Kuro Tenshi - Samsara: escrita por Yori Sora


Capítulo 4
Meu time:


Notas iniciais do capítulo

[King Knight]: mesmo tendo muito poucos reviews, voltei com essa joça. heh



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"- Hyouma-kun, Kumi-chan, o que vocês querem dizer?

- Simples, Yori-kun... é tão simples, que você não percebe. Você sempre foi tão ingênuo...".

Até hoje me lembro destas palavras. Acordei assustado, no meio da noite, era assim às vezes, quando eu tentava dormir. Estava suando frio e respirando pesadamente pela a boca. Aquelas malditas lembranças sempre me assombravam, como um fantasma, eu não era capaz de me libertar do meu passado. Decidi me levantar da cama, ainda atordoado, até meio tonto, e fui para a cozinha tomar um copo d'água, bem gelada. Cheguei ao meu destino andando pela a escuridão do apartamento e tomei a água, voltando para o meu quarto.

Ao voltar, me sentei na cama, e olhei fixamente para o chão. Todas as pessoas que eu conheci em Konoha eram felizes, pois nada lhes faltava. Eu sentia inveja. Queria roubar-lhes a felicidade e ficar com ela, queria ter tudo que eu possuía antes, mesmo sendo pouco. Queria tudo de volta.

Mas não era assim que as coisas funcionavam e ainda não funcionam assim, certo?

Sim, eu sabia disso. Sempre soube.

E então eu percebi uma coisa óbvia. Eu amava a garota que tanto odiava? Sei que não fazia sentido eu pensar naquilo durante aquele momento, mas o ódio não é a mesma coisa que o amor? Vejam, pessoas que me leem: o amor é a necessidade emocional de devorar. Se você ama alguém, você quer a atenção desse algo, quer sua energia e quer que ele se importe. Amor é um tipo de canibalismo emocional.

Já o ódio é a vontade de consumir, que é baseada na vontade de devorar. Você quer consumir alguém ou algo e tirá-lo da existência porque, no fundo, você quer apenas consumir. O ódio e o amor são a mesma força, afinal de contas, são apenas vistas sob óticas diferentes.

Mas então, será que eu amava Hyouma, Kumi e aquela outra pessoa?

Me recusava a crer nisso, então parei com essas divagações, que considerei inúteis. Eu não amava nenhum dos quatro, eu os odiava. Mesmo em relação a Yurika-san, eu tinha os meus motivos, mesmo não sendo motivos justos.

Não consegui mais dormir naquela noite, então fui treinar. Não era um treino complexo, era algo até simples demais: eu permanecia sentado em minha cama e me concentrava na maldade da minha alma, algo que eu conseguia fazer. E então sentia uma energia fluir por todo o meu ser, era negra como a noite, a manifestação pura do ódio, da decepção e da tristeza.

Levantei-me e me dirigi até o espelho que havia na parede próxima ao meu armário. Mesmo com as luzes apagadas, eu podia ver o meu reflexo completamente e em cores, e via que um dos meus olhos estava quase completamente negro, mas com círculos brancos. Aquela era a minha habilidade especial e secreta.

Consegui manter-me nesse estado por cerca de cinco minutos e então ele foi desativado quase que instantaneamente. Senti vontade de gargalhar, algo estava errado, mas na época eu não sabia o que era. Queria realmente ver todos mortos: Hyouma, Kumi, Yurika... E então eu me detive na parte da Yurika-san, quando comecei a imaginar ela destruída e morta. Eu havia jurado a mim mesmo que não faria mal a inocentes, afinal de contas, eu estaria me igualando aos meus inimigos.

Eu controlava melhor o Chakra Negro, na última vez que o usei, fiquei imerso nele durante quatro minutos e trinta e cinco segundos. Imaginava que aquela seria uma arma poderosa. Mas enfim, fiquei refletindo durante horas e horas... e tudo era envolvido com a minha mãe, meus inimigos, a Uchiha e a Hyuuga. Era só eu me manter indiferente que aquelas pessoas se afastariam, seria melhor para elas, melhor para todos, eu achava.

Já era de manhã quando parei de refletir. Eu estava suado e fedendo a suor, então fui tomar um banho rápido. Ao voltar, vesti a minha roupa habitual - o meu "pijama" era apenas uma camisa preta desbotada e uma calça branca -, já citada. Não coloquei a bandana de Konoha na minha testa, eu não precisava daquilo. Afinal, eu nunca pertenci a Konoha.

Saindo do apartamento, com o céu já iluminado pelo o sol da manhã, vi uma pessoa que já imaginei que encontraria. Ela estava parada na minha frente, eu apenas a olhei, analisando-a. A garota que eu simplesmente odiava.

- Bom dia, Yori-kun! - ela dizia, animada.

- Ah, bom dia, Yurika-san - disse, simplesmente. Eu amaldiçoei a minha educação, que às vezes me foi bem inconveniente. Eu poderia simplesmente dizer tudo que sentia e fazê-la se afastar de vez da minha vida. Mas hoje agradeço por ela nunca ter desistido de mim, como detalharei em inúmeras ocasiões. Sim, não pretendo manter segredos da minha vida, de qualquer forma.

- Bem... é que... você não se importaria de ir à Academia comigo? - ela perguntava, era possível ver um certo nervosismo nela.

- Bem, vamos... - disse. E comecei a andar. Depois de alguns segundos, ela começou a ir comigo.

Vocês já devem estar imaginando as partes mais óbvias da minha história. Chegamos na Academia, mas no caminho encontramos Yue-san. Era difícil eu vê-la no caminho, apesar de tudo, ela sempre chegava cedo na Academia. Ela saía do Clã Hyuuga às pressas, até que os seus olhos perolados fitaram eu e a minha acompanhante. Ela olhou por alguns segundos, com os olhos arregalados, e depois deu um sorriso um tanto... malicioso.

- Eu sabia! Vocês estão saindo! - ela exclamou. Devo ter corado, mas de raiva. Descobri que não gostava desse tipo de insinuação.

- N-NÃO É ISSO!!! V-você entendeu errado, Yue-chan! - olhei para Yurika-san, que falava completamente envergonhada e dizia várias coisas, se atrapalhando nas palavras.

Quase senti vontade de rir ternamente, mas deixei essa ideia de lado.

- Por favor, não diga essas coisas constrangedoras, Yue-san - eu disse.

- Bem, de qualquer forma, estou atrapalhando vocês, mas vamos pra Academia juntos - Yue-san não perguntou, simplesmente afirmou. Não dei importância e Yurika-san concordou, não lembro ao certo as palavras que usou, ela não estava muito coerente naquele dia. Então fomos todos juntos.

Ao chegarmos, vimos as várias pessoas de sempre. Infelizmente (pelo menos pra mim, na época), eu me sentei na mesma grande carteira que as duas garotas. O sensei começou a falar várias coisas sobre o mundo shinobi. Eu achava patético, afinal, ele falava sobre as dificuldades dessa vida, certo? Mas não estávamos num mundo pacificado? Ao trazer essa "paz" ao mundo, Uzumaki Naruto destruiu o sentido de ser ninja, pois ninjas sempre existiram para corromper o mundo e mantê-lo em guerras. Era o único motivo para ninjas existirem.

E então ele começou a dizer que os novos gennins seriam divididos em times de três. E começou a escrever os grupos de forma crescente no quadro. Esperei pacientemente, mas eu já sabia o resultado.

Time 1 e time 2: irrelevantes.

Time três: Hyuuga Yue, Uchiha Yurika e Higurashi Yori.

O que era óbvio, levando em conta a lógica do Hokage - se bem que o Hokage era estúpido pessoalmente, então o correto seria dizer "a lógica do conselheiro Nara Shikamaru" -, o correto seria eu entrar no time da melhor aluna teórica e da delinquente hiperativa. Não me preocupei com a reação das duas e dos demais e comecei a dormir, já que não havia dormido nada naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews. xD