Apocalipse - It's My Life escrita por Fernanda Dixon


Capítulo 29
Savin’Me


Notas iniciais do capítulo

Oiie pessoal! Bem terminei o capítulo hoje e eu não resistir. Obrigada pelos comentários, eu prometo que ainda vou respondê-los, esses dias estão difíceis. Uma nova fic quer aparecer, mas só depois, os resultados dos meus testes estão chegando e a minha mãe não esta contente pelo de ciências kkkk.
Gostaram da capa nova?
Espero que gostem do capítulo, se a preguiça deixar, posto um capítulo na quinta ou na sexta :)
*Savin'Me = Salve-me



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425756/chapter/29

O silencio reinou a fazenda junto com o vento frio, só dava pra escutar o choro de Carl e Carol, junto com Daryl tentando acalmara, meus olhos estavam encima de Sophia caída aos meus pés, eu falhei mais uma vez, a visão da morte de Emily passava pela minha mente como fosse replay, minhas lágrimas caiam no chão e não sumiam no solo em que caiam, isso que me atormentava, deixar minhas lágrimas caírem e não sumirem, mostrem que eu sou fraca, eu não posso ser fraca, mas... Era tão difícil esquecer a morte da Emily e ver Sophia morta por minha culpa. As duas são iguais. Não só na aparência, como também da personalidade e ambas morreram do mesmo jeito, um tiro, apenas um tiro e acabam com suas vidas.

Acordei para a realidade quando escutei a voz de Heashel, carregada de dor, ódio e tristeza, ódio de nós eu saiba, tristeza dos zumbis.

– Quero vocês fora da minha fazenda está noite! – Gritou cheio de raiva, eu ouvia Maggie e Beth chorando, mas o choro de Beth era mais alto.

Até que de repente, Beth correr para uma walker gritando “mãe! mãe!” bem auto, quando Beth tentou abraçar a zumbi, ela acorda tenta morde-la, Beth começou a gritar chamando toda atenção de todos. Corri até ela para tentar te ajudar, estava com minha arma em mãos, mas não podia atira na walker posso acabar acertando em Beth, então fiquei puxando a mãe de Beth até solta-la, mas acabou que a zumbi pegou minha mão e ficou apertando ela, Beth gritou e eu reprimi um grito, tentei pegar minha faca, mas foi impossível, até o pessoal do grupo atirar na mãe de Beth e ela nos soltar.

Respirei fundo tentando acalmar minha respiração e abracei Beth forte, tentando acalmara, fiz um carinho em suas costas enquanto ela chorava em meu ombro sobre minha jaqueta, eu fazia “shh shh” para acalmara, não estava dando muito certo, mas estava aos poucos.

– Calma Beth, calma, shhh shhh, já passou. – Falei fazendo carinho em suas costas.

– Ela era a minha mãe Darls, ela era minha mãe, papai disse que havia cura, mas ele mentiu, ele mentiu...

– Calma, eu sei como é essa sensação. Sei que nunca esquecera isso porque não dá pra esquecer, mas vai saber que agora ela está em um lugar melhor, um lugar onde... Onde Deus cuidará da sua alma por muitos anos, era o melhor para ela do que... Viver sofrendo por anos. – Disse e as últimas palavras, me fez lembrar da minha mãe, de como ela havia sofrido muito ao lado do meu pai, Lori me disse que foi o melhor para minha mãe, foi melhor ela morrer do que sofre, acho difícil em escolher se foi o bem ou não... Acho que foi.

Isso não ajudou muito, Beth acabou se levantando e indo até seu pai e Maggie, a irmã abraçou Beth com bastante força escondendo seu rosto em seu peito, as duas choravam em silencio, mas seus soluços eram altos, isso deve ter atingido Dale de primeira.

– Quero vocês longe da minha fazenda! – Afirmou Heashel e foi pra casa abraçando suas filhas.

Acabamos fazendo tudo errado, agora Heashel nos mandou embora e não tem mais lugar seguro, ele não vai aceitar dá uma segunda chance, ele pode ser homem de cristo, mas acho que ele nem escutaria deus nesse momento. Todos estavam abalados, não só pela Sophia como perdemos nosso único lugar seguro, mesmo eu não querendo olhar para o corpo de Sophia, meus olhos não me obedeciam, eu a encarava enquanto chorava, minha amiga se foi, elas sempre se vão, as pessoas queridas vão embora, não pude salvá-la e nem salvar Emily, eu sou uma merda, uma merda! Uma babaca por achar que eu ia conseguir achar Sophia e salvar aqueles que eu amo, ainda me pergunto por que eu não deixei que Thomas me mordesse, uma mordida e nada mais, nada disso ia acontecer, eu devia ter ficado sozinha como sempre, isso que eu faço de melhor, ficar sozinha.

Carol chorava até que se levantou dos braços de Daryl e foi pisando fundo até o trailer, segui Carol com os olhos, perder os filhos primeiro deve ser pior do que perder os pais, ainda sinto a dor de ter perdido minha mãe, mas acho que se ela me perdesse, ela se mataria, Daryl e Rick que disseram isso, sempre diziam que minha mãe nunca aceitava que as coisas mais importantes da sua vida fosse embora, quando Daryl abandonou minha mãe, ela tinha tentado se suicidar por que não tinha mais uma vida boa ao lado dele, mas Rick impediu isso, das vezes que tentei me suicidar, Daryl e Rick sempre disseram as mesmas coisas, Sua Mãe Nunca Aceitaria Isso, Pra Que Jogar A Vida Fora Se Você Pode Começar Uma Nova?. Era isso que eles diziam.

Eu respirava ofegante, minha pressão deve está subindo até demais, era tanta coisa ruim acontecendo, Shane, Walkers, Sophia, Grupo... Acho que minha cabeça vai estourar com tanto pensamento assim! Eu precisava fazer alguma coisa se não acabo me matando.

Peguei minha arma no chão junto com uma faca que tinha no chão e fui correndo para a floresta, precisava ficar sozinha, precisava esvaziar minha cabeça... precisava matar um Walker.

Andei, andei e andei na floresta até chegar ao local onde o grupo tinha me achado e onde destruir meu pai, seu corpo estava apodrecendo e caído no chão, meu estrago era bem séria, eu estava delirando naquela hora só pode, sempre delírio quando meus sentimentos perdem o controle, sua cabeça estava destruída, quase não dava pra reconhecê-lo, testa toda acabada e boca toda destruída junto com seu nariz, só dava para ver seus olhos, aqueles terríveis olhos castanhos que atormentam meus pesadelos, tinha tanta raiva de mim mesma, nojo, ódio, ele me destruiu e destruiu minha vida, eu não tinha deixado meu passado, tinha que jogar fora aquela raiva e ódio, começando a enterrar minha raiva no solo.

Botei minha arma na minha calça e peguei minha faca, cheguei perto dele e me sentei encima de sua barriga nojenta e gorda, aproximei a faca em seu pescoço e o encarei, seus olhos castanhos mortos, era isso que eu queria.

– Você me fez sofrer por seis anos da minha vida, tirou minha mãe de mim e minha confiança de mim por tanto tempo, pensei que nunca mais ia consegui-lo de volta... agora poderei mostrar que está enganado pai, não quero mais mostrar orgulho para você, eu já tenho orgulho de mim mesma, posso ter fracassado muitas vezes... mas ajudarei todos o quanto poder... eu sou forte e você é fraco, vou sobreviver nesse mundo, posso ainda está pressa nessa escuridão, mas um dia alguém vai me tirar de lá... um dia. – Falei aquilo tudo para o corpo todo acabado e morto do meu e fiz o que nunca pensei que ia fazer... Cortei sua cabeça.

Peguei sua cabeça pelos cabelos e o levei até aquele buraco onde cai no dia em que levei o tiro, dei a última olhada na cabeça dele e fechei seus olhos, agora sim jogarei todo o meu medo para longe.

Adeus... Thomas James White. – Então joguei sua cabeça naquele beco e pequei uma pá que estava escondida entre as folhas secas, peguei pouco de terra e joguei no beco para esconder sua cabeça. Agora sim enterrei meu medo e meu fantasma para sempre.

[...]

Voltei pra fazenda alguns minutos depois, meu corpo estava coberto de terra, menos minha jaqueta. Consegui enterrar meu medo e meu fantasma, agora ele não pode me atingir mais naquele momento, quando eu voltei todos tinham feito covas para as pessoas mortas, isso me lembrou Jim, respirei fundo e terei que aquentar de ver Sophia novamente, agora eu tenho que encarar sua morte.

Caminhei para o acampamento e percebi que tinha alguém na porta do trailer, só de ver a roupa coberta de terra e as mangas rasgadas, percebi que era Daryl.

Andei até o trailer e vi que ele estava conversando com Carol, ela estava com o rosto virado para a janela com uma cara abatida, me sentir triste por vê-la desse jeito, não queria isso para ela, nem para o grupo. Daryl me viu e me deu um sorriso, retribui e olhei para Carol, ela me olhava com ódio e raiva, o que acertou meu coração como uma faca.

– Precisamos ir. Vamos enterrar a Sophia.

– Por quê?

– Porque é sua garotinha.

– Não é minha garotinha. É alguma outra... Coisa. – ela disse olhando pra ele, e depois voltando a olhar pra janela. – Minha Sophia estava sozinha na floresta. Durante todo esse tempo, eu pensei... Ela não chorou até dormir. Não passou fome. Não tentou encontrar o caminho de volta. Sophia morreu há muito tempo.

Não acredito no que ela está dizendo. Então tudo que nós fizemos pela Sophia não valeu a nada? Daryl e eu quase morremos por ela, Carol não vê isso? Todos nós demos tudo de si para procurar ela.

– Carol não diga isso, todos nós tentamos achá-la, só não...

– Ela estaria viva se não fosse sua culpa. – Disse seca voltando a me encarar com raiva. – Se você não tivesse deixado minha filha sozinha naquela floresta, ela estaria conosco, viva! Viva ao nosso lado! Você é a culpada de tudo Darla James! Deveria ser ao contrario, você que devia ter sido mordida e minha filha que devia ter sobrevivido naquela floresta! Você não vale nada Darla! Só estraga as coisas como sempre, tentando ser a adulta e o resultado é alguém morto! Todos morrem quando você tenta salvar alguém! Agora foi minha filha sua vitima! Eu vi como você mata os zumbis! Sua monstra! Queria que virasse um zumbi! Queria que estivesse MORTA! – Berrou Carol na última parte.

Culpada. Culpada. Culpada. Essas eram as únicas palavras que entravam na minha mente. As lágrimas já rolavam pelo meu rosto e minha respiração estava tão ofegante que chegava a doer meus pulmões, Carol estava me culpando por tudo que eu falhei, meus piores pontos fracos, eu odiava isso em mim, de errar, ela estava me culpando por tudo, não negava que ela estava certa, agora não só sinto raiva como sinto mais nojo de mim, eu queria tanto morrer naquele momento, precisava ficar sozinha, mas antes precisava botar uma coisa pra fora –não é vomito pessoal pelo amor de deus – e gritei:

– PELO MENOS EU FIZ UMA COISA CERTA EM PROCURÁ-LA DO QUE FICAR AQUI SENTADA ESPERANDO QUE ALGUÉM A TRAGA PARA MEUS BRAÇOS!! – Gritei deixando meus soluços saírem e virei de costas para ela e Daryl, sem pensar duas vezes, sai correndo para a floresta.

– Darla! – Ouvi Daryl gritar me chamando, mas não lhe dei atenção.

Corri o mais rápido possível para longe do grupo deixando minhas lágrimas voarem com o vento junto com meus cabelos loiros, me sentia fria, me sentia fraca, me sentia nojenta, sentia raiva de mim mesma! Sou tão estúpida em achar que posso proteger eles, uma criança inútil e babaca, que acha que pode ser adulta e ao mesmo tempo tem medo de encarar tudo isso.

Acabei indo parar na ponte onde Carl e eu nós beijamos, tirei minha jaqueta e joguei ele no inicio da ponte, cheguei até o final e cai de joelhos, me deixando chorar ali mesmo, sentindo muita raiva e tristeza, sentia raiva das palavras de Carol, sentia tristeza de não ter sido eu mesma no lugar de Sophia, por que não podia ser eu? Por que a vida não me deixa em paz e me deixe ficar ao lado de mamãe?

Eu me encolhi e serrei minhas mãos em punho, escondendo meu rosto entre elas, me deixei chorar ali mesmo, meu coração doía, minha cabeça doia, tudo doía em mim, a vida queria tanto estragar comigo, queria tanto me destruir, como eles ainda não conseguiram? Qual o motivo da vida me prender a isso? Ele queria que eu sofresse? Para eu aprender a lição pelos meus erros? Ou será que a morte está com tanta pena de mim que nem me quer morta?

Ouvir bolhas saindo pela água do lago, franzi o cenho e levantei minha cabeça encarando o lago, tinha bolhas saindo debaixo d’água, parecia que alguém estava falando de baixo d’água ou deixando o ar sair pela boca, me segurei na ponte e aproximei meu rosto da água, quando meu rosto estava a centímetros da água não consegui ver nada, até que vi um vulto preto vindo até a superfície, até que de repente, um zumbi aparece na superfície e segura minha cabeça com as duas mãos, sua boca podre e nojenta estava aberta a centímetro do meu rosto. Deixei meu grito sair e tentei me soltar dele, mas assim que tirei minhas mãos da ponte e segurei as do zumbi, ele acabou me puxando fazendo com que eu caia no fundo da água com ele.

O zumbi era um homem com mais de 40 anos gordo, isso dificultou na nossa batalha, ele me segurava tentando me morder, mas eu impedia chutando ele, eu e o zumbi acabamos indo mais fundo ainda e os meus pulmões estavam queimando por ar, quando dei meu terceiro chute, tentei voltar para a superfície, mas assim que enchi metade dos meus pulmões, sentia sua mão gelada pegar meu pé e me puxar para o fundo. Chutava e socava nada funcionava, eu voltada para a superfície e ele me agarrava, estava ficando sem ar e morrendo, não ia conseguir. Até que em um momento, eu o joguei no chão cheio de pedras da água e usei uma para enfiar em sua cabeça, pequei a maior que tinha visto em minha frente e enfiei em seu olho, fazendo com que seu sangue espalhasse pela água, era pouco isso era bom. Me afastei e tentei voltar a superfície, estava tão fundo que teria que fazer de tudo para chegar até lá, tentei nadando, mas meus braços estavam fracos, meus pés, aquela luta foi cansativa e me sentia fraca, o ar faltava tanto, estava no meio dela até que sentir meus braços e minhas pernas pararem e o ar saiu, deixando que a água entrasse no meu organismo, sentia a escuridão me levar para bem longe, não acredito que morreria desse jeito, afogada, mas me deixei levar, deixei que a escuridão me levasse para bem longe daquele mundo, para perto da minha mãe.

Pov Daryl Dixon

Depois do enterro, decidi me afastar, estava irritado pelas palavras de Carol e de todo o meu trabalho em achar a Sophia foi em vão, percebi que Darla não estava no enterro, eu sei que Carol feriu muito seu coração e ela precisa ficar sozinha, mas isso faz 40 minutos que ela está longe do grupo, ela não demora muito para parar de chorar.

Dei um suspiro e segui meu caminho a floresta, eu sei aonde ela iria para pensar em paz, o mesmo lugar onde eu iria e onde ela adora, aquele lugar onde eu também gosto de pensar.

Caminhei por alguns minutos até que cheguei na ponte, fui me aproximando dela até que encontrei uma coisa preta no chão, pequei ele e vi que é a jaqueta preta que dei pra Darla, suas asas de anjos iguais aos meus estavam escuras e sujas, ela esteve por aqui. Quando ia chamar pelo seu nome ouvi alguma coisa vindo do lago, me aproximei do final da ponte e olhei para o lago, via bolhas saindo debaixo da água parecendo que tinha alguém e tinha sangue no lago... Darla!

Não pensei duas vezes em tirar minha camisa e meus sapatos e pulei naquele lago, assim que entrei na água nadei o mais rápido possível até o fundo, até que consegui ver uma cabeleira loira na água, era a Darla, os braços estavam abertos e as pernas retas, vi que o sangue não vinha dela e consegui ver o zumbi no fundo da água com uma pedra enfiada no olho, ela lutou com um zumbi debaixo d’água. Peguei Darla pela cintura e fui nadando para a superfície com ela no braço, cheguei na superfície e puxei o ar bem fundo e fui até perto da ponte, cheguei perto e botei Darla na ponte, dei impulso e subi nela apressado, pequei Darla no colo e levei ela pro inicio da ponte, ela estava gelada.

Botei ela encima de sua jaqueta preta para não sentir frio mais frio, ela estava gelada e pálida, não respirava e seus olhos estavam fechados e roxos, parecia morta, não pensei duas vezes em fazer a massagem nela e a respiração boca-boca, droga, ela não podia morrer naquele momento, não podia.

– Vai Darla! Acorde pelo amor de Deus! Acorde! – Implorei fazendo a massagem, parecia que nem da última vez, só que pior e diferente, ela estava morrendo de verdade.

– Você não pode morrer agora! Não pode me abandonar! Não pode! – Pela primeira vez, deixei minhas lágrimas caírem juntos com as gotas da água.

Não só perdi Angel, agora estou perdendo Darla, não posso falhar com a Angel outra vezes... Não dessa vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar, espero que tenham gostado beijos :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apocalipse - It's My Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.