Emma foi para o quarto. Charlote já estava lá. Emma disse:

- Preguiçando hein?

- E tem coisa melhor? – brincou Charlote.

- Tenho que ligar pra minha mãe. Eu fiquei de ligar ontem, mas com a tal festa que teve, acabei nem ligando. – disse Emma.

- Sua mãe era aquela mulher que tava com você ontem de manhã? – perguntou Charlote.

- É sim. Louise.

- E seu pai?

- Meu pai morreu num acidente quando eu era um bebê. – respondeu Emma.

- Oh, eu sinto muito.

- Tudo bem. Minha mãe soube cuidar muito bem de mim. – Emma pegou o celular e discou o número de sua mãe e ligou: - Mãe?

- Oi meu amor, porque não ligou ontem?

- Eu tava morrendo de sono, e fui dormir cedo.

- Ah entendo. Está gostando daí? Fazendo amigos?

- Sim, sim, mãe. Estou gostando muito das pessoas. O lugar ainda é estranho, pra mim. Mas não se preocupe, estou me adaptando.

- Ótimo! Estude hein? Quero ver notas verdes no seu boletim.

- Tá bom mãe. Vou dormir agora. Estou cansada.

- Boa noite bebê, durma bem.

- Boa noite. – respondeu Emma, desligando o celular.

Charlote começou a rir, e disse:

- Que fofo, ela te chama de bebê!

- Você. Não. Ouviu. Isso! – brincou Emma jogando um travesseiro em Charlote, que gritou e as duas riram.

Charlote foi jogar o travesseiro de volta em Emma que se abaixou, fazendo com que o mesmo batesse na cara de Rebecca, que havia colocado a cabeça na porta.

- Wow! Muito obrigada! – Disse Rebecca.

- Desculpe, Desculpe Rebecca. – disse Emma.

- Emma, quem jogou o travesseiro fui eu! – disse Charlote.

- Eu sei, mas fui eu que me abaixei e bateu nela! Desculpe Rebecca.

- Tudo bem, eu já tô legal. – respondeu Rebecca – Emma, o capitão Fellipe me entregou um bilhete, e disse que eu entregasse para você. Toma.

Emma pegou o papel e Charlote disse:

- Hm! Cartinha de amor!

- Claro que não! – disse Emma dando a língua pra Charlote e abrindo o papel.

Emma, eu dei uma olhada no livro. Incrível como você e Sue se parecem. Tem umas páginas no fim que tem uma espécie de código, não sei do que se trata. Eu guardei o livro muito bem, não se preocupe. Venha aqui perto da piscina pra gente conversar um pouco. Estou esperando você.

PS: Fellipe.

Charlote ansiosa para saber o que havia escrito disse:

- Conta logo!

- Não, não! Depois eu conto. – disse Emma piscando o olho. Ela pegou um gorro e colocou na cabeça, e disse: - Tenho que ir lá fora. Alguma de vocês poderia me cobrir caso alguém veja que eu sai?

- Eu cubro. – disse Rebecca – O que eu digo?

- Diga que nossa comilona comeu de mais, e tá com diarreia. – sugeriu Charlote.

- Vocês acabam comigo, mas é uma boa desculpa Charlote. Bem pensado. – disse Emma.

- Eu sou um gênio. – disse Charlote – Ah e não abusa do tempo hein? Antes de meia noite esteja de volta.

- Pode deixar. Não vou abusar.

Emma colocou as mãos nos bolsos e foi caminhando pelos corredores olhando para todos os lados. Quando desceu a ultima escada, foi em direção à piscina. Ao avistar Fellipe do outro lado, ele fez sinal chamando-a. Mais alguns passos e os dois se abraçaram.

- Como você está Emma? – Perguntou Fellipe.

- Melhor agora. – respondeu Emma sorrindo – Então... Gostaria de falar comigo?

- Sim. Vamos sentar. – Os dois sentaram-se na beira da piscina – Eu preciso muito dizer o que estou sentindo. – Emma permaneceu calada e observando atenta – Emma estou gostando de você. Eu te chamei aqui pra te dar duas coisas. A primeira é isso.

Fellipe retirou do bolso de seu casaco uma pequena caixinha preta. Ele entregou para Emma que ainda estava surpresa com aquilo. Ao abrir a caixa, Emma encontrou um colar de prata com um pingente em formato de coração.

- Isso era da minha mãe. Antes de morrer ela disse que eu entregasse isso somente à menina que eu escolhesse para mim. E eu escolhi dá-lo para você.

- Fellipe, eu não posso acreditar. E também não posso aceitar. Isso deve ser muito valioso pra você.

- E é. Mas eu não tenho dúvida. De que ele foi feito para você. Posso colocá-lo em você?

- Eu não sei... – disse Emma indecisa.

- Venha, afaste o cabelo para o lado. Eu vou pô-lo em você.

Emma virou-se de costas e afastou o cabelo. Fellipe sorriu ao colocá-lo nela. E quando ela se virou, seus olhares se bateram. Mas ainda mais fortes eram as batidas incontroláveis de seus corações. Fellipe segurou a mão tremida e fria de Emma, e disse:

- Você é importante pra mim. Nunca esqueça isso. Eu estou apaixonado por você. Mas eu preciso saber o que você acha disso tudo.

- Sinceramente?

- Hunrrun. – disse Fellipe.

- Acho muito fofo da sua parte, e obrigada por todas as coisas lindas que você disse. Mas como pode ter tanta certeza de que sou a pessoa certa pra você? Eu acabei de chegar aqui em Landulf.

- Eu simplesmente sei. E é verdade que você acabou de chegar... Mas você não tem ideia do quanto eu esperei sua vinda, e do tanto que sonhei com esse momento.

- Tudo bem. Agora é a minha vez de falar. Desde que te vi quando cheguei, quando te ajudei ontem, e hoje na biblioteca quando você me ajudou com livro. O jeito que se preocupou comigo. Tudo isso foi muito especial, sabe... E eu também estou gostando de você. Mas vamos nos conhecer melhor antes de levar tão a sério. Eu nem sei como que funciona um relacionamento. Na verdade, eu nunca namorei. – Emma corou.

- Você é incrível, Emma. – disse Fellipe, rindo – Não se preocupe com isso, eu entendo você. Eu me precipitei agora, mas ainda temos todo o tempo do mundo para nos conhecermos melhor.

- Temos sim. - Ela disse segurando a mão dele com mais força – Acho melhor irmos, porque alguém pode nos ver.

- Emma, antes de irmos, eu tenho a segunda coisa pra te dar. – disse Fellipe.

- O quê? – Perguntou Emma.