Fellipe a segurou pela cintura sentindo as pontas de seus cabelos negros em suas mãos. Os olhos azuis e um pouco assustados dela se fecharam, e eles beijaram-se. Emma colocava suas mãos entre os cabelos loiros de Fellipe. Fellipe interrompeu o beijo e beijou-a na testa, dizendo:

- Desculpe, mas eu não me controlei.

- Foi incrível. – respondeu Emma sorrindo.

- Agora, vamos sair daqui. Venha. Está com frio? – Disse Fellipe acolhendo-a embaixo de seu braço direito, enquanto voltavam para os dormitórios.

Agora cada um teria que ir pra um lado diferente.

- Bem, é aqui que a gente se despede por hoje. – disse Fellipe – Boa noite. Até amanhã.

- Boa noite. E até. – respondeu Emma.

De volta ao corredor de seu quarto, Emma viu uma espécie de vulto passando pelo corredor. Mas quando olhou novamente não viu mais nada. Sentiu um leve arrepio pelo corpo, mas quando entrou no quarto, tudo voltou ao normal. Charlote e Rebecca correram pra abraçá-la.

- Conta, conta, conta! Como foi? – perguntou Rebecca.

- Ele me deu isso. – disse Emma mostrando o colar enquanto tirava o gorro da cabeça - e me deu uma coisa que vocês não podem ver.

- O quê? – perguntou Charlote.

- Um beijo! – respondeu Emma deixando seu corpo cair sobre a cama – Foi incrível meninas.

- Num acha que ele foi rápido de mais não? – Perguntou Rebecca.

- Bem, na verdade... – disse Emma sentando-se e cruzando as pernas – Sim, acho sim. Mas ele disse que a gente ainda ia conversar se conhecer melhor, ai quem sabe né?

- É. – disse Charlote – Espero que dê tudo certo.

Quando finalmente deu meia-noite. As meninas foram deitar. Porém no meio da noite, Emma tem um pesadelo: Emma sonha que está de frente a um espelho, e quando se move seu reflexo não acompanha os seus movimentos. Emma assusta-se, porém quando tenta tocar o espelho, percebe que não se tratava de um espelho, e sim, de uma menina, exatamente igual a ela. Emma acordou assustada. Olhou para os lados e ao ver suas amigas, pensou: ‘Foi só um pesadelo’. Deitou-se novamente, e adormeceu. Na manhã seguinte, Charlote disse:

- Emma, Emma. Acorde, vamos!

Emma abriu os olhos e ainda meio desorientada, perguntou:

- Que horas são?

- São seis horas. Rebecca está no banho.

- Ah. – arfou Emma, sentando-se.

- Algum problema, Emma? – perguntou Charlote.

- Nenhum eu só... Não dormi muito bem. – respondeu Emma olhando para Rebecca que acabara de sair do banheiro – Vou tomar banho.

Embaixo do chuveiro Emma começou a lembrar do sonho. Havia sido tão real. Ai começou a pensar se a menina igual a ela poderia ser Sue Peterson. Emma enxugou-se e vestiu o uniforme. Saindo do quarto com as meninas, dirigiram-se até o refeitório. Emma pegou uma maçã, e ficou brincando com ela. Escutou uma menina gritando a garçonete:

- Que tipo de chocolate quente é esse? Que nojo! Tem gosto de tudo, menos de chocolate. Aff, eu já tô cheia desse lugar. – disse a menina, retirando-se.

Rebecca, Charlote e Emma se entreolharam sem entender. Emma perguntou:

- Quem é a esquentadinha?

- É uma patricinha pelo visto. – respondeu Charlote – Tive a primeira aula com ela ontem. Ela me dá... Arrepios.

- Gente a coitada da garçonete tá limpando tudo que aquela cobra sujou – disse Rebecca.

Sem dizer nenhuma palavra, Emma levantou-se e foi ajudar a garçonete a limpar a mesa.

- Oi, posso ajudar? – perguntou Emma.

- Não precisa não, senhorita... – a garçonete esperava Emma se apresentar.

- Senhorita Petterson. Mas me chame pelo meu nome, Emma. – a garçonete levantou-se e segurou a mão estendida de Emma, e sorrindo disse:

- Muito prazer Emma, sou Marie Rockins. Pode deixar que eu dou conta daqui, sou acostumada.

- Eu faço questão de ajudar. – as duas sorriram uma para outra.

Depois que tudo estava em ordem, Emma percebeu que só estavam Rebecca e Charlote no refeitório.

- Caramba! To atrasada pra minha aula, mas pelo menos consegui te ajudar.

- Ai, Deus, me desculpe. – disse Marie.

- Não importa. – disse Emma sorrindo – Agora vou correr, minhas amigas estão me esperando. A gente se vê depois Marie. – Emma correu em direção as meninas.

- Boa aula e obrigada! – gritou Marie.