que combinavam com seus olhos também castanhos escuros, perguntou.

Antes de poder responder, Edward respondeu com que parecia ciúmes.

—Ela está comigo. – Simplesmente isso.

—Mas isso não quer dizer que não possa dançar! – falei alto, irritada. Sério, o que se passa comigo hoje? Fiquei irritada várias vezes e tudo por causa do Edward, e falando dele, não parava de rosnar ou grunhir sempre que um rapaz se aproximava além de já ter bebido bastante por hoje.

Levantei-me, agarrei no braço do rapaz e arrastei-o até onde havia umas pessoas a dançar.

Eu sei que estava a ser injusta, já que Edward recusou as bebidas e os convites de dança de mulheres. Mas em nenhuma vez interferi nas suas recusas e ele era livre em poder aceitar.

—Sou o Jacob – disse o rapaz depois de juntar seu corpo – bastante – musculoso ao meu.

—S-sou a Bella – gaguejei ao sentir seu amigo animado lá em baixo. Jacob continuou com seu belo sorriso. Dançamos uns minutos em silêncio sobre o olhar de Edward até que Jacob começou a descer sua mão pelas minhas costas até chegar em minha bunda. Dei um salto quando ele apertou-a.

—O que estás a fazer? – gritei, afastando-me rapidamente de Jacob.

Nem deu tempo para ele responder, só vi Jacob a cair para o lado por causa do murro dado por Edward que agora apertava freneticamente os punhos, com a sua respiração acelerada e seus olhos escuros.

—Edward! Vamos! – tentei puxá-lo mas meu corpo não parecia corresponder aos meus pensamentos já que fiquei parada. Então comecei a rir quando vi as caras pálidas dos palhaços. Estúpido, certo? Eu sei.

Os palhaços tentavam agarrar Edward enquanto o Jacob levantava-se lentamente e começou a rir comigo. Ele estava bastante bêbado!

Nós parecíamos rir como hienas já que estava tudo a olhar pasmado para nós, até Edward. Ele tentou-se soltar – com sucesso – dos braços de Jasper e Emmett e caminhou até mim tentado não cair, o que causou mais gargalhadas em mim. Nunca tinha rido tanto na minha vida! Tentei abafar meu riso com a mão e percebi que estava a chorar.

Edward pegou em meu braço e levou-me até à saída passando por olhares congelados. Fui até lá controlando os risos, o que mais parecia impossível. Mas em vez de ficarmos parados na rua a apanhar ar, ele continuou até seu carro, abriu a porta do meu lado e empurrou-me para dentro. Depois de aturar as minhas gargalhadas foi até o lado do condutor e ligou o carro.

O caminho foi passado comigo a rir e Edward concentrado. No meio do caminho ri tanto que cai para o lado onde Edward estava e, surpreendentemente, ele estava excitado! E ai comecei a rir mais quando vi suas bochechas coradas. Era tão divertido causar a ele o que causou em mim como vingança.

Nem sequer me importei para onde estávamos indo, até ver uma mansão, o que me assustou.

—O que estamos a fazer aqui? – murmurei impressionada com a beleza da mansão enquanto entravamos pelos os portões e Edward estacionava dentro da garagem onde cabia um andar daquele prédio velho. Reparei que tinha lá mais dois Volvos, um branco e um preto.

Eu ficava bastante contente se tivesse um Chevrolet Camaro Preto!

E então, ao olhar para Edward reparei que ele vinha em minha direcção … e o que era aquilo em seus olhos?

Uma mão foi para a minha cintura e outra para o meu rosto segurando-o e beijou-me! Merda o que eu faço agora?! Meu primeiro beijo em uma garagem com um bilionário e nós dois bêbedos.

Seus lábios atacaram-me, macios e saborosos. Sua língua infiltrou-se rapidamente em minha boca causando-me um gemido. Borboletas assaltaram minha barriga lutando para sair, meu coração saindo pelo peito fora e minhas pernas sem controlo. Tentei mover minha língua como a do Edward. Seu sabor era doce mas com menta. Era uma mistura muito boa! Continuavamos a beijar e senti seu - grande - amigo lá em baixo muito animado. E mais um gemido saiu de mim quando apertou minha cintura junto a seu peito. Mas a falta de ar acabou com este momento.

E abri meus olhos, que nem percebi que se tinham fechado e vi os olhos escurecidos de Edward loucos de desejo.


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